30/11/2009

Advento, o tempo da esperança.


O tempo favorável para a preparação do nosso coração

O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa. A fim de nos prepararmos bem para essas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o Natal e a Quaresma, que nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.

Iniciamos o tempo do Advento que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico. Proclamaremos, aos domingos principalmente, o Evangelho de Lucas. Um novo ano que queremos que seja um aprofundamento de nossa vida cristã na história como discípulos missionários. Iniciamos com a expectativa da vinda do Messias até o anúncio que o Senhor Jesus é Rei.

Neste tempo é que a Igreja nos incentiva a colaborar com a Coleta pela Evangelização no terceiro domingo do Advento, preparada nos domingos anteriores. É a nossa corresponsabilidade de levar adiante a encarnação da Boa Notícia no tempo que chamamos hoje. O tema deste ano: “Ele se fez pobre para nos enriquecer”, já aponta para as reflexões que iremos ter durante a próxima Quaresma, pois a Iniciamos o tempo da Campanha da Fraternidade 2010 que falará sobre economia.

No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que há dois mil anos nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judéia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Escritura: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20).

No Advento temos a oportunidade de nos aprofundar na expectativa do “Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos” e na semana que antecede a festa natalina a preparação próxima para celebrar o “Senhor que nasceu pobre no Oriente”. Entre essas duas vindas, o cristão celebra, a cada dia, o seu coração que se abre para o “Senhor que vem” em sua vida e renova a sua existência.

Celebrar o Natal é reconhecer que “Deus visitou o seu povo” (cf. Lc 7, 16). Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações.

Somos convidados, em primeiro lugar, a aprender a “estar com Jesus”, e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça. Nesse sentido, o Santo Padre Bento XVI chamou a atenção para a relevância social da comunhão pessoal com Cristo: “O fato de estarmos em comunhão com Jesus Cristo envolve-nos no seu ser « para todos », fazendo disso o nosso modo de ser. Ele compromete-nos a ser para os outros, mas só na comunhão com Ele é que se torna possível sermos verdadeiramente para os outros, para a comunidade” (Carta encíclica Spe Salvi, n. 28).

Enquanto todos se voltam para o lucro comercial neste tempo que antecede o Natal, os católicos se preparam para que em seu coração haja espaço para o Verbo Encarnado, que veio para salvar a todos. O festival de presépios feitos por artistas e espalhados pela cidade e os presépios das paróquias querem ajudar a cidade a ter um novo olhar e a repensar sobre o que exatamente celebramos no Natal. Dependerão do encontro com “Ele” as mudanças sonhadas para a sociedade hodierna!

O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois “não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado” (Sl 51, 19). Um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com o Senhor e com os irmãos.

Por isso mesmo, a oportunidade das celebrações penitenciais se multiplicam pelas paróquias, dando a todos a oportunidade de uma renovação interior. Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. “Ele não tira nada, Ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira” (Bento XVI, homilia da Missa de início do ministério petrino, 24/4/2005).

Como servidor do rebanho de Cristo que me foi confiado, não poderia deixar de insistir nisso: a vida verdadeira, que todos desejamos, só o Amor no-la pode dar. “O ser humano necessita do amor incondicional. Precisa daquela certeza que o faz exclamar: « Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor » (Rom 8,38-39)” (Carta encíclica Spe Salvi, n. 26).

Que o tempo do Advento predisponha nossos corações a acolher com intensidade o “Amor que move o sol e as outras estrelas” (Dante, Divina Comédia, Paraíso, XXXIII, 145), e que, por pura bondade, manifestou-se com inigualável força no nascimento do frágil Menino de Belém para também mover com suavidade e força a nossa vontade para o Bem.

Dom Orani João Tempesta

27/11/2009

Vocação, quem você é?


Hoje venho apresentar para vocês o meu primeiro livro lançado pela Editora Canção Nova: “Semeando dons, colhendo vocações”. Esse trabalho fala muito fundo aos nossos corações sobre o encontro com nós mesmos. Nele, o Senhor quer falar com você sobre o significado da sua vida. A obra proporciona uma reflexão sobre a busca pela verdadeira vocação de cada um.

A vocação é o conhecimento do seu coração. Em Colossenses 1, 9-11 está escrito: “Por isso, também nós, desde o dia em que o soubemos, não cessamos de orar por vós e pedir a Deus para que vos conceda pleno conhecimento da sua vontade, perfeita sabedoria e penetração espiritual, para que vos comporteis de maneira digna do Senhor, procurando agradar-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Para que, confortados em tudo pelo seu glorioso poder, tenhais a paciência de tudo suportar com longanimidade”.


No momento em que você rompe com o seu conhecimento, é convidado a desvendar o novo. Diante de um mundo secularizado, no qual as pessoas têm dificuldade de falar, a Canção Nova é este meio especial colocado pelo Senhor no mundo para fazer você sorrir.
O carisma desta obra de evangelização é de ressurreição. O que Jesus fez na minha vida, fará com você hoje, mas, é claro, se você permitir.

Eu sou médico, mas não foi por causa do meu conhecimento técnico que conheci o Pai. Eu O conheci apenas quando me deixei ser guiado por Ele. Isso não é fácil, às vezes, dói, mas a alegria de estar n'Ele é plena.
O primeiro capítulo do meu livro fala sobre os 75% dos católicos que sofrem de baixa autoestima. Essa estatística é muito séria. Isso significa que essas pessoas ainda não colocaram em prática toda a confiança que Deus deu a elas.


A identidade reconhecida é estável, ela vence toda essa insegurança. Ela desmascara o “bonzão”. Mas você sabe o que é identidade? É um conceito realista sobre nós mesmos. Não importa onde e com quem você esteja, você será sempre a mesma pessoa.

Nós somos imperfeitos, temos muitos erros, mas não podemos passar a vida toda os justificando. Precisamos nos conhecer para colocar em prática o plano de Deus. A partir do momento em que sabemos realmente quem somos, conseguimos fazer escolhas – o ponto alto para discernirmos a nossa vocação.

Normalmente, as pessoas falam sobre suas características físicas quando alguém lhes questiona sobre quem elas são. A "carcaça" não determina quem você é, mas o coração sim. Outros falam dos cargos que ocupam. Isso não diz realmente o que você é.

Você não é identificado pelos resultados que você imprime sobre você. Isso é que lota meus consultórios. As pessoas ficam muito preocupadas com o que está fora, e se esquecem de cuidar da alma.

Hoje o Senhor quer realizar em você uma obra infinita. Saia da redução, pare de fechar o foco em uma coisa e viver só para isso, como se mais nada fosse importante. Não se deixe escravizar pelos seus pensamentos. Deus dá liberdade para você ver mais! Isso é caminho vocacional.


Fortaleça-se na oração e no conhecimento da sua fé. Doe-se, compartilhe sua vida, vá ao encontro de todos. Evangelize o mundo com o seu testemunho!

