30/11/2014

Ser de Deus. O que eu ganho com isso?

Vale a pena ser de Deus
Hoje, vivemos a era do ‘Marketing’. Desde pequena, uma criança já sabe manusear um tablet, e por todos os lados vemos propagandas de produtos que lhe trará maior prazer. É fato que as propagandas não vendem produtos, mas convites à felicidade que será alcançada por meio deles. Com isso, vemos uma geração que, a todo momento, se questiona: “O que eu ganho com isso?”, “Quanto eu lucro ao buscar esse ou aquele meio?”. E quando se fala em religião, vemos que esta não está numa realidade tão diferente da comercial. Em muros e cartazes, até mesmo em “carros de som”, anuncia-se, pela cidade, determinada igreja que nos trará benefícios e soluções de forma cada vez mais fácil, descomprometida e acessível ao fiel… Ou poderia dizer ao cliente?
Ser de Deus, e o que eu ganho com isso
Vemos que, na Bíblia, também havia pessoas interessadas em se beneficiar de Deus
. Giezi é um exemplo; ele é um dos servos do profeta Elizeu, que testemunha a cura de Naamã, chefe do exército de Israel. O profeta não aceita nenhum presente de Naamã, o que deixa seu servo contrariado. “Então, Giezi sai correndo para alcançar Naamã. Quando este vê que Giezi corre atrás dele, desce do carro, vai ao seu encontro e lhe pergunta: ‘Está tudo bem?’. Giezi responde: ‘Tudo bem. Só que meu senhor mandou dizer-lhe: Agora mesmo, acabam de chegar, da região montanhosa de Efraim, dois jovens irmãos profetas. Por favor, dê para eles trinta e cinco quilos de prata e duas roupas de festa’. Naamã respondeu: ‘Aceite setenta quilos’. Insistiu para que Giezi aceitasse. Depois, Naamã colocou setenta quilos de prata e as roupas de festa em duas sacolas, e as entregou a dois de seus servos. Estes foram na frente de Giezi levando as sacolas” (cf. II Reis 5,21-25). Giezi mente dizendo que veio a mando do profeta pedir a prata e as roupas, mas o que o comandava nessa ação era seu desejo de ser beneficiado com o milagre que Deus operara em Naamã.
Na contramão, temos personagens bíblicos que nos mostram o caminho de uma real busca por Deus. O próprio profeta Elizeu, na passagem já citada, nos mostra que não é o que ganhamos com o Senhor que conta, mas o próprio Deus. Naamã lhe ofereceu prata e bens, mas o profeta os recusou, pois queria mostrar àquele homem que não se pode comprar a graça do Senhor. Muitas vezes, vejo por aí mensagens e dizeres onde se exortam um Deus produtor de bênçãos e milagres. Coisas como: “Deus não deixará nada de ruim acontecer. A sua vitória está perto, Deus fará de seus sonhos realidade”. Vamos construindo um “deus” condicionado ao que buscamos, ao que queremos.
Deus quer, sim, nos fazer felizes e nos levar a uma realização. Mas precisamos desmascarar um deus que segue caprichos humanos, que é uma mentira. No fim, são palavras vazias que nos levam a uma fé imatura, e acreditamos que o Senhor existe, sim, mas como nossos planos não acontecem, pensamos que Ele está longe de nós. As promessas de Deus se cumprem sempre, mas precisamos saber se elas vêm, realmente, do Pai.
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças” (Dt 6,5). É na intimidade com Deus que encontramos Suas promessas, e assim elas se cumprem. O que ganho seguindo Cristo? Ganho Cristo! “Porque todos fomos criados para aquilo que o Evangelho nos propõe: a amizade com Jesus e o amor fraterno.” (Papa Francisco EG. 265)
Jesus veio ao mundo para nos propor uma amizade verdadeira, sem interesses. Quando seu dia não for bom, você terá onde ir e com quem desabafar. E quando for ótimo? Ele estará junto de você, alegrando-se. ‘Os verdadeiros adoradores’ são aqueles que buscam Deus por quem Ele é, e assim recebem graças em sua vida. Mas quando vem a dificuldade, não renega o amigo, pois sabe que “se lhe formos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode renegar a si mesmo.” (cf. II Timóteo 2, 13)
Peçamos a Deus a graça de uma verdadeira conversão, de uma verdadeira disposição interior em buscar o Senhor e experimentar o amor d’Ele por nós. E que cresça, cada vez mais, o amor em nós por Ele. Que o amemos de graça, e o maior ganho que teremos com isso é Sua amizade.

29/11/2014

As nove virtudes do homem que agrada o coração de Deus

São José será nossa fonte inspiradora para refletirmos sobre as nove virtudes que agradam o coração de Deus
Jesus Cristo é o Homem perfeito. Mas seu pai adotivo, José, foi quem O inseriu nos ofícios e dinâmicas deste mundo. Sem dúvida, Cristo nasceu com todo potencial, mas Deus Pai providenciou que José fosse o escolhido para ensinar ao Menino Jesus o que é ser homem. A masculinidade é aprendida, passada de geração em geração, nisso o menino ou o jovem tem de se esforçar, lutar para ser virtuoso. Por isso, São José será aqui nosso modelo e fonte inspiradora das nove virtudes do homem que agrada o coração de Deus.
As 9 virtudes do homem que agrada o coração de Deus
1- Casto

