30/09/2017

São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja




São Jerônimo, declarado pela Igreja como o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.

Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.


São Jerônimo, rogai por nós!


Fonte: Canção Nova

29/09/2017

Você sabe qual é a missão dos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael?


Os arcanjos anunciam importantes missões aos homens

No dia 29 de setembro, a Igreja Católica celebra a festa de três santos arcanjos, cujos nomes nos foram revelados nas Sagradas Escrituras: Miguel, Gabriel e Rafael. Sabemos que, além desses arcanjos, há miríades e miríades de outros seres angélicos, que são divididos em três hierarquias. Os seres angélicos da primeira e mais elevada hierarquia, que estão continuamente em adoração, na presença de Deus, são os serafins, os querubins e os tronos. Os da segunda hierarquia são as dominações, as virtudes e potestades, que governam o mundo material e espiritual. Por fim, os da terceira hierarquia são os principados, os arcanjos e anjos, que executam as ordens de seus superiores da segunda hierarquia.


Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Os arcanjos servem a Deus, mas também aos homens. Eles anunciam importantes missões aos homens, como fez o Arcanjo São Gabriel a Virgem Maria (cf. Lc 1, 26-38), e guardam especialmente as pessoas que desempenham importantes funções para a glória de Deus, como o Papa, os bispos, sacerdotes e líderes leigos.
O que é um anjo?

As Sagradas Escrituras e a Tradição da Igreja deixam-nos entrever dois aspectos a respeito dos anjos. Por um lado, o anjo é uma criatura de Deus, que está sempre diante d’Ele, orientada, com todo o seu ser, para o Senhor. Os três nomes dos arcanjos que celebramos, na Liturgia, terminam com a palavra hebraica “El”, que significa “Deus”. Ele está inscrito não somente nos seus nomes, mas também e, principalmente, em sua própria natureza. A sua verdadeira natureza é a existência em vista d’Ele e para Ele.

O segundo aspecto que caracteriza os anjos está precisamente ligado ao primeiro: eles são mensageiros de Deus e O trazem aos homens, abrem o Céu, e, assim, abrem a Terra. Justamente, porque estão na presença do Senhor, eles podem também estar muito próximos de nós.

Como dizia Santo Agostinho, Deus é mais íntimo a cada um de nós do que nós mesmos. Nesse sentido, os anjos falam a nós do que constitui o nosso verdadeiro ser, do que, em nossa vida, com muita frequência, está escondido em nosso mundo interior. Eles nos chamam a nos reentrarmos em nós mesmos, tocando-nos da parte de Deus. Por isso, nós também deveríamos nos tornar anjos uns para os outros, anjos que nos afastam dos caminhos errados e nos orientam sempre de novo para Deus.

Somos chamados a nos tornar anjos, mensageiros de Deus, que ajudam as pessoas a encontrar a sua verdadeira natureza, a si mesmas, e a viver a sua vocação, o chamado de Deus. Toda essa realidade espiritual se torna ainda mais clara, se meditarmos sobre as missões dos três Arcanjos, cuja festa nós celebramos na Liturgia.


As duas funções de São Miguel Arcanjo

Nas Sagradas Escrituras, encontramos a figura de São Miguel Arcanjo no Livro de Daniel, na Carta do Apóstolo São Judas Tadeu e no Apocalipse de São João. Nesses textos bíblicos, tornam-se evidentes duas funções deste Arcanjo. Primeiramente, Miguel defende a causa da unicidade de Deus contra a soberba do grande dragão, da primitiva serpente (cf. Ap 12, 9), como diz João. O Arcanjo defende-nos da constante tentativa de satanás fazer-nos crer que Deus deve desaparecer, para que possamos nos tornar grandes, e da ideia de que Ele é um obstáculo para a nossa liberdade, e que, por isso, devemos afastar-nos d’Ele.

O dragão não se limita a acusar Deus. O Apocalipse nos revela que ele é também “o acusador dos nossos irmãos, que os acusava de dia e de noite diante de Deus” (12,10). Mas quem põe Deus de lado não se enobrece. Ao contrário, priva-se da Sua dignidade. Dessa forma, tornamo-nos escravos da nossa própria natureza, corrompida pelo pecado original. Pois quem acusa Deus acusa também a si mesmo.

A fé em Deus defende-nos em todas as nossas fraquezas e limitações. Pela virtude da fé, o esplendor divino resplandece em cada um de nós, pois o que podemos dizer e pensar de mais elevado sobre a humanidade, a não ser que o próprio Deus se fez homem? Segundo as Escrituras, outra função do Arcanjo Miguel é a de ser protetor do Povo de Deus (cf. Dn 10,21; 12,1). Sendo assim, nós que, segundo a Tradição, somos o novo povo de Deus, devemos pedir, constantemente, a proteção de São Miguel.

