09/03/2018

Levante a cabeça porque o tempo pode estar a seu favor!

O tempo de hoje não é o mesmo de ontem

Não é fácil contar com o tempo, tendo em vista que ele é constante e não podemos pará-lo, tampouco podemos dominá-lo. O tempo de hoje não é o mesmo de ontem, e também, não é o mesmo desde que você começou a ler este artigo, já não é o mesmo de agora, assim como este, não será o mesmo quando você terminar de o ler.

Se fôssemos encontrar um significado para definir o que é o tempo ou fazermos uma reflexão filosófica, penso que, perderíamos muitas horas, então, quero falar da importância de se aproveitar o tempo, que é o agora que Deus nos dá.

Em muitas situações de nossas vidas, principalmente aquelas mais difíceis, a palavra tempo surge como inimiga, justamente porque, diante de um problema queremos logo o ver solucionado, queremos que esta ou aquela situação sejam logo sanadas, e que a dor passe o mais rápido possível.


Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

Deus, porém, que está fora do “nosso tempo” e vê além, apresenta-me o tempo como meu amigo, aquele que gera em mim a esperança.

Cronologicamente, nossa vida está dividida em passado, presente e futuro. O passado não se pode mudar, por mais difícil que seja, como dizia Heráclito: “Não se pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”, ou seja, as águas nas quais você se banhou ontem, não são as mesmas de hoje, e não serão as de amanhã. “Tudo flui”. Portanto, não vale a pena parar no que passou e ficar se lamentando pelo que já foi levado pela “correnteza” da vida.

Levante a cabeça porque o tempo pode estar a seu favor, mas isso, se você decidir agora vivê-lo de uma forma nova, diferente da qual você vinha vivendo.
Deus nos dá o presente e só temos o agora para viver

Podemos comparar o tempo com o trabalho no campo. O belo da árvore, que virá, depende do bom plantio e do tempo gasto com a preparação da terra. Deus faz a Sua parte, dá a luz, o calor e a água, para que a semente floresça. Tudo o que é semeado com carinho e com amor no presente, Deus o abençoa e será bem colhido no futuro: “O que o homem semeia, isto mesmo colherá” (Gl 6, 7b).

Vejo, também, o tempo como o caderno e a caneta, os quais são colocados em nossas mãos por Deus. Cada momento é uma linha, cada dia uma página, mas esta está em branco, porque nós é que deveremos escrever nela, e somos nós também que decidiremos o que queremos ou não colocar na folha. Precisamos colocar na página de hoje uma história mais bela do que a de ontem e, isso, gera em nós a esperança e a confiança de escrevermos melhor a página de amanhã.

O que você está semeando no hoje que Deus lhe dá? O que você está escrevendo agora no livro da sua vida?

Nós fazemos a nossa história no tempo, decidimos o que queremos escrever agora, Deus entra com a graça, com seu Espírito Santo (“luz, calor e água” de que necessitamos para crescer). Por isso, é preciso ser amigo do tempo, nossas vidas não são uma corrida contra ele, mas é antes de tudo, o Kairós e que precisa ser vivido na plenitude.

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Só vale a pena viver se cada momento for vivido como o único momento

As belas paisagens da natureza precisam ser apreciadas como se fosse a última vez que nós a contemplaríamos. As pessoas, que você ama, precisam ser amadas como se nunca mais fosse vê-las. Dizer eu “te amo!” para seu pai, sua mãe, seu esposo, sua esposa, seus filhos ou seus amigos, precisa ser dito agora, porque amanhã pode ser tarde. Da mesma forma, é preciso estarmos na graça de Deus agora, como se fôssemos contemplá-Lo face a face, na eternidade, agora. O tempo de Deus é o presente e ele é um presente de Deus. Não reclame da demora do tempo, viva-o agora.

São Paulo nos diz: “Sabeis em que momento estamos: já é hora de despertardes do sono. Agora, a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé” (Rm 13, 11).

Vivo em minha vida esta experiência de contar com o tempo, a resposta para a minha situação está escondida nele, mas não espero de braços cruzados, provo minha paciência no ciclo das horas e com ela cresce a minha esperança.