Adquira o livro "Semeando dons, colhendo vocações"

Veja também:

:: Blog do Dr. Nasser
:: Divulgue sua paróquia na Canção Nova
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26/11/2009

Porque eles odiavam tanto a Jesus?


Desde o início do ministério público de Jesus, fariseus e adeptos de Herodes, com sacerdotes e escribas, mancomunaram-se para matá-lo. Por causa de certos atos por ele praticados (expulsão de demônios, perdão dos pecados, curas em dia de sábado, interpretação original dos preceitos de pureza da Lei, de pureza da Lei, familiaridade com os publicanos e com pecadores públicos), Jesus pareceu a alguns mal-intencionados, suspeito de possessão demoníaca. Ele é acusado de blasfêmia e de falso profetismo, crimes religiosos que a Lei punia com a pena de morte sob forma de apedrejamento. (CIC§574)

O relacionamento de Jesus para com os Doutores da Lei da sua época, sempre foi complicado, pode-se dizer “conturbado”. Nós como católicos, precisamos entender isso de forma muito clara e transparente. Em primeiro lugar devemos perceber que dentre os líderes religiosos da época podíamos destacar quatro tipos: O partido dos fariseus, o partido dos saduceus, os sacerdotes e os escribas.

E dentre todos esses haviam quem quisesse matar Jesus. Primeiro, ao perceber a seriedade do ministério de Jesus, quiseram fazer com que Ele caísse em contradição, depois passaram a desejar a sua morte. Como diz o catecismo no parágrafo já citado, procuraram acusar Jesus de todo tipo de coisa: Possessão, charlatanismo, blasfemador, falso profeta, etc…

A grande pergunta que fica é: Porque odiavam tanto a Jesus?

Na minha opinião existiam dois motivos:

1. É preciso entender que naquela época existiam muitos falsos profetas que se diziam “messias”. Recorde-se que já no Antigo Testamento, já haviam profecias sobre a vinda do Messias e por isso sempre apareciam pessoas dizendo ser o prometido do Pai. Na cabeça dos judeus, Jesus de Nazaré era apenas mais um desses. Era difícil para os líderes religiosos de Israel, fazer com que os judeus não seguissem falsos profetas. Muitos deles, na tentativa de ajudar o povo a não fazer besteira e seguir esses “malucos”, acabaram não percebendo que o verdadeiro “Messias Salvador” havia chegado. Eram pessoas tinham “boas intenções”, mas que não tinham o discernimento adequado, pois embora fossem pessoas que frequentavam o templo ao ponto de se tornarem líderes religiosos, não tinham intimidade com Deus. Quando não se tem essa intimidade, nosso discernimento fica comprometido. É certo que não podemos dizer que todas as novidades que aparecem são de Deus. Na verdade a grande maioria das novidades que aparecem vem das cabeças loucas que existem por ai, que também por falta de intimidade com Deus acabam dizendo loucuras. Mas a intimidade ajudará…

2. Existiam muitos desses líderes (e não eram todos) que acabavam vivendo uma fé de preceitos. Faziam aquilo que a lei pedia e eram impecáveis em cumprir a lei. Mas quando tinham que agir com a misericórdia, ou fazer algo além da lei de Moisés, se recusavam. Com o tempo, alguns destes passaram a usar da lei em benefício próprio… Embora a situação seja diferente, a razão pela qual eles chegaram a esse ponto foi a mesma: A falta de intimidade com Deus.

Não quero isentar aqui esses líderes religiosos de Jerusalém do fato de terem tramado contra Jesus. Apenas quero alertar que seja por um “bom motivo” ou por um “mal motivo”, quando deixamos a intimidade com Deus, e ao mesmo tempo não nos afastamos da Igreja, corremos o risco de nos tornarmos fechados em preceitos e normas, e não abrirmos os olhos para as açoes de Deus na nossa vida e no mundo. É preciso ser íntimo de Deus, ser íntimo do Espírito. Se conseguirmos essa intimidade, dificilmente erraremos, pois o Espírito nos ajudará e nos conduzirá ao novo de Deus. Porém essa intimidade é mérito de luta e fidelidade a vida de oração.

Já dizia um santo (ou uma santa - não me recordo agora): Antes falar com Deus, do que falar de Deus.

A missão de alguém que tem um papel importante na Igreja é falar de Deus. Mas só pode falar de Deus quem é íntimo Dele. Se não, ainda que com palavras fale muito bem, as atitudes acabam se desvirtuando. Ser um líder na Igreja ou na paróquia (seja coordenador de uma movimento, pastoral, ou até mesmo do famoso “conselho paroquial”) é um desafio imenso! Não apenas pelos afazeres que são tantos, mas sobretudo porque você se torna um formador de opinião, e que triste seria se você que exerce qualquer tipo liderança, formasse seu povo contra a vontade do Senhor…

Por isso, antes que seja tarde, retome sua vida de oração e sua intimidade com Deus. Busque horários para rezar e meditar a palavra. Seja humilde naquilo que você não entende e procure a interpretação correta da Igreja. Assim você trilha um caminho muito bom para estar com Deus.

25/11/2009

É o amor que humaniza a sexualidade


Quem verdadeiramente ama é capaz de assumir o outro integralmente


Amor: somente ele pode, de fato, humanizar a sexualidade. No entanto, em nossos dias esse termo se encontra envolto em uma complexa confusão em seu sentido e compreensão. Muitos o têm reduzido apenas à dimensão do prazer e à sua especificidade erótica. É certo que essa palavra engloba também essa dimensão, contudo, ele não se encerra apenas em tal expressão.

O amor – em seu sentido agápico (Grego: Agápe) – significa capacidade concreta de doação em favor de um outro, buscando a devida interação com a verdade dele. E isso também deve ser aplicado à concepção humano/erótica do amor, pois, este para ser autêntico não poderá ter o egoísmo como única força motriz.

O amor não se resume à utilização do outro como objeto de prazer sexual. Ele não poderá permitir a utilização momentânea e descartável de um “alguém humano” por meio de aventura descompromissada e irresponsável. O autêntico amor comporta o compromisso.

Estamos acostumados a ouvir os gritos de uma sociedade, que elevou à máxima potência a necessidade de satisfazer os próprios desejos e instintos a qualquer custo, transmutando assim o valor da pessoa e o colocando em segundo plano. Dentro desse universo de compreensão o que importa é satisfazer o desejo, não se importando se o outro é utilizado como um mero “brinquedo” por alguns instantes, sendo depois jogado nas mãos do destino.

É o amor/compromisso que humaniza a sexualidade, do contrário ela se torna apenas egoísmo animalesco. A vivência sexual sem o amor deixa de ser humana e torna-se escravidão instintiva.

Quem verdadeiramente ama é capaz de assumir o outro integralmente, com todas as suas consequências, sem querer usá-lo apenas para uma satisfação superficial.

