17/08/2009

FALSAS DOUTRINAS: ADVENTISTAS DO 7º DIA


Os adventistas se tornaram bastante conhecidos entre nós pelos seus hospitais e seus programas radiofônicos intitulados "A voz da Profecia". Vejamos a sua origem e mensagem.

O fundador da denominação adventista é William Miller (1782-1849), camponês nascido de pais piedosos batistas. Em 1816, comparando os textos sagrados entre si, chegou à conclusão de que a segunda vinda de Cristo se daria em 1843. Com efeito, os 2300 dias mencionados em Dn 8,5-11 deveriam ser tidos como anos, que ele começava a contar a partir do retorno de. Esdras a Jerusalém, ou seja, a partir de 457 a.C. Donde 2300 - 457 = 1843. O fim do mundo, portanto, haveria de se dar, precisamente, entre 21/3/1843 e 21/3/1844; nesse período de tempo, Cristo reapareceria sobre a terra e reinaria com os santos pelo espaço de mil anos, durante os quais se daria a exaltação dos bons e a condenação dos maus, como parecia sugerido por Ap 20,6s.

Em 1842-1843 Miller realizou 120 assembléias nos campos, com a parti¬cipação global de 1500 ouvintes. A comunidade batista o excomungou. Miller tinha cinco mil discípulos em 22/10/1843.

Na verdade, porém, o prazo previsto passou sem novidade alguma... Então, o discípulo de Miller, S.S. Snow, refez o cálculo, alegando que o ano hebreu não correspondia ao ano cristão; por conseguinte, o termo exato da segunda vinda do Senhor seria o dia 22/10/1844. Foi por esta ocasião que os seguidores de Miller tomaram o nome de "adventistas". Todavia, também esta nova data decorreu sem alteração da história, e o entusiasmo de muitos discípulos se arrefeceu.

Surgiu então a figura ardorosa da sra. Ellen Gould White. Era metodista, quando aderiu à pregação de Miller e esperou a vinda de Cristo em 1844. Ellen dizia ter revelações que ela assim explicava: em 1844 se deu realmente algo de novo, não na terra, mas no céu. O santuário de que fala Dn 8,14 é o santuário celeste, do qual trata também Hb 9,11s; Jesus, naquele ano, entrou no "Santo dos santos" do céu. A sra. White dizia tê-lo visto com seus próprios olhos: podia atestar que, a partir de 22/40/1844, Jesus Cristo estava a examinar os homens defuntos, aprovando ou reprovando cada um deles. Quando essa obra gigantesca acabasse, os vivos passariam por semelhante julgamento, e o fim do mundo estaria próximo.

A tese, assim proposta pela "vidente", conseguiu convencer muita gente. Depois que Miller morreu (1848), tornou-se Ellen White a grande mestra do adventismo. Outra tese que a profetisa incutiu aos adventistas foi a da observância do sábado... Entre 1840 e 1844, alguns grupos batistas passaram a observar o sábado em lugar do domingo.

Os adventistas do sétimo dia (sabatistas) exigem a fé não somente nas Escrituras, mas também no espírito de profecia de Ellen Gould White. Eis a pergunta decisiva feita a todo candidato: "Aceita o espírito de profecia tal como se manifestou no seio da Igreja escatológica pelo ministério e os escritos de E. G. White?"

Impunha-se também aos novos crentes a abstinência de fumo e álcool, sob pena de excomunhão da Vida Eterna. A Ceia do Senhor era celebrada com suco de uva, sem álcool. Este rigorismo contribuiu para que os adventistas do sétimo dia se tornassem uma comunidade de elite, exigente e fanática, à semelhança das seitas.

À medida que os adventistas foram se organizando, as cisões se multiplicavam em seu âmbito, originando ramos diversos: adventistas evangélicos, cristãos adventistas, a Igreja de Deus, a União da Vida e do Advento, os adventistas da era vindoura...


Traços doutrinários



Os adventistas acreditam em Deus uno e trino. Aceitam Jesus como Deus e homem (à diferença das testemunhas de Jeová).


O homem é por si mortal. Mas a morte física não é senão um sono das almas. Os mortos, inconscientes como estão, ignoram por completo o que ocorre na terra. Todos os defuntos, bons e maus, permanecerão em seus túmulos até a ressurreição Os santos receberão o dom da imortalidade quando Cristo voltar, ao passo que os ímpios serão aniquilados.

O batismo é conferido, por imersão, somente aos adultos. É símbolo da conversão realizada anteriormente; não é meio eficaz de santificação.