Escrevo hoje uma nova página na minha vida, porque o tempo o permite, não sei amanhã, só sei que não posso “dormir”, porque agora estou mais próximo da salvação do que ontem, mas não tão perto quanto amanhã.

Aproveite o seu agora, escreva uma nova página da sua vida hoje, deixe passar o que passa, ele é seu amigo e está a seu favor.

Uma observação: Você já não é o mesmo agora, desde quando começou a ler este artigo.

Deus abençoe a sua escrita!



Autor: Daniel Machado

08/03/2018

A mulher como educadora de paz

Na semana do Dia Internacional da Mulher, sacerdote destaca sua importância

Padre Antonio Aparecido Alves*
Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta quinta-feira, 08/ Foto: Arquivo Canção Nova










Comemoramos nesta semana o Dia Internacional da Mulher, lembrando as operárias mártires carbonizadas dentro da fábrica no ano de 1857, em Nova York, quando reivindicavam seus direitos. Desde então vem o empenho pelo reconhecimento da dignidade da mulher e de seu papel na sociedade. No espírito da Campanha da Fraternidade deste ano, que nos conclama à superação da violência, cabe um destaque especial ao papel da mulher como educadora de paz. O Texto-base ressalta em seus objetivos específicos dois ambientes de educação para a paz nos quais a presença da mulher é particularmente importante: a escola e a família, especialmente nos primeiros anos das crianças.

As mulheres e a Paz

As mulheres amam a paz mais do que os homens, pois na história do movimento pacifista a presença das mulheres foi sempre marcante. Enquanto os homens constroem armamentos sofisticados e desenvolvem tecnologia para matar com precisão, as mulheres defendem a vida de seus filhos e do planeta. Ademais, as mulheres têm uma relação diferente com o sangue, por causa de seus ciclos menstruais, pois enquanto na lógica masculina sangue é sinal de violência, para elas ele está ligado à questão da vida.
A importância das mulheres para a causa da Paz foi reconhecida pela Organização da Nações Unidas. Em sua Conferência sobre a Mulher (Pequim, 1995) reconheceu-se que “nos períodos de conflito armado e de colapso da comunidade, o papel da mulher é essencial. Elas continuamente trabalham para manter a ordem social no meio de um conflito armado ou de outra espécie. As mulheres têm uma contribuição importante, mas frequentemente desconhecida, como educadoras da paz, na família e na sociedade”.
Este aspecto foi sublinhado por São João Paulo II por primeiro na Mensagem para o Dia Mundial da Paz (01/01/1995), exatamente em preparação para esta Conferência da ONU que ocorreria em Pequim. Disse o Papa: “Nesta perspectiva, desejo dirigir a Mensagem para o Dia Mundial da Paz sobretudo às mulheres, pedindo a elas de se fazerem educadoras para a paz com todo o seu ser e com todo o seu operar” (nº2). O Pontífice sublinha, ainda, que as mulheres devem cultivar a paz em si mesmas, para serem educadoras de paz e isso vem de uma consciência da própria dignidade (n.º 4 e5). Ele reconhece, no entanto, que “muitas mulheres, especialmente por causa de condicionamentos sociais e culturais, não atingem uma plena consciência de sua dignidade”. Em outras palavras, muitas já introjetaram a estrutura masculina patriarcal e competitiva da sociedade, da qual são reprodutoras.