O Arcanjo São Gabriel e o anúncio de Deus

Na Bíblia, encontramos o Arcanjo São Gabriel na preciosíssima narração do anúncio da encarnação do Filho de Deus a Virgem Maria, conforme nos transmitiu São Lucas (1,26-38). Gabriel é o mensageiro de Deus por excelência, que nos revelou o mistério da encarnação do Verbo de Deus. O Arcanjo bate à porta de Maria e, por meio dela, o próprio Deus pede a ela o seu “sim”, para o desígnio divino de se tornar a Mãe do Redentor, de dar a sua carne humana ao Verbo eterno de Deus, ao Filho de Deus.

Repetidas vezes, o Senhor bate à porta do nosso coração. No livro do Apocalipse, Deus diz ao “anjo” da Igreja de Laodiceia e, através dele, aos homens de todos os tempos: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele” (3,20). O Senhor está à porta, à porta do mundo e à porta de cada um de nossos corações. Deus bate à porta de nosso coração, para que O deixemos entrar: “a encarnação de Deus, o seu fazer-se carne deve continuar até ao fim dos tempos. Todos devem estar reunidos em Cristo num só corpo: dizem-nos isto os grandes hinos sobre Cristo na Carta aos Efésios e na Carta aos Colossenses. Cristo bate” 1 .

Também hoje, Deus tem necessidade de pessoas que coloquem à disposição a própria carne, que Lhe doem seus bens materiais e espirituais, servindo assim para a unificação entre Ele e a humanidade, para a reconciliação universal. Ao entrarmos em comunhão com Cristo, podemos também assumir a função de Gabriel: levar o chamado de Cristo aos homens. Assim, à semelhança de São Miguel, compete a nós bater à porta do coração dos homens, em nome de Deus, e anunciar-lhes a Boa Nova da Salvação, realizada em Cristo.

São Rafael, a cura e a reconciliação

O Arcanjo São Rafael nos é apresentado no Livro de Tobias como o Anjo ao qual é confiada a tarefa de curar. De modo análogo, quando Jesus envia os seus discípulos em missão, com a tarefa do anúncio do Evangelho, está sempre ligada a de curar. “O bom Samaritano, acolhendo e curando a pessoa ferida, que jaz à beira da estrada, torna-se silenciosamente uma testemunha do amor de Deus. Esse homem ferido, com necessidade de curas, somos todos nós. Anunciar o Evangelho, já em si, é curar, porque o homem precisa, sobretudo, da verdade e do amor” 2 .

No Livro de Tobias, são referidas duas tarefas emblemáticas de cura do Arcanjo Rafael. Primeiramente, ele cura a comunhão entre homem e mulher, cura o seu amor. Além disso, ele fasta os demônios que, sempre de novo, querem destruir o seu amor. Rafael purifica a atmosfera espiritual entre o homem e a mulher e confere-lhes a capacidade de se receberem mutuamente para sempre.

No Novo Testamento, a ordem do matrimônio, estabelecida na criação e ameaçada de muitas formas pelo pecado, é curada pelo fato de que Cristo o acolhe no Seu amor redentor. Jesus faz do matrimônio um sacramento. Nele, o Seu amor, que se tornou patente no mistério da cruz, é a força restauradora que dá ao homem e à mulher a capacidade da reconciliação, purifica a atmosfera e cura as feridas. Nesse sentido, no sacramento da Penitência ou Confissão, somos sempre guiados de novo ao encontro da força reconciliadora do amor de Cristo.

Em segundo lugar, o Livro de Tobias nos fala da cura dos olhos cegos de Tobit. Em sentido espiritual, todos nós sabemos o quanto estamos ameaçados pela cegueira. Corremos um grande perigo, pois, por causa de tudo o que sabemos sobre as coisas materiais e o que somos capazes de fazer com elas, podemos tornar-nos cegos para a luz de Deus. Curar esta cegueira, mediante a mensagem da fé e o testemunho do amor, é o serviço do Arcanjo Rafael.
Figuras do sacramento da confissão

Assim, somos levados a pensar novamente no sacramento da Reconciliação, no sacramento da Penitência que, no sentido mais profundo da palavra, é um sacramento de cura. “A verdadeira ferida da alma, de fato, o motivo de todas as outras nossas feridas, é o pecado” 3 . De certo modo, o fígado do peixe, queimado sobre brasas antes da consumação do casamento de Sara e Tobias (Tb 8, 2), e o fel do peixe, colocado nos olhos de Tobit, são como que figuras do sacramento da confissão, pois só existe um perdão em virtude do poder de Deus, em virtude do poder do amor de Cristo, pelo qual podemos ser curados, podemos ser remidos.