O amor torna humana a sexualidade, gerando o comprometimento – que tem sua máxima expressão no matrimônio sacramental – e o bem, necessários para que a devida interação aconteça, sinalizando o outro como fim e não como meio. O ser humano possui uma dignidade inviolável, ele é pessoa e nunca deverá ser diminuído à categoria de objeto.

O amor traz cor e sabor à vida, ele inaugura uma primavera de sentido para toda e qualquer relação.

A virtude a que somos chamados consiste em contemplar pessoas e relacionamentos sob a ótica do autêntico amor. Assim a doação sincera em vista do bem inspirará nossas atitudes e nos permitirá elevar o ser à sua altíssima e verdadeira condição: a de filho amado, querido e respeitado por Deus.

24/11/2009

As sete faces do amor: nosso sucesso está em amar os outros


Estas reflexões estão fundamentadas em G. Chapman, no livro
“O Amor como Estilo de Vida”. Ser amado, deixar-se amar, crer no Amor de Deus constituem a alegria de viver. Só os amados mudam. O amor é uma força transformadora e propulsora. Nosso sucesso está em amar os outros. O amor não é só uma emoção, mas, decisão, atitude, ação. Portanto, decidimos amar, escolhemos amar, optamos por amar. É preciso esforço para sermos pessoas capazes de amar.

Eis as sete faces do amor:

1. A gentileza. É a alegria de ajudar os outros, ou ainda, é reconhecer e acolher com afeto as necessidades dos demais. A gentileza transforma encontros em relacionamentos. A pessoa gentil quer servir o próximo porque o valoriza e o respeita como pessoa. Gentileza é gesto de amor altruísta e por isso transforma as pessoas. As palavras gentis têm grande poder de cativar e até de curar porque expressam reconhecimento, respeito, atenção pelo outro, são palavras construtivas, cativantes, salvadoras. A gentileza faz bem para nós e para os outros, causa-nos alegria e dá importância aos outros.

Gentileza é cortesia, generosidade, respeito, amabilidade. Os gestos mais comuns da gentileza são: agradecer, ajudar, saudar, informar, sorrir, atender, elogiar, pedir desculpas.

2. A paciência. Consiste em compreender e aceitar as imperfeições dos outros. É permitir a alguém ser imperfeito. É entender o que se passa dentro do outro, acolher seus sentimentos e os motivos de suas atitudes. Paciência não é concordar, é compreender; não julgar e não condenar. Nossa paciência permite ao outro crescer, mudar, ter nova chance para melhorar.

Quem tem consciência das próprias imperfeições e cultiva um espírito positivo, tem condições de ser paciente. A humildade nos torna pessoas dotadas de paciência, porque saímos de nós mesmos, sofremos com a situação dos outros e os acolhemos.

3. O perdão. Perdoar não é fácil, mas é atitude sábia e saudável. Quem perdoa oferece ao ofensor a chance de ele melhorar. O perdão nos livra de doenças, insônias, vinganças, ódios, que são sentimentos destrutivos, e possibilita a convivência, a saúde e a felicidade. Perdoar é reencontrar a alegria, a paz interior e social. Perdoar é ter amor de mãe, amor sem medidas, amor de misericórdia que reata amizades e relacionamentos. Quem perdoa faz bem a si mesmo, compreende as limitações alheias e constrói a reconciliação e a paz social.

4. A cortesia. Significa tratar os outros como amigos porque toda pessoa é digna, original, única, valiosa. A cortesia no trânsito, no ônibus, nas filas, no relacionamento com os vizinhos, no dedicar tempo aos outros, no receber bem os que chegam, no saber agradecer, prestrar atenção, pedir desculpas, são inestimáveis gestos de amor. No cotidiano podemos praticar a cortesia por meio de uma conversa; pedir licença, ajudar idosos ou alguém em dificuldades, aceitar as incompreensões dos outros.

5. A humildade. É saber reconhecer os próprios valores e imperfeições e acolher os valores e fraquezas dos demais. Humildade é autenticidade, verdade e realismo. A palavra "humildade" vem de "húmus" (barro, terra), que é a raiz da palavra “homem”. Somos todos de barro. A humildade está nessa igualdade de dignidade, na irmandade que formamos a partir do barro, do pó e até da lama. Aceitar a ajuda dos outros, reconhecer os erros, afirmar os valores dos outros, alegrar-se com o sucesso de nossos próximos e de seu bem-estar, tudo isso é humildade.

6. A generosidade. Define-se pela doação aos outros, é o amor que se doa, que sabe servir, dedicar tempo aos demais, ter a coragem do desapego de si e das coisas para partilhar. A generosidade é gêmea da solidariedade, da dádiva, do dom. "Há mais alegria em se doar que em receber", ensina a Palavra de Deus. A pessoa generosa é capaz de renúncias e de sacrifícios pelo bem alheio.

7. A honestidade. É dizer a verdade com amor, não inventar desculpas para justificar os próprios erros, falar os próprios sentimentos e emoções, aceitar as limitações pessoais, como também os dons, as qualidades, os sucessos. A integridade da pessoa honesta está na veracidade das palavras, na transparência das atitudes, no compromisso com a verdade.

23/11/2009

Você é uma carta de amor de Deus


Antes de começar, vou contar a vocês uma história: Um árabe muito temente a Deus fazia parte de uma caravana, mas o senhor desta, um homem muito rico, não temia o Senhor. E questionava por que o árabe rezava tanto. Então, o árabe se aproximou e lhe disse: “Como o senhor conhece uma carta que lhe é enviada?” E o outro respondeu: “Descubro quem a mandou pela letra”. E prosseguiu fazendo perguntas àquele senhor abastado: “Quando o senhor está na sua tenda, no deserto, como sabe qual animal está chegando?” E a resposta dele foi: “Eu vejo as pegadas na areia e reconheço de qual animal é”.

Então aquele árabe convidou o outro homem para contemplar o céu. Olhou para o alto e disse: “Aqueles sinais ali não podem ter sido feitos por mãos humanas”. No mesmo instante, aquele rico senhor parou e se juntou ao árabe por ter reconhecido ali os sinais de Deus.


“Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações”
(II Coríntios 3,3).


O apóstolo Paulo nos diz que nós somos a carta de Cristo e esta é escrita com a caligrafia de Deus, com o Espírito Santo. Eis a novidade.
“Respondeu Jesus:

Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito” (João 3,5-8).


Aquele que vive segundo o Espírito vive segundo a rotina; se você sair dela, você vai sofrer e fazer sofrer. Nós fomos condicionados a viver na rotina. Quando o mundo lhe diz para sair da rotina, isso significa dizer: Bagunce sua vida, aventure-se. O apóstolo dos gentios nos diz que não devemos aceitar isso, pois somos cartas de Cristo, mas não somos nós que estamos escrevendo essa história. Ela é escrita por nosso intermédio, através de nós e das pessoas que Deus coloca em nossa vida. Ele escreve com Seu Espírito por meio dos acontecimentos.
Um dia após o outro, não é simples rotina, é uma linda história de fé.


