Vejam que sábio ensinamento
de Dom Bosco: "Assim procedia Jesus com seus apóstolos; tolerava-os na
sua ignorância e rudeza, e até mesmo na sua pouca fidelidade. A afeição e
a familiaridade com que tratava os pecadores eram tais que em alguns
causava espanto; em outros, escândalo, mas em muitos infundia a
esperança de receber o perdão de Deus. Por isso nos ordenou que
aprendêssemos d'Ele a ser mansos e humildes de coração.
Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda cólera quando devemos
corrigir-lhes as faltas ou, pelo menos, a moderemos de tal modo que
pareça totalmente dominada.
Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias
nos lábios; então sereis verdadeiros pais e conseguireis uma verdadeira
correção.
Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a
Deus, um ato de humildade perante Ele, do que uma tempestade de palavras
que só fazem mal a quem as ouve e não têm proveito algum para quem as
merece" (Trecho extraído do "Ofício das Leituras - Das cartas de São João Bosco").
São João Bosco, rogai por nós para que consigamos educar nossas crianças com amor.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
30/11/2012
29/11/2012
Fé sem fronteiras!
Jesus atravessou territórios por amor ao homem
Foi
atravessando os desertos do preconceito que Jesus adentrou no território
mais sagrado do ser humano: o coração. Em regiões pagãs onde cada tarde
anunciava o fim das esperanças, Ele devolvia a cada pessoa o direito de ver o
dia renascer com cores de ressurreição. Onde os limites das fronteiras
da impureza serviam como obstáculos para a vivência do amor
incondicional, Jesus Cristo ajudou cada um dos que Dele se aproximavam a
descobrir que a Fé que carregavam na alma era sem fronteiras.
Foi em um dia onde o sol escondia o brilho de uma linda manhã que se aproximou de Jesus uma mulher, cuja filha era atormentada por um demônio. Aquela mulher carregava na vida uma noite que não permitia a sua filha contemplar a estação de um novo tempo onde as flores pudessem devolver à vida a beleza de outros tempos. Nos limites da vida ela reconhecia em Jesus aquele que poderia ajudar a sua filha a vislumbrar uma manhã de possibilidades.
Diante de Jesus aquela mulher reconhece sua condição de pagã. O fim das esperanças anunciada por muitas tardes começava a se transformar em sinais de um novo tempo que iria chegar. Jesus olhou além das aparências que aquela mulher trazia impressa nas páginas da história de sua vida já cansada de sofrimentos e dores. O olhar de Cristo adentrou o território pagão daquela vida e reconheceu no grito de uma mãe que clamava pela cura de sua filha, uma Fé que ultrapassava os limites das palavras. O clamor das lágrimas de outrora acendeu a chama da Fé adormecida no coração daquela mulher e transformou o inverno de angustias em uma linda manhã de primavera
Foi em um dia onde o sol escondia o brilho de uma linda manhã que se aproximou de Jesus uma mulher, cuja filha era atormentada por um demônio. Aquela mulher carregava na vida uma noite que não permitia a sua filha contemplar a estação de um novo tempo onde as flores pudessem devolver à vida a beleza de outros tempos. Nos limites da vida ela reconhecia em Jesus aquele que poderia ajudar a sua filha a vislumbrar uma manhã de possibilidades.
Diante de Jesus aquela mulher reconhece sua condição de pagã. O fim das esperanças anunciada por muitas tardes começava a se transformar em sinais de um novo tempo que iria chegar. Jesus olhou além das aparências que aquela mulher trazia impressa nas páginas da história de sua vida já cansada de sofrimentos e dores. O olhar de Cristo adentrou o território pagão daquela vida e reconheceu no grito de uma mãe que clamava pela cura de sua filha, uma Fé que ultrapassava os limites das palavras. O clamor das lágrimas de outrora acendeu a chama da Fé adormecida no coração daquela mulher e transformou o inverno de angustias em uma linda manhã de primavera
Diante
da dor estacionada no coração de cada ser humano os limites da Fé
poderiam ultrapassar as fronteiras que impediam a vivência de uma nova
vida de plenitude e paz. E foi assim que dois cegos se aproximaram de
Jesus. Enquanto Jesus passava, os olhos da alma daqueles cegos se
abriram para a possibilidade de terem a dignidade de suas vidas
resgatadas. Diante dos olhares daquela sociedade eles haviam sido
condenados por Deus, por terem cometido algum pecado muito grave.
Excluídos da sociedade conviviam com o peso de carregarem nos ombros uma
impureza imposta por outros.
Jesus ao curar aqueles cegos desmascara um sistema religioso opressor que impedia os doentes de se sentirem amados por Deus. Os olhos da vida são abertos para que aqueles dois cegos possam testemunhar a misericórdia de um Deus que se compadece com a dor de seus filhos. As alegrias de um novo tempo deixaram para trás as noites da condenação. Eles agora podiam caminhar na luz de um novo tempo nascido da Fé que carregavam no coração. Só pode se despedir do medo quem com a Fé aprendeu a caminhar na confiança da misericórdia de Deus.
As fronteiras da Fé se tornam sem limites a partir do momento em que as cercas da desconfiança são derrubadas e os campos da esperança são unidos pelo amor que depositamos em Deus. O que nos une em Cristo é a Fé que carregamos em nosso coração. Se nas incertezas da vida o medo quiser fazer morada em nossa alma será preciso construir um caminho que uma a nossa esperança ao amor que Cristo tem por cada um de nós. As tardes da vida somente são poéticas e belas quando a Fé é a certeza plena de um novo amanhecer.
Jesus ao curar aqueles cegos desmascara um sistema religioso opressor que impedia os doentes de se sentirem amados por Deus. Os olhos da vida são abertos para que aqueles dois cegos possam testemunhar a misericórdia de um Deus que se compadece com a dor de seus filhos. As alegrias de um novo tempo deixaram para trás as noites da condenação. Eles agora podiam caminhar na luz de um novo tempo nascido da Fé que carregavam no coração. Só pode se despedir do medo quem com a Fé aprendeu a caminhar na confiança da misericórdia de Deus.
As fronteiras da Fé se tornam sem limites a partir do momento em que as cercas da desconfiança são derrubadas e os campos da esperança são unidos pelo amor que depositamos em Deus. O que nos une em Cristo é a Fé que carregamos em nosso coração. Se nas incertezas da vida o medo quiser fazer morada em nossa alma será preciso construir um caminho que uma a nossa esperança ao amor que Cristo tem por cada um de nós. As tardes da vida somente são poéticas e belas quando a Fé é a certeza plena de um novo amanhecer.
Padre Flávio Sobreiro
Fonte: Canção Nova
Fonte: Canção Nova
28/11/2012
O exterior reflete o interior!