Que os santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael nos ajudem a sermos curados, a perseverar na busca pela santidade e a sermos, à semelhança deles, mensageiros de Deus, do seu infinito amor por toda a humanidade.

Santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, rogai por nós!

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29 de Setembro - Festa dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

Miguel, Gabriel e Rafael amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro


Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra “Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.


São Miguel

O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)

São Gabriel

O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.

São Rafael

Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).

São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

28/09/2017

O que o sentimento de solidão pode trazer para a velhice?

Não deixe que o sentimento de solidão e o vazio tomem conta da sua vida

A solidão não é apenas a ausência real de companhia, mas um estado de quem se sente desacompanhado, só. Um sentimento que podemos viver em qualquer fase da vida, mas é muito mais comum na velhice. Viver bem a chegada da vida adulta tardia e, logo após, a velhice, é algo desafiante, pois exige uma estrutura psíquica saudável para vencer o desacelerar da vida.
O ser humano tem grande necessidade de fazer algo! Muitas vezes, ele acredita que só é alguma coisa se fizer algo, mas se esquece de que, antes de fazer qualquer coisa, ele é “alguma coisa”! É o quê? Gente! Não uma produção.
O que o sentimento de solidão pode trazer para a velhice -
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

E quando eu me aposentar?

Diante dessa realidade, quando é chegada a hora de se aposentar, bate aquele sentimento de inutilidade, de que não é mais importante. Automaticamente, perde-se grande parte do seu convívio social, pois parte dele é fruto do relacionamento no trabalho. Quando esse fato acontece na vida de uma pessoa, ela começa a olhar ao seu redor. Percebe que tudo continua funcionando de forma acelerada, que seus filhos trabalham e, talvez, já nem morem mais em casa com os pais, que a esposa ou o esposo ainda não se aposentaram, que a vida continua lá fora. Agora, no entanto, algo mudou. Principalmente, dentro do coração. É muito comum, nesse momento, o idoso começar a se sentir só, seja por estar verdadeiramente só, nesta fase de sua vida, apenas em algum momento do dia ou até rodeados de pessoas, mas que não são presenças reais, por viverem seu mundo paralelo.
Estar nesse lugar emocional de “vazio”, onde nada mais acontece, conduz o idoso a uma viagem, pois a reflexão de um idoso é intensa. Ele começa a refletir muito mais do que antes, e a vida ganha um valor que, talvez, anteriormente, ela não tivesse. Toda essa reflexão leva a pessoa a uma visita interior, em que ela pode se perder se estiver vivendo um sentimento de vazio. Nessa fase, vive-se com mais frequência o luto, a enfermidade, o isolamento social, a depressão, as limitações físicas e o abandono (seja ele propriamente dito ou emocional).

Sentimentos que se destacam na velhice

Em uma pesquisa sobre a depressão e solidão do idoso, foi possível ler relatos de sentimento de ingratidão, de ausência de prazer para comer sua comida preferida, o sentimento de que sua companhia já não é mais agradável, que as pessoas vivem buscando sua sobrevivência e status, e que ele já não é mais parte desse meio. Falas que, se alimentadas, terão forças em seu interior; e não mais terá o desejo de sair dessa solidão, pois se sente inútil por não fazer nada mais.
Existe, no entanto, uma parcela de idosos que conseguem passar bem por essa etapa da vida. Estes têm plena consciência de que a solidão existe e que pode até viver esse sentimento que leva à morte. Por isso, fogem da solidão! E se ela é um sentimento de vazio, de ausência de interação e convívio, o grande remédio é buscar grupos saudáveis. Relacionar-se com pessoas que vivem esse mesmo momento da vida e viver o que de bom a vida tem. Não ficar preso ao que não posso fazer mais, mas sim o que sou capaz de ser e viver no hoje.
Não viva para fazer, viva para ser!

Autora: Aline Rodrigues

O Brasil precisa de Deus

O Brasil está se decompondo por falta de Deus

O Brasil só vai mudar de situação pelo derramamento do Espírito Santo. Apenas intervenções sociais e políticas não vão resolver. É claro que precisamos dessas intervenções, mas, para que o país dê uma reviravolta, como é necessário, só pelo Espírito Santo.

Jesus estava na Festa dos Tabernáculos, que os judeus celebram até hoje passando 40 dias em tendas. Para eles, essa festa não é somente uma recordação, mas um reviver, um memorial daquilo que eles viveram nos 40 anos no deserto, em direção à Terra prometida.

No último dia da festa, Jesus, com tanta ousadia, escolhe o lugar mais alto e grita: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7,37). Imagine o impacto que aconteceu naquele povo.