A presença especial da mãe

A mãe desenvolve uma missão única com relação à paz. “Como é possível que uma mãe ensine à própria filha que vale tanto quanto o seu irmão, quando ela mesma não acredita nisto e pensa ser inferior ao marido? Como é possível ensinar à filha levantar-se e exigir seus direitos, a adquirir uma própria identidade e força para mudar o mundo, quando ela própria é de tal maneira oprimida a ponto de não imaginar uma possibilidade de solução? E como é possível que eduque o próprio filho segundo um modelo não competitivo, quando está convencida de que é necessário adestrá-lo a tornar-se vencedor? Como é possível que deixe o filho levar-se por momentos de fraqueza, de choro, de sentimentos e emoções, quando ela acredita que os homens devem ser fortes e duros?”, se pergunta a norueguesa Birgit Brock-Utne. Em seu livro La pace è donna (A paz é mulher) ela apresenta a tipologia da “mãe Viking” que educa os filhos para serem audazes, agressivos e capazes de suportar a adversidade e a dor sem chorar. A filosofia educativa deste tipo de mãe está ainda presente em muitas mães, que ensinam seus filhos a reagir e a bater, bem como naquelas que dizem aos seus meninos que “homem não chora e não sente dor”. É preciso, portanto, reconhecer a importância das mulheres na educação para a paz, porém, desde que elas se libertem dos condicionamentos culturais e sociais que fazem delas pessoas submissas.

28/01/2018

Razões para entender a indissolubilidade do matrimônio

Há muitas razões para entender a indissolubilidade do matrimônio

Jesus deixou bem claro que o casamento é uma realidade para toda a vida. Os fariseus perguntaram a Ele sobre o que Moisés tinha determinado, isto é, a possibilidade do divórcio: “É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?” (Mt 19,3).

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O Senhor lhes deu uma resposta enfática: “Não lestes que o Criador, no princípio, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”. Jesus deixou claro: “Por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no princípio não foi assim”. E, por isso, Ele disse: “Eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério” (Mt 19,3-10).

Jesus enfatizou que “no princípio não era assim”, ou seja, no coração de Deus, quando Ele criou o homem e a mulher, estabeleceu o casamento para sempre. “Sereis uma só carne” (Gen 2,23). Carne na Bíblia quer dizer natureza humana.

Há muitas razões para entender a indissolubilidade do matrimônio. São Paulo compara o casamento com a união de Cristo com Sua Esposa, a Igreja. “Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25). Ora, então o casamento é sinal da união eterna de Jesus com a Igreja, e de maneira indissolúvel. Ele não se separa da Igreja nem a Igreja d’Ele. O Senhor derramou Seu Sangue por amor à Igreja, e Seus mártires fizeram o mesmo por amor a Ele.

A marca do verdadeiro amor é a indissolubilidade, pois amar é decidir fazer o outro feliz sempre. Isso não tem limite de tempo. Um amor provisório não é amor. Amar é comprometer-se com a felicidade do outro para sempre: na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-o e respeitando-o todos os dias da sua vida.

O casamento é a base da família, e esta é a base da sociedade. Se o casamento se dissolver, a família se dissolverá e a sociedade perecerá. O Papa João Paulo II usou palavras muito fortes para explicar isso. Ele disse que “a família é insubstituível”, que ela é “o santuário da vida”, um “patrimônio da humanidade”. Ela é a “Igreja doméstica”. Da importância da família se entende a importância da indissolubilidade matrimonial.

O casamento faz surgir uma prole: filhos, netos, bisnetos… É desta união permanente que surge a beleza de uma família, berço da vida. É triste quando se quebra o vínculo da unidade pela separação do casal. Por isso, é necessário que os casamentos sejam bem preparados, de modo que não haja casamentos que mais tarde um Tribunal da Igreja possa declarar que foi nulo. E, infelizmente, isso tem acontecido muito, porque falta uma boa preparação para os casamentos. Muitos se casam sem maturidade, sem saber profundamente o que significa “amar”, dar a vida pelo outro e pela família.

Há casamentos que duram 50, 60, 65 anos… Uma vez li essa história:

“Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando esse se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.

O mestre disse que respeitava a opinião deles, mas lhes contou a seguinte história: “Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã, minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete. Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção: “Meus filhos, foram 55 bons anos. Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem ideia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo“. Ele fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou: “Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal e perdoamos nossos erros. Filhos, agora ela se foi, eu estou contente. E vocês sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim e não teve de viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim”.

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolou dizendo: “Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa”.

Esse foi um bom dia. E, por fim, o professor concluiu: “Naquele dia, entendi o que é o verdadeiro amor. Ele está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas”.

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar, pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia a dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe.” “A paciência pode ser amarga, mas seus frutos são doces.”