O Senhor quer nos dar a graça de interpretarmos, na nossa vida, a escrita d'Ele, aquilo que Ele quer para cada um de nós. Se não tivermos o discernimento de interpretar a escrita do Todo-poderoso nós vamos sofrer muito. Nós precisamos entender o que Ele tem escrito em nossa história.

“Havia certo homem já de idade avançada e de bela aparência, Eleazar, que se sentava no primeiro lugar entre os doutores da lei. Queriam coagi-lo a comer carne de porco, abrindo-lhe a boca à força. Mas ele, cuspindo e preferindo morrer com honra a viver na infâmia, caminhou voluntariamente para o instrumento de tortura, como devem caminhar os que têm a coragem de rejeitar o que não é permitido comer por amor à vida”

(Macabeus 6,18-20).


Há um jeito de encarar a vida e há um jeito de encarar a morte.
É preciso entender isso nessa escrita de Deus. O Senhor hoje quer nos ensinar como encarar as duas realidades [a vida e a morte]. Nós podemos cair na tentação de viver uma vida em desonra, mas não podemos deixar essa tentação nos dominar. O que há em nós é maior do que o que está no mundo; por isso, não viva em desonra! Viver a vida em desonra é viver sem conversão.


Honre a Deus, eis que é o tempo de honrarmos o Senhor! Honrá-Lo com a própria vida, não somente com palavras. Não adianta irmos para a igreja e continuarmos sendo desonestos. Honre seus compromissos. Estamos falando de honra e muita gente tem sofrido por estar vivendo uma vida de desonra.
Temos que honrar os compromissos com este mundo.


A Palavra nos ensina a viver uma vida em honra e também nos ensina a ter uma morte gloriosa. Para nós cristãos a morte é muito mais que o fim; a morte é para nós a passagem para a vida eterna. É a passagem desta vida para o banquete eterno. A morte gloriosa é precedida por uma vida de temor de Deus. Para bem morrer é preciso bem viver. É isso que o Senhor está nos falando e escrevendo a cada dia na página do nosso coração, pois nós somos a carta de Cristo.


Nós devemos encarar a vida com honra para que tenhamos uma morte gloriosa; a nossa fé nos convida a isso. É isso que o Senhor escreve em nossa vida.
Você não vai ser poupado do sofrimento, mas todo sofrimento em Deus será superado, porque o Altíssimo é mais forte que tudo.



É preciso saber escolher. O que é prioridade na sua vida? O que as pessoas têm lido na sua história?
Se as pessoas não veem esta carta que Deus escreveu, você vai passar por esta vida com desonra, não vai deixar nada neste mundo. Deus nos colocou neste mundo para fazermos a diferença. Passe para as gerações futuras uma vida de honra. Ensine as crianças desde pequenas que a vida é luta, mas não é só luta, é superação, e que tudo passa e só Deus permanece.


Olhe para tua vida e veja quantas belezas o Senhor já escreveu. Ele não escreve “baboseira”. Ele é maravilhoso, só escreve a verdade, a justiça, a honra e o amor. Quando Deus quer é assim. A vontade d'Ele está acima de tudo. Não somos nós que escrevemos a carta da nossa vida, é Jesus Cristo que a escreve com a letra do Espírito Santo.

Você é uma carta de amor de Deus!!!

20/11/2009

Maria, Bendita mais que todas as mulheres


O Senhor quis realizar maravilhas em Maria! Quem tem direito de retirar aquilo que o Senhor quis fazer? Um artista quer fazer uma obra-prima de barro: ele pega o barro e faz dele a sua obra-prima. Deus quis pegar este “barro”: Maria. Ela também é “barro”. Isso não diminui em nada o que a Santíssima Virgem é. Ela é o “barro' como nós. Mas Deus quis fazer maravilhas nessa nossa irmã. Alguém da nossa raça, da nossa estirpe! Nós só temos de exaltar o Senhor como ela O exaltou: “Minha alma exalta o Senhor e meu espírito se encheu de júbilo por causa de Deus, meu Salvador [...]”
(Lucas 1,46-47)
.


Maria não glorificou a si mesma. Ela O chama: meu Salvador. Foi o Senhor quem pegou o barro da sua humanidade e fez nele maravilhas. Uma vez que fez, está feito. O Senhor fez maravilhas nela. Que Ele seja glorificado!
Quando você exalta as perfeições, a beleza, as maravilhas que Deus fez na Virgem Santíssima, a quem você exalta? Àquele que a fez. Àquele que fez nela maravilhas. Ela mesma declarou isso: “(...) porque o Todo-poderoso fez por mim grandes coisas: santo é o seu Nome”.

Veja:

“Então Maria disse: 'Minha alma exalta o Senhor e meu espírito se encheu de júbilo por causa de Deus, meu Salvador, porque Ele pôs os olhos sobre a sua humilde serva'” (Lucas 1,46-48a).”


Nossa Senhora sabe que é humilde e pobre. O bonito é que ela sempre foi pobre: nunca quis deixar de ser pobre, nunca quis deixar de ser humilde. Ela não se exaltou; cheia do Espírito Santo, Ela proclama a primeira e grande profecia do Novo Testamento:
“Sim, doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada (...)” (Lucas 1,48b).


Todos aqueles que proclamam Maria bem-aventurada estão realizando essa profecia. Todos aqueles que não quiserem proclamá-la bem-aventurada estarão saindo dessa profecia. A profecia não é de iniciativa humana, a profecia vem de Deus. Foi o Altíssimo mesmo quem pôs nos lábios dela esta profecia: “Sim, doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada...”

Ao proclamarmos Maria bem-aventurada, estamos simplesmente realizando esta profecia. Por causa de Jesus, o Pai quis fazer nela maravilhas. A iniciativa foi d'Ele. Preste atenção:


“O anjo veio à presença dela e lhe disse: 'Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus, o Senhor está contigo'. A estas palavras, ela ficou grandemente perturbada, e se perguntava o que podia significar esta saudação” (Lucas 1,28-29).

Por que Maria ficou perturbada pensando no que significaria semelhante saudação? Para nós que estamos acostumados a dizer: “Ave-Maria, cheia de graça...”, o termo “graça” não tem tanto peso, passa despercebido. Mas para ela, israelita, que conhecia muito bem as Sagradas Escrituras, o termo “cheia de graça” tinha peso. Ninguém nunca fora saudado assim. Por isso quando o anjo a chama de “cheia de graça” ela fica espantada! É como se ela dissesse:
“Não pode ser. Eu, cheia de graça?”


Veja bem, ele a chamou diretamente: “Ave-Maria, cheia de graça...”. Nós na oração dizemos “Ave Maria, cheia de graça!” O anjo, porém, não a chamou pelo nome. Pelo contrário, a chamou: “Ave, cheia de graça”. Este foi o seu nome: “Cheia de graça”. O que queria dizer isso? Todo o amor de Deus, toda a bondade de Deus, toda a benevolência de Deus, toda a graça de Deus, Ele canalizou para ela. O Senhor está lhe dando um nome. E este nome fala daquilo que ela é: a sua identidade.



