08/12/2017

Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Comemoramos a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos

Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.
A Igreja ocidental, que sempre muito amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
Rapidamente a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzido no calendário romano. A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Mariaconcebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
No dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.
A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu Sou a Imaculada Conceição”.
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!

06/12/2017

A bênção da masculinidade

O homem realiza a sua identidade mais profunda quando vive a bênção da masculinidade

O primeiro capítulo da Bíblia é um belo poema que narra o projeto original de Deus para a criação.Cada estrofe desta canção é intercalada por um refrão, que é repetido de modo insistente: “E Deus viu que tudo era bom”.
Dia após dia, o Criador diz palavras de vida que se tornam realidade. A luz, as terras, as águas, florestas, estrelas, pássaros e peixes, animais de todo tipo são criados. Após tudo criar, Deus abençoa a criação dizendo: “Sede fecundos, encham as águas dos mares e que o pássaro prolifere sobre a terra” (Gn 1,22). A primeira bênção da Bíblia é a bênção da fecundidade. Por meio dela, a obra criada continuará seu curso. A força de vida que Deus depositou em sua obra agora tem vida própria. Cada ser vivo é chamado a colaborar com o Criador, continuando a obra da vida. “E Deus viu que tudo era bom”.
Foto: monkeybusinessimages by Getty Images
Mas no sexto dia da criação, antes de descansar, Deus criou o ser humano. O versículo 27 [Gênesis] é bastante claro: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou; criou-os macho e fêmea”. Esta é a identidade original do ser humano. Ele realiza a sua identidade mais profunda quando vive a bênção da masculinidade e da feminilidade. Deus não criou o ser humano como anjo. Criou seres sexuados. A sexualidade é uma força de vida que torna o ser humano capaz de colaborar com Deus ao continuar a obra da criação. O versículo 28 descreve a primeira bênção que a humanidade teria recebido: “Deus os abençoou e disse: ‘Sede fecundos, encham a terra’ (…)”.

A bênção da fecundidade

Após dar a bênção da masculinidade e da feminilidade, dá a bênção da fecundidade. Deus concede esta graça à criação para que o ser humano a administre com responsabilidade. Fomos nomeados “jardineiros” da criação. E, neste momento, o refrão deste belo poema muda de modo surpreendente. Deus contempla tudo o que criou e vê que não é apenas “bom”, mas “Deus viu que era MUITO bom” (Gn 1, 31).
Tudo isso é muito sério, pois hoje vivemos um tempo de “anti-bênção”, de “anti-criação”. Vivemos no meio de uma geração “mal-criada”. Nem vou gastar muito tempo em alertar para os riscos de uma “cultura gay” que já não se contenta em exigir “seus direitos”. Essa minoria autoritária não suporta ouvir críticas e cria mil maneiras de firmar-se como padrão de comportamento. A coisa é tão séria que muitos homens precisam simular uma certa homossexualidade  para não parecer fora de moda. Precisamos defender o direito de ser do jeito que Deus nos criou. É preciso exaltar a família, a sexualidade vivida de maneira serena e sadia.
É verdade que, algumas pessoas trazem o espinho da homossexualidade, e sofrem por isso. Precisam da nossa compreensão e da nossa solidariedade. Mas isso não nos faz tímidos em anunciar que o projeto original de Deus inclui a bênção da fecundidade. É preciso louvar o Criador por isso. Peço, neste dia, por tantos casais que têm dificuldades para ter filhos e que suplicam esta bênção. Peço por tantos jovens que ensaiam para serem bons maridos. Quantas mulheres esperam encontrar esta “bênção de homem”. Uma delas me disse que isso anda meio difícil! Por que será?