Autor: Prof. Felipe Aquino

27/01/2018

Devemos ter coragem de sair da zona de conforto e progredir

Não fique no plano das promessas tenha coragem de progredir

Entra ano e sai ano e as promessas se tornam grandes e muitas vezes irreais. Projetos são idealizados e não concretizados. E a frustração e o desânimo tornam-se companheiros cada vez mais frequentes.
Que tal iniciar o ano de uma forma diferente? O que você deseja fazer neste ano que não fez? Pense em algo.
Devemos ter coragem de sair da zona de conforto e progredir
Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com
Agora, pense no que você precisa fazer para que esse projeto se realize, e não fique apenas no papel. Pensou? Aqui é preciso gastar neurônio. Traçar um caminho real e não imaginário, do que eu preciso fazer para alcançar meu objetivo. Por exemplo. Quero trocar de carro: para trocar de carro eu preciso saber o valor do meu atual e o valor do carro que eu desejo comprar. Depois de saber o valor da diferença, é necessário saber onde poupar. Onde poderia diminuir a minha despesa? Nos gastos com refeição e saídas noturnas aos finais de semana? Com aquele lanche que compro todos os dias quando saio do trabalho, ao passar naquela padaria maravilhosa? Na conta do celular? Seja real, verdadeiro e prático. Desse valor que poderá ser poupado, onde será bem aplicado para a troca do carro? Talvez um consórcio. Tudo isto poderá ser realizado ao longo do ano de 2018, até que a troca seja feita. Ótimo! Já temos um planejamento anual. No entanto, existe um erro nisso tudo. Afinal de contas, muitos brasileiros já fazem isso e, todo o planejamento não sai do papel. E ao chegar ao final do ano, permanece com o mesmo carro, frustrado e sem dinheiro.

O segredo está no hoje!

Todo esse planejamento está projetado para um futuro. Que pode chegar ou não. E o problema do futuro é que não vivo ele. E quando vivo, corro o grande risco de desenvolver um transtorno de ansiedade. Então, o que desse planejamento eu posso realizar hoje? Se desejo vender, é preciso anunciar a venda. Tirar foto do carro, anunciar na internet, colocar uma placa de “vende-se”! Tudo isso eu posso fazer AGORA! Ficar apenas no projeto, não impulsionará ninguém chegar a lugar algum. É preciso saber onde quero chegar, como chegar, mas acima de tudo, dar a partida. Sair do lugar, dar o primeiro passo! A sua mente só saberá que você quer chegar a algum lugar, quando já estiver no caminho.
Vamos pensar naquela pessoa que deseja muito, ao final do próximo ano, participar da corrida de São Silvestre ou de alguma meia maratona que acontece nas grandes capitais. Se ela desejar e planejar tudo o que precisa fazer, como: mudar a alimentação, dedicar um tempo do seu dia para fortalecer a musculatura na academia e ir para a rua correr; se essa pessoa planejar mas não iniciar esse processo, então, chegará ao final do ano e ela não terá condições físicas para participar da corrida. Tudo ficará apenas no desejo e no pensamento.

Planeje, mas execute

Por isso, não adianta planejar e não executar. E o executar precisa ser agora, no calor da motivação, da criatividade!
Outro ponto determinante é sobreviver no percurso da execução do projeto. Sair da zona de conforto é desgastante, instável e inseguro. Por esses motivos, muitas vezes desistimos no meio do caminho. Pois o meio do caminho é este lugar em transição, que não é mais de onde eu estava, mas também, não é onde eu desejo chegar. Essa transição gera a angústia da instabilidade, do não saber se vai dar certo, “se eu vou conseguir”. No entanto, se eu ficar preso a emoção da angústia e insegurança, provavelmente ficarei vulnerável as situações externas e assim desistirei. Se seu projeto é bom; real; possível de se realizar; não fique preso às emoções próprias da fase de transição. Tenha coragem de dar o primeiro passo! De sair do ponto de partida e perseverar na transição.
Não deixe para ir à academia amanhã; fazer dieta na segunda; poupar dinheiro no próximo mês, amar seus filhos, pais, amigos e esposo (a) amanhã. Viva o hoje! É isso que você tem – o hoje; preciso sonhar e planejar o amanhã, mas se não colocar em prática hoje, tudo ficará sempre no “amanhã”. Inicie e persevere!