A ninguém as Escrituras chamam “cheia de graça”, só a ela! Deus investiu tudo em Maria. Tudo o que o Todo-poderoso podia investir, Ele investiu nela. Ela é, por definição de Deus, “a cheia de graça”.

Leia com atenção:

“O anjo lhe disse: 'Não temas, Maria, pois obtiveste graça junto a Deus'” (Lucas 1,30).
Ela ficou perturbada, por quê? Imagine um rei que se encantasse com você. Você encontrou graça diante desse rei: Você tem entrada diante dele. Que coisa maravilhosa!

Diante de quem Maria encontrou graça? Diante de Deus. Obteve graça diante do Senhor, o seu Deus. Foi Ele quem a escolheu.
“Eis que engravidarás e darás à luz um filho, e lhe darás o nome de Jesus” (Lucas 1,31).

Veja quem é este Jesus: “Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai; Ele reinará para sempre sobre a família de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lucas 1,32-33).
Ele será o Messias. Ele será Filho do Altíssimo. Não será um qualquer. Ele será grande. Ele terá o trono de David. Eternamente reinará na casa de Jacó. O Seu Reino não terá fim.

O Filho de Maria é Filho de Deus. O Filho de Maria é o Messias. O Filho de Maria é o Salvador. A Santíssima Virgem Maria é a Mãe do Salvador. É a Mãe do Filho de Deus. Mãe do Messias esperado.



Trecho retirado do livro “Maria- Mulher de Gênesis ao Apocalipse” de Monsenhor Jonas Abib

19/11/2009

Maria quer formar Jesus em você:


Maria estava ao lado da cruz de Jesus quando Ele morria por nós. Então, é de seu interesse que não se perca nenhum filho de Deus, salvo pelo Sangue do Seu Filho Jesus. A Santíssima Virgem quer arrebanhar todas as ovelhas dispersas. Está trabalhando para reunir todos os filhos de Deus dispersos para que haja um só rebanho e um só Pastor: Nosso Senhor Jesus Cristo. Não há dúvida: Jesus é a verdade e o caminho. É o pastor, e não apenas o pastor: é também a porta. Jesus é a luz do mundo. É Ressurreição e Vida.

Você sabe: quem educou Jesus foi Maria. E é lindo o que se lê no Evangelho de São Lucas, quando o menino Jesus, aos 12 anos, foi encontrado no templo de Jerusalém:

“Depois ele desceu com eles [Maria e José] para Nazaré; era-lhes submisso; e a sua mãe guardava todos esses acontecimentos em seu coração. Jesus progredia em sabedoria e em estatura, e em graça diante de Deus e dos homens”
(Lc 2,51-52).


O próprio Evangelho testemunha: “Era-lhes submisso”. A mulher tem um papel preponderante na educação dos filhos. A mãe é educadora por excelência. Você pode então imaginar a Virgem Maria passando para Jesus, desde Seus primeiros dias, toda sua fé, todo seu amor a Deus, toda sua espiritualidade, fidelidade e entrega ao Todo-poderoso. Tudo o que vivia ela passava àquela criança, junto com seu leite materno, dia após dia. É uma beleza poder imaginar Maria formando, educando o menino Jesus. Dentro d'Ele havia uma semente: Ele era Filho de Deus; havia n'Ele uma natureza receptiva. Ele não tinha, como nós, o pecado original. Mas quem o formava era Nossa Senhora. O Pai quis que Seu Filho Jesus fosse educado por uma mulher.


Assim como Cristo foi concebido no ventre de Maria, como foi gerado e trazido à luz, amamentando por Maria, Ele foi também educado por ela. Quer dizer: tudo aquilo que havia no interior de Jesus foi posto para fora, cresceu, desabrochou e desenvolveu-se graças a Maria. Ele recebeu tudo isso dela. Ela foi a formadora e educadora de Jesus.

O Pai quer que sejamos semelhantes a Jesus. Que sejamos Seus continuadores.
É vontade de Deus que você seja um outro Jesus para o mundo, porque o mundo precisa de coisas concretas, o mundo só vai acreditar a partir de cristãos que vivam a vida de Cristo. E para ser como Jesus é preciso ser educado por aquela que O educou.

Por causa do pecado, que está em nós, há todo um longo trabalho de educação por fazer, e Maria tem aí seu papel especial de mãe e educadora. Ela quer nos educar nos caminhos de Jesus. Com o amor, a paciência, a bondade, a simplicidade, a humildade de Jesus... Ela quer formar você também com a têmpera e a fortaleza de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela o quer com o entusiasmo, o otimismo, a garra e com a entrega de Cristo. Maria quer formar Jesus em você. Esta é a missão dela. A resposta de cada um deve ser:

“Faça-se! Faça-se em mim segundo a vontade do Pai”.


(Trecho do livro “O Pão da Palavra - Volume 3″ de Monsenhor Jonas Abib).

18/11/2009

A busca pelo corpo perfeito


Há quem diga que a preocupação com a aparência faz parte da cultura brasileira, no entanto, o que vemos hoje são exageros e até doenças causadas pela busca desenfreada de uma “forma ideal” para o corpo. Jovens que encontram nas novelas, revistas e desfiles de moda a sua referência de “corpo perfeito”.

A cada ano, milhares de pessoas - em sua maioria jovens garotas - são acometidas por doenças como anorexia e bulimia, frutos de uma busca doentia por um corpo “esbelto”. Não basta muito conhecimento para constatarmos que o grande objetivo destas meninas está ligado ao fato de almejarem não só o mesmo corpo de modelos famosas, mas também a atenção e o status com que a mídia as enche.

Geralmente, o apelo de boa forma está ligado ao conceito de felicidade. Basta passarmos um olhar mais crítico sobre os ídolos e artistas da atualidade que, na sua maioria, estão relacionados à beleza do corpo, dinheiro e “felicidade”.

O jovem passa a ser atraído não só pela busca de um corpo perfeito, mas, sobretudo, pelas vantagens que ele terá com este status, como tem o seu ídolo. Assim, a não realização deste padrão o leva, muitas vezes, à depressão e à desilusão consigo mesmo, como alguém que não atingiu a sua meta e, por isso, não é feliz.

Por outro lado, a mídia também desenvolve um papel fundamental neste contexto, já que age atualmente como a grande educadora da juventude. A mídia atua como a nova criadora do valor, ela apresenta o modelo de homem e de mulher através dos meios. Hoje, os programas de televisão, desde um telejornal, passando por programas esportivos e propagandas, estão repletos de apelos pela “boa forma”. Mulheres e homens “sarados” e “bombados” – esta é a gíria para a bela forma – são os principais protagonistas das propagandas de televisão, revistas e outdoors, exibindo seus corpos desejáveis e intocáveis.