São José é conhecido na tradição da Igreja como modelo de castidade. Essa virtude dá ao homem o domínio de si mesmo e, portanto, liberdade interior. O homem de Deus precisa se exercitar na pureza para aprender a não ser arrastado por seus impulsos e assim conseguir optar por escolhas grandiosas.
2 – Honrado
Pela forma como se referem a Jesus, “o filho do carpinteiro” (cf. Mt 13, 55), nos dá a entender que a profissão de seu pai seria a referência de José na cidade onde moravam. Daí, podemos também supor que era fácil encontrá-los em Nazaré, sua oficina e sua casa, pois não precisavam se esquivar de ninguém. José tinha um bom nome, honrava seus prazos e sua palavra. O homem, segundo o coração de Deus, é honrado. Se ele promete, cumpre. Se errou, assume. Seu nome e sua reputação são como que a assinatura de sua pessoa como um todo, sua palavra é sempre de honestidade.
3 – Trabalhador
A mesma citação – “o filho do carpinteiro” (cf. Mt 13,55) – pode designar uma pessoa que é conhecida pelo seu ofício; trata-se, portanto, de um ótimo profissional. José era um trabalhador talentoso. O ser masculino tem uma inclinação natural a ter, no trabalho, também um sentido existencial. A impressão de que sua profissão é extensão dele mesmo.
Frequentemente, nas obras de artes – esculturas e pinturas –, vemos uma mulher posando (parada e expondo sua beleza) e os homens quase sempre em posição de movimento, fazendo algo. Não imaginamos um homem sem o trabalho!
4 – Lutador
Olhe o esforço de São José nos primeiros anos de vida do Menino Jesus para preservar a vida do Filho de Deus e Sua Mãe Maria. José renunciou a tudo o que já tinha para preservar os seus. O homem de Deus é um lutador. O Senhor convida Seus profetas, na Sagrada Escritura, e, constantemente, os coloca em luta contra um inimigo público, contra forças espirituais; Ele os ensina a batalhar por sua família, pelo seu povo e pela causa do Reino de Deus.
5 – Fiel
Sem dúvida, o fato de Maria, enquanto noiva de São José, ter ficado grávida, significou para ele uma grande prova. Papa Francisco disse a esse respeito: “Uma prova parecida com aquela do sacrifício de Abraão”, em ambos os casos, Deus “encontrou a fé que buscava e abriu um caminho de amor e felicidade” (22/12/2013). Um homem deve ser fiel, primeiramente a Deus, depois a sua mulher e família. As tentações passam, a fidelidade torna o homem forte de espírito. Seja fiel até o fim!
6 – Cavalheiro
Difícil não imaginar José como um cavalheiro. Mas alguns fatos podem nos fazer supor isso de forma um pouco mais concreta. Por exemplo, quando Jesus aos doze anos se perde no templo, é Maria quem indaga Jesus na frente dos homens magistrados, numa sociedade que não contava mulheres e crianças. Por que não foi José quem o fez? Talvez, porque a Mãe participasse de forma mais intensa do ministério de Cristo, e José entendeu isso.
O homem de Deus é cavalheiro, porque associa sua força e propensão a ter atitude com sensibilidade e percepção. É atento e gentil sempre, mesmo em meio à crise, e não só na hora que quer conquistar uma mulher.
7 – Magnânimo
“José, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente” (Mt 1, 19). Este versículo demonstra a essência do coração do esposo de Maria. Ao saber da gravidez de sua noiva, José, num primeiro momento, deve ter imaginado que ela o tivesse traído, e a lei dos judeus condenava à morte a mulher que assim procedesse. Entretanto, mesmo sentindo-se injustiçado, a intenção desse homem de Deus revela sua disposição em garantir a vida da pessoa que ele amava e de uma criança inocente, e para ele isso significaria renunciar à sua carpintaria (seu sustento), sua casa (o “desposado” cuidava de construir e mobiliar o futuro lar), seu bom nome, sua reputação na cidade e, quem sabe, assim comprometer seu futuro.
Magnanimidade é bondade de coração, mas está além disso, é indulgência com nobreza. É compadecer-se do outro até em suas entranhas. É ser fiel, dar perdão, assumir a miséria do outro e fazer o bem mesmo quando se recebe um mal. É ter amor para oferecer mesmo quando a outra pessoa não o merece. O homem magnânimo é um gigante interiormente, ele doa de si não somente o que possui – seus talentos, dons materiais  e espirituais –, mas se entrega por  inteiro, até sua própria vida se preciso.
Imagine Maria, sabendo de seu esposo que ele teve a intenção de renunciar tudo em sua vida por causa de amor por ela! Imagine o olhar de amor que ela direcionou a ele! Que linda prova de amor José deu a Maria!
Faço aqui uma observação: Em minha juventude, conheci rapazes que tinham dinheiro, carro, eram “boa pinta” e bem populares entre as meninas. Contudo, das pessoas da minha geração, percebo que as mulheres que estão realmente felizes hoje são aquelas que se casaram com os homens que, desde aquela época, demonstravam ter um coração bom. Toda mulher merece ter um homem bom ao seu lado; no fundo, é o que elas esperam. O homem de coração magnânimo é um sinal e um reflexo de Deus nesta terra.
8 – Servo
São José escolheu ser servo, primeiramente de Deus. Por meio dos sonhos que tinha (e sonhos são coisas corriqueiras), ele entendeu que ali estavam as ordens do Senhor, e que era necessário cumpri-las. José não ficou questionando se aquilo era fruto de sua emoção causada pelos fatos que estavam acontecendo. Em tudo José foi obediente a Deus.
Também foi o servo de sua família. A Bíblia diz, “mas a cultura judia coloca o homem como chefe de sua família” (cf. Ef 5, 23). O pai terreno de Jesus fez de sua autoridade um serviço para os seus. Não usurpou dessa sua posição para obter direitos e favores dos membros de sua família. Pelo contrário, sacrificou-se, renunciou de si em favor de sua esposa e seu filho.
O homem segundo o coração de Deus entende que toda e qualquer autoridade nesse mundo deve ser vista como uma responsabilidade de amar e edificar aqueles que estão sob seus cuidados, seja família, subordinados no trabalho ou o povo do Senhor. Mas, acima de tudo, está a vontade de Deus.
9 – Justo
Todas as virtudes acima podem ser vistas como desdobramentos desta última. A Palavra define José como Justo (cf. Mt 1, 19). O significado bíblico dessa palavra se refere àquele que cumpre e pratica a Lei, tanto no termo jurídico – a pessoa que é idônea perante suas obrigações civis –, mas também a Lei do Senhor. José era irrepreensível quanto ao cumprimento dos preceitos e ritos religiosos, mas os fazia por um ardente amor ao Senhor, e não por prestígio entre os homens.
O homem precisa encantar-se com a Palavra e a Lei eterna do Altíssimo, pois, se ele dá a Deus o que é de Deus, não lhe será pesado dar a César o que pertence a César. Ser justo é ser santo. O homem que agrada a Deus busca constantemente a santidade.
Peçamos a intercessão de São José, pois o mundo está precisando cada vez mais de homens que tenham a coragem de entregar a vida deles a Deus, deixarem-se ser conduzidos por Ele e, dessa forma, trazerem um pouco da alegria do céu para viver já aqui nesta terra.
São José, rogai por nós!