Autora: Aline Rodrigues

26/01/2018

Ler a Bíblia entendendo que tudo converge para Jesus

É preciso ler a Bíblia, entendendo que tudo converge para Jesus

Bíblia é palavra inspirada, é Deus que revela-se aos homens; em contrapartida, uma exigência para ler a Bíblia é a fé de quem a lê. É preciso a adesão da fé, para que essa palavra produza frutos na vida de quem se debruça sobre a Palavra de Deus e acredita na ação divina. E para que essa  exista, é preciso contar com o auxílio do Espírito Santo, que nos direciona a Deus, e nos dá o entendimento necessário para aceitar e crer na Revelação.
Já nos ensinou São Jerônimo: “Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”. Não podemos ignorar Jesus. Temos de contar com o Espírito Santo, que nos conduz na leitura da Sagrada Escritura e nos põe no caminho do Cristo. Ler e acreditar na Sagrada Escritura é caminhar com o Senhor, é ouvir o Seu convite: “Vem e segue-me!”
Ler a Bíblia entendendo que tudo converge para Jesus
Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

A importância dos Evangelhos

Daí a importância de lermos a Sagrada Escritura, em especial os Evangelhos. Toda a Bíblia é revelação de Deus. O Antigo e o Novo Testamento possuem a mesma importância, mas, os Evangelhos têm um lugar de excelência, pois ali se encontra a vida de Jesus, e todos os outros livros se convergem para o centro, que é Cristo.
Orienta-nos a Dei Verbum, Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina: Ninguém ignora que, entre todas as Escrituras, mesmo do Novo Testamento, os Evangelhos têm o primeiro lugar, enquanto são o principal testemunho da vida e doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador.
É preciso ler todos os livros da Bíblia, entendendo que tudo converge para Jesus. E quando lemos os quatro Evangelhos não é diferente. É importante ler esses livros para percebermos vários aspectos da vida de Cristo. Os quatro Evangelhos se completam. Cada um possui suas características próprias; e vistos em conjunto; ajudam-nos a conhecer e seguir Jesus.

Peculiaridades

O Evangelho segundo São Marcos, por exemplo, quer nos apresentar a pessoa de Jesus. Precisamos conhecê-Lo, pois decidimos segui-Lo. Com o Evangelho de São Mateus, considerado o mais catequético dos quatro, aprendemos ensinamentos de Jesus, porque, só é possível segui-Lo se soubermos como escolher o Seu caminho nas situações da vida. O Evangelista São Lucas nos apresenta a universalidade da mensagem de Cristo. É para todos! E somos chamados a anunciar essa mensagem a todos. Por fim, o Evangelho segundo São João, que possui uma literatura mais simbólica, pois nos propõe a fé nos mistérios de Jesus, que é Deus.
Conhecer Jesus, saber Seus ensinamentos, levar a mensagem de salvação aos outros e experimentar fé nos mistérios divinos, eis alguns dos motivos pelos quais devemos ler e estudar os Evangelhos. Além disso, nos permitir compreender que Jesus é o centro da Sagrada Escritura, e assim ler cada um dos outros livros da Bíblia, com suas características próprias e relacionando-os com os demais [livros bíblicos], é um bom caminho para aceitar o convite da Igreja, de que nos debrucemos gostosamente sobre o texto sagrado (Dei Verbum), ou seja, sintamos seu sabor, seu gosto na nossa vida.