Foto: Daniela Mafra/cancaonova.com

Jesus, a partir do batismo no rio Jordão, foi sendo conduzido pelo Espírito Santo, já não fazia mais nada por si mesmo. Ele, o Filho de Deus, sujeitou-se em tudo para que nós entendêssemos que isso também é para nós.

A nossa nação está se consumindo, estragando-se, e eu tenho a ousadia de dizer que está apodrecendo. E como sanar tudo isso? Por essa palavra que Jesus nos trouxe neste Evangelho: quem vê que tudo isso precisa mudar, venha a mim e beba, e do seu coração correrão rios de água viva.

Não estamos falando de santos e perfeitos, mas de todos que creem em Jesus.

Meus irmãos, a nossa nação, nossas instituições, só vão mudar pelo Espírito Santo. Se não tivermos, cada vez mais, homens e mulheres cheios do Espírito Santo, a coisa não vai melhorar.

Nós recebemos o Espírito para levá-lo aos outros. É o Senhor quem batiza, mas quem precisa falar d’Ele somos nós, quem precisa orar pelas pessoas somos nós. Você não precisa ser uma pessoa perfeita, mas apenas acreditar em Jesus. O Espírito Santo nos traz os dons próprios dele, para que os usemos em favor dos nossos irmãos.

O mundo está se decompondo por falta de Deus. As nações estão se perdendo por falta d’Ele. Ele nem faz mais parte da vida das pessoas que vivem em função deste mundo. É como se dissessem: “Nós temos tecnologia suficiente para conduzir o mundo, não precisamos de Deus”. Nos tempos antigos, cada um escolhia seu deus para cultuar, é isso que acontece hoje também.

O Brasil pode e precisa ser um celeiro de evangelização, porque somos cheios do Espírito Santo. O Brasil só vai mudar de situação pelo derramamento do Espírito Santo.


Deus o abençoe!

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

27/09/2017

São Vicente de Paulo, grande sacerdote




São Vicente de Paulo sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres

“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mat 22,37.39).

Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. O santo de hoje, São Vicente de Paulo, nasceu na Aquitânia (França) em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.

Grande sacerdote, gerado numa família pobre e religiosa, ele não ficou de braços cruzados mas se deixou mover pelo espírito de amor. Como padre, trabalhou numa paróquia onde conviveu com as misérias materiais e morais; esta experiência lhe abriu para as obras da fé. Numa viagem foi preso e, com grande humildade, viveu na escravidão até converter seu patrão e conseguiu depois de dois anos sua liberdade.

A partir disso, São Vicente de Paulo iniciou a reforma do clero, obras assistenciais, luta contra o jansenismo que esfriava a fé do povo e estragava com seu rigorismo irracional. Fundou também a “Congregação da Missão” (lazaristas) e unido a Santa Luísa de Marillac, edificou as “Filhas da Caridade” (irmãs vicentinas).

Sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração. Morreu quase octogenário, a 27 de setembro de 1660.

São Vicente de Paulo, rogai por nós!


26/09/2017

A verdadeira história de São Cosme e São Damião, mártires

São Cosme e São Damião são santos dedicados à salvação da vida

“Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!” Hoje, dia 26 de setembro, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: São Cosme e São Damião, irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente (Cilícia, Ásia Menor entre os séculos III e IV), e, desde jovens, eram reconhecidos por sua habilidade como médicos. Com a conversão, passaram a ser também missionários, ou seja, ao unirem a ciência à confiança no poder da oração, levavam para muitos a saúde do corpo e da alma.
-A-verdadeira-história-de-São-Cosme-e-São-Damião-
Viveram na Ásia Menor, até que, devido à perseguição de Diocleciano, no ano 300 da Era Cristã, foram presos por serem considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista essa acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”
Diante da insistência dos perseguidores da fé cristã, com relação à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm poder nenhum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”.

Atenção para este recado:

Na Igreja, muitos santos são estigmatizados pelo misticismo devido ao choque de culturas. Nada contra outras culturas, mas é sempre muito bom lembrar a verdadeira origem dos fatos. Muitos de nossos santos são cultuados também no candomblé e em outras religiões, mas a história é bem diferente. Na época da escravatura no Brasil, os escravos africanos criaram uma maneira criativa e inteligente de enganar os senhores de Engenho. Invocavam seus deuses Orixá, Oxalá, Ogum como São Sebastião, São Jorge e Jesus, e os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso. E fizeram o mesmo com outros santos também, como São Jorge, Santa Bárbara entre outros. O sincretismo religioso é um fenômeno que consiste na absorção de influências de um sistema de crenças por outro.
Os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os Ibejis: divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos [Cosme e Damião]. A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece, no dia 27 de setembro, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles como aos frequentadores dos terreiros. Para nós, católicos, este é o dia de São Vicente de Paulo. Por isso, há o costume de distribuir doces e comidas às crianças no dia 27, que também foi um costume introduzido pelo candomblé.
Leia mais:
São Cosme e São Damião jamais abandonaram a fé cristã e foram decapitados no ano de 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.
Senhor, dai-nos uma fé viva, livre de todas as misturas, uma fé nova, traduzida na vida e no amor aos irmãos. Por isso, proclamamos o Senhorio de Jesus em nossa vida, pois os santos não precisam de alimentos, pois eles já contemplam o Alimento da Vida, que é o próprio Senhor.