Autor: Padre Joãozinho

05/12/2017

Advento um tempo para recuperar a sintonia com Deus

O tempo do Advento é o momento de unirmos o nosso coração ao coração de Deus

Os cristãos se preparam para a celebração do Natal de Jesus em um tempo chamado advento, com momentos de espiritualidade e celebrações que recuperam a sintonia dos corações com o coração de Deus. Um tempo de esperança, que pode fecundar um futuro melhor sonhado por todos, particularmente quando se avalia o peso dos muitos percalços vividos na contemporaneidade – a desolação provocada pelos esquemas de corrupção, as irresponsabilidades e o gravíssimo descaso pelo outro, que é um irmão. De modo muito especial, o advento da vinda do Messias tem propriedade para reavivar sensibilidades perdidas, o gosto pelo bem, e sedimentar a convicção da importância de todas as pessoas, sem distinções.
Isso pode parecer mera teoria diante da dificuldade para se vivenciar a beleza e a delicadeza deste tempo, pois há uma avalanche de apelos nessa época para estimular o consumismo e as festas. Convive-se com a fantástica e ilusória sensação do belo, a partir de luzes e cores com fugacidade própria – logo após esse período vem a realidade com seus desafios. A força necessária para todos vem justamente do amor e da experiência de se encontrar com Jesus Cristo. Ora, o que define a vida e as pessoas não são as circunstâncias, nem mesmo os desafios da sociedade. Acima de tudo, o que define a autenticidade da condição humana e os rumos novos da história é o amor. E o amor torna-se realidade na experiência de se buscar Jesus Cristo. Eis o sentido da celebração do Natal, oportunidade singular e inigualável para se desenhar um horizonte diferente, conferir à vida uma orientação decisiva.
advento um tempo para recuperar a sintonia com Deus (2)
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Se aproxime do Messias

A alegria que nasce do encontro com Jesus não é artificial, diferentemente das que são produzidas por mecanismos ilusórios, efêmeros. É a felicidade que nasce da experiência de aproximar-se da fonte inesgotável do amor de Deus, Pai misericordioso, que transforma, recria e salva. Sem esse encontro, não há como passar da morte para a vida, da tristeza para a alegria, do absurdo para o sentido profundo da existência, do desalento para a esperança. Não aproximar-se do Messias Salvador é perder a chance de se qualificar como ser humano e, assim, contribuir para melhorar a sociedade. Distante dessa necessária espiritualidade profunda, que deve ser experimentada na dimensão existencial – longe de misticismos ou fundamentalismos – a humanidade não avançará rumo aos avanços almejados. As estatísticas serão sempre vergonhosas, revelando que a sociedade adoece cada vez mais, convivendo com o medo e o desespero. Permanecem as dinâmicas que levam ao desrespeito, à violência e à desigualdade social.
Sem o encontro com Cristo, que promove transformações nas pessoas, a humanidade continuará regida pela economia da exclusão, pela falta do compromisso com a solidariedade e com a busca pelo bem da coletividade. A idolatria perversa do dinheiro será sempre doença incurável e o povo permanecerá carente de governantes competentes, com sólida moral. Somente com uma profunda espiritualidade, temperando todas as práticas, será possível promover reformas fundamentadas na ética.
O convite permanente, com força singular no tempo do advento, é fixar o olhar n’Ele, Cristo, o Messias Salvador. Conhecê-Lo, dialogar com Ele, deixar-se transformar por suas propostas e lições – os valores do Evangelho. Essa experiência espiritual qualifica a existência, as ações e escolhas do ser humano. Por isso, é hora de aceitar a proposta de se encontrar com Jesus Cristo – abertura ao advento de um novo tempo.

Autor: Dom Walmor Oliveira de Azevedo

04/12/2017

Advento, tempo de preparação para a vinda do Senhor

A nossa alma também está à espera, nesta expectativa pela vinda do Senhor; uma alma aberta que chama: “Vem, Senhor”

Quando falamos do mês de dezembro, vem logo à nossa mente a celebração do natal. Este mês de dezembro inteirinho, a liturgia nos prepara para a grande festa, o nascimento do Menino Jesus. As quatro semanas que antecedem o Natal, geram em nossos corações a feliz expectativa para a vinda do Senhor que irá nascer.
Foto: Gama5 / by Getty Images
Tendo em vista esta função do Advento: preparar para o Senhor Jesus que virá; vale recordar as maneiras que Cristo vem até nós.
São Bernardo define em três. “A primeira, quando Ele veio por Sua Encarnação; a segunda é cotidiana, quando Ele vem a cada um de nós, pela sua graça; e a terceira, quando virá para julgar o mundo” (São Bernardo de Claraval, Obras completas de São Bernardo, Madrid: BAC, 1953, p. 177).
Vejamos então, a partir do pensamento de São Bernardo em consonância com o Magistério da Igreja sobre as “vinda do Senhor”.

Encarnação

A primeira vinda do Senhor é a mais conhecida, por se tratar do Natal. “Revestido da nossa fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação”. (prefácio do Advento I). Esta oração rezamos no tempo do Advento como forma de celebrar o mistério da encarnação. Deus totalmente Espírito, assume um corpo humano, uma alma humana. É um Deus que não quis permanecer inacessível; não restringiu-se à sua Glória celestial, mas quis passar pela experiência humana, a ponto de ser em tudo igual a nós, exceto no pecado (Hb 4, 15).
O Concílio de Nicéia acontecido no século IV esclareceu essa realidade. Jesus possui duas natureza, a humana e a divina. Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
Podemos nos perguntar, por qual razão ele se fez homem? Poderíamos nomear várias razões pelas quais Deus se fez homem e veio habitar no meio de nós, mas uma merece destaque particular, para nossa salvação.
No Credo Niceno-Constantinopolitano rezamos: “Por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos Céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”.
Como vimos, essa é a principal razão: à nossa salvação. Por isso, na Solenidade de Natal somos convidados a mergulhar nossa vida neste mistério. Deus por seu imenso amor se humanizou para nos divinizar.