Portanto, podemos concluir que o cuidado com o corpo não é algo somente cultural de nossos povos. Hoje, muito mais do que algo de nossas raízes, a busca exagerada pela boa forma se faz muito mais por influências externas, como a mídia por exemplo. Na verdade, estamos como “reféns” de uma apologia cruel e implacável pela busca do corpo perfeito, apologia esta que nos promete uma felicidade pelo que representamos ser e não pelo que somos de fato.

17/11/2009

O que a Igreja ensina sobre a homossexualidade


Homossexualidade - CATECISMO DA IGREJA

§2357 – “A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante , por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-29; Rm 1,24-27; 1Cor 6,9-10; 1Tm 1,10), a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados” (CDF, decl. Persona humana, 8). São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados”.

Lv 18,22: “Não te deitarás com um homem como te deitas com uma mulher. É uma abominação”.

Lv 20,13: “O homem que se deita com outro homem como se fosse uma mulher, ambos cometem uma abominação, deverão morrer, e o sangue cairá sobre eles”.

Rm 1,26s: “Deus os (pagãos) entregou-se a paixões aviltantes: suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza; igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns para com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em si mesmos a paga da sua aberração”.

1Cor 6,9s: “Não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos iludais! Nem os impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os injuriosos herdarão o Reino de Deus”.

1 Tm 1,9-11: “Sabemos que a Lei não é destinada aos justos, mas aos iníquos e rebeldes, ímpios e pecadores, sacrílegos e profanadores, parricidas e matricidas, homicidas, impudicos, pederastas, mercadores de escravos, mentirosos, perjuros e para tudo o que se oponha à sã doutrina, segundo o Evangelho da glória do Deus bendito, que me foi confiado”.


Homossexuais – não discriminá-los

§2358 – “Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida, e se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição”.



Homossexuais – viver a castidade


§2359 – “As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadores da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã”.

16/11/2009

Ative sua fé para alcançar milagres

Eu quero dizer que eu acredito num Deus grande. Eu creio num Deus que é capaz de mover montanhas, curar restaurar, fazer de nós homens e mulheres de fé, e eu quero que você creia também, pois senão acreditarmos não adiantará estarmos aqui. Cremos que temos um Deus que cura o outro, mas não a nós. Nós precisamos acreditar que Deus é capaz de nos curar.

Muitas vezes ouvimos muitas coisas de Deus, mas as vezes ficamos apenas nas teorias, é muito bom ouvirmos as coisas do Senhor, mas precisamos sair do mundo teórico e passar a viver. Nós precisamos voltar a falar de um Deus que opera no nosso meio, não somente que agiu no tempo de Moisés, mas um Deus que age hoje. Temos muito medo de proclamarmos que Deus cura, pois se Deus me curar, eu preciso testemunhar e me comprometer com Deus.

Hoje existe muitas seitas porque as pessoas vão atrás de um Deus que cura, e nós ficamos somente com um Deus da catequese. Nós precisamos testemunhar o Deus que realiza o impossível na nossa vida. Deus que usar de você, o Deus que você recebe na Eucaristia. Eu te digo pare de ocorrer atrás de pessoas, corra atrás de Deus.


A enfermidade não é da vontade de Deus, não agrada o coração do senhor nossa enfermidade. Deus nos criou para o gozo, felicidade plena na Sua presença.

Jesus veio para libertar o homem. A enfermidade não é da vontade Deus. O Senhor usa da enfermidade na nossa vida, para converter nosso coração, da nossa família. Deus usa, mas não é da Sua vontade que a enfermidade entre na nossa vida. Nós nos entregamos a essas coisas do mundo com muita facilidade, e não temos coragem de proclamar que Deus é do Deus do impossível, que Jesus veio e morreu por nós numa cruz, e que continua fazendo os milagres que fez a dois mil anos atrás.

Jesus está voltando e precisamos estar com a fé acessa, esse Deus que está voltando e está aqui ao mesmo tempo, pois Ele é Deus, Ele pode fazer isso. Esse Deus que está voltando e que já está agindo, mas precisamos ter fé.

Quando nos aproximamos de Deus, não saímos decepcionados, o problema é que não nos aproximamos de Deus, nos aproximamos de pessoas, de coisas.


“Tudo é possível para aquele que crê” (Marcos 9,23), essas palavras saíram da boca de Jesus. Eu sei que você crê no poder de Deus, muitos aqui estão acabados na doença, seja na doença física ou psíquica, Jesus quer nos curar.

O kairós (momento certo) de Deus está nos envolvendo e veremos coisas que jamais vimos, pois quando Deus age, Ele age. Deus é maior que tudo, que o seu problema físico, familiar, afetivo financeiro. Deus quer realizar uma obra completa em sua vida. Tenha fé, creia, Ele é fiel e JUSTO É O SEU AMOR.

13/11/2009

A quem procurais?


"A quem procurais?" Essa é a pergunta que Jesus fez aos soldados que vieram prendê-Lo no Monte das Oliveiras, após a Santa Ceia. Hoje essa pergunta me inquietou. É como se o próprio Senhor me perguntasse:

"A quem procurais?" E eu respondo: "A Jesus Cristo".


Muitas pessoas têm buscado uma razão de viver em inúmeros locais e, por vezes, acabam encontrando vazio, decepção e tristeza. Infelizmente, devido ao nosso imediatismo acabamos colocando “os pés pelas mãos” e procuramos as respostas para as nossas perguntas onde parece ser mais “fácil” encontrá-las, seja em seitas, falsas religiões, livros de autoajuda, “noitadas”, vícios, etc. Todo o vazio que há em nossos corações tem o tamanho da presença de Deus.

"A quem nós estamos procurando?"

Se você é frequentador de seitas ou falsas religiões, se você busca satisfazer o seu prazer ou preencher seu coração com a bebida, com a droga, o sexo, o jogo, a violência, se você tem lido livros de autoajuda ou se deparou com a síndrome do pânico, o estresse, a depressão, eu lhes apresento a única verdade que os libertará: Jesus Cristo. Quando tomamos essas atitudes descritas acima estamos, na realidade, procurando algo.


“A quem procurais?”

Infelizmente, muitos de nós temos ido à Santa Missa, ao grupo de oração, a encontros, acampamentos, e muitas vezes vamos à procura de cura, libertação, de pessoas, “artistas”, “pregadores”, e nos esquecemos de procurar Jesus! O nosso real e único motivo deve ser Jesus. É Ele quem nos traz – se assim for da vontade d'Ele e para a nossa salvação – toda cura, libertação e restauração de que precisamos.

Quando alguém tira os olhos do Senhor e os coloca nos homens, provavelmente cairá quando o seu “ídolo” cair
.