28/11/2014

Como temos utilizado os tesouros que existem dentro de nós?

Examinemos como aproveitamos o tempo, a pontualidade, a ordem, os deveres familiares, a dedicação ao trabalho
Ao aproximar-se o final do Ano Litúrgico, a Igreja nos brinda com a conhecida Parábola dos Talentos (Cf. Mt 25, 14-30). Aquele que é a Sabedoria de Deus (Cf. 1 Cor 1, 24) nos oferece o caminho para assumir com dignidade a vida que nos foi dada de presente. A partir da parábola, “talento” veio a significar um dom, habilidade ou qualidade. Ao tempo da redação do Evangelho, talento era uma unidade monetária equivalente a cinquenta quilos de prata, correspondente a cerca de seis mil denários, e um denário era a diária de um trabalhador do campo. O servo da parábola que recebeu um talento tinha muito em mãos e podia fazer tanto com o que lhe fora dado.
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As parábolas são propostas pelo Senhor para provocar positivamente, suscitando uma resposta de vida. Do dinheiro passamos à nossa história. Os servos somos nós; os talentos são as condições oferecidas por Deus a cada um; o tempo de viagem do proprietário é a vida; a volta inesperada é a morte, nossa páscoa pessoal; a prestação de contas é o juízo e a entrada na festa, o banquete da alegria, oferecido pelo Senhor, o Paraíso. No final de tudo, quando a obra de nossa vida estiver concluída, no tempo certo conhecido pelo Senhor da História, haveremos de entregar os dons que nos foram concedidos não para nossa vaidade, mas para servir e amar a Deus e ao próximo.
Como Deus não impõe, mas propõe, à sua proposta cabe uma resposta. Temos consciência de não sermos proprietários da própria vida, mas administradores dos dons de Deus. Nenhuma pessoa inventou sua vida, nem a planejou por conta própria. Na maravilhosa criação de Deus, todas as pessoas sejam consideradas como obras primas, a serem aperfeiçoadas no correr dos anos, contando com a inspiração do Espírito Santo, que não abandona qualquer um dos filhos e filhas de Deus. É condição de felicidade identificar o projeto de Deus a respeito de sua própria vida e buscar todos os meios para realizá-lo. Cabe a cada pessoa abraçá-lo, na maravilhosa aventura da liberdade, com a qual todos foram feitos, ao assumir responsavelmente os rumos da existência.
Assumir responsabilidades! Tarefa exigente que pede formação e preparação adequada. O processo educativo na família, na escola e na Igreja pode contribuir para que as crianças, adolescentes e jovens sejam iniciados para ter nas mãos o rumo da própria existência. Para todas as idades, inclusive para nós, adultos, tudo começa com o reconhecimento de que todos têm valor aos olhos de Deus e diante dos outros. Discriminar, humilhar e condenar pessoas não corresponde ao plano do Senhor, que quer todos vivos e felizes. Ninguém seja visto como massa sobrante em qualquer campo da convivência humana.
Constitui-se uma personalidade responsável quando se leva em conta as condições de cada um, considerando idade, formação recebida, condições de saúde, temperamento, ambiente familiar e referências culturais e ambientais. Faz-se necessário muitas vezes exercer o papel de “caça-talentos”, para descobrir uma quantidade considerável de tesouros escondidos. Nestes dias, um menino de dez anos me foi apresentado como um dos líderes do projeto de evangelização numa das Paróquias da Arquidiocese de Belém. Como foi significativo ver o brilho dos olhos daquele que se sabe missionário! Sem forçar e exigir mais do que pode oferecer, ele se torna sinal para muita gente crescida!
Responsabilidade se aprende e há de ser assumida pouco a pouco, quando alguém se arrisca, confia e lança o outro para voos mais ousados. Há muita gente aguardando este voto de confiança! O Senhor faz assim conosco, agindo “como a águia que incita a ninhada, esvoaçando sobre os filhotes, também ele estendeu as asas e o apanhou e sobre suas penas o carregou” (Dt 32, 11). Responsabilidade se consolida com dedicação, tempo, preparação das atividades, coragem para rever e recomeçar quando acontecem falhas, superação de julgamentos com os eventuais fracassos, idealismo cultivado com afinco.
Vale a pena até detalhar um caminho de revisão pessoal de vida, a esta altura do ano. Examinemos como aproveitamos o tempo, a pontualidade, a ordem, os deveres familiares, a dedicação ao trabalho. Como temos oferecido as qualidades e talentos recebidos para servir a Deus e ao próximo? Temos olhado ao redor para ver o que é possível fazer pelo bem comum na Paróquia, no bairro em que vivemos, ou, quem sabe, nas associações e organismos aos quais estamos ligados? Outro ponto para uma revisão corajosa da vida é “fazer bem feito”. Basta olhar para Deus, que fez tudo e todos como obra de arte, para entender que nossa passagem por este mundo, por sinal, muito breve, pode deixar um rastro de dedicação e amor. Até para o equilíbrio pessoal é importante realizar por inteiro as tarefas! E dentre os dons oferecidos pelo Senhor, venha em relevo o presente da Palavra de Deus. Faz parte da responsabilidade do cristão não reter para si o conhecimento das coisas de Deus, mas oferecê-la aos demais.
A liturgia da Igreja, celebrada neste final de semana, faz preceder a Parábola dos Talentos com um esplêndido texto do livro dos Provérbios: “Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. Estende a mão para a roca e seus dedos seguram o fuso. Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor. Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras!” (Pr 31, 10-13. 19-20. 30-31). Fortaleza, confiança, capacidade para oferecer alegria aos outros, trabalho, habilidade, partilha, temor do Senhor. Tais valores continuam atuais e se tornam talentos preciosos a serem postos “em circulação” em nossos dias! Homens e mulheres de todas as idades os assumam com responsabilidade.

27/11/2014

27/11 - Dia de Nossa Senhora das Graças


Foi na segunda aparição a 27 de novembro de 1830, em Paris, na França; que Nossa Senhora apareceu a uma das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, à humilde noviça Santa Catarina Labouré. Ela descreve como lhe foi revelada a Medalha da Imaculada Conceição:

A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o à Deus, num gesto de súplica.

Enquanto A contemplava, Catarina ouviu uma voz que lhe disse:

"Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.“

A ORAÇÃO:

Enquanto Maria estava rodeada duma luz brilhante, de repente, o globo desapareceu e suas mãos se estendem suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. Formou-se assim um quadro oval, rodeado pelas palavras em letras de ouro:

"Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".

Virou-se então o quadro, aparecendo, no reverso, um " M" encimado por uma cruz e, embaixo, os corações de Jesus e de Maria. E a Santíssima Virgem lhe pede:

 

         

A PROMESSA:

’'Manda cunhar uma Medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem indulgenciada, receberão grandes graças, mormente se a trouxerem ao pescoço; hão de ser abundantes as graças para as pessoas que a trouxerem com confiança. “

E assim foi cunhada, em Paris, esta medalha, que logo s espalhou pelo mundo inteiro, derramando graças tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente, passou a chamá-la: " A Medalha Milagrosa".

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS



Súplica - Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao comtemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades(momento de silêncio e de pedir a graça desejada).
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas.
E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave-Marias.

- Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

Oração Final - Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.





NOVENA DA VIRGEM IMACULADA DAS GRAÇAS

DA MEDALHA MILAGROSA

Ato de Contrição- Meu bom Jesus que por mim morrestes na cruz, tende piedade de mim, perdoai os meus pecados e dai-me a graça de nunca mais pecar.

1º Dia - 1º Aparição - Contemplamos a Virgem Imaculada, em sua primeira aparição a Santa Catarina Labouré. A piedosa noviça guiada por seu Anjo da Guarda é apresentada a Imaculada Senhora. Consideremos sua inefável alegria. Seremos também felizes, como Santa Catarina, se trabalharmos com ardor na nossa santificação.

Súplica a Nossa Senhora - Ó Imaculada, Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe ao contemplar-nos de braços derramando graças sobre os que vos pedem cheios de confiança na Vossa poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas numerosas culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor durante esta Novena as nossas prementes necessidades...( um instante de silêncio ). Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa este favor que confiantes vos solicitamos para maior glória de Deus, engrandecimento do Vosso nome e bem de nossas almas e para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos a coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém – Rezar 03 Ave-Marias.

Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.

Oração Final - Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus alcançai-me de vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e de espírito a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.

2º Dia - Lágrimas de Maria - Contemplemos Maria, chorando sobre as calamidades que viriam sobre o mundo, pensando que o Coração de seu Filho seria ultrajado, a cruz escarnecida e seus filhos prediletos perseguidos. Confiemos na Virgem compassiva e também participaremos no fruto de suas lágrimas.

3º Dia - Proteção de Maria - Contemplemos nossa Imaculada Mãe, dizendo em suas aparições a Santa Catarina: " Eu mesma estarei convosco, não vos perco de vista e vos concederei abundantes graças. Sede para mim, Virgem Imaculada, o escudo e a defesa em todas as necessidades.

4º Dia - 2º Aparição - Estando Catarina Labouré em oração a 27 de novembro de 1830, apareceu-lhe a Virgem Maria, formosíssima, esmagando a cabeça da serpente infernal; nesta aparição vemos seu desejo imenso de nos proteger sempre contra o inimigo de nossa salvação. Invoquemos a Imaculada Mãe com confiança e amor!

5º Dia - As Mãos de Maria - Contemplemos, hoje, Maria, desprendendo de suas mãos raios luminosos. "Estes raios, disse ela, são a figura das graças que derramo sobre todos aqueles que me pedem e aos que trazem com fé minha medalha".
Não desperdicemos tantas graças! Peçamos com fervor, humildade e perseverança, e Maria Imaculada no-las alcançará.

6º Dia - 3º Aparição - Contemplemos Maria, aparecendo à Santa Catarina, radiante de luz, cheia de bondade, rodeada de estrelas, e mandando cunhar uma medalha, prometendo a todos que a trouxerem com devoção e amor, muitas graças. Guardemos fervorosamente a Santa Medalha e como escudo, ela nos protegerá nos perigos.

7º Dia - Súplica - Ó Virgem Milagrosa, Rainha excelsa, Imaculada Senhora, sede meu refúgio nesta terra, meu consolo nas tristezas e aflições, minha fortaleza e advogada na hora da morte.

8º Dia - Súplica - Ó Virgem Imaculada da Medalha Milagrosa, fazei que esses raios luminosos que irradiam de vossas mãos virginais, iluminem minha inteligência para melhor conhecer o bem, e abrazem meu coração com vivos sentimentos de fé, esperança e caridade.

9º Dia - Súplica - Ó Mãe Imaculada, fazei que a cruz de vossa Medalha brilhe sempre diante de meus olhos, suavize as penas da vida presente e me conduza à vida eterna.





Súplica à Virgem Santíssima das Graças
200 dias de indulgência



Celeste tesoureira de todas as graças, Mãe de Deus e minha Mãe, Filha Primogênita do Eterno Pai, cuja Onipotência está em tuas mãos, tem piedade de minha alma e concede-me a graça que te suplico com todo fervor. Ave-Maria...

Misericordiosa distribuidora das graças divinas, Maria Santíssima, tu que és Mãe do Verbo Encarnado, tu que foste coroada com sua imensa sabedoria, considera a minha dor e concede-me a graça de que tanto necessito. Ave-Maria...

Misericordiosa distribuidora das graças divinas, Imaculada esposa do Espírito Santo Eterno, Maria Santíssima, tu que recebeste um coração participando das misérias humanas e consolando todos os que sofrem, tem compaixão da minha alma e dá-me a graça que espero, com toda confiança, da tua imensa bondade. Ave-Maria...

Sim, minha Mãe, Tesoureira de todas as graças, Refúgio dos pobres pecadores, Consoladora dos aflitos, Esperança dos desesperados, Auxílio poderoso dos cristãos, eu deposito em ti toda minha confiança e creio firmemente que obterás de Jesus a graça que desejo com toda esperança para o bem de minha alma. Salve Rainha...

Oh! Maria concebida sem pecado, rogai ao Pai para (pede-se a graça).

Oh! Maria concebida sem pecado, rogai a Jesus para (pede-se a graça).

Oh! Maria concebida sem pecado, rogai ao Espírito Santo para (pede-se a graça).


26/11/2014

Somos seduzidos por fraqueza ou escolhemos pecar?

Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta; ainda assim, muitas vezes, fazemos o mal. Isso é resultado de nossa fraqueza ou de nossa livre escolha?
Dizer ‘não’ ao pecado é uma luta presente na vida de todo cristão que leva a sério sua caminhada. É real perceber que sinais  antecedem o ato de pecar, pois somos acometidos pelos desejos e pelas paixões que não controlamos ou que escolhemos não controlar. Para que o ato seja pecaminoso precisa haver um processo consciente, uma decisão. Se não é consciente, ou seja, se a pessoa não tem a capacidade de escolher entre fazer ou não, isso não caracteriza pecado. Nesse contexto, existe uma realidade que permeia todas as situações de pecado: a concupiscência.
No Catecismo da Igreja Católica, lê-se que a concupiscência “desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesmo, inclina o homem a cometer pecado” (CIC 2515). Ou seja, é um ato da razão que antecede o pecar, podemos dizer que é “planejar” o pecado.
940x350-Destaque---Pecado
No texto bíblico que meditamos, vemos que Caim se chateia com a preferência de Deus à oferta feita por seu irmão Abel. O Senhor, ao perceber isso, o questiona: ”Por que andas irritado e com o rosto abatido?” (Gn 4,6). Deus tem a intenção de mudar o coração de Caim, mas ele não se abre ao Senhor, esconde-se. Dentro dele, havia o desejo de matar seu irmão, e nem mesmo Deus o alertando sobre as consequências, o faz mudar de ideia.
Quantas vezes nos encontramos em situações diante das quais percebemos, claramente, que estamos a ponto de cometer um ato inconsequente que resultará em pecado? Um homem que se sente atraído por uma mulher casada, por exemplo, ao perceber que pode ser correspondido, insiste, mesmo sabendo que deve evitar, pois aquilo lhe agrada de alguma forma. Há dentro do ser humano esse alerta, mas, nós, muitas vezes, o ignoramos, passamos por cima dele, agimos e pecamos. Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta diante dessas circunstâncias, mas o homem não enxerga ou finge que não vê e prossegue com sua inclinação ao mal.
Basta olharmos para nosso último pecado e refletirmos um pouco. Vejamos o que foi gerado dentro de nós antes do pecado. Sabíamos que a situação nos levaria ao erro; mesmo assim, prosseguimos. Deixamo-nos seduzir por fraqueza ou, simplesmente, pecamos por livre escolha?
Caim convida seu irmão a ir ao campo – aqui vemos que ele pensou no que fazer, trata-se de um ato premeditado, o primeiro homicídio relatado pela Bíblia. Esse fato também quer nos ensinar que em nós há essa postura de planejar o pecado e enganar Deus; muitas vezes, enganamos a nós mesmos, numa atitude consciente e premeditada.
Nossa leitura termina com uma frase que cria em nós um impacto se pararmos e refletirmos sobre ela: “A ti vai seu desejo, mas tu deves dominá-lo” (Gn 4,7). Essa frase de Deus dirigida a Caim revela que o Senhor sabia da intenção do coração dele, tanto que, se lermos todo o versículo sete, onde Deus fala ao nosso personagem, veremos que Ele vê a sua aparência, sinal claro de que “o pecado o estava espreitando à porta” (cf. Gn 4,7). Sim, o ser humano dá sinais claros de que vai pecar; nesses sinais, temos a oportunidade de lutar contra o pecado, de firmar nosso coração em Deus e declarar: “PHN! Por hoje não, por hoje não vou pecar”. Esses sinais nos dão a chance de escolher entre bem e o mal.
Então, encontraremos uma chave na luta pela santidade, uma arma que o próprio Deus nos deu. Como vemos no Catecismo da Igreja Católica (CIC), a concupiscência não caracteriza o pecado em si mesmo, é o intervalo entre o estímulo que recebemos e a nossa reação. Assim, podemos dizer que, neste intervalo, podemos nos controlar e deter nossa reação. Portanto, é possível dominar o desejo, dominar a concupiscência!
Não fomos criados para ser escravizados por nossos desejos, e precisamos nos convencer de que sozinhos não os podemos dominar. Deus coloca pessoas ao nosso lado, coloca leituras, palestras e muito mais à nossa disposição para que cresçamos no autoconhecimento e também no dia a dia. Ele nos dá a possibilidade de escolher o que devemos fazer diante dos estímulos externos que recebemos. E uma capela, uma igreja, é o lugar ideal para derramarmos todas as nossas angústias, para estarmos diante de Jesus e pedir a Ele o socorro necessário, pois o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza (cf. Rom 8,26). Isso requer treino, isso requer esforço e luta!
Deus nos abençoe nesta batalha pela santidade.

25/11/2014

Quem é o meu anjo da guarda?

“O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva” (Sl 33,8).
O Catecismo da Igreja diz que “a existência dos seres espirituais, não-corporais, os anjos, é uma verdade de fé”. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n.328). Nenhum católico pode, então, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. Cat. n.330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.
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A Igreja ensina que, desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção (Sl 90,10-13) e pela intercessão dos anjos. “O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva” (Sl 33,8).
São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, disse: “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida” (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um Anjo da Guarda pessoal. Jesus disse: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).
A liturgia de 2 de outubro celebra os Anjos da Guarda desde o século XVI, festa universalizada por Paulo V. Ora, se a Igreja celebra a festa dos Anjos da Guarda é porque, de fato, eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como ajudou Tobias. Mas para isso é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia, um rapaz me disse: “Eu não vejo pornografia na internet, porque tenho vergonha de meu Anjo da Guarda!”. A melhor homenagem a nosso anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com a ajuda dele, fazer a vontade de Deus.
A Tradição da Igreja acredita que nosso Anjo da Guarda tem a tarefa de oferecer ao Senhor as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, nada mais importante do que ter uma vida de intimidade com nosso anjo, invocando-o constantemente e colocando-nos debaixo de sua proteção. Desde criança, aprendi com minha mãe esta oração: “Santo anjo da minha guarda, a quem eu fui confiado por celestial piedade, iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém.” Nunca deixei de rezar essa oração.
Então, o melhor a fazer é não fazer nada sem pedir a luz, a proteção, o governo do bom anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte. É por isso que muitos Papas, como João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo Anjo da Guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, que expressemos nossa gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e o invoquemos todos os dias com o Angelus Dei.
O Santo Padre Pio teve um relacionamento profundo com o Anjo da Guarda. São inúmeras as passagens da vida desse santo com seu anjo e com o anjo dos outros. Certa vez, ele disse a uma pessoa: “Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia”. Invoque o seu Anjo da Guarda, pois ele o iluminará e o guiará no caminho de Deus.
Alguns perguntam se é possível saber o nome do nosso Anjo da Guarda. A Igreja não fala sobre isso, ela apenas conhece o nome dos três grandes Arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Portanto, se alguém sabe o nome do seu anjo é uma revelação particular que não tem a confirmação da Igreja.
O mais importante é termos um relacionamento vivo e fervoroso com o nosso bom anjo protetor durante toda a vida.

24/11/2014

Por que batizar uma criança?

“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, como também todos os de tua casa”
O batismo é um sinal visível da realidade oculta da salvação, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica, número 774. A Igreja ensina isso a respeito de todos os sacramentos; nesse caso, o sacramento se mostra visível pelo sinal da água, que é derramada sobre a criatura. Por meio dessa graça, a pessoa se torna filho ou filha de Deus.
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No início da Igreja, os apóstolos obedeceram ao mandato do Senhor: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos que os apóstolos foram testemunhas do principal evento da humanidade: a Morte de Jesus por amor à humanidade e Sua Ressurreição.
Os apóstolos anunciavam o Cristo, e aqueles que aderiam a Ele eram batizados. “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16,16). Quando Pedro anunciou Jesus para a família de Cornélio, este e toda sua família foram batizados. Ora, será que só havia adultos na família? Quando o carcereiro fez uma experiência de Deus, o que Paulo disse a ele? “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, como também todos os de tua casa”; depois, completou o autor dos Atos dos Apóstolos: “E, imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares (cf. Atos 16,31-33). Será que as crianças não faziam parte da família?
Jesus sempre quis bem às crianças. “Trouxeram-lhe também criancinhas, para que ele as tocasse. Vendo isso, os discípulos as repreendiam. Jesus, porém, chamou-as e disse: ‘Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas. Em verdade vos declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará’” (Lc 18, 15-17).
Podemos constatar que há batismo de crianças no tempo da Igreja primitiva, pois Jesus quer bem a elas. Se ganho algo bom, quero partilhar com os meus. Os adultos fizeram uma experiência com Jesus Salvador e foram batizados e conquistaram esse sacramento também para os seus filhos.
Em nossa Igreja, os sacramentos da iniciação são: batismo, Eucaristia e crisma, sendo o primeiro a porta de entrada para os demais. Após o batismo, os pais e padrinhos se tornam os principais evangelizadores e catequistas dos neobatizados, vão ensiná-los sobre a fé e proporcionar-lhes experiências de oração. O padrinho deve ser presente e dar testemunho de fé em Jesus Cristo, esse é o maior presente que pode e deve dar ao seu afilhado.
O batismo, além da graça da filiação divina, concede o perdão dos pecados. A criança possui pecado? Sim, ela possui o pecado original, que significa o mal cometido por Adão e Eva. Eles foram chamados à santidade original – todos os homens foram e são chamados à santidade em Adão e Eva. Uma vez que os primeiros pais pecaram pela desobediência, a santidade original foi ferida. O apóstolo São Paulo confirmou isso quando disse: “Assim como, pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação…” Mas como uma criancinha pode ter pecado?
O pecado não foi cometido e sim transmitido. O Catecismo da Igreja Católica ainda ensina “é um pecado «contraído» e não «cometido» um estado, não um ato.” (n. 404), e a consequência dele é a morte da alma. Por essa razão, a Igreja confere o batismo às crianças. Que desgraça foi o pecado original! No entanto, o mesmo São Paulo continuou: “Assim também, pela obra de justiça de um só [Cristo], virá para todos a justificação que dá a vida” (Rm 5,18). Jesus Cristo concede a graça da santidade original graças à Sua Páscoa e todo aquele que O acolhe e é batizado e salvo (cf. Mc 16,16).
Enfim, o batismo é um sacramento, uma graça sobrenatural. Já ouvi testemunhos em que os pais disseram que a criança havia melhorado após o batismo ou que nasceu com problemas e tiveram de batizá-la ali mesmo no hospital, às pressas, e ela saiu de lá sadia. Não é superstição. O batismo é um sinal visível de uma graça invisível, pode e é recomendado pela Igreja, insere a pessoa na linda família cristã, perdoa o pecado original e devolve a santidade original, a qual, a partir daí, deve ser ajudada com os pais, 

23/11/2014

Existe reencarnação?

O que existe depois desta vida e que consequência me trará a maneira como eu vivo?
“Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hebreus 9,27).
Uma parte da humanidade crê na reencarnação, ou seja, pensa que a alma, depois da morte, encontra outro corpo no qual possa habitar. Essa crença, muito antiga, constitui o fundamento de várias religiões, dentre as quais o budismo, o hinduísmo, o espiritismo, entre outras. Muitas pessoas, nos países ocidentais, também acham essa doutrina convincente e acreditam que ela seja compatível com o Cristianismo. A vantagem disso, segundo elas, é que os incrédulos teriam uma ou mais oportunidades de se redimirem dos erros. Pura falácia!
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Essa doutrina é fundamentalmente oposta ao ensino das Sagradas Escrituras. Ela não faz mais que expressar a confusão do ser humano diante da morte e da desesperada necessidade de consolo nesse momento. O que existe depois desta vida e que consequência me trará a maneira como eu vivo?
Em Sua Palavra, Deus nos dá a única verdadeira resposta para tal pergunta: todos os homens pecaram e estão condenados ao castigo eterno (cf. Romanos cap. 6), no entanto, o Senhor nos oferece Sua maravilhosa graça salvífica por intermédio de Jesus Cristo, que expiou os pecados de toda a humanidade na cruz. No entanto, somente aqueles que, pela fé, O recebem em seu coração são purificados de seus pecados, recebem a vida eterna e são adotados por Deus como Seus filhos.
A doutrina bíblica diz que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”. Tomar a cruz significa ter gosto pelo sofrimento? (cf. Hebreus 9,27). O perdão de Deus é definitivo: não há ciclos a serem completados, não há evolução a ser alcançada. Portanto, nada há em comum entre a reencarnação e a esperança cristã da ressurreição1.
“Disse-lhes Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu nisso?” (João 11,25-26).
Escreve o teólogo José Cabral, autor do livro “Religiões, Seitas e Heresias”, sobre o assunto: “O espiritismo nega todas as doutrinas básicas da fé cristã. Os livros, jornais, revistas e publicações espíritas nada têm de cristãos. Espiritismo cristão não existe; é mero rótulo2.
A ressurreição
Na cidade de Corinto, alguns diziam que não havia ressurreição de mortos (cf. I Coríntios 15,12). Então o apóstolo Paulo afirmou: “se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé [...]. Somos os mais miseráveis de todos os homens” (I Cor 15, 13-14.19).
A ressurreição é a própria fundamentação doutrinária do Evangelho. Foi necessário o poder de Deus para ressuscitar a Cristo dentre os mortos. Esse mesmo poder é exercido para com os que creem n’Ele (cf. Efésios 1,19-20).
Não se trata somente da existência eterna da alma do crente, mas também da ressurreição dos corpos: “Esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso” (Filipenses 3, 20-21).
Nosso Senhor Jesus Cristo falou em João 5, 28-29: “Vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida”. Gloriosa realidade para o crente! “Os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”. Horrenda perspectiva para os que se recusam a receber a salvação que Deus lhes oferece. Acreditar e viver o ensinamento de Cristo é viver já essa ressurreição. Pela fé vivemos a certeza das glórias celestiais. A graça e o amor de Deus nos elevam à feliz eternidade.
“Cristo ressuscitou dentre os mortos e foi feito as primícias dos que dormem” (I Cor 15,20).
“Só uma coisa importa: que nos encontremos em Jesus Cristo para entrar na vida verdadeira pela ressurreição”, afirmou Santo Inácio de Antioquia 3.
Notas:

Passagens Bíblicas e Reflexões. Boa semente Devocional de 2009.

Cabral, José. Religiões, seitas e heresias. São Paulo: Editora Folego, 2011 p. 147.

3. Soares, Hélio. O que dizem os santos: 3000 pensamentos em mais de 200 atributos. Uberlândia, MG. Editora A Partilha, 2010, p. 277.