Uma boa faxina pode nos colocar nos caminhos do Senhor
Tudo aquilo que está em nosso meio
pode dizer muito de como está o nosso coração. Também somos
responsáveis pelo ambiente que nos cerca. Existe um “clima” que é
somatória dos aspectos emocionais – bons sentimentos ou tensões - e
materiais - disposição dos objetos e impressão visual dos mesmos.
Nas coisas que possuímos ou utilizamos ficam impregnadas a nossa marca, são como que uma extensão do dono. Por exemplo: É fácil o acesso à pesquisas em que encontramos resultados que ligam a cor do automóvel com o temperamento do proprietário, a estampa da roupa com o ânimo no dia de quem a veste.
Não como via de regra, mas, quando observamos em alguém, um desleixo com seus pertences e sua própria apresentação e asseio, pode ser um indicativo de que esse indivíduo está deixando de acreditar e de gostar de si mesmo. Um dos sintomas da depressão é a pessoa não reagir e não se importar muito com nada que o circunda.
Então, a via inversa também pode ser um meio de começar a organizar o interior. Se estamos desanimados, se chegamos a conclusão de que necessitamos de uma cura interior, à partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração.
Nas coisas que possuímos ou utilizamos ficam impregnadas a nossa marca, são como que uma extensão do dono. Por exemplo: É fácil o acesso à pesquisas em que encontramos resultados que ligam a cor do automóvel com o temperamento do proprietário, a estampa da roupa com o ânimo no dia de quem a veste.
Não como via de regra, mas, quando observamos em alguém, um desleixo com seus pertences e sua própria apresentação e asseio, pode ser um indicativo de que esse indivíduo está deixando de acreditar e de gostar de si mesmo. Um dos sintomas da depressão é a pessoa não reagir e não se importar muito com nada que o circunda.
Então, a via inversa também pode ser um meio de começar a organizar o interior. Se estamos desanimados, se chegamos a conclusão de que necessitamos de uma cura interior, à partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração.
Arrumar
a cama, pintar a casa, desfazer-se de roupas que não mais usamos, tirar
papéis velhos da gaveta, criar a coragem de jogar fora fotos de
relacionamentos passados e que não nos fizeram bem, desentulhar as
coisas que estão naquele cômodo dos fundos, e claro, o cuidado consigo
mesmo, são o pontapé inicial para muitas mudanças no todo da vida e um
gesto concreto e material de renunciar aos desacertos.
Há muitas coisas guardadas em nossas casas, no escritório, na garagem, que correspondem a tralhas antigas no coração. Algumas tem ligação direta, são lembrancinhas para um saudosismo, mas, outras coisas significarão somente a vontade de uma vida nova, de mudança.
Faça hoje sua reflexão! O que tenho comigo que não me faz crescer?
Ainda que num primeiro momento tenhamos que fazer um grande esforço para começarmos a faxina da alma (pois somos apegados até mesmo aos males sofridos) o resultado será compensador. Quando nos darmos conta, até mesmo sensações feridas e a autoestima podem melhorar e muito.
Com toda certeza, não é modificando o exterior que preencheremos de sentido a nossa alma, mas, faz parte do processo de revigoramento interior que nosso coração transborde em alegria ao que nos circunda.
Boa faxina!
Há muitas coisas guardadas em nossas casas, no escritório, na garagem, que correspondem a tralhas antigas no coração. Algumas tem ligação direta, são lembrancinhas para um saudosismo, mas, outras coisas significarão somente a vontade de uma vida nova, de mudança.
Faça hoje sua reflexão! O que tenho comigo que não me faz crescer?
Ainda que num primeiro momento tenhamos que fazer um grande esforço para começarmos a faxina da alma (pois somos apegados até mesmo aos males sofridos) o resultado será compensador. Quando nos darmos conta, até mesmo sensações feridas e a autoestima podem melhorar e muito.
Com toda certeza, não é modificando o exterior que preencheremos de sentido a nossa alma, mas, faz parte do processo de revigoramento interior que nosso coração transborde em alegria ao que nos circunda.
Boa faxina!
27/11/2012
Está sentado a direita do Pai!
De onde há de vir e julgar os vivos e os mortos
A Igreja ensina que a partir da Ascensão,
o volta de Cristo na glória pode acontecer a qualquer momento, embora
não nos "caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua
própria autoridade" (At 1,7). Este acontecimento está "retido", bem como
a provação final que há de precedê-lo. (§673)
A volta de Cristo na glória depende a todo momento da história do reconhecimento dele por "todo Israel". Diz São Paulo aos romanos que uma parte desse Israel se "endureceu" (Rm 5) na "incredulidade" (Rm 11,20) para com Jesus, o que São Pedro confirmou aos judeus de Jerusalém depois de Pentecostes (At 3,19-21). São Paulo explica que: "Se a rejeição deles resultou na reconciliação do mundo, O que será o acolhimento deles senão a vida que vem dos mortos?" A entrada da "plenitude dos judeus" na salvação messiânica, depois da "plenitude dos pagãos, dará ao Povo de Deus a possibilidade de "realizar a plenitude de Cristo" (Ef 4, 13), na qual "Deus ser tudo em todos" (1Cor 15,28).
A Igreja sabe que antes da Parusia, a volta gloriosa de Cristo, ela sofrerá uma terrível provação que provará a fé dos seus filhos. O Catecismo diz claramente que: “Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne” (§675).
A volta de Cristo na glória depende a todo momento da história do reconhecimento dele por "todo Israel". Diz São Paulo aos romanos que uma parte desse Israel se "endureceu" (Rm 5) na "incredulidade" (Rm 11,20) para com Jesus, o que São Pedro confirmou aos judeus de Jerusalém depois de Pentecostes (At 3,19-21). São Paulo explica que: "Se a rejeição deles resultou na reconciliação do mundo, O que será o acolhimento deles senão a vida que vem dos mortos?" A entrada da "plenitude dos judeus" na salvação messiânica, depois da "plenitude dos pagãos, dará ao Povo de Deus a possibilidade de "realizar a plenitude de Cristo" (Ef 4, 13), na qual "Deus ser tudo em todos" (1Cor 15,28).
A Igreja sabe que antes da Parusia, a volta gloriosa de Cristo, ela sofrerá uma terrível provação que provará a fé dos seus filhos. O Catecismo diz claramente que: “Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne” (§675).
Cristo
Senhor já reina pela Igreja, mas ainda não lhe estão submetidas todas
as coisas deste mundo. O triunfo do Reino de Cristo não se dará sem uma
última investida das potências do mal. Esta ação do anticristo no mundo se manifestou
algumas vezes com algum movimento que pretendia realizar na história a
esperança messiânica que só pode realiza-se para além dela, depois do
Juízo Final. A Igreja rejeitou, por exemplo, esta falsificação do Reino
vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de um
messianismo secularizado, "intrinsecamente perverso". (§676)
Fica claro que o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja, mas por uma vitória de Deus sobre o a última ação do mal. Assim como os profetas e João Batista, Jesus anunciou o Juízo do último Dia, onde será revelada a conduta de cada um e o segredo dos corações. Serão condenados aqueles que por incredulidade culpada não corresponderam á graça oferecida por Deus, e atitude de caridade em relação ao próximo: "Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,40). Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal e separar o trigo do joio, crescido juntos ao longo da história.
O direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens pertence a Cristo porque é o Redentor do mundo. Ele "adquiriu" este direito por sua Cruz. O Pai entregou "todo o julgamento ao Filho" (Jo 5,22). “É pela recusa da graça nesta vida que cada um já se julga a si mesmo recebe de acordo com suas obras e pode até condenar-se para a eternidade ao recusar o Espírito de amor”(679).
Fica claro que o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja, mas por uma vitória de Deus sobre o a última ação do mal. Assim como os profetas e João Batista, Jesus anunciou o Juízo do último Dia, onde será revelada a conduta de cada um e o segredo dos corações. Serão condenados aqueles que por incredulidade culpada não corresponderam á graça oferecida por Deus, e atitude de caridade em relação ao próximo: "Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,40). Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal e separar o trigo do joio, crescido juntos ao longo da história.
O direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens pertence a Cristo porque é o Redentor do mundo. Ele "adquiriu" este direito por sua Cruz. O Pai entregou "todo o julgamento ao Filho" (Jo 5,22). “É pela recusa da graça nesta vida que cada um já se julga a si mesmo recebe de acordo com suas obras e pode até condenar-se para a eternidade ao recusar o Espírito de amor”(679).
Este é o quarto artigo de uma série de outros doze, explicando, resumidamente, cada um dos artigos do 'Credo'.
26/11/2012
Fala e não te cales!
Há pessoas que zombam, gozam
e se põem contra você, afirmando que você é um "carola", que está
perdendo tempo com as coisas de Deus. Não precisa uma Corinto não,
talvez isso ocorra dentro de sua casa. Mas o Senhor está declarando:
"Ele me pertence! Ela me pertence! Você me pertence". Por isso, o Senhor
nos pede: “Não temas! Fala e não te cales". E se você não puder falar
ou não adiantar mais fazê-lo, então, reze, interceda, faça jejum, crie
calos nos joelhos se for preciso, mas não desista. Vá fazer adoração, vá
ao quarto dessa pessoa, que o persegue ou que está preso ao mal, e ore
em línguas.
Faça o mesmo por seu marido ou esposa. É muito fácil você colocar a mão sobre ele ou sobre ela e orar em línguas. A Palavra de Deus nos diz que nós não sabemos "o que" pedir nem "como" pedir, mas o Espírito sabe e ora em nós com gemidos inefáveis; ora segundo a vontade de Deus Pai.
"Não temas! Fala e não te cales. Porque eu estou contigo. Ninguém se aproximará de ti para te fazer mal, pois tenho um numeroso povo nesta cidade" (Atos 18, 9-10).
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
Faça o mesmo por seu marido ou esposa. É muito fácil você colocar a mão sobre ele ou sobre ela e orar em línguas. A Palavra de Deus nos diz que nós não sabemos "o que" pedir nem "como" pedir, mas o Espírito sabe e ora em nós com gemidos inefáveis; ora segundo a vontade de Deus Pai.
"Não temas! Fala e não te cales. Porque eu estou contigo. Ninguém se aproximará de ti para te fazer mal, pois tenho um numeroso povo nesta cidade" (Atos 18, 9-10).
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
23/11/2012
Não aceite soluções fáceis!
Há sempre duas maneiras de solucionar um problema
Muitos erros e sofrimentos acontecem
porque queremos dar soluções facéis e rápidas para problemas difíceis; o
que é um grave erro que causa sérios problemas.
Quanto mais difícil o problema, tanto
mais difícil será a sua solução, pois não há solução fácil quando o
problema é difícil. Na vida também é assim, não há solução fácil,
cômoda, rápida e barata para os problemas difíceis. Mas, infelizmente,
no campo do comportamento estamos cheios de “soluções fáceis”, que, em
vez de solucionarem os problemas, os tornam ainda mais graves.
Há sempre duas maneiras de solucionar um
problema: a primeira será “fácil”: improvisada, rápida, cômoda, sem
sacrifícios e, muitas vezes, imoral. A segunda será “difícil”: demorada,
planejada, árdua e dispendiosa. A segunda maneira de se resolver um
problema será eficaz e duradoura; a primeira, inócua e falsa. Não se
arrisque.É fácil, por exemplo, retirar o
pobre da rua e escondê-lo das vistas dos turistas; contudo, é difícil
retirar a miséria do pobre e promovê-lo, mas esta é a medida difícil e
correta. É fácil limitar o número de nascimentos, é fácil esterilizar
homens e mulheres em massa como se fossem animais; assim como é fácil
distribuir pílulas… Contudo, é difícil implantar uma eficaz e digna
paternidade responsável.
É fácil fazer a guerra; difícil manter a
paz. É fácil distribuir preservativos e seringas para se evitar a Aids;
mas é difícil ensinar as pessoas sobre o emprego moral do sexo e o valor
da castidade…
O grande problema do mundo não é resolver os seus problemas, mas “como” resolvê-los. Nunca acredite numa solução fácil e rápida. A sabedoria popular já aprendeu que “o barato sai caro” e que “a pressa é inimiga da perfeição”. As soluções sérias são eficazes e duradouras; geradas no sofrimento, na oração, na paciência, nas lágrimas, no diálogo, na compreensão, entre outros.
Não há solução fácil para problema
difícil. Esta é a pior tendência do homem moderno: querer resolver todos
os problemas de maneira rápida, com soluções imediatistas, atropelando o
tempo, a moral, os costumes, a fé e o próprio Deus. Por fim ele se dá
conta de que correu em vão. Acostumado a lidar com as coisas, a técnica e
as máquinas, o homem de hoje se esquece de que ele é dotado de uma alma
transcedente e imortal.
O Papa João Paulo II nos ensinou que as soluções propostas por Jesus Cristo, para os graves problemas da humanidade, são difíceis, mas jamais decepcionam. Jamais eu vi alguém chorar porque viveu os preceitos do Evangelho, mas eu já vi muita gente chorar porque não quis vivê-los.
O Mestre disse que aquele que não pratica
os Seus ensinamentos é como aquele que constrói a casa na areia; e logo
esta é destruída pelas tempestades e correntezas. Todo problema tem uma
solução; senão deixa de ser problema. A solução nem sempre é facíl, mas
sempre existe.
Prof. Felipe Aquino
Fonte:Blog Canção Nova
22/11/2012
O salto da fé
Não deixe escapar a oportunidade de acreditar
Eram os
primeiros anos de sacerdócio, em minha primeira Paróquia, numa das mais
gratificantes experiências do exercício do ministério, a atenção aos
doentes, regularmente visitados, para o Sacramento da Penitência, a Unção dos enfermos
e a Sagrada Comunhão, quando recebi uma das lições mais expressivas.