Digo isso até mesmo dentro da Igreja. Não podemos ir a um encontro por causa do pregador “fulano” ou irmos à Missa do padre “beltrano”; a quem você está procurando? Aos homens ou a Jesus? Talvez a sua cura não tenha chegado porque você tem buscado “a cura” e não quem pode dá-la a você. Esses homens, mulheres, sacerdotes que atraem multidões são pessoas de Deus, escolhidas pelo Senhor para anunciarem o Evangelho. Glória a Deus por isso! Mas o quero mostrar a você, meu irmão, é que se você buscar o Senhor Jesus, com todo o coração, na sua “pequena” paróquia, “pequeno” grupo, você terá o Senhor de tudo e que tudo pode fazer.

A você ministro do Senhor, eu digo: O que o povo quer encontrar é Jesus. Então, dê o Senhor para eles. Meu irmão, minha irmã, as perguntas são inúmeras, mas a resposta é uma só: Jesus Cristo.


Eu procuro o Senhor, O encontro e não O deixarei. E você, a quem procurais?

12/11/2009

Cristo vence e triunfa pela Eucaristia!


O Papa Sixto V fez gravar sobre o obelisco que se eleva no centro da Praça de São Pedro, em Roma, estas palavras: “Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat; ab omni malo plebem suam defendat” – “Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera; que Ele defenda seu povo de todos os males”.

Para escrever estas palavras magníficas, não foi empregado o verbo no tempo passado e sim no presente, a fim de nos mostrar que o triunfo de Jesus Cristo é sempre atual e se realiza pela Eucaristia e na Eucaristia.

Todas as vezes que Nosso Senhor toma posse de um país, nele implanta a sua régia tenda eucarística (cf. Mateus 17,4). A ereção de um tabernáculo constitui a sua tomada de posse. Ainda hoje Ele se dirige para as nações selvagens, e, em toda a parte em que a Eucaristia penetra, os povos se convertem ao cristianismo. Aí está o segredo do triunfo de nossos missionários católicos. É Jesus que combate, e por isto triunfa.

“Cristo vincit” – CRISTO É VENCEDOR!

NOSSO Senhor combateu, e triunfou no campo de batalha, nele hasteou a sua bandeira, sua tenda, a Hóstia Santa, o Tabernáculo eucarístico; vencendo o povo judeu e o seu templo, estabeleceu um tabernáculo sobre o Calvário, onde todas as nações O adoram sob as empecíeis sacramentais; vencendo o paganismo, escolheu Roma, a cidade dos Césares, para a sua capital, erigiu seu Tabernáculo no templo de Júpiter Tonante.

Nosso Senhor triunfou da ciência vã do século, e diante da Divina Eucaristia se elevando sobre o mundo e, lançando os seus raios sobre a terra, as trevas se dissiparam, quais sombras da noite ao despontar do sol. Os ídolos foram derrubados e os sacrifícios abolidos.

Jesus - Eucaristia é um conquistador que não se detém; quer submeter o universo ao seu doce império.

Jesus Cristo é o fim de todo o homem, e Ele quer homenagem universal de toda a sua pessoa, a fim de glorificar nEle mesmo, o homem todo inteiro.

Tudo, portanto, no adorador, deve servir a Jesus Cristo: o espírito, o coração, à vontade, os sentidos.

Não é sobre os paises e grandes impérios que Cristo quer vencer, mas sobre as almas, sobre os nossos corações, e nossas vidas, e vence pela Eucaristia. Jesus-Eucaristia vence na minha vida, em tudo aquilo que eu tenho sido vencido, derrotado na verdade, o pecado, os meus sentidos desordenados, os ídolos que deixei se levantar em minha vida, enfim vence Jesus em toda a minha historia e tudo que eu tenho passado e finca no território do meu coração a bandeira da Eucaristia. Amém

Graças e louvores se dêem a todo o momento ao Santíssimo e Divinissimo Sacramento!

11/11/2009

Você lê e entende a Palavra de Deus? Conheça alguns segredos para uma boa leitura

A Bíblia é um conjunto de livros que faz parte da vida dos cristãos. Muitos podem até não ter hábito diário de lê-la, mas costumam, assim mesmo, ter um exemplar em casa. Mas qual a melhor maneira de ler a Palavra de Deus e por onde devemos começar esta leitura? Para responder essas e outras dúvidas, o cancaonova.com conversou com Denis Duarte, especialista em Bíblia e Cientista da Religião.




cancaonova.com: Por onde começar a ler a Bíblia?


Denis Duarte: Para começar a ler a Palavra de Deus eu indico que a pessoa assuma um roteiro para ela. São vários os roteiros que nós temos disponíveis. Por exemplo, 'A Bíblia no meu dia-a-dia', do monsenhor Jonas Abib; temos também 'A luz para os meus passos', da Comunidade Shalom; 'Curso Bíblico', da Mater Ecclesiae e a 'Lectio Divina.' Enfim, a ideia é que a pessoa comece por um roteiro que indique, como um mapa, de onde ela vai sair e aonde vai chegar. Isso ajuda a saber por qual livro começar e, ao mesmo tempo, esse roteiro não vai deixá-la desanimar no meio do caminho. Algumas pessoas fazem a opção de ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse. Particularmente, eu acho a maneira mais difícil, mas também tenho de dizer que dá certo para alguns. O segredo é conhecer os roteiros existentes e assumir para si o que melhor se adequa à sua realidade.

cancaonova.com: Por que, muitas vezes, temos dificuldade de ler e entender textos bíblicos, principalmente os do Antigo Testamento?

Denis Duarte: Nós temos de entender que os textos bíblicos foram escritos há milhares de anos. Se pensarmos em Novo Testamento já é uma média de dois mil anos atrás; já o Antigo Testamento, muito mais que isso. Essa distância temporal gera uma distância cultural e linguística, porque estamos falando de uma outra cultura, de um outro mundo e, consequentemente, de uma outra língua muito antiga. Então, é difícil entendermos a cabeça do autor de determinados textos, pois ele usou o aparato que tinha na época e de acordo com o mundo dele. E nós trazemos, de imediato, esse texto para o nosso mundo, por isso, às vezes, essa dificuldade de entendimento.


cancaonova.com: Qual Bíblia devemos utilizar?

Denis Duarte:
A Bíblia segue o mesmo esquema do roteiro. Há várias traduções hoje de Bíblias, mas a primeira coisa que eu indico para os católicos é que façam uso de uma que tenha "imprimatur", uma autorização da Igreja, de um bispo ou da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)para que aquela Bíblia publicada esteja de acordo com a doutrina católica. Dentre as várias opções de Bíblias católicas que temos, a pessoa tem de conhecer um pouco de cada uma e encontrar uma que vá de acordo com a sua capacidade de leitura, porque algumas traduções usam palavras mais simples, outras um pouco mais elaboradas. Ao mesmo tempo, a pessoa tem que descobrir a necessidade dela com a Bíblia, ou seja, é para um estudo mais aprimorado ou para uma leitura diária?

cancaonova.com:
Qual a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante?