Autor: Denis Duarte

25/01/2018

O perdão deve ser declarado em todas as circunstâncias

Perdão íntimo e interior são sementes para novas feridas. O perdão precisa ser verbalmente declarado

O perdão não pode ser somente uma decisão interior, guardada no fundo do coração. O perdão precisa ser exteriorizado. Perdão íntimo e interior são sementes de novas feridas. O perdão precisa ser verbalmente declarado. Assim como um juiz que precisa proclamar a sentença, a pessoa que decide perdoar deve declarar o perdão. Mais do que desejado e pensado, o perdão tem de ser declarado. O perdão exige uma palavra de proclamação. Nem que seja sozinha, no banheiro ou no automóvel, a pessoa, quando se decide pelo perdão, precisa falar em voz alta: “Eu perdoo!”. E precisa falar num tom de voz que, ao menos ela mesma possa ouvir. E falar repetidas vezes.
Foto ilustrativa: Paula Dizaró / cancaonova.com
O perdão precisa ser gotejado no próprio ouvido. É do ouvido que chega ao coração.
O ideal seria poder proclamar o perdão para quem nos ofendeu, entretanto, nem sempre é possível. A pessoa pode não querer ouvir o perdão, ou estar impossibilitada de fazê-lo, como por exemplo, se morar longe ou já tiver morta, porém, mais importante do que a pessoa ouvir é você falar.
O perdão é, em primeiro lugar, um gesto curador para a gente mesmo. Portanto, declare o perdão. Fale sobre o perdão. Goteje perdão em seus próprios ouvidos, por meio de palavras seguras e decisivas que revelem o desejo da vontade.

O poder da palavra

Nossa palavra tem poder de ligar e desligar, unir e separar, concretizar nossos sonhos e anseios. A palavra é a grande arma para ferir e para curar o coração. O ser humano se constrói ou se destrói pela palavra. Um amor se constrói ou se destrói pela palavra dita na hora certa; calada na hora necessária.
O perdão deve ser declarado em todas as circunstâncias. Não interessa se a pessoa está perto ou longe, e nem interessa se ela deseja ou não ser perdoada. Pode ser que ela não queira ser perdoada e não peça perdão. Tudo bem! Sua decisão de perdoar tem de ser maior do que o pedido ou a omissão de quem provocou a ofensa. Muitas vezes, aquele que nos ofendeu não se sente culpado. Talvez tenha apenas reagido e se ache perfeitamente justificado. Há casos em que, a pessoa que nos ofendeu, se sente injustiçada por ser considerada culpada. Claro que, nesse caso, essa pessoa não nos pedirá perdão. Não importa: é preciso perdoar e declarar o perdão. É preciso gotejar perdão no próprio coração.

Padre Léo, scj

O Senhor prefere revelar-se através da simplicidade

A simplicidade de Deus nos surpreende

Quem gosta de viver sabe que as coisas mais importantes desta vida se escondem nos detalhes simples dos acontecimentos ordinários. Não as aprendemos nos livros, nas aulas nem em sermões. Passam de pessoa à pessoa por meio de gestos e comportamentos concretos. A única forma de um pai ensinar a um filho ser honesto, por exemplo, consiste em ele mesmo ser honesto. Se assim não for, ele bem pode esforçar-se em dar ao filho enormes sermões sobre essa virtude, mas certamente, não terá bom êxito. Por outro lado, se o pai for honesto, não precisará sequer usar as palavras. Falando da simplicidade que se esconde nos detalhes “revelada por intermédio dos pequenos”, partilho uma experiência que vivi em Portugal. Aliás, é importante dizer que foi na Aldeia de São Romoão. Aldeia aqui tem uma conotação diferente do que eu imaginava, algumas são como se fossem pequenas cidades iguais algumas do Brasil, e São Romoão é uma dessas. Fica ao pé da Serra da Estrela, um dos pontos turísticos mais importantes do País, terra linda e cheia de gente simples e acolhedora.
-O-Senhor-prefere-revelar-se-através-da-simplicidade-
Foto Ilustrativa: ZU_09 / by Getty Images
Alguns irmãos e eu fomos para esse lugar em missão, e a mim foi designado o encargo de fazer uma pregação sobre a passagem bíblica de Lucas 19, 1-10, que narra a conversão de Zaqueu. Por acaso, você já leu ou meditou sobre essa passagem alguma vez na vida? Naquela época, Zaqueu era chefe dos cobradores de impostos e não era bem visto por conta da profissão que exercia. Tinha muitos bens, mas era pobre por não ser amado. Gosto dessa leitura, e logo me dispus a meditar sobre o que esse homem experienciou naquele dia inesquecível. No qual, justamente o Mestre do Amor, ao passar por Jericó, resolveu jantar em sua casa.
Como será que ficou seu coração? Quando, Jesus, lhe dirigiu o olhar em direção àquela árvore “onde ele estava escondido entre galhos e folhas”, nem um pouco preocupado com sua dignidade, mas movido pela vontade de conhecer, de perto, aquele Homem tão diferente dos outros rabinos do seu tempo. Dizem que ele subiu na árvore, porque era de baixa estatura, mas será que foi só por isso?