Penso nos meus sacerdotes hoje, muitos deles dedicados semanalmente a
tais visitas, testemunhas de milagres, quando Deus lhes concede muito
mais do que levam aos verdadeiros santuários, que são os leitos dos que
se fazem para-raios que, com sua oferta e oração contínua, sustentam
silenciosamente a Igreja e os irmãos.
Pois bem, minha mestra espiritual, naquela ocasião, foi uma cega de nascença, no alto de seus oitenta e nove anos. Lembro-me de seu rosto curtido, com as marcas da ascendência escrava, da qual nunca se envergonhou. Recebidos os Sacramentos, diante das pessoas que comigo se encontravam, enquanto “saía um cafezinho novo”, pontificou diante do padre novo: “Agradeço a Deus por ser cega! O senhor não acha que a maior parte dos pecados começa com a vista? Ora, se não enxergo, posso pecar menos!” Fazia poucos anos em que tinha me debruçado sobre a afirmação do Senhor Jesus: “Se teu olho te leva à queda, arranca-o e joga fora. É melhor entrares na vida tendo um olho só do que, com os dois, seres lançado ao fogo do inferno” (Mt 18,9).
Precisei de uma pessoa que nunca tinha lido uma letra para entender melhor a importância de viver sem pecado, coragem para resistir às tentações e perseverar no bem. É que aquela senhora enxergava mais do que todos, pois via com o coração. Seu horizonte era muito mais amplo e suas muitas lições permaneceram em seus familiares e frutificaram na Comunidade em que vivia.
“Cheios de grande admiração, diziam: “Tudo ele tem feito bem. Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem” (Mc 7,37). O contato de Jesus com as pessoas as deixa sempre marcadas positivamente. Ninguém passa em vão ao seu lado. Em Jericó (Mc 10,46-52), depois de uma escola de vida, durante uma viagem, na qual formava seus amigos escolhidos para a missão de levar a Boa Nova a todos, indica-lhes o modelo do discípulo justamente em Bartimeu, cego, mendigo sentado à beira do caminho e morador de uma cidade de má fama! Mais do que os alunos aplicados da escola do caminho, o rejeitado por todos, sobre o qual muitos teriam perguntado sobre eventuais culpas (Cf. Jo 9,2), é apresentado pelo Evangelho como modelo de discípulo.
Pois bem, minha mestra espiritual, naquela ocasião, foi uma cega de nascença, no alto de seus oitenta e nove anos. Lembro-me de seu rosto curtido, com as marcas da ascendência escrava, da qual nunca se envergonhou. Recebidos os Sacramentos, diante das pessoas que comigo se encontravam, enquanto “saía um cafezinho novo”, pontificou diante do padre novo: “Agradeço a Deus por ser cega! O senhor não acha que a maior parte dos pecados começa com a vista? Ora, se não enxergo, posso pecar menos!” Fazia poucos anos em que tinha me debruçado sobre a afirmação do Senhor Jesus: “Se teu olho te leva à queda, arranca-o e joga fora. É melhor entrares na vida tendo um olho só do que, com os dois, seres lançado ao fogo do inferno” (Mt 18,9).
Precisei de uma pessoa que nunca tinha lido uma letra para entender melhor a importância de viver sem pecado, coragem para resistir às tentações e perseverar no bem. É que aquela senhora enxergava mais do que todos, pois via com o coração. Seu horizonte era muito mais amplo e suas muitas lições permaneceram em seus familiares e frutificaram na Comunidade em que vivia.
“Cheios de grande admiração, diziam: “Tudo ele tem feito bem. Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem” (Mc 7,37). O contato de Jesus com as pessoas as deixa sempre marcadas positivamente. Ninguém passa em vão ao seu lado. Em Jericó (Mc 10,46-52), depois de uma escola de vida, durante uma viagem, na qual formava seus amigos escolhidos para a missão de levar a Boa Nova a todos, indica-lhes o modelo do discípulo justamente em Bartimeu, cego, mendigo sentado à beira do caminho e morador de uma cidade de má fama! Mais do que os alunos aplicados da escola do caminho, o rejeitado por todos, sobre o qual muitos teriam perguntado sobre eventuais culpas (Cf. Jo 9,2), é apresentado pelo Evangelho como modelo de discípulo.
Bartimeu
é daquelas pessoas que não deixam escapar uma boa oportunidade (Cf.
Raniero Cantalamessa, Gettate le reti, Anno B, PIEMME, 2004, Pág. 314).
Ouviu dizer que Jesus, o nazareno, estava passando e agiu com prontidão,
gritando no meio do povo, mesmo quando a “turma do deixa disso” quis
calar sua boca. Era um mendigo da luz, queria enxergar!
Como tantos homens e mulheres, jovens ou adultos de nosso tempo que
pedem a esmola da luz verdadeira, querem conhecer a verdade, quem sabe
às apalpadelas. Faz pensar nas muitas situações em que nosso tempo quer
calar a voz da fé, para que se torne apenas um fato privado, com a
pretensão de que desapareçam todos os sinais externos das convicções
religiosas que sempre geraram cultura e valores.
Bartimeu gritou em voz bem alta a sua fé, para dizer a todos que Jesus é o Messias prometido. Há gritos entalados, e vi muitos deles nas multidões do Círio de Nazaré de 2012, que querem chorar e espernear pelos valores do Evangelho e da dignidade das pessoas humanas. Há gente que quer dar o salto da fé, para sair do meio da multidão! Jesus pretende, através dos cristãos de hoje, aproximar-se de cada uma delas, para perguntar “o que queres que eu te faça?”. Para tanto, faz-se necessário dar um “trato” de atenção e carinho a todos os que estão afastados ou assim se sentem. Lá na margem dos lagos da vida, ou quem sabe, lá na correnteza violenta dos rios da existência, ou, quem sabe, na escuridão das vielas em que se escondem, há pessoas pedindo a esmola da verdade.
Ressoe de novo a palavra do Senhor: “Aclamai a Jacó alegremente, cantai hinos à primeira das nações! Soltai a voz! Cantai! Dizei: Senhor, salva teu povo, o que restava de Israel! Pois vou trazê-los de volta do país do norte, dos extremos da terra hei de reuni-los. Entre eles, cego e aleijado, mulher grávida e parturiente. Em grande multidão voltam para cá. Chegam chorando, suplicantes eu os traslado. Faço-os caminhar entre torrentes de água, por caminhos planos, onde não tropeçam; eu sou pai para Israel, Efraim é meu filho querido” (Jr 31,7-9). Norte, traslado, reunião de multidões, cego e aleijado, mulher grávida e parturiente, torrentes de água, caminhos onde as pessoas não tropeçam... Qualquer semelhança com o que vivemos no Círio, não é coincidência! É Providência!