Os adventistas do sétimo dia promovem campanhas em favor da higiene e da saúde do corpo. Chegam a distribuir livros de dietética e revistas de arte culinária ou de higiene. Tais impressos, às vezes, precedem os livros religio¬sos que os adventistas oferecem; servem, portanto, para abrir caminho ao proselitismo adventista. São banidos a carne de porco, o álcool, o café, o chá, os produtos excitantes, os narcóticos; o regime vegetariano é fortemente recomendado. O adventista que não se conforma com essas normas é excluído da comunidade; dizem-lhe que não poderá obter a Vida Eterna.

Em Síntese: a propaganda adventista é muito marcada por preceitos de higiene e pela notícia insistente de que o fim do mundo está próximo.


Uma avaliação



O adventismo pretende basear suas doutrinas sobre as Escrituras Sagradas, dando, porém, certa ênfase a proposições do Antigo Testamento, proposições estas que o cristianismo elucidou e reformulou.



Tenhamos em vista os seguintes pontos:



1) A tese de que as almas adormecem, pela morte, e se tornam inconscientes na outra vida, equivale à crença judia no cheol, região subterrânea onde se encontrariam inconscientes os bons e os maus (cf. Sl 87,11-13; Is 38,18s...). O Novo Testamento, ao contrário, ensina que, logo após a morte, o homem entra na sua sorte definitiva; os bons verão a Deus face a face (cf. FI 1,21-23; 2Cor 5,6-10; 1Jo 3,1-3... ).


2) O cálculo adventista da data do fim do mundo (1844) se apóia em interpretações fantasistas cio Livro de Daniel... Cristo não precisa de 151 anos para fazer o discernimento dos bons e dos maus (estamos em 1995!). O mundo pode durar ainda muitos séculos. O próprio Jesus se recusou a revelar aos apóstolos a data do Juízo Final; apenas quis incutir nos homens vigilância, a fim de que possam, a qualquer momento, receber o Juiz de toda a humanidade (cf. Mt 25,2;24,42.44; Mc 13,32). Por conseguinte, não é de se crer que a data do Juízo Final possa ser deduzida das Escrituras.

3) A crença num reinado milenar de Cristo sobre a terra tem suas raízes na literatura apocalíptica judaica, tendo sido professada por alguns escritores cristãos Mas, sem demora, a Igreja Católica a abandonou, consciente de que não corresponde à pregação de Cristo. Com efeito, o texto de Ap 20,6s, que faz alusão a esse reino milenar, há de ser lido sob a luz de Jo 5,25-29 (São João é o autor tanto do quarto Evangelho como do Apocalipse). Ora, naquela passagem do Evangelho, Jesus fala de duas ressurreições (cf vv. 25 e 28-29): a primeira se dá imediatamente (“já veio...”); a segunda é futura. Essas duas ressurreições correspondem à ressurreição primeira e à ressurreição segunda de Ap 20,5-7.

Significam a passagem da morte para a vida que se dá pelo batismo e pela graça santificante (ressurreição primeira) e a que ocorrerá no fim dos tempos, quando os corpos ressuscitarão, para que o homem - em corpo e alma possua a sua sorte eterna(ressurreição segunda). Entre uma e outra ressurreição, existe um intervalo de mil anos, conforme Ap 20,5-7... O número mil, aqui, designa bonança, vida... E com razão, pois viver em graça é viver desde já a Vida Eterna é, pois, viver mil anos (segundo o simbolismo dos antigos).

4) Quanto á observação do sábado, notemos: a palavra hebraica "shabbath” significa sete e repouso, de incido que qualquer sétimo dia (na seqüência dos dias do ano) consagrado ao repouso é sábado. Os cristãos deslocaram, de um dia, a observância do repouso ou do Sétimo dia, porque foi no dia posterior ao sábado - ou no domingo - que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos, apresentando ao mundo a nova criatura. Observemos que esse deslocamento se deve aos próprios apóstolos, como atestam 1 Cor 16,2; At 20,7 e Ap 1,40. O próprio Deus, colocando a ressurreição de Cristo no dia seguinte ao sábado, deu a entender que o dia do Senhor, por excelência, ou o sábado dos cristãos, deveria ser deslocado de um dia.

5) A proibição de certos alimentos também é vestígio do Antigo Testamento, ultrapassado pelos textos do Novo Testamento. Estes recomendam sobriedade e mortificação, mas já não proíbem os alimentos que a Lei de Moisés, por motivos de higiene e de pureza ritual, prescrevia. Diz, por exemplo, o Senhor Jesus: "Não percebeis que tudo quanto entra de fora no homem não o pode tornar impuro, porque não penetra no coração...?" (Mc 7,18s). São Paulo, por sua vez, escreve: "Alguns impostores proíbem o uso de alimentos que o Senhor criou paia que, com ação de graças, participem deles os fiéis e aqueles que conhecem a verdade. porque tudo o que Deus criou é bom e não é para desprezar, contanto que se tome com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração” (1Tm 4,2-5).


Vemos, pois, quanto os adventistas estão longe de representar o autêntico cristianismo!

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