Fonte: Canção Nova

22/11/2014

Piercing e a tatuagem no corpo de um cristão

Será que o uso dessas práticas, mesmo na cultura ocidental pós-moderna, não vem carregado de um sentido espiritual?
“Não fareis incisões na vossa carne por um morto, nem fareis figura alguma no vosso corpo. Eu sou o Senhor” (Lv 19,28).
Vemos, neste texto bíblico, a proibição de Deus ao povo de Israel de fazer incisões na pele. Para não cairmos em fundamentalismos, temos de ir ao contexto e descobrir a essência da mensagem. O que observamos é que o uso dessas incisões trata-se de uma prática idólatra dos povos pagãos que circundavam Israel, e a essência é que não condiz com o seguimento do Deus Uno qualquer forma de idolatria e, então, o corpo do homem não pode ser um espaço de expressões idólatras.
O que a Igreja diz sobre o uso de tatoo e piercing - 940x500
Tatuagem e piercing têm alguma coisa a ver com isso? “A expressão piercing tem sido usada para designar um tipo de adorno inserido por perfuração em certas partes do corpo. Tatuagem é a pintura da pele com pigmentos insolúveis e definitivos.” 1
Olhando assim, de forma objetiva, parece que a tatuagem e o piercing não têm nada de censurável. Mas precisamos nos aprofundar no significado deles. Penso que a análise da moralidade dessas práticas passa por duas questões:
Primeiro: essas práticas geralmente estão relacionadas a comportamentos tantas vezes velados, mas presentes, cheios de vaidade, sensualidade e irreverência. Mesmo que na intenção pessoal isso não esteja claro, tatuagens e piercings, na nossa cultura, carregam esses significados. Nesse sentido, o texto do Levítico não está tão distante dessa realidade, porque vaidade, sensualidade e irreverência são verdadeiros ídolos a quem o homem moderno presta culto e realiza sacrifícios inescrupulosos. Mesmo que pessoalmente seja apenas uma atitude adolescente de inclusão a um grupo, a motivação deste está envolvida com esses valores.
Não nos enganemos, pois tudo o que fazemos com nossas coisas, especialmente com o nosso corpo, comunica nossos valores e transmite mensagens boas ou ruins. Usando isso, ainda que a intenção primeira não seja essa, o usuário contribui para a valorização desses cultos que tanto têm destruído as virtudes contrárias a esses valores em nossa sociedade: simplicidade, pureza e mansidão.
Alguém pode questionar que outras práticas normais, como o uso de brincos e maquiagens, também podem ter um significado de culto à vaidade, sensualidade e irreverência. Sim, isso é verdade. Mas essa exortação vale também para elas, porque as práticas comuns, sem a virtude da temperança, também podem nos dispor a essas ciladas.
É significativo que, na maioria das culturas, especialmente o piercing tenha um sentido religioso e espiritual. “A ideia hinduísta desse objeto é que ele representa um contato, uma abertura para a atuação de divindades nas mais variadas áreas da vida humana, cada uma representada por uma parte do organismo. É interessante observar que o uso do piercing está tão ligado a essas crenças hinduístas, que os locais de colocação (lábios, umbigo, nariz, sobrancelhas entre outros) correspondem, exatamente, aos pontos correspondentes aos chamados “chakras”, ou seja, centros de energia onde se daria a interação entre o corpo e a mente, de onde se poderia estabelecer o controle sobre eles.” 2
Será, então, que o uso dessas práticas, mesmo na cultura ocidental pós-moderna não vem carregado de um sentido espiritual? Será que não expõe, de algum modo, a pessoa a realidades espirituais, uma vez que “vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8)?
Outra questão a se considerar é o respeito ao corpo, templo do Espírito. Essa é uma forte exortação de São Paulo em 1Cor 6,12-20, e também do Catecismo da Igreja Católica. Este, quando trata do quinto mandamento da Lei de Deus – “Não matarás”–, além do evidente, fala também sobre a necessidade do respeito à saúde (§§ 2288-2291) como um apelo moral do cristão. Nesse sentido, o piercing e a tatuagem também não se harmonizam com esses valores. De maneira geral, os profissionais de saúde contraindicam o uso dessas marcas em nosso corpo, pois elas expõem o corpo a uma série de complicações, desde a transmissão de doenças contagiosas, no momento da aplicação, como da Hepatite B (HBV), da Hepatite C (HCV) e do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), Sífilis etc., como complicações posteriores: infecções diversas, dermatites, alergias e até há relatos de casos registrados de endocardite infecciosa (uma infecção grave na camada interna do coração). Isso tudo, sem contar que, no caso das tatuagens, a remoção posterior é difícil, podendo expor a pessoa a novas complicações.
Quanto ao piercing, alguém pode perguntar se há alguma diferença entre ele e o brinco usado nos lóbulos das orelhas. Sob o ponto de vista da saúde, há muita diferença. O lóbulo da orelha é a região que apresenta melhores condições, porque tem vascularização adequada (nem muito como, por exemplo, a língua e lábios; nem pouco, como nas cartilagens), é arejado, pouco exposto a suor e secreções e é de fácil higienização. Trata-se, assim, de uma região do corpo com improváveis chances de complicações. Outra é a situação dos diversos locais do corpo em que se costuma usar piercing, em que a exposição a riscos é muito maior. Aliás, veja-se como a tradição de culturas civilizadas tem valor. Nela se escondem sabedorias que nem imaginamos. O verdadeiro progresso social e cultural está em um novo que parte da tradição.
Ainda ponderando sobre o respeito ao corpo, será que a tatuagem e o piercing respeitam a beleza da pessoa?
Penso que as aberrações que vemos por aí nos dão a pista da resposta: não. Não, porque qualquer coisa que marque o corpo de forma estável ou permanente comunica que ele não é tão bom assim, ele não é tão digno e tão belo, e precisa ser melhorado (isso seria diferente de uma prótese, que visa justamente restaurar, em um determinado corpo, a integridade perdida e que é própria do ser humano).
A Igreja não tem nenhum pronunciamento claro ou oficial sobre essa questão. Mas ela nos dá os princípios da fé que, com o discernimento dos espíritos (cf I Cor 10,12), podemos, sim, ponderar e fazer um juízo sobre questões como essa. “O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor” (1Cor 6,13b).
Que seus princípios partam sempre da dignidade do seu corpo para Deus, e que seus discernimentos busquem, em tudo, glorificar o Senhor.