Cabe-nos encontrar as formas adequadas para dizer “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (Mc 10,49). A cura das pessoas e das multidões virá pelo encontro com o Senhor que é Deus e homem. A Igreja, servidora e colaboradora da verdade, renove suas disposições para anunciar integralmente o Evangelho, no ano da Fé. Este será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.
Fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o seu esplendor. Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar para que o Senhor conceda a cada um de nós vivermos a beleza e a alegria de sermos cristãos (Cf. Bento XVI, Carta Enc. Deus caritas est, 25 de dezembro de 2005, n. 1 e Homilia na Festa do Batismo do Senhor, 10 de janeiro 2010).
Bartimeu gritou em voz bem alta a sua fé, para dizer a todos que Jesus é o Messias prometido. Há gritos entalados, e vi muitos deles nas multidões do Círio de Nazaré de 2012, que querem chorar e espernear pelos valores do Evangelho e da dignidade das pessoas humanas. Há gente que quer dar o salto da fé, para sair do meio da multidão! Jesus pretende, através dos cristãos de hoje, aproximar-se de cada uma delas, para perguntar “o que queres que eu te faça?”. Para tanto, faz-se necessário dar um “trato” de atenção e carinho a todos os que estão afastados ou assim se sentem. Lá na margem dos lagos da vida, ou quem sabe, lá na correnteza violenta dos rios da existência, ou, quem sabe, na escuridão das vielas em que se escondem, há pessoas pedindo a esmola da verdade.
Ressoe de novo a palavra do Senhor: “Aclamai a Jacó alegremente, cantai hinos à primeira das nações! Soltai a voz! Cantai! Dizei: Senhor, salva teu povo, o que restava de Israel! Pois vou trazê-los de volta do país do norte, dos extremos da terra hei de reuni-los. Entre eles, cego e aleijado, mulher grávida e parturiente. Em grande multidão voltam para cá. Chegam chorando, suplicantes eu os traslado. Faço-os caminhar entre torrentes de água, por caminhos planos, onde não tropeçam; eu sou pai para Israel, Efraim é meu filho querido” (Jr 31,7-9). Norte, traslado, reunião de multidões, cego e aleijado, mulher grávida e parturiente, torrentes de água, caminhos onde as pessoas não tropeçam... Qualquer semelhança com o que vivemos no Círio, não é coincidência! É Providência!
Cabe-nos encontrar as formas adequadas para dizer “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (Mc 10,49). A cura das pessoas e das multidões virá pelo encontro com o Senhor que é Deus e homem. A Igreja, servidora e colaboradora da verdade, renove suas disposições para anunciar integralmente o Evangelho, no ano da Fé. Este será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.
Fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o seu esplendor. Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar para que o Senhor conceda a cada um de nós vivermos a beleza e a alegria de sermos cristãos (Cf. Bento XVI, Carta Enc. Deus caritas est, 25 de dezembro de 2005, n. 1 e Homilia na Festa do Batismo do Senhor, 10 de janeiro 2010).
21/11/2012
Jesus quer dar um fim às trevas que você está vivendo
“Ele nos arrancou do poder das trevas” (Colessenses 1,12).
Esse termo “arrancou” nos mostra a força da salvação de Deus, que nos possuiu através de seu Filho Jesus. Existe também uma outra passagem do Evangelho de São Lucas que mostra esta misericórdia salvadora de Deus: “Graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz” (Lc 1,78-79).
Baixe e ouça essa pregação
Eu não sei em que trevas você andou, pode ser até que neste momento você esteja nas trevas e nas sombras da morte. E o grande anúncio de hoje é que a misericórdia de Deus o está envolvendo há muito tempo, mas você não tinha percebido ainda essa ação da Misericórdia Divina. E Deus o está envolvendo com esta presença, porque você é filho d'Ele, você é filho do céu e para o céu é que você foi criado.
Hoje, o Senhor quer dar um fim às trevas que você está vivendo. Ele o está arrancando do poder delas [trevas] e o transladando para o Reino do seu Filho muito amado.
Como o Bom Samaritano, Jesus hoje está se debruçando sobre você para limpar as suas feridas, mas apenas uma coisa é preciso: a sua vontade e sua decisão. Cristo pode estar até mesmo com o "frasco de azeite" para derramar nas suas feridas, e do outro lado, com a outra mão, com a vasilha do "vinho", para derramar o Espírito Santo sobre você e para derramar o Seu Sangue sobre você, só que Ele não faz isso sem a sua aceitação. Porque o ladrão [maligno] é ladrão e faz do jeito que ele quer; Jesus, ao contrário, é o Pastor, Ele quer que tudo se passe na sua liberdade.
Hoje é o dia de você usar da sua liberdade e jogar-se nos braços de Jesus. E se você estiver de tal maneira caído no chão, como aquele homem do caminho, machucado e ferido, levante seus braços – mas se você não conseguir levantá-los –, diga com suas palavras, e se você não conseguir dizer com as palavras, diga com o seu olhar: "Senhor, misericórdia!"
Trecho da pregação "Arrancados das trevas" de monsenhor Jonas Abib
Esse termo “arrancou” nos mostra a força da salvação de Deus, que nos possuiu através de seu Filho Jesus. Existe também uma outra passagem do Evangelho de São Lucas que mostra esta misericórdia salvadora de Deus: “Graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz” (Lc 1,78-79).
Baixe e ouça essa pregação
Eu não sei em que trevas você andou, pode ser até que neste momento você esteja nas trevas e nas sombras da morte. E o grande anúncio de hoje é que a misericórdia de Deus o está envolvendo há muito tempo, mas você não tinha percebido ainda essa ação da Misericórdia Divina. E Deus o está envolvendo com esta presença, porque você é filho d'Ele, você é filho do céu e para o céu é que você foi criado.
"Você é filho do céu e para o céu é que você foi criado", afirma monsenhor Jonas
Hoje, o Senhor quer dar um fim às trevas que você está vivendo. Ele o está arrancando do poder delas [trevas] e o transladando para o Reino do seu Filho muito amado.
Como o Bom Samaritano, Jesus hoje está se debruçando sobre você para limpar as suas feridas, mas apenas uma coisa é preciso: a sua vontade e sua decisão. Cristo pode estar até mesmo com o "frasco de azeite" para derramar nas suas feridas, e do outro lado, com a outra mão, com a vasilha do "vinho", para derramar o Espírito Santo sobre você e para derramar o Seu Sangue sobre você, só que Ele não faz isso sem a sua aceitação. Porque o ladrão [maligno] é ladrão e faz do jeito que ele quer; Jesus, ao contrário, é o Pastor, Ele quer que tudo se passe na sua liberdade.