E se fosse você?

Durante a pregação, fui estimulando cada um a colocar-se no lugar de Zaqueu, e a procurar imaginar seus sentimentos ao ouvir a voz do Senhor chegar aos seus ouvidos, comunicando-lhe que iria visitá-lo. Depois perguntei: E se fosse você? Como receberia o Senhor para jantar em sua casa esta noite?
Com entusiasmo, cada um foi dando sua resposta. Algumas senhoras vibravam ao dizer que iriam fazer um banquete, usar toalhas de seda nas mesas, arrumar a casa com flores, e caprichar nos detalhes. Iriam oferecer-lhe vinho da melhor qualidade, em taças de cristal e por aí seguiam dando asas à imaginação. Foi bem divertido, e serviu também para “quebrar o gelo” (tanto do relacionamento entre nós, como do frio que naquela terra é caprichado).
Quando já estávamos retomando a concentração, ouvi uma voz de criança gritar forte no meio da assembléia: “Se Jesus fosse me visitar eu ia dar-lhe muitos beijos!”. Era o Abel, um menininho de cinco anos cheio de vida, com o rosto bem corado e olhos claros, como a maioria de seus conterrâneos. Ao som de sua voz, todos nós nos voltamos para ele. Admirados!
Eu tive até dificuldades para enxergá-lo no meio de tanta gente grande. Depois, fiquei alguns segundos contemplando a grandeza de Deus, que gosta de se revelar através dos simples. Dizer mais o que naquela hora? Abel disse tudo em tão pouco!

Ele nos surpreende

Voltei de São Romoão pensando: “certamente Jesus se sentiria muito bem na casa daquele menino, mas e eu, como será que tenho acolhido o Senhor em minha casa?”.
Há mais de dois mil anos, Ele visitou Zaqueu e levou a salvação para a casa dele, mudando completamente sua história. Mas não parou por aí, o Senhor continua nos visitando (também) nos dias de hoje. Às vezes, Ele vem sem avisar, chega de mansinho, discreto, silencioso ou falante, através de quem já conhecemos. Outras vezes, vem de um jeito novo e por meio de pessoas novas. O certo é que, quando Ele resolve nos surpreender, não há árvore que nos esconda do seu olhar penetrante.
De vez em quando, o Senhor me visita assim: quando eu menos espero estou diante d’Ele, o olhar d’Ele sonda-me por inteiro. “Marca um jantar” comigo e nem pergunta se já tenho algum compromisso, simplesmente ultrapassa meus planos, quebra minha rotina e ensina-me com Seu “jeito” que é assim que se vive e se ama nesta vida. Ele não se prende às regras das leis e o tempo está nas mãos d’Ele!
Parece-me que, o Abel já compreendeu a lição. Descobriu que o amor vai além de um banquete ou de uma mansão, e que a melhor acolhida está no calor do afeto traduzido. Eu estou aprendendo um pouco sobre isso a cada dia. E você? Preparemo-nos hoje para receber o Senhor em nossa casa. O certo é que Ele virá. Como? É tarefa nossa descobrirmos. Temos como pista, o fato de que, Ele prefere a simplicidade e sempre nos enxerga. Mesmo que, por um motivo ou outro, estejamos “sob a árvore”.
Que saibamos acolher o Senhor, e assim, sermos alvo da salvação, que – com Ele – entra em nossa casa. Estamos juntos!

Autora: Dijanira Silva