Denis Duarte
:
A diferença básica é de cânon. Alguns livros que nós consideramos canônicos – e os temos em nossa Bíblia–, o Protestantismo não faz uso deles, ou seja, são livros que não existem nas Bíblias protestantes. Essa é a diferença básica. Mas eu costumo dizer que nós católicos devemos usar Bíblias católicas, e os protestantes usarem Bíblias protestantes. Não é uma questão de preconceito com o Protestantismo, de forma alguma; é uma questão de coerência com a fé professada, porque, além da diferença de cânon, existe também todo um aparato para se entender esses livros bíblicos. Lembra que nós falamos aqui da diferença de tempo e da distância cultural? Então, as Bíblias nos dão uma série de aparatos para que nós entendamos melhor estes textos, escritos há milhares de anos, os quais estão de acordo com a doutrina da Igreja que os redigiu, ou melhor, que os traduziu.

cancaonova.com: Quais dicas você daria para nos auxiliar no entendimento bíblico?

Denis Duarte: Eu costumo dizer que, se está na Bíblia, independentemente de ser um texto bíblico ou não, é fundamental que entendamos o que está escrito lá. As notas de rodapé, os mapas, as introduções das Sagradas Escrituras e uma série de outras informações para as quais, muitas vezes, nós não damos valor, mas que estão lá. Se a pessoa pegar a Bíblia dela, nesses trechos, e folhear nas páginas iniciais ou nas páginas finais ela vai encontrar uma série de informações, além dessas que eu disse e que estão lá justamente para auxiliar no entendimento desses textos escritos há milhões de anos. Por isso, a Igreja, sabiamente, coloca esse aparato para nos auxiliar no entendimento deles.

"Jamais faça uma leitura bíblica fora de contexto"
Foto: Robson Siqueira


cancaonova.com: O que encontramos sobre a Bíblia na internet é seguro?

Denis Duarte: Essa é uma questão delicada, porque existe muita coisa sobre a Bíblia na internet. Para nós católicos eu quero indicar o site do Vaticano (vaticano.va) e o da CNBB (cnbb.org.br). Nesses sites podemos encontrar documentos e uma série de outras coisas relacionadas ao mundo bíblico. Existem também outros sites e blogs, mas é preciso conferir primeiro a procedência deles. Eu ainda não encontrei um estudo bíblico católico com qualidade e que esteja de acordo com a doutrina, grátis na internet.

cancaonova.com: Qualquer pessoa consegue entender a Sagrada Escritura?

Denis Duarte: Sim. Não precisa se assustar quando digo que há uma certa dificuldade para ler o texto bíblico. Na teoria do texto, lemos e aprendemos que temos uma capacidade de leitura, somos leitores capacitados. Alguns num determinado grau, outros em outro grau; mas os textos bíblicos e as traduções nos ajudam para que qualquer pessoa consiga ler e usufruir da leitura, que é o principal, não apenas entendê-la intelectualmente. Mas usufruir num sentido de permitir que a Palavra de Deus também nos interprete.

cancaonova.com: Tudo o que está escrito nela deve ser levado ao "ao pé da letra"?

Denis Duarte: Não. Não no seguinte sentido: existe uma regra de ouro na literatura: jamais faça uma leitura fora de contexto. Se você pegar um trechinho bíblico e aplicá-lo imediatamente é muito perigoso; é a chamada leitura fundamentalista da Bíblia; e isso não é aconselhável. É muito arriscado. A Igreja nos ensina a fazer as etapas do entendimento bíblico, que são um estudo mais cuidadoso, uma leitura um pouco mais aprimorada. Ou seja, não se deve fazer uma leitura apressada do texto bíblico. No segundo momento, as conclusões tiradas dessa leitura devem ser passadas pelo filtro da doutrina católica, que vai atualizar o entendimento desse texto antigo e nos ensinar a aplicá-lo, da melhor forma, na nossa vida. Aí, sim, fazer a terceira parte, que é a melhor de todas, aplicar aquilo que eu aprendi com a Palavra de Deus na minha própria vida.



cancaonova.com:
Muito se fala também sobre a simbologia dos números bíblicos. Qual o significado deles?


Denis Duarte: Na Bíblia existem muitas coisas simbólicas, não só os números. Por isso tem que haver um discernimento para fazer a leitura desses números. A curiosidade dos números é que, em alguns momentos, eles não refletem simplesmente uma grandeza numérica, um determinada quantidade, mas podem ser símbolos abrindo-nos um novo entendimento. Nós temos, por exemplo, o número quatro: ele e os seus múltiplos de dez representam, muitas vezes, provação. Se olharmos quantos dias Jesus passou no deserto: 40 dias. Quantos anos o povo de Deus passou caminhando no deserto: 40 anos. E assim há alguns outros exemplos do número quatro. Isso nos mostra que nessa cultura, nesse mundo bíblico, o número tem também determinado significado e, por isso, repito: há a importância de uma leitura mais elaborada, usando desse aparato que a Bíblia nos oferece para entendermos, muitas vezes, essa simbologia e não fazermos uma leitura fundamentalista.

cancaonova.com: Você tem o site: denisduarte.com e recebe muitos comentários. Quais são as principais dúvidas que surgem?

Denis Duarte: Eu tenho o site que é um espaço aberto para conversar com as pessoas sobre a Sagrada Escritura. De fato, são muitas as questões, as mais inusitadas possíveis. Muita coisa, claro, é sobre o conteúdo bíblico, mas há outras bem inusitadas. Isso não só no site, pois, às vezes, eu vou a algumas cidades ministrar cursos bíblicos e ouço muitas coisas interessantes. Por exemplo, existem pessoas que acreditam que se alguém ler a Bíblia toda ficará doido. Uma pessoa disse acreditar que se lesse o Apocalipse do início ao fim que alguém na família iria morrer. Uma outra pessoa me perguntou: "Denis, se alguém ler o Apocalipse inteiro pensando na sogra dele, o que vai acontecer com ela?" Eu disse a ele: "Meu filho, ela não vai morrer, não vai acontecer nada, não". Essas são lendas que a gente encontra por aí e a ideia dos cursos e do conteúdo do site é justamente ensinar que não existe nada disso e que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus e podemos lê-la tranquilamente.



cancaonova.com:
Por que as pessoas costumam ter tanto medo do livro do Apocalipse?


Denis Duarte: Acredito que por dois motivos. O primeiro por não entenderem que a literatura apocalíptica é um gênero literário, ou seja, uma maneira de se escrever um texto cheio de figuras, imagens e símbolos. É uma linguagem, um tipo de texto com o qual nós não estamos acostumados. Então, nós vemos lá feras, bestas, bichos... uma confusão de figuras e quando tentamos visualizar essas imagens isso nos assusta. E, por conta disso, a mensagem que, muitas vezes, é transmitida por algumas pessoas, a partir desses textos, é de medo, de desespero. Mas é justamente o contrário; é preciso entender um pouco mais a literatura apocalíptica, para percebermos a mensagem de esperança que existe nesses livros. O Apocalipse é um livro de esperança, de quem tem esperança num mundo novo que virá, de uma terra nova, com céus novos, a esperança no Cristo que, de fato, reina sobre a terra.