Hoje é o dia de você usar da sua liberdade e jogar-se nos braços de Jesus. E se você estiver de tal maneira caído no chão, como aquele homem do caminho, machucado e ferido, levante seus braços – mas se você não conseguir levantá-los –, diga com suas palavras, e se você não conseguir dizer com as palavras, diga com o seu olhar: "Senhor, misericórdia!"
Trecho da pregação "Arrancados das trevas" de monsenhor Jonas Abib
Fonte: Canção Nova
20/11/2012
Ide por todo o mundo
Anunciar o Evangelho nunca é uma ofensa
Estamos terminando o mês de outubro, mês das missões.
Os cristãos sempre tiveram consciência que Cristo os empenham numa
missão que deverá durar até o fim dos tempos: anunciar Jesus como Senhor
e Salvador e propor a todos os povos a conversão ao Evangelho,
recebendo o Batismo e ingressando na Igreja de Cristo.
É interessante como esta ideia, tão simples, tão fundamental e presente no Novo Testamento, hoje parece estranha e impertinente a muitos cristãos, que pensam que anunciar o Evangelho e desejar que outros povos e pessoas se convertam ao Cristo seria um desrespeito a outras religiões e uma prepotência inaceitável da parte dos cristãos. Pensam, estes cristãos, que se todas as religiões são boas, para que converter seus adeptos? Pensam também que Cristo é o principal revelador do Pai, mas não é o único: nas outras religiões, também há uma revelação de Deus e nenhuma crença pode pensar que é a única que revela a verdade.
Segundo esta tese, Buda, Maomé, Confúcio e outros mestres religiosos são também reveladores de Deus... Assim, vai morrendo o ardor missionário em muitos irmãos nossos, num flagrante desrespeito à ordem tão clara e direta do Senhor e dos Apóstolos: “Ide, proclamai, ensinai, fazei discípulos!” – Seguindo o raciocínio desses cristãos cristãos, nós, brasileiros, seríamos hoje ainda adeptos da religião dos índios e dos africanos....
Em dois importantes documentos atuais o Magistério da Igreja rebate e desaprova totalmente esta visão: a Encíclica Redemptoris Missio (RM), do Santo Padre João Paulo II, e a Declaração Dominus Iesus (DI), da Congregação para a Doutrina da Fé. A convicção da Igreja é a seguinte:
(1) “Cristo é o único salvador de todos, o único capaz de revelar e de conduzir a Deus... A salvação só pode vir de Jesus Cristo. Os homens somente poderão entrar em comunhão com Deus por meio de Cristo, e sob a ação do Espírito. Se não excluem mediações participadas de diversos tipos e ordem, todavia elas recebem significado e valor unicamente de Cristo, e não podem ser entendidas como paralelas ou complementares desta” (RM 5).
É interessante como esta ideia, tão simples, tão fundamental e presente no Novo Testamento, hoje parece estranha e impertinente a muitos cristãos, que pensam que anunciar o Evangelho e desejar que outros povos e pessoas se convertam ao Cristo seria um desrespeito a outras religiões e uma prepotência inaceitável da parte dos cristãos. Pensam, estes cristãos, que se todas as religiões são boas, para que converter seus adeptos? Pensam também que Cristo é o principal revelador do Pai, mas não é o único: nas outras religiões, também há uma revelação de Deus e nenhuma crença pode pensar que é a única que revela a verdade.
Segundo esta tese, Buda, Maomé, Confúcio e outros mestres religiosos são também reveladores de Deus... Assim, vai morrendo o ardor missionário em muitos irmãos nossos, num flagrante desrespeito à ordem tão clara e direta do Senhor e dos Apóstolos: “Ide, proclamai, ensinai, fazei discípulos!” – Seguindo o raciocínio desses cristãos cristãos, nós, brasileiros, seríamos hoje ainda adeptos da religião dos índios e dos africanos....
Em dois importantes documentos atuais o Magistério da Igreja rebate e desaprova totalmente esta visão: a Encíclica Redemptoris Missio (RM), do Santo Padre João Paulo II, e a Declaração Dominus Iesus (DI), da Congregação para a Doutrina da Fé. A convicção da Igreja é a seguinte:
(1) “Cristo é o único salvador de todos, o único capaz de revelar e de conduzir a Deus... A salvação só pode vir de Jesus Cristo. Os homens somente poderão entrar em comunhão com Deus por meio de Cristo, e sob a ação do Espírito. Se não excluem mediações participadas de diversos tipos e ordem, todavia elas recebem significado e valor unicamente de Cristo, e não podem ser entendidas como paralelas ou complementares desta” (RM 5).
A
ideia é clara: somente em Cristo há salvação e os não-cristãos podem
até salvar-se, mas porque Cristo morreu por todos, por toda a
humanidade. Todo aquele que siga retamente sua consciência, de certo
modo está dizendo “sim” a Cristo, Verbo do Pai. Nenhum fundador de
religião pode ser colocado no mesmo nível de Cristo. Se algo de bom
tais mestres ensinaram, foi sob a ação do Espírito de Cristo, que enche a
face da terra. No entanto, são fragmentos de verdade, ordenados à
plenitude que somente em Cristo se realiza!
(2)
Também é errado afirmar: “Tudo bem, o Filho de Deus, Verbo eterno, é a
verdade plena. Mas Jesus, Verbo feito homem, encarnado, não poderia ser
revelador de toda a verdade, pois é apenas um ser histórico, preso no
tempo, no espaço, numa cultura particular. Assim, o cristianismo, ligado
ao Jesus da história, não pode pensar que tem a plenitude da revelação.
Ora, o Papa previne: “É contrário à fé cristã introduzir qualquer
separação entre o Verbo divino e Jesus Cristo. O Verbo, que no princípio
estava com Deus, é o mesmo que se fez carne” (RM 6). Em outras
palavras: o Verbo eterno, único e completo revelador do Pai, é Jesus de
Nazaré. O Verbo e Filho eterno encarnou-se pessoalmente em Jesus!
Portanto, no Filho feito homem está a plenitude da verdade e da vida!
(3) Além do mais, anunciar a verdade de Jesus não desrespeita a religião de ninguém: “O anúncio e o testemunho de Cristo, quando feitos no respeito das consciências, não violam a liberdade” (RM 7). A fé não deve nunca ser imposta, mas deve ser sempre proposta com coragem, convicção e honestidade. Nós cremos que Jesus é o único Salvador da humanidade e seria uma traição calar isto. A Igreja tem o dever de servir a humanidade anunciando integral e lealmente o Evangelho, com toda a sua radicalidade.
A missão será sempre uma urgência e uma missão permanentes da Igreja: não é propaganda, mas missão e serviço que nascem do próprio mandato de Cristo. Terminemos com as palavras do próprio Papa:
“Por quê a missão? Porque para nós foi-nos dada esta graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo (Ef 3,8). A Igreja, e nela cada cristão, não pode esconder nem guardar para si esta novidade e riqueza, recebida da bondade divina para ser comunicada a todos os homens. Aqueles que estão incorporados na Igreja católica devem sentir-se privilegiados, e, por isso mesmo, mais comprometidos a testemunhar a fé e a vida cristã como serviço aos irmãos e resposta devida a Deus...” (RM 11).
(3) Além do mais, anunciar a verdade de Jesus não desrespeita a religião de ninguém: “O anúncio e o testemunho de Cristo, quando feitos no respeito das consciências, não violam a liberdade” (RM 7). A fé não deve nunca ser imposta, mas deve ser sempre proposta com coragem, convicção e honestidade. Nós cremos que Jesus é o único Salvador da humanidade e seria uma traição calar isto. A Igreja tem o dever de servir a humanidade anunciando integral e lealmente o Evangelho, com toda a sua radicalidade.
A missão será sempre uma urgência e uma missão permanentes da Igreja: não é propaganda, mas missão e serviço que nascem do próprio mandato de Cristo. Terminemos com as palavras do próprio Papa:
“Por quê a missão? Porque para nós foi-nos dada esta graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo (Ef 3,8). A Igreja, e nela cada cristão, não pode esconder nem guardar para si esta novidade e riqueza, recebida da bondade divina para ser comunicada a todos os homens. Aqueles que estão incorporados na Igreja católica devem sentir-se privilegiados, e, por isso mesmo, mais comprometidos a testemunhar a fé e a vida cristã como serviço aos irmãos e resposta devida a Deus...” (RM 11).
19/11/2012
Verdadeiras e falsas cruzes
Dor que faz bem e dor que faz mal
Há um fato indiscutível, e é que o sofrimento é nosso companheiro
ao longo de todo o caminho da vida. E há um segundo fato, igualmente
incontestável: conforme as pessoas - conforme a qualidade da alma das
pessoas -, o sofrimento esmaga ou faz crescer, destrói ou amadurece.
Essa ambivalência da dor - que pode edificar ou arrasar - indica às claras que o problema, para qualquer ser humano, não reside no sofrimento que Deus envia ou permite que apareça na nossa vida, mas na atitude com que aceitamos ou rejeitamos essa cruz, que Deus nos propõe abraçar. Como sucedeu junto de Cristo no Calvário, a cruz rejeitada afundou o mau ladrão, e a cruz aceitada com humildade, com fé e com amor, salvou o bom.
Mas, ao lado dessas cruzes enviadas ou permitidas por Deus há outras que nem Deus quer nem nós queremos, mas aparecem. São as “falsas cruzes”, que nada trazem de bom. Em que consistem?
Trata-se das “cruzes” que nós mesmos “fabricamos”, “inventamos”, e que nunca deveriam ter existido. São as que aparecem só como conseqüência da nossa mesquinhez e dos nossos defeitos. A pessoa egoísta, ciumenta, invejosa, teimosa…, sofre muito e faz sofrer os outros. Mas esses sofrimentos não são “cruzes”, no sentido cristão da palavra. São apenas a destilação amarga do nosso egoísmo. Com certeza não são a vontade de Deus; pelo contrário, trata-se de pecados mais ou menos graves, que evidentemente Deus não quer, mas nós colocamos como pedras no caminho da vida.
Se fôssemos fazer as contas, veríamos que a maioria desses sofrimentos “fabricados” indevidamente por nós brotam de uma dupla fonte: a fonte do amor-próprio e a fonte do amor pequeno.
O amor-próprio é uma fonte de péssimas cruzes. Como o orgulho nos faz sofrer! Que feridas infeccionadas não provoca! Basta uma lufada de ar - uma pequena desconsideração ou indelicadeza -, e o amor-próprio sente-se atingido como por um punhal. Uma pessoa orgulhosa é incapaz de tolerar sem ficar magoada - sem se meter num calvário de sofrimentos íntimos - a menor humilhação, mesmo a causada involuntariamente. Fica alterada, abatida; grava a mágoa na memória e a vai remoendo lá dentro; cultiva-a na imaginação, aquece-a ao fogo da autocompaixão, vai engrossando-a à força de lhe dar importância, e termina fazendo dela uma tortura insuportável.
Essa ambivalência da dor - que pode edificar ou arrasar - indica às claras que o problema, para qualquer ser humano, não reside no sofrimento que Deus envia ou permite que apareça na nossa vida, mas na atitude com que aceitamos ou rejeitamos essa cruz, que Deus nos propõe abraçar. Como sucedeu junto de Cristo no Calvário, a cruz rejeitada afundou o mau ladrão, e a cruz aceitada com humildade, com fé e com amor, salvou o bom.
Mas, ao lado dessas cruzes enviadas ou permitidas por Deus há outras que nem Deus quer nem nós queremos, mas aparecem. São as “falsas cruzes”, que nada trazem de bom. Em que consistem?
Trata-se das “cruzes” que nós mesmos “fabricamos”, “inventamos”, e que nunca deveriam ter existido. São as que aparecem só como conseqüência da nossa mesquinhez e dos nossos defeitos. A pessoa egoísta, ciumenta, invejosa, teimosa…, sofre muito e faz sofrer os outros. Mas esses sofrimentos não são “cruzes”, no sentido cristão da palavra. São apenas a destilação amarga do nosso egoísmo. Com certeza não são a vontade de Deus; pelo contrário, trata-se de pecados mais ou menos graves, que evidentemente Deus não quer, mas nós colocamos como pedras no caminho da vida.
Se fôssemos fazer as contas, veríamos que a maioria desses sofrimentos “fabricados” indevidamente por nós brotam de uma dupla fonte: a fonte do amor-próprio e a fonte do amor pequeno.
O amor-próprio é uma fonte de péssimas cruzes. Como o orgulho nos faz sofrer! Que feridas infeccionadas não provoca! Basta uma lufada de ar - uma pequena desconsideração ou indelicadeza -, e o amor-próprio sente-se atingido como por um punhal. Uma pessoa orgulhosa é incapaz de tolerar sem ficar magoada - sem se meter num calvário de sofrimentos íntimos - a menor humilhação, mesmo a causada involuntariamente. Fica alterada, abatida; grava a mágoa na memória e a vai remoendo lá dentro; cultiva-a na imaginação, aquece-a ao fogo da autocompaixão, vai engrossando-a à força de lhe dar importância, e termina fazendo dela uma tortura insuportável.
Bastava
que fosse um pouco mais humilde, que soubesse relevar minúcias, que se
esforçasse um pouco por compreender, por desculpar, por oferecer a Deus
as pequenas contrariedades, e não teria nem um miligrama dessa cruz
ruim, que não é a cruz de Cristo.
Se a pessoa orgulhosa sofre com tormentos fabricados pelo orgulho, que dizer da invejosa? Sempre comparando-se com os outros, sente subirem-lhe ao coração ondas de melancolia, depressões enciumadas, revoltas contra a sorte e até protestos íntimos contra a Providência de Deus. Essa pessoa invejosa, que chora frustrações, foi ela própria a criadora da sua falsa “cruz”. Se tivesse um coração mais generoso, vislumbraria, feliz e agradecida - na mesma situação em que só vê infortúnios e injustiças da vida -, dez mil bondades de Deus e motivos de ação de graças, um panorama de miúdas e saborosas alegrias, que em vez de lágrimas ou revolta lhe poriam canções dentro da alma.
Vejamos agora a segunda fonte de cruzes doentias: a do amor pequeno. Já de início, poderíamos dizer que existe um sinal infalível de que o nosso amor é pequeno: o mau humor. Para quem ama pouco, toda a doação, toda a paciência, toda a compreensão solicitada pelo próximo é excessiva e aborrecida, qualquer sacrifício causa revolta ou malestar. O amor grande pratica generosidades grandes e nem se apercebe do sacrifício que faz. Como dizia Santo Agostinho: “Quando se ama, ou não se experimenta trabalho, ou o próprio trabalho é amado”.
Pelo contrário, o amor pequeno transforma uma palha numa “cruz” insuportável. Então, um sacrifício que caberia “dentro de um sorriso, esboçado por amor”, não cabe na vida e explode em forma de sofrimento irritado, com contínuos resmungos, queixas constantes e incessantes protestos. O mau humor é a sombra do amor pequeno, o sinal que o dá a conhecer.
Se olharmos de perto o que há por trás desse mau humor, veremos que, em noventa por cento dos casos, é simplesmente a pura e simples realidade da vida, com as suas incidências, lutas, dificuldades e esforços normais. Por outras palavras, o que há na raiz do mau humor é apenas a falta de aceitação da realidade, e da vontade de Deus no dia-a-dia.
É triste lamentar, como se fossem coisa do outro mundo, dificuldades que são normais. Não é nenhuma contrariedade inesperada o fato de que os outros tenham asperezas de caráter, de que o cumprimento do dever canse, de que alcançar metas profissionais custe muito, de que conseguir melhorar os nossos próprios defeitos ou os defeitos dos que nos cercam - especialmente os da mulher, do marido, dos filhos - seja algo lento e demorado. No entanto, é muito comum que, ao constatá-lo, nos sintamos indispostos, nos deixemos levar pelo aborrecimento, pela impaciência, pelo protesto, e percamos o bom humor. Reações de todo desproporcionadas e ridículas, pois lá onde nós imaginamos grandes “cruzes” está apenas a “vida”, a vida que, com um pouco mais de amor e bom humor, ficaria pontilhada de alegrias e coroada de ações de graças.
Cristo pede-nos que tomemos com amor a cruz de cada dia (Lc 9, 23), é certo, mas - lembrando o que dizia João Paulo I - essa cruz deveria ser carregada com o “sorriso cotidiano” e não fazendo dela a “tragédia cotidiana”. No entanto, muitos conseguem mudar o sorriso em tragédia. Bastam-lhes para tanto duas coisas: em primeiro lugar, amar pouco, como já víamos. Em segundo lugar, viver mergulhados num mundo de imaginações escapistas e sonhos irreais.
Muitos são os que reclamam do real - que é a vida, sempre rica em possibilidades de amar, de crescer por dentro, de fazer o bem - e passam a instalar-se, esterilmente, no mundo irreal das hipóteses: se eu tivesse essas outras condições pessoais, essa sorte, essa oportunidade profissional…; se a minha mulher fosse mais bonita, pacífica e econômica…; se o meu país tivesse uma economia mais confiável… E, assim, enquanto vivem no mundo do “tomara que”, atolam-se no que São Josemaria Escrivá chamava a “mística do oxalá”. Desse modo, estragam a realidade, que é a única que existe e que a cada instante nos oferece ocasiões de amar e de servir e, como conseqüência, de sermos felizes.
Quem reclama sem razão da cruz cotidiana perde a cruz de Deus e encontra a “cruz” do diabo. São cheias de sabedoria aquelas palavras da Imitação de Cristo que dizem: “Se levas com gosto a cruz, ela te levará. Se a levas a contragosto, acabas por torná-la mais pesada para ti e a ti mesmo te sobrecarregas. Se rejeitas uma cruz, sem dúvida encontrarás outra, e possivelmente mais pesada”.
Penso que essas reflexões podem ajudar-nos a distinguir, na nossa vida, entre as “verdadeiras” e as “falsas” cruzes. Peçamos a Deus que não nos permita atolar nas cruzes falsas, para que possamos amar as verdadeiras, que nos elevam até Deus.
Se a pessoa orgulhosa sofre com tormentos fabricados pelo orgulho, que dizer da invejosa? Sempre comparando-se com os outros, sente subirem-lhe ao coração ondas de melancolia, depressões enciumadas, revoltas contra a sorte e até protestos íntimos contra a Providência de Deus. Essa pessoa invejosa, que chora frustrações, foi ela própria a criadora da sua falsa “cruz”. Se tivesse um coração mais generoso, vislumbraria, feliz e agradecida - na mesma situação em que só vê infortúnios e injustiças da vida -, dez mil bondades de Deus e motivos de ação de graças, um panorama de miúdas e saborosas alegrias, que em vez de lágrimas ou revolta lhe poriam canções dentro da alma.
Vejamos agora a segunda fonte de cruzes doentias: a do amor pequeno. Já de início, poderíamos dizer que existe um sinal infalível de que o nosso amor é pequeno: o mau humor. Para quem ama pouco, toda a doação, toda a paciência, toda a compreensão solicitada pelo próximo é excessiva e aborrecida, qualquer sacrifício causa revolta ou malestar. O amor grande pratica generosidades grandes e nem se apercebe do sacrifício que faz. Como dizia Santo Agostinho: “Quando se ama, ou não se experimenta trabalho, ou o próprio trabalho é amado”.
Pelo contrário, o amor pequeno transforma uma palha numa “cruz” insuportável. Então, um sacrifício que caberia “dentro de um sorriso, esboçado por amor”, não cabe na vida e explode em forma de sofrimento irritado, com contínuos resmungos, queixas constantes e incessantes protestos. O mau humor é a sombra do amor pequeno, o sinal que o dá a conhecer.
Se olharmos de perto o que há por trás desse mau humor, veremos que, em noventa por cento dos casos, é simplesmente a pura e simples realidade da vida, com as suas incidências, lutas, dificuldades e esforços normais. Por outras palavras, o que há na raiz do mau humor é apenas a falta de aceitação da realidade, e da vontade de Deus no dia-a-dia.
É triste lamentar, como se fossem coisa do outro mundo, dificuldades que são normais. Não é nenhuma contrariedade inesperada o fato