Cotidiano

A segunda vinda do senhor, conforme São Bernardo, é aquela que acontece no cotidiano da vida, em especial, por meio dos sacramentos.
Nos ensina o Papa Francisco: “O Senhor todos os dias visita a sua Igreja! Visita cada um de nós e, também, a nossa alma. Ela se assemelha à Igreja, a nossa alma se assemelha a Maria. Os Padres do deserto dizem que Maria, a Igreja e a nossa alma são femininas e o que se diz sobre uma, analogamente, se pode dizer da outra. A nossa alma também está à espera, nesta expectativa pela vinda do Senhor; uma alma aberta que chama: ‘Vem, Senhor’ ”.
A segunda vinda dá-se cotidianamente. Podemos dar, aqui, um destaque todo particular para três realidades: a Eucaristia, a escuta atenta da Palavra de Deus e Santa Missa.
Sobre essa segunda vinda podemos falar de um “Natal permanente”.

Vinda gloriosa

A terceira vinda do Senhor deve ser compreendida no plano escatológico, isto é, na consumação dos tempos onde Jesus virá revestido de poder e glória para julgar os vivos e os mortos. “Ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua Segunda Vinda”. (CATECISMO, n. 524).
Nos recorda o prefácio do Advento que, Jesus “revestindo de Sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos, que hoje, vigilantes esperamos” (Prefácio do Advento I).
Portanto, a vigilância assume um papel importante no advento definitivo do Senhor.
É preciso estar vigilante, porque o senhor pode chegar a qualquer instante.
Em cada Santa Missa, quando respondemos a Oração Eucarística, recordamos esta realidade escatológica: “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!”. (Oração Eucarística IV).

Os sinais dos últimos tempos

O Papa Francisco, no dia 15 de Novembro de 2015, no Angelus disse: “Sobre quando acontecerão os sinais dos últimos tempos não devemos nos preocupar, mas sim nos prepararmos diariamente para nos encontrarmos com Jesus. O núcleo central em torno do qual gira o discurso de Jesus é Ele mesmo, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição, e o seu retorno no fim dos tempos. A nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado”.
Em complemento a essas palavras sua Santidade, o Papa, ainda fez algumas perguntas: “Gostaria de perguntar-lhes quantos de vocês pensam nisso? Haverá um dia em que eu encontrarei o Senhor face a face. Esta é a nossa meta, esse encontro. Não esperamos um tempo ou um lugar, mas caminhamos ao encontro de uma pessoa: Jesus.”
Portanto, explicou o papa, “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se trata nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”.
Por fim, vale recordar que a segunda vinda, conforme São Bernardo, por meio dos sacramentos nos preparam para a terceira e definitiva vinda de Jesus.
Aqueles que vivem santamente os sacramentos estão preparados para se encontrarem com Jesus na sua vinda gloriosa.
Neste Advento, que nosso coração esteja preparado para receber Jesus que vai nascer, com a certeza que Ele já está no meio de nós por meio dos sacramentos, porém, esperançoso de sua vinda definitiva, onde virá com poder e glória para julgar os vivos e os mortos.
Juntos possamos rezar:
Maranatha, vinde Senhor Jesus!

Autor: Elenildo Pereira

03/12/2017

São Francisco Xavier, grande santo missionário

São Francisco tornou-se cofundador da Companhia de Jesus

A Igreja que na sua essência é missionária, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma santidade que o levou a ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser conhecido como “São Paulo do Oriente”. Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, a 7 de abril de 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.
Vaidoso e ambicioso, buscava a glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade; e que sempre repetia ao novo amigo: “Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?” Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão; o resultado se vê no fato de ter se tornado cofundador da Companhia de Jesus.
Já como Padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier foi designado por Inácio a ir em missão para o Oriente. Na Índia, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades, ao avançar para o Japão, submeteu-se em aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar um Cristo encarnado. Ambicionando a China para Cristo, pôs-se a caminho, mas em uma ilha frente a sua nova missão, veio a falecer por causa da forte febre e cansaço.
Esse grande santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus.
São Francisco Xavier, rogai por nós!