Oração:

São Cosme e Damião, que, por amor a Deus e ao próximo, vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes. Abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal. Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que vossa proteção, São Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero. Senhor nosso Deus, que dissipais as trevas da ignorância com a luz de Cristo, vossa Palavra, fortalecei a fé em nossos corações, para que nenhuma tentação apague a chama acesa por vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
São Cosme e São Damião, rogai por nós!

Autor: Padre Luizinho

Fantasmas, almas penadas ou vagantes, é possível?

Será que é possível que almas penadas ou vagantes estejam “soltas por ai”?

Fantasmas, almas penadas ou vagantes, é possível?Já quero iniciar dizendo que esta questão nada tem haver com espiritismo ou reencarnação. Pois não estamos tratando da possibilidade de almas encarnarem por uma segunda, terceira ou quarta vez, que é o conceito da reencarnação. Isso para nós já esta claro que não há nenhuma possibilidade e que a doutrina da Igreja “bateu o martelo” e encerrou o assunto sobre esta questão. Mas, estamos falando do que “popularmente” as pessoas chamam de almas penadas ou vagantes; outras pessoas ainda chamam isso de fantasmas e etc…É a questão de pessoas vivas, aqui na terra, dizerem terem visto almas de pessoas ou almas de parentes que morreram e coisas do tipo…
A doutrina da Igreja é bem clara nesta questão no sentido de que, quando alguém morre, imediatamente acontece o seu julgamento pessoal, julgamento este que há a possibilidade de 3 destinos: O céu, o inferno ou o purgatório. Lembrando que o Purgatório não é um destino definitivo, é um período de purificação que a alma passará, e passado este tempo, o céu será seu destino eterno.
O Catecismo em seu número 1022 diz:
Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja através de uma purificação (Conc. de Lião II, DS 856; Conc. de Florença, DS 1384; Conc. de Trento, DS 1820), seja para entrar de imediato na felicidade do céu (Con. de Lião II, DS 857; João XXII, DS 991; Bento XII, Benedictus Deus; Conc. de Florença, DS 1305), seja para condenar-se de imediato para sempre.” (Conc. de Lião II, DS 858; Bento XII, Benedictus Deus; Conc. de Florença, DS 1306).
Até aqui está perfeitamente entendido.
A questão é que pessoas ainda insistem em dizer que viram “almas penadas“, que viram almas de algum ente querido…
E o que dizer para estas pessoas? Simplesmente que estão loucas? Que o que viram foi fruto da sua imaginação? Foi algo que o seu estado psicológico as fizeram imaginar?
Certamente a questão do estado psicológico e emocional da pessoa precisa ser questionado, pois existem pessoas que após a morte de um ente querido entram num certo grau de desespero, e que é possível estarem realmente projetando e vendo certas “aparições” que na realidade é fruto do seu emocional abalado.
Para o falecido ExorcistaPadre Gabriele Amorth, essa questão ainda é algo que a Igreja e os Teólogos precisam se debruçar com maior cuidado e dedicação. Ele relata que em um Exorcismo,  o espírito de quem dizia estar possuindo aquela pessoa não era em si um Demônio, mas era uma alma condenada. Mas Padre Gabriele Amorth diz que com o passar do tempo e com mais Exorcismos, foi verificado que se tratava realmente de Demônios que estavam possuindo aquela pessoa e mentindo dizendo que era a alma de um condenado que estava a possui – lá.
Em um de seus livros, Padre Gabriele Amorth dedicou um capitulo a esta questão das experiências que os Exorcistas já fizeram durante o ritual do Exorcismo, e na qual se depararam com a realidade de não ser um Demônio ha possuir uma pessoa, e sim a alma de um condenado…As opiniões são bem diversas pelos Exorcistas, mas a grande maioria não acredita que possa haver esta possibilidade.
Em um dos encontros de Cura e Libertação aqui na Canção Nova, eu perguntei ao Padre Rufus Pereirasobre esta questão, e ele disse que realmente existia muitos debates sobre esta realidade, mas que a experiência dele no que se refere a Exorcismos e Libertação, ele acreditava que é sempre o Demônio a possuir uma pessoa. Ainda que o espirito insistisse em dizer que é era alma condenada, seria sempre uma mentira do Demônio.
Padre Jose Fortea, Exorcista espanhol, que defendeu há algum tempo atrás sua tese de Doutorado sobre Exorcismo, na Espanha, disse que “quanto à esta questão não há argumentos incontestáveis“, e afirma que portanto os “Teólogos precisam ainda apresentar mais estudos sobre esta realidade.”
Tive ainda a oportunidade de conversar sobre isso pessoalmente com Padre Duarte Sousa Lara, Exorcista em Portugal, e ele também me afirmou que isso tem sido muito discutido nos encontros da Associação Internacional de Exorcistas, Associação esta que teve na data de 13 de Junho de 2014 seu estatuto jurídico aprovado pela Congregação pelo Clero.
Portanto o que fica claro para nós depois de todos estes relatos, juntamente com a doutrina da Igreja, é termos a certeza que uma vez que a pessoa morreu, acontece de forma imediata o seu Juízo Particular. Neste Juízo a pessoa vai para o Céu, Inferno ou Purgatório…Portanto não ficam de forma nenhuma vagantes por ai, sem nenhum tipo de destino, soltas…Há um juízo e definição de estado…
Agora o que realmente ainda é um mistério, é a possibilidade de algum tipo de ação destas almas no estado/lugar em que se encontram…
Sabemos dos relato de alguns santos, como por exemplo Santa Margarida Maria AlacoqueSanta Gertrudes, e outros mais, que tiveram a experiência de ver algumas almas, e que as mesmas, afirmavam eles, eram almas do Purgatório que precisavam de Orações. Uma vez que assumiram a atitude de celebrar missas e rezar por estas almas, as mesmas pararam de aparecer à elas.
As almas que se encontram no céu se unem a nós que estamos na terra dentro da realidade que a Igreja nos ensina sobre a “Comunhão dos Santos“, que o Catecismo traz a partir do numero 946…
E as almas que se encontram no inferno, sabemos que não há mais a possibilidade de salvação para as mesmas, mas, se existe algum outro tipo de intervenção na terra, continua sendo um mistério para nós.
Um fato bem importante sobre a questão de ver almas penadas ou de parentes que morreram; é que não se pode excluir a possibilidade de uma ação do Demônio, para iludir a pessoa. Fazendo assim com que ela busque meios inapropriados como o espiritismo, a psicografia e as seitas ocultas, para terem contato com tais espíritos, e aí sim isso fará com que tais pessoas tenham contatos diretamente com demônios, como afirma São Tomas de Aquino, em sua Suma Teológica.
Então qualquer tipo de experiência que tenhamos vivido, ou que ouvimos de outras pessoas e podemos aconselhar é: Devemos rezar por estas almas! A forma mais eficaz é o oferecimento de missas para as mesmas, como nos ensina a doutrina Católica.
Ainda que não tenhamos a compreensão de tantos mistérios e desígnios de Deus, podemos nos achegar à Ele como Pai, e mesmo sem as respostas que queremos, uma coisa é certa, Seu amor não nos falta nunca; isso nos basta!


Autor: Danilo Gesualdo

25/09/2017

Você compensa suas emoções na comida?

A comida pode estar ligada a uma necessidade fisiológica ou emocional

Você saberia me dizer o que é emoção? É uma experiência subjetiva, associada a temperamento, personalidade e motivação. Existe uma distinção entre a emoção e seus resultados, principalmente os comportamentos gerados e as expressões emocionais.
Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com
Nossas emoções primárias são alegria, tristeza, medo, amor e raiva. As pessoas, frequentemente, se comportam como um resultado direto de seus estados emocionais, seja chorando, lutando, fugindo ou comendo. Emoções que, ainda criança, podem ser aprendidas ou condicionadas à alimentação. Um bebê, por exemplo, que sempre ao chorar é amamentado ou uma criança que recebe como estímulo, como recompensa por um bom comportamento ou uma tarefa cumprida, um alimento que lhe agrada o paladar, são “treinadas” a obter esse mesmo alimento sempre que experimentarem uma dessas emoções primárias, pois aprenderam que, ao vivenciar uma forte emoção, precisam se alimentar.
No entanto, existem alimentos que influenciam diretamente nosso Sistema Nervoso Central (SNC) e reforçam esse estímulo externo que recebem. A cafeína, por exemplo, atua diretamente no SNC e tem a capacidade de agir na corrente sanguínea e atingir o córtex cerebral, que interfere na redução do cansaço, da atenção e cognição. O resultado obtido pela cafeína, que é encontrada não só no café, mas também nos refrigerantes e em alguns chás, são benéficos; porém, o uso contínuo pode causar dependência, principalmente se associado à forma de nutrir as emoções e suprir as carências.

Companheiros de nossas emoções

Há outros alimentos que também precisam de nossa vigilância, pois são verdadeiros companheiros de nossas emoções: os chocolates e açúcares. Tanto o chocolate quanto o açúcar são capazes de estimular a produção da serotonina, que proporciona uma sensação de prazer e bem-estar. Por isso, muitas vezes, tornam-se companheiros das mulheres que vivenciam a TPM (tensão pré-menstrual), pois são alívio imediato da raiva e mais agradáveis ao paladar feminino que o masculino.
Precisamos ficar atentos, pois os alimentos não nos nutrem apenas física, mas emocionalmente também; por isso, é preciso saber identificar quando a fome é física ou emocional. Como distingui-la? A fome física é fisiológica, é a nossa necessidade de reabastecimento, aquela que sustenta a vida, que nos mantêm de pé, produzindo em nós a energia necessária para desenvolvermos as tarefas diárias. Já a fome emocional é aquela que não tem ligação com a sustentação da vida. Nesse caso, é aquela que nos faz comer mais e mais, apesar de já estarmos satisfeitos ou até passando mal. É aquele churrasco gostoso, o almoço de domingo, a festa boa que vamos. E mesmo já atingindo nosso limite físico, não somos capazes de dizer ‘não’ e continuamos a comer.
É primordial, então, o autoconhecimento, pois ele será nosso auxílio adequado, o termômetro para não sermos reféns dos alimentos. Conhecer nossa história, nossas emoções e reações promove em nós autodomínio e, consequentemente, uma forma mais madura e saudável de ver a vida.
Não pare em suas limitações, desnude-as e vença-as!

Autora: Aline Rodrigues

23/09/2017

Ser mãe, eterno aprendizado!

É por meio da mãe, seja ela com vínculo sanguíneo ou não, que damos início ao desafio de sermos seres humanos

É um desafio escrever para mães, não sendo uma delas, mas é comum dizer que a mulher, pela sua natureza, traz em si o dom de acolher e o dom da maternagem, ou seja, de acolher o outro com o amor filial.
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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Esta é a graça de saber que já somos amados mesmo antes de sermos gerados, é graça e dom de Deus o amor maternal.
Não sendo uma delas, mas atendendo muitas mães, vamos aprendendo, lendo e convivendo com genitoras que nos trazem diversas histórias de vida, aprendizados e experiências.

Vínculo materno

O vínculo materno é algo estabelecido muito antes do nascimento, e é o primeiro evento de organização psíquica (embora, primitivo) de uma criança. Nesse sentido, a mãe se torna um elemento primordial no cuidado da criança, na observação dos seus sentimentos e emoções, na formação de sua identidade.
É por meio da mãe, seja ela com vínculo sanguíneo ou não, que damos início ao desafio de sermos seres humanos e conviver em sociedade.
É na relação mãe-bebê que também a mãe se realiza, partindo do princípio de que tudo é troca. Mãe-bebê crescem na interação e na maturidade, com formas de ganho vivenciadas desde o princípio da relação.
Mais do que instinto, a maternidade é algo que prende nossa atenção pelo fato de envolvermos outros aspectos, como comportamentos aprendidos e experiências de vida que nos tornaram diferentes no contato com nossos filhos.
Acho importante tocar nesse aspecto: por vezes, as mães estão insatisfeitas no modo como têm realizado seu papel. Aí, é hora de aceitar suas dificuldades, aprender com outras mães, buscar, em sua família, bons exemplos de maternidade.

O cuidado com os rótulos

O que devemos evitar é aquele rótulo de que, por nossos sofrimentos de vida, repassemos tudo isso para nossos filhos. Creio ser este o maior erro.
Sabe aquela frase que começa assim: “Filho meu não faz isso…” e “Filha minha, se engravidar fora do tempo, vai ser botada pra fora de casa”. Ouvimos isso milhares de vezes. Mas será esse o melhor caminho?
Ser mãe é cuidar, trazer para perto, conversar. Chegamos então ao X da questão: nossa relação com os filhos não é apenas instintiva, é também intuitiva, é perceber mais as reações do filho, as amizades, as vivências e os hábitos dele.
É preciso quebrar uma barreira que possa existir entre você e seu filho, que é muito mais uma barreira “mental” imposta por você, dizendo o que deve ou não tratar com ele.
A relação mãe-filho sofre influência marcante da cultura, do ambiente social, religioso, financeiro, da nossa saúde física e mental, do nosso acesso à educação, ao lazer, ao trabalho, ao descanso, à dignidade e ao reconhecimento.
Reciclar! Reciclamos nosso conhecimento no trabalho, na escola e – por que não? – na forma de conduzir nossa relação com nossos filhos.

A melhor educação

A melhor educação não é a mais cara ou cheia de recursos, mas a que deixa lembranças emocionais positivas. Essa vivência é muito especial para cada ser humano. Se você não viveu isso, procure trazer para seu filho o sentimento de pertencer, de ser acolhido, oferecendo-lhe segurança.
A segurança oferecida é ponto-chave para que seu filho também se sinta seguro, mesmo quando não for bem na prova da escola, quando perder o jogo do time ou não possuir aquele tênis “da hora” que todo amigo tem.
Leia mais:
Mãe não é aquela que cede, que concede, que libera e facilita a vida. Mãe também abraça, acolhe, esbraveja, chora, também precisa de colo e proteção.
Ser mãe não é ser “mulher maravilha” com um cinturão cheio de superpoderes e ter todas as respostas em mãos, mas ganhar um espaço com seu filho; sim, dar a ele um espaço de escuta, um espaço de amor e acolhida.
É a graça de vivenciar vários papéis ao mesmo tempo: ser mãe-mulher-cidadã-esposa-profissional! Muitos papéis para essa mãe, os quais vão moldando seu jeito de ser e atender todas as necessidades apresentadas, que capacita sua forma de entender seus aspectos humanos e, estando bem psicologicamente, também contribua no desenvolvimento saudável de seus filhos.
Ser mãe é viver as alegrias e os sofrimentos que ser mãe representa, unidas à fé, à esperança, ao amor-doação. É saber criar seus filhos e saber gerá-los para a vida.
Que lindo presente é ser mãe! Um papel que, na verdade, nunca acaba. Ser mãe está e sempre estará em sua vida como a experiência mais transformadora que uma pessoa pode viver.
Tudo isso faz com que você seja tão especial e importante na vida de seus filhos!

Autor: Elaine Ribeiro dos Santos

22/09/2017

Não consigo engravidar

O que a Igreja recomenda para os casais que conseguiram engravidar

A Igreja sabe que os casais que não conseguem engravidar sofrem. O Catecismo diz que “é grande o sofrimento de casais que descobrem que são estéreis” (n.2374). Mas, nem por isso, eles devem ser infelizes.
“Os esposos, a quem Deus não concedeu ter filhos, podem, no entanto, ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristã. Seu matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, acolhimento e sacrifício” (n.1654).

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com 

Buscar na ciência meios para engravidar

A Igreja recomenda que esses casais busquem, na ciência médica, a possibilidade de a mulher engravidar, mas por meios que não firam a dignidade humana.
“As pesquisas que visam diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas ‘a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus’” (Instrução Donum Vitae, 2). (n.2375)
O Magistério da Igreja entende que não é lícito gerar um filho pela inseminação artificial homóloga (pais casados) ou heteróloga (pais não casados).
Diz o Catecismo que “as técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero) são gravemente desonestas.
Essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e de uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento.
Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um por meio do outro”(n.2376). “Praticadas entre o casal, essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são, talvez, menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas que remete a vida e a identidade do embrião ao poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos”.

União dos esposos

“A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos. Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa” (n.2377).
A Igreja recomenda que se o casal que não conseguir, por meios legítimos, a fecundação, deverá juntar esse sofrimento ao de Cristo, na cruz, e poderá adotar filhos do coração, que não são menos valiosos que os da carne.
Sem dúvida, é um ato de fé de quem realmente ama Deus e está disposto a oferecer esse sacrifício no cálice da Santa Missa.
O Catecismo diz: “O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infantilidade unir-se-ão à cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual.
Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (n.2379).

Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus

Não conhecemos os desígnios de Deus para cada casal. Por que uns têm muitos filhos e outros não têm nenhum? Só o Senhor pode responder isso. Sabemos que Ele não é o autor da esterilidade, mas o Senhor da vida. Se, no entanto, Ele não a permite, saberá dela fazer o bem.
Acreditamos, na fé, naquilo que diz São Paulo: “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”. Diz a Palavra que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). “O justo viverá pela fé” (Rm 1,17). Sem dúvida, esse é um sofrimento que só pode ser superado na fé e na oração de abandono nas mãos de Deus.
Quem de nós sabe o que é bom, hoje e amanhã, para nós ou para nossos filhos? Então, na fé, o melhor é aceitar o que Deus permite que aconteça, mesmo que nosso coração sofra. Diante d’Ele os méritos desses pais será grande.


Autor: Prof. Felipe Aquino