30/09/2013

30 de Setembro - Dia de São Jerônimo


 

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.

Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica.

Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.

São Jerônimo, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

29/09/2013

29 de Setembro - Dias dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.


 

Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra “Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.
 
São Miguel

O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)
 
São Gabriel

O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.
 
São Rafael

Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).


São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

18/09/2013

Seja organizado e previdente!

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Sem organização, perde-se muito tempo e eficácia

“Não esperes até que tenhas sede para cavar teu poço.” (Provérbio árabe)

Sem tomar conselho, erra-se muito. Sem organização, perde-se muito tempo e eficácia

Aquele que não arruma bem o seu armário não consegue organizar o seu espírito. O povo diz sabiamente que um homem prevenido vale por dois, porque é um homem organizado. Melhor prevenir do que remediar. Mas a organização só é possível quando somos pacientes e não somos preguiçosos. É a preguiça a mãe da bagunça.
Ninguém faz um edifício sem uma planta arquitetônica, uma planta elétrica, uma planta hidráulica e outra estrutural. Se fizer, está correndo sério risco de ter que refazer muita coisa, a um custo muito maior. Sabemos que Deus projetou cada um de nós detalhadamente em cada uma de nossas células.

Muita gente se atrapalha porque, por preguiça, sempre prorroga as coisas a fazer hoje para amanhã. Quem adia as soluções dos problemas não os quer resolver de fato.

Amanhã é o dia em que os preguiçosos trabalham, os perversos reformam suas vidas e os pecadores se arrependem.

Um problema enfrentado logo, e bem definido, é um problema meio resolvido. As tarefas adiadas com alegria muitas vezes têm de ser feitas depois com lágrimas. Que nos digam aqueles que puderam estudar na juventude, mas não o fizeram, e depois tiveram de estudar já casados!
Diz um provérbio árabe que “tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá certamente uma terceira vez”. Então, é preciso estar prevenido e saber se precaver das coisas que já fizemos errado uma vez. Os fatos não deixam de existir por serem ignorados. Não feche os olhos para os fatos; o pior cego é o que não quer ver.

A desordem é sinal da ausência de autoridade e disciplina. É preciso ordem; onde muitos mandam, pouco se realiza. A chefia é imprescindível; não há uma instituição humana que possa ter bom desempenho se não tiver um chefe: a nação, a família, a empresa, a cidade… O provérbio diz que “dois capitães afundam o navio”.

Ser organizado e eficiente não quer dizer tomas decisões precipitadas; elas são imaturas. Outro provérbio nos ensina que “ninguém experimenta a profundidade de um rio com os dois pés”. Isto pode acontecer pela precipitação.

Para sermos organizados e previdentes, precisamos aprender muito com a vida. Pouco se aprende com uma vitória, mas muito se aprende com uma derrota. Você já notou que são nas pedras pequenas que nós tropeçamos? Porque as grandes nós enxergamos.

Com organização e tempo acha-se o segredo de fazer tudo e de fazê-lo bem feito.

As empresas hoje buscam qualidade, isto é, vender o melhor produto do mercado pelo menor preço. Esta é imbatível e isto exige muita organização, métodos, procedimentos corretos etc.

Os manuais de qualidade de qualquer empresa ensinam que ser otimista é qualidade, ser educado, organizado, prevenido, atencioso, fiel, cumpridor da palavra é qualidade, respeitar a sua saúde, ter paciência e dizer sempre a verdade também são características positivas, assim como amar a família e os amigos. Perceba uma coisa: a qualidade está mais nas pessoas que no produto; este é apenas uma consequência. Um belo conselho que Jesus deixou é que devemos “viver um dia de cada vez”.

Todas as operações de cada dia se repetem: comer, beber, dormir etc., porque Deus fez a nossa natureza assim. Se você não respeitá-la, não terá saúde e paz.

Você pode carregar o peso do seu dia de hoje, porque tem forças para isso, mas não pode somar a isto o peso de ontem e o de amanhã. Jesus ensinou isto bem claro: “Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas próprias preocupações. A cada dia basta o seu cuidado.” (Mt 6,34)

Qualquer que seja o medo que você possa ter do futuro: desemprego, cuidados dos filhos, doença… deixe tudo nas mãos de Deus e apenas faça a sua parte hoje. Lembre-se que o Senhor não toma à força o peso das suas preocupações, mas caminha a seu lado, discreto e paciente, esperando que você O chame, entregue-Lhe as preocupações e tribulações do dia. Aquele trabalho difícil a fazer o inquieta? Entregue-o a Deus e você verá que será mais fácil. Se é uma perda irreparável, entregue a Ele o que foi perdido.


(Trecho retirado do livro “Para ser Feliz”)


Fonte: Canção Nova

14/09/2013

Compacto do nosso Cerco de Jericó pelas Famílias.


Sexto dia do Cerco de Jericó pelas famílias derrubando as muralhas dos VÍCIOS.
Presenças do Coordenador de Pregação da Região Bonfim, Jackson Nogueira, e de Padre Emerson Pedroso, da Paróquia Santa Terezinha, ambos de Osasco-SP.

Visite nosso site www.feefogo.com.br e nos envie seu pedido de oração.
Queremos orar por você!

Grupo de Oração
Todas as 4ª Feiras ás 20hs
Rua: José Cianciarullo,122 Centro de Osasco
Atrás do Extra da Primitiva ao lado do Hospital Antônio Giglio.

Você é muito importante para Deus!
Acredite, Jesus te ama e nós também!

13/09/2013

Escolher Deus!

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Tenha a coragem de refazer suas opções de vida
"Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 'Se alguém vem a mim, mas não me prefere a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, e até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo... Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!'" (Lc 14,25-27.33).

Não só alguns privilegiados ou mais corajosos e até heróis, todos serão postos diante da escolha a ser feita como resposta de amor a quem nos escolheu, concedeu-nos o presente da vida, da liberdade e do caminho de realização e felicidade. Mas é possível passar a vida inteira nesta terra sem fazer esta opção fundamental da existência, escolhendo migalhas, quando fomos feitos para a plenitude de Deus e com Deus, que não exclui a convivência com as outras pessoas e o valor a ser atribuído a tudo o que Ele fez. Afinal, Ele viu que tudo era bom!

Quando não se faz essa escolha, a vida parece uma construção mal planejada e realizada. “De fato, se algum de vós quer construir uma torre, não se senta primeiro para calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai pôr o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a zombar: 'Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!'" (Lc 14,28-30). As frustrações não são necessariamente resultados das eventuais falhas no processo de edificação da existência, mas da falta de clareza nos objetivos a serem alcançados. A zombaria pode vir de dentro ou de fora! É que a nota baixa dada pela própria pessoa costuma tornar-se um espectro que acompanha anos e anos de uma vida.

A “batalha” da vida pode ainda ser semelhante a “um rei que sai à guerra contra outro. Ele não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, envia uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, para negociar as condições de paz”. Jesus entende de vida e propõe pequenas parábolas cuja atualidade atravessa os séculos. Escolher Deus como tudo da existência é condição indispensável. Quem não o faz, escolhe os afetos passageiros, apega-se a pessoas, cargos, dinheiro, posição social, cria apenas grupelhos de apoio aos próprios caprichos. Qualquer crítica ou incompreensão, ou quem sabe as dificuldades profissionais, tudo derruba o que milita na vida apenas por si mesmo.

Vem também de Nosso Senhor uma comparação oportuna: “O sal é bom. Mas se até o sal perder o sabor, com que se há de salgar? Não serve nem para a terra, nem para o esterco, mas só para ser jogado fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Lc 14,35). Volta-se para nós, cristãos, a exigente Palavra de Jesus! Ou somos aquilo que corresponde à nossa vocação ou então não serviremos para nada, nem para adubo! Que a pequena parábola nos ponha numa crise fecunda, para que não falte ao mundo a presença de quem foi chamado a ser sal, luz e fermento do Reino de Deus.

Se acontecer esta escolha de Deus, os afetos valerão sim, porém, a meta e o coração serão castos, sem resquícios de antipatia ou simpatia. O esposo ou a esposa serão respeitados em seu mistério, pois ninguém é feito para ser propriedade de outra pessoa. A edificação da existência levará em conta as outras pessoas, mais ainda, levará a buscar o bem dos outros. Se Deus é amado acima de todas as coisas, estas terão sua importância, sem exageros! Os bens materiais serão buscados e, ao mesmo tempo, compartilhados. Quem fizer a opção por Deus não temerá os desafios, as crises ou perseguições. Sabendo o que escolheu, a pessoa assim amadurecida terá a necessária serenidade para buscar novos caminhos, procurará orientação e apoio em quem pode ouvir, aconselhar e acompanhar. Esta é uma forma para entender os chamados “conselhos evangélicos” da castidade, pobreza e obediência, proclamados por Jesus para todos os Seus discípulos.

Certamente, as propostas aqui oferecidas perecerão utópicas para muitas pessoas, mas é justamente a serviço do Reino de Deus que nos colocamos como cristãos. Quem tiver a coragem de refazer, à luz do Evangelho, suas opções de vida, experimentará que um mundo diferente e novo é possível. Só que precisa começar aqui, dentro do mais íntimo do coração e das escolhas de cada homem e cada mulher, discípulos de Jesus Cristo, que aguarda a todos como missionários do Reino de Deus.
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Fonte: Canção Nova

12/09/2013

Um Deus que fala

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A Palavra de Deus é concreta
O Deus bíblico é um Deus que fala. "Fala o Senhor, o Deus dos deuses [...] e não se calará" (Sl 50,1-3). O Senhor mesmo repete infinitas vezes na Bíblia: "Ouve, meu povo, deixa-me falar" (Sl 50,7). Nisso a Bíblia vê a mais clara diferença dos ídolos, que "têm boca e não falam" (Sl 115,5). Deus serviu-se da Palavra para comunicar-se com as criaturas humanas.

Contudo, que significado devemos atribuir a expressões tão antropomórficas como "Deus disse a Adão", "assim fala o Senhor", "diz o Senhor", "oráculo do Senhor" e outras semelhantes? Trata-se evidentemente de um falar diferente do humano, um falar aos ouvidos do coração. Deus fala como escreve! "Colocarei a minha lei no seu coração, vou gravá-la em seu coração", diz o profeta Jeremias (Jr 31,33). Ele escreve no coração e também suas palavras, Ele as faz ressoarem em você. Ele próprio o afirma expressamente por meio do profeta Oseias, falando de Israel como de uma esposa infiel: "Pois, agora, eu é que vou seduzi-la, levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração" (Os 2,16).

Insiste-se, por vezes, em um falar quase material e externo de Deus: "Então, o Senhor vos falou do meio do fogo. Ouvíeis o som das palavras, mas não enxergáveis figura alguma, só havia uma voz!" (Dt 4,12; cf. At 9,7). Entretanto, também nestes casos trata-se da dramatização de um evento interior e espiritual, em todo caso, de um falar diferente do humano.

Deus não tem boca nem fôlego humanos: Sua boca é o profeta e Seu sopro o Espírito Santo. "Tu serás a minha boca", diz Ele próprio a Seus profetas, ou ainda, "porei minha palavra sobre teus lábios". É o sentido da célebre frase: "Foi sob o impulso do Espírito Santo que pessoas humanas falaram da parte de Deus" (2Pd 1,21). A tradição espiritual da Igreja cunhou para este modo de falar diretamente à mente e ao coração a expressão "locuções interiores".

Todavia, trata-se de um falar em sentido verdadeiro; a criatura recebe uma mensagem que pode traduzir em palavras humanas. É de tal modo vívido e real o falar de Deus que o profeta recorda com precisão o lugar e o tempo em que certa palavra "veio" sobre ele: "No ano em que morreu o rei Ozias" (Is 6,1), "No trigésimo ano, no dia cinco do quarto mês, encontrava-me eu entre os exilados, junto ao rio Cobar" (Ez 1,1), "No dia primeiro do sexto mês do segundo ano do rei Dario" (Ag 1,1).

A Palavra de Deus é tão concreta que a respeito dela é possível dizer que "cai" sobre Israel, como se fosse uma pedra: "O Senhor lançou uma ameaça a Jacó, ela caiu sobre Israel" (Is 9,7). Em outras vezes, a mesma concretude e materialidade é expressa não com o símbolo da pedra que fere, mas do pão que se come com gosto: "Bastava descobrir tuas palavras e eu já as devorava, tuas palavras para mim são prazer e alegria do coração" (Jr 15,16; cf. também Ez 3,1-3).

Nenhuma voz humana atinge profundamente o homem como a Palavra de Deus. "[A Palavra de Deus] penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração" (Hb 4,12). Por vezes, o falar de Deus "se faz ouvir com força... corta os cedros do Líbano" (Sl 29,4-5), ao passo que em outras vezes assemelha-se ao "murmúrio de uma leve brisa" (1Rs 19,12). Conhece todas as tonalidades do falar humano. 

Pe. Raniero Cantalamessa
Franciscano capuchinho e pregador da Casa Pontifícia


Fonte: Canção Nova

11/09/2013

Você precisa se desvencilhar do pecado!

Para irmos para o Pai precisamos gerar a criatura nova que está em formação dentro de nós, e o inimigo está escondendo de você mesmo esta verdade. Você não foi feito para ser abortado nesta vida, e esta é a audácia do inimigo, que vive nos pregando muitas mentiras.
O Espírito Santo veio para formar você para o Pai, pois nenhum de nós tem algo para ser filho do Pai, é uma graça de Deus, que enviou o Espírito Santo para assumir esta causa e transformar você na criatura nova.
O inimigo está fazendo o contrário, está nos matando no espírito e na alma. Ele nos colocou uma venda nos olhos. Ele está nos iludindo, nos matando. Você precisa se desvencilhar do pecado.


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Fonte: Canção Nova

10/09/2013

Vencemos o combate em oração!!!


Padre Alberto Linero
Foto: Fotos CN/ Maria Andreia
Hoje, desejo compartilhar com vocês uma reflexão para o “pós” Acampamento. Que essa Palavra o sustente diante das batalhas que você irá enfrentar em sua vida, após esses dias de oração.

Quem dera que a nossa vida fosse um eterno Acampamento de Oração! Um encontro com os irmãos que louvam, oram e cantam... Mas não é bem assim. Os Acampamentos acabam! Portanto, precisamos de uma Palavra que nos anime, que nos sustente e nos oriente em nossa batalha diária.

Trago, a respeito disso, três pontos a vocês:

Primeiro ponto: Estamos num combate permanente. É necessário, portanto, estar numa constante vigilância. O Catecismo da Igreja Católica, no número 408, afirma o seguinte: “As consequências do pecado original e de todos os pecados pessoais dos homens dão ao mundo, no seu conjunto, uma condição pecadora, que pode ser designada pela expressão de São João «o pecado do mundo» (Jo 1, 29). Esta expressão significa também a influência negativa que as situações comunitárias e as estruturas sociais, que são o fruto dos pecados dos homens, exercem sobre as pessoas”.

Vivemos numa batalha permanente. Você e eu. E o mal quer destruir a graça que Deus realizou em nossas vidas durante esse Acampamento. Nós fomos criados para uma vida de comunhão com Deus e não para uma vida de pecado. E o que é o pecado? O pecado é desprezo a Deus! É dizer a Ele que não necessitamos da Sua presença em nossa vida.

Todos os dias estamos enfrentando tentações. A grande mentira que o homem vive é acreditar que ele pode viver sem Deus. Precisamos estar conscientes dessa tentação, dessa tentação interior, que está dentro de nós e se reflete naquilo que acontece ao nosso redor. Pergunto a você nessa manhã: “Você sabe qual é a sua tentação?” Meu irmão, dar-se conta dessa tentação é um dom de Deus.

Ao sair daqui, você precisa se dar conta dessa tentação. E saiba que, na sua luta diária, Deus já te deu a vitória sobre a sua tentação. Agradeça a Deus por isso. Mas importante: você não pode “dormir no ponto”. Se você fizer isso, a tentação virá e destroçará a sua vida. Esteja sempre vigilante!

Segundo ponto: O Deus da Vida já nos deu armas para esse nosso combate diário. A primeira arma é a oração. Sem oração não se vence o combate. Sem oração você já está derrotado.

A Palavra de Deus, em Lucas 1,57-68, nos traz o seguinte:

Terminou para Isabel o tempo de gravidez, e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido bom para Isabel, e se alegraram com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: "Não! Ele vai se chamar João." Os outros disseram: "Você não tem nenhum parente com esse nome!" Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: "O nome dele é João." E todos ficaram admirados. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judeia. E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: "O que será que esse menino vai ser?" De fato, a mão do Senhor estava com ele. O pai Zacarias cheio do Espírito Santo, profetizou dizendo: "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.

"Saber-se amado por Deus nos dá a certeza da vitória", ensina Padre Alberto Linero
Foto: Fotos CN / Maria Andreia


Aprendemos nessa passagem bíblica que existem três momentos (passos) para a oração:

O primeiro passo é que eles se encheram de temor, de surpresa. É necessário a surpresa. Cuidado para você não se acostumar com Deus. É preciso deixar que Deus o surpreenda. Isso é oração! O nosso coração precisa se surpreender. O primeiro passo para a vitória no combate é você se deixar surpreender, maravilhar-se, por Deus.

O mal diz ao seu coração: “Mas não existe nada de surpresa nisso! É sempre a mesma coisa... É sempre o mesmo Acampamento...” Não! Deus faz novas todas as coisas. Se você não se admira, você não compreende a Deus. Temor, aqui, não é medo, mas sim abertura. Abra-se à novidade que Deus tem para a sua vida!

Muitos de vocês já não se maravilham por aquilo que Deus faz! Para vencermos o pecado, as tentações de cada dia, precisamos voltar a nos maravilhar com aquilo que Jesus tem feito na nossa vida e na vida das outras pessoas.

Tarefa de casa para você: maravilhe-se! Maravilhe-se com os dons que Deus te concedeu. Maravilhe-se com seus filhos, sua esposa, seu marido, com aquela bela canção que você acabou de ouvir. Há muitas maravilhas de Deus ao seu redor. Aprenda a contemplar essas maravilhas. Se você não se surpreende, você não é amigo de Jesus.

O segundo passo para a oração: não apenas nos maravilhamos, mas também meditamos sobre as maravilhas de Deus. Não há oração sem meditação. Aquilo que acontece ao seu redor, as maravilhas de Deus, é preciso incorporá-las. Não basta apenas maravilhar-se. É necessário trazer para dentro de si. Do contrário, tudo se torna apenas emoção. E isso não serve, meus irmãos.

Precisamos do silêncio, de guardar no coração as maravilhas de Deus, de aprender a ouvir o Senhor que quer falar no nosso coração. Nem tudo é festa! Nem tudo é barulho! Precisamos ouvir a Deus e nos questionar, meditar: “O que Deus está me falando com isso?”

Se você não medita, o demônio te ganha! Quando você não medita, não reflete, você corre o risco de que te ganhem. Vemos hoje em dia os meios de comunicação que, muitas vezes, espalham mentiras e nós vamos aceitando essas mentiras sem nem sequer refletir. Não! É preciso meditar para obter a vitória no combate. E meditar na Palavra de Deus. Peça hoje ao Senhor: “Jesus, me ensina hoje a meditar”.

Terceiro passo para a oração: louvar. Isso mesmo, louvar. Não há nada que tenha mais poder que o louvor. Você quer vencer o mal que afeta sua vida? Louve! Louve continuamente. O louvor destrói tudo aquilo que sufoca nossa vida. Devemos proclamar palavras de louvor.

Mas veja: louvar não é somente dizer “Glória a Deus!”... É também viver segundo Deus. É fazer das palavras de louvor, ações de louvor. É viver em louvor. Necessitamos vencer o mal louvando. Louvar é contar as maravilhas que Deus fez para seguir adiante. Aquele que louva é testemunha do poder do Senhor. Se você acreditar no poder de Deus você será feliz e viverá em paz. Para vencer o combate, se faz necessário acreditar no poder de Deus. E isso se faz através do louvor. Quem louva vence o mal.

Agora, o terceiro ponto: o amor. Se você se sente amado, você vence o mal. O homem que peca se sente vazio de amor. Ele sente um terrível vazio interior. Veja, um homem apaixonado fica com aquela “cara de bobo” quando está apaixonado. Não é verdade? Mas e quando esse amor não é correspondido? Com que cara o sujeito fica?

Compreenda que Jesus tomou a iniciativa em nos amar. O amor de Jesus nos cura. Você quer vencer o mal? Deixe-se amar por Jesus! Ele sempre nos corresponde. O amor para com Deus é um amor correspondido. Não tenha medo de nenhum malefício. Aquele que se deixa amar por Deus avança com segurança. Somos a “menina dos olhos” de Deus! Não tenha medo do demônio. Você é amado por Deus. Isso é suficiente. Saber-se amado por Deus nos dá a certeza da vitória. Ele o defende na batalha de cada dia, amando você.

 Transcrição e adaptação: Alexandre Oliveira (@alexandrecn)
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Padre Alberto Linero
Comunidade "El minuto de Dios" Colômbia
@plinero

Fonte: Canção Nova

09/09/2013

Jesus vai voltar?

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Renovamos nossa espera na liturgia eucarística
A história da salvação acontece em diversas etapas. Deus criou e organizou o homem na face da Terra, depois escolheu um povo a partir de Abraão. Com essa escolha, o Senhor passa a ter um povo sobre a Terra. Logo depois, o Seu povo, por meio de Moisés, recebe a Lei, ou seja, o modo como viver neste lugar. Tudo isso apontava para o dia mais importante da nossa salvação: a chegada de Jesus.

Paulo descreve em Gálatas: "Chegada a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho nascido de uma mulher" (Gl 4,4). Jesus vem, cumpre Seu papel de revelar o Pai, redime a humanidade morrendo na cruz, forma Sua Igreja enviando o Espírito Santo e estabelece um tempo para essa Igreja até que Ele volte.

Portanto, a espera da segunda vinda de Cristo é renovada todos os dias, no mundo inteiro, na liturgia eucarística, pela Igreja, ao dizer "todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda".

Nenhum teólogo ou Igreja cristã tem dúvida quanto à segunda vinda do Senhor. Quando os primeiros cristãos perguntaram se era o momento de Jesus restaurar Jerusalém - como encontramos no livro dos Atos dos Apóstolos -, Ele respondeu: "não cabe a vós saber o dia e a hora, não cabe a vós vos preocupardes com este momento" (At 1,7-8). Porém, Jesus não negou esse momento, Ele não disse que a Igreja não deveria se preocupar com esse assunto.
Vejamos: a Igreja acabara de nascer, tinha, agora, a missão de levar o Evangelho até os confins da terra como descrito no versículo 8 de Atos dos Apóstolos: "Descerá sobre vós o Espírito Santo, que lhes dará força e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judeia e na Samaria e até os confins da terra".

A preocupação central da Igreja recém-nascida era levar a mensagem da salvação ao mundo inteiro. Para isso, seria revestida da força do Espírito Santo e não deveria preocupar-se tanto com a segunda vinda do Senhor.

Mas apesar de os primeiros cristãos estarem focados em levar o Evangelho até os confins da terra, suas pregações traziam a visão escatológica. O capítulo 3 de Atos dos Apóstolos narra o milagre realizado por Pedro e João a caminho do templo. Esse fato assombrou o povo, que, atônito, acercou-se dos dois. Pedro, então, aproveita o momento para anunciar Jesus e convidá-los a crerem n'Ele, a se arrependerem e a se converterem, a fim de que os pecados lhes fossem apagados. Imediatamente, fala-lhes da segunda vinda do Senhor quando afirma: "Então enviará Ele o Cristo, que vos foi destinado, Jesus, a quem o céu deve acolher até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca de seus santos profetas" (At 3,20b-21).

Também o apóstolo Paulo, na primeira das diversas cartas que escreveu, no livro mais antigo do Novo Testamento, já demonstrava preocupação com a segunda vinda do Senhor, como podemos constatar no capítulo 5,23 da primeira epístola aos Tessalonicenses: "O Deus da paz vos conceda santidade perfeita; e que o vosso ser inteiro, o espírito, a alma e o corpo sejam guardados de modo irrepreensível para o dia da Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."

Tanto Pedro, o apóstolo dos judeus, como Paulo, o apóstolo dos gentios, trabalharam esse tema em suas pregações e escritos. Ao lermos Mateus - "e este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro como testemunho para todas as nações. E então virá o fim" (Mt 24,14) -, percebemos que há um tempo estabelecido para a vinda do Senhor. Este tempo está compreendido entre o início da propagação do Evangelho e a chegada dessa mensagem ao mundo inteiro.
Em Atos, os anjos afirmam que, do mesmo modo que viram Jesus subir, o verão descer dos céus: "Os anjos disseram: 'Homens da Galileia, por que estais aí a olhar para o céu? Este Jesus que foi arrebatado dentre vós para o céu, assim virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu'" (At 1,11). Também no final dos Evangelhos vemos Jesus dizendo de sua segunda vinda gloriosa e dos diversos sinais que antecedem esse evento.

Os primeiros cristãos cumpriram a missão de levar o Evangelho e advertiram a Igreja sobre a vinda gloriosa do Senhor. Cabe à Igreja dos dias atuais - ao identificar os diversos sinais precursores e constatar que o Evangelho está chegando aos confins da terra - se deter sobre este assunto com mais profundidade.

Miguel Martini
Fundador da Com. Renovada Santo Antônio de Pádua
Belo Horizonte (MG)


Fonte: Canção Nova 

06/09/2013

Como manter a atração na vida conjugal?

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Isso implica no cultivo de certos cuidados
Quem não se lembra dos inícios de namoro? Nesse começo do envolvimento, a pessoa apaixonada pega-se pensando no outro a todo instante, em tudo vê algo que remete seus pensamentos à pessoa por quem tem um amor ainda platônico. Assim, o galanteador, por meio dos olhares trocados ou nas conversas – que apesar de parecerem bobas, não são descartadas pela pretendente de imediato –, lança mão de todas as “manobras”, a fim de prolongar os momentos na presença do outro.

Independente da época em que o casal tenha se conhecido ou da realidade social na qual cada um viva, quase sempre, em seus encontros, estão presentes as mesmas táticas de um jogo de sedução e de desejo silencioso entre eles.

Um jogo que, nas abordagens, visa a aproximação junto da pessoa com o propósito de estabelecer com ela um romance.

Das experiências vividas em outros relacionamentos, aprende-se que, ainda que seja muito agradável estar com alguém bonito, somente os lindos olhos azuis da menina ou o físico “malhado” do rapaz, não tem forças suficientes para sustentar um envolvimento a longo prazo.

Isso nos faz perceber que apenas o sentimento de atração física por alguém não é sinal de amor.
Amar é muito mais do que desejar estar perto de alguém ou se sentir atraído (a) pelos atributos do (a) pretendente.

Apesar de a atração física não ser unicamente a base de um relacionamento, na vida a dois o desejo e o amor pelo outro se complementam como ingredientes para compor as bases dessa relação. Se a atração física desperta em nós o desejo por alguém, o amor amadurecido nos provoca a querer permanecer no propósito de construir a felicidade com a pessoa.

Assim como numa orquestra é preciso que haja harmonia e nenhum deslize pode acontecer na execução da música, na sinfonia da vida conjugal muitas coisas precisam estar também afinadas entre os cônjuges.

Isso implica na retomada daqueles cuidados que, ainda como namorados, o rapaz e a moça procuravam cultivar em cada encontro, isto é, o interesse do outro para si!

Se tal atenção deixou de fazer parte da agenda do casal, ainda é tempo de recomeçar. Não podemos considerar que somente por estarmos casados, não há mais a necessidade de continuar provocando boas sensações no nosso cônjuge. O desejo em continuar atraindo o outro, por meio dos encantamentos, dos cuidados e dos atributos naturais, deverão ser cultivados e alimentados ao longo da vida conjugal.

Além das obrigações comumente realizadas pelo casal, os momentos de romance e intimidade entre marido e mulher precisam ser observados com o mesmo grau de importância com que eles se dedicam às outras tarefas, pois não é porque já nos encontramos casados que devemos abolir da vida conjugal a arte de continuar seduzindo aquela pessoa que nos faz sentir realizados.

Um abraço!
Dado Moura
contato@dadomoura.com

Fonte: Canção Nova

05/09/2013

O lugar de cada um

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Do coração de quem tem fé brotará o cuidado e o serviço
Trago na memória e no coração os ensinamentos de meus pais em tempo de criança: "peça a bênção!"; "não avance na comida"; "agradeça o moço!"; "espere que lhe ofereçam as coisas!"; "fale mais baixo!". Sim, as normas mais simples de boa educação vêm do berço, vistas mais no exemplo do que ouvidas em discursos! São dignas de reconhecimento as famílias que ensinam os caminhos do bem, cuidam que seus filhos tenham civilidade no trato e edifiquem com seu comportamento o corpo social. Civilidade, bons modos e etiqueta ainda estão na moda!

A Sagrada Escritura, no Antigo Testamento, é como um grande código de comportamento, no qual entram noções de saúde pessoal e pública, normas de respeito mútuo, leis sobre a organização das cidades ou outras agregações, respeito à terra e aos ritmos da natureza. Os povos da primitiva aliança tinham um só livro a que se referir, nele encontrando a vontade de Deus, na qual está incluído o bem estar das pessoas. Nele deviam encontrar o equilíbrio nas relações sociais e os limites no trato com os outros. E não era um povo tranquilo e parado! Era gente de temperamento forte, povo briguento ao enfrentar os que lhe eram ameaçadores. Deus teve paciência de pai e ternura de mãe para cuidar daquele povo de cabeça dura! Sua história é um processo de educação desenvolvido por Deus com infinita paciência.

A plenitude dos tempos acontece com a encarnação do Verbo de Deus. Tornou-se o Senhor igual a nós em tudo, menos no pecado. Assumiu tudo o que é nosso para nos resgatar. Ele chamou homens e mulheres, educou-os com delicadeza e firmeza. Os textos do Novo Testamento são a narrativa da magnífica aventura de amor, na qual se compromete a Trindade Santa e as pessoas destinadas a vida em comunhão com Deus e entre elas mesmas. Passam os séculos, a sociedade enfrenta por muitas mudanças, a Boa Notícia deve ser levada aos confins da terra, pelo anúncio e realização da salvação em Jesus Cristo, Filho de Deus. A quais povos há de chegar? Ninguém fica excluído! E a mesma estrada, conduzida pela pedagogia divina, há de ser continuamente atualizada. Estamos numa escola de formação, desafiados a experimentar, aqui na terra, o estilo de vida próprio do Céu. E não será menos humano viver do jeito de Deus, pois ninguém entende mais de humanidade do que quem a criou.
Jesus empreende uma intensa jornada de formação com seus discípulos, sem desprezar qualquer oportunidade. Certa feita, a ânsia pelos primeiros lugares numa refeição festiva - falta de educação! - suscita o ensinamento do Senhor (Lc 14,1.7-14). Jesus é observado por todos. Olhares diferentes, alguns mais curiosos do que piedosos, outros com coração de crianças que querem aprender. A lição é mais do que uma norma de civilidade, mas parte dela.

Discrição, prudência no relacionamento com os outros, delicadeza, sentar-se "no último lugar". O que vai além das normas de etiqueta é o coração daquele que se faz discípulo de Cristo. Sua meta é amar e servir, mais do que competir por posições no concerto da sociedade. Olha ao seu redor, reconhece o valor dos outros, toma a iniciativa do amor, sempre disposto a cumprimentar primeiro, vencer o fechamento, ouvir e servir. Não se trata de humilhação, mas de humildade, na qual se estabelece, no correr do tempo, uma sadia competição, na qual todos têm como objetivo comum o serviço mútuo. Todos serão importantes, porque ninguém quer ser maior do que outro, mas deseja ser "suporte" para que todos cresçam.

A quem considera superada ou irreal tal modo de agir, permito-me desafiar a fazer a experiência! Tenho a certeza de que vai mudar alguma coisa, e muito, quando se transformarem as relações entre as pessoas. Afinal de contas, não é difícil perceber que multiplicamos as indelicadezas e agressões em escala cada vez maior. Os conflitos existentes, inclusive os que depois chamamos de guerras, são escalas mais amplas do mesmo egoísmo do dia a dia. A sociedade sofre as consequências do que lhe pareceu condição de crescimento, a competição desenfreada, onde vale a destruição recíproca dos que entram no jogo. Somos como que crianças grandes que se esqueceram das lições de casa, com os riscos de destruir o grande brinquedo que a vida nos ofereceu.

As lições de Jesus, na aparentemente ingênua proposta de vida nova, pedem um jeito novo de fazer a festa da vida: “Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc 14,12-14).

Para praticá-las, não há outra estrada senão rever os objetivos com os quais nos colocamos diante das pessoas, valorizando-as mais do que os eventuais proveitos ou lucros que possam oferecer. Elas valem antes e mais do que mostra sua aparência externa. Do coração de quem tem fé brotarão os sentimentos e a prática da misericórdia e da atenção, o cuidado e o serviço. Ninguém se cansará de ser assim "bem educado".

Só com a graça de Deus poderemos alcançar tal mudança na sociedade. Por isso pedimos: "Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco, para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes".
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Fonte: Canção Nova

04/09/2013

O suave livro dos Salmos

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Remédio para a salvação do homem
Embora toda a Divina Escritura exale a graça de Deus, o mais suave é o Livro dos Salmos. Moisés, que escreveu os feitos dos patriarcas em simples prosa, quando fez passar, através do Mar Vermelho, o povo dos pais para imperecível admiração, vendo afogados o faraó e seus exércitos, sentiu inflamar-se seu engenho, pois conseguira portentos acima de suas forças e elevou triunfal cântico ao Senhor. Maria também tomou o pandeiro e assim exortava as outras, entoando: Cantemos ao Senhor, que se cobriu de glória e de honra; lançou ao mar cavalo e cavaleiro.

A história instrui, a lei ensina, a profecia anuncia, a correção castiga, a moral persuade. Ora, no Livro dos Salmos há proveito para todos e remédio para a salvação do homem. Quem o lê tem remédio especial para as chagas das paixões. Quem quiser lutar como em ginásio de almas e estádio das virtudes, onde estão preparados diversos gêneros de luta, escolha para si aquele que julgar mais adequado para mais facilmente alcançar a coroa.

Se alguém quiser recordar e imitar os feitos gloriosos dos antepassados, encontrará compendiada num salmo toda a história de nossos pais, podendo assim enriquecer o tesouro da memória numa breve leitura. Se alguém perscruta a força da lei que está no vínculo da caridade (quem ama o próximo cumpriu a lei), leia, então, nos salmos, com quanto amor um só se expôs aos mais graves perigos para repelir o opróbrio de todo o povo. Donde se reconhece não ser a glória da caridade menor do que o triunfo da virtude.

Que direi sobre o dom da profecia? Aquilo que outros anunciaram por enigmas, só a este aparece clara e abertamente a promessa de que o Senhor nasceria de sua linhagem, conforme lhe falou: Porei sobre teu trono o fruto de tuas entranhas. Por conseguinte, nos salmos não apenas nasce Jesus para nós, mas ainda aceita a salvífica Paixão de seu corpo, adormece, ressurge, sobe aos céus, assenta-se à direita do Pai. O que homem algum ousaria dizer, só esse profeta anunciou e depois o próprio Senhor o manifestou no seu Evangelho.

Santo Ambrósio
Bispo e Doutor da Igreja - Século IV


Fonte: Canção Nova

03/09/2013

Deixe passar o que passa...

Tudo fica ainda pior quando começamos a desfiar um rosário de reclamações e críticas, pensando que isso nos aliviará. De certa forma até pode parecer que nos alivia. Mas, em geral, falamos de maneira errada e para a pessoa errada.

A “pressão” pode se desprender quando falamos. Parece até que isso alivia; mas é um círculo vicioso: você pensa e fala. Pelo fato de falar sente de novo. É isso que se chama ressentir, pois sentimos tudo de novo. Ressentidos, voltamos a falar... Por isso é um círculo vicioso sem fim. Com isso nós nos atormentamos e nos tornamos pessoas azedas. Ninguém agüenta uma pessoa que fala constantemente a mesma coisa e de coisas negativas.

Deixe passar o que passa. Deus é superior à tristeza, à dor e ao sofrimento. Não se alimente com tristeza! O seu alimento só pode ser a alegria que vem de Deus. Deixe-se revigorar pelo Espírito Santo!

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


Fonte: Canção Nova

02/09/2013

A semente viva da evangelização!


 
Ao criar uma obra, Deus já a faz com um objetivo, uma finalidade, uma missão. Essa obra, sozinha, realiza apenas uma das partes do grande projeto do Senhor que, ao lado de muitas outras, juntas chegam a uma totalidade.

A missão de uma obra não depende da livre escolha de pessoas, muito menos acontece por acaso. Cada um que faz parte é semente viva.
Como uma planta que cresce, a obra se desenvolve e vai realizando aquilo para que foi criada. Por isso, posso dizer, sem medo, que a Canção Nova é uma obra-prima de Deus, pois ela teve um lugar só seu na mente criadora de nosso Pai, na vontade ativa d'Ele; assim, vai realizando continuamente Seu projeto.

Somos como uma “empreiteira” que realiza a parte do projeto que lhe cabe. Nela, cada um tem seu lugar e trabalho específico. Cada um desenvolve a tarefa que lhe é própria, portanto, essencial na realização da missão.

Deus pensou a Canção Nova com as pessoas que, com os passar dos anos, haveriam de realizar esse trabalho. Surgiríamos um depois do outro, mas já fomos pensados juntos. Ele nos criou Canção Nova. Cada um de nós é o que é por causa do Seu objetivo: a missão Canção Nova.

"Você quer entregar sua vida a Deus, consagrá-la a Ele na evangelização, na Canção Nova?", monsenhor Jonas.


A Canção Nova nasceu de uma iniciativa de Deus e foi criada para resgatar pessoas, a fim de comunicar Jesus Cristo e a vida nova que Ele nos trouxe.
Nossa missão é levar essa Boa Nova, 24 horas por dia, 365 dias por ano, dando a vida em cada coisa que fazemos. Não nos pertencemos mais; nossa vida está inteiramente entregue à linda aventura de evangelizar.

É uma graça, um privilégio investir a vida no propósito de levar as pessoas a terem seu encontro pessoal com Deus. A expressão é forte, mas é esta mesma: investir a vida. O segredo está em empenhá-la plenamente.

Você, sócio evangelizador, é essa semente viva nesses anos de existência do Clube da Evangelização, mas sabemos que muito ainda precisa ser feito. Há muito ainda por descobrir. Devemos estar atentos e continuar colhendo as respostas de Deus. Isso dá à nossa vida sabor e entusiasmo. Nossa vida não é estática, mas participa do dinamismo do Espírito Santo. Somos conduzidos pelo sopro de Deus e estamos na Canção Nova, porque Ele nos escolheu primeiro. O que fizemos foi corresponder à Sua escolha.

Outros virão, um após o outro, porque o Senhor já os escolheu e os destinou para compor esta “Companhia de Pesca”, que é a Canção Nova. Assumimos com alegria, gratidão, respeito e responsabilidade a nossa escolha e a dos que estão por vir.

Obrigado por aceitar a missão de fazer parte da Família Canção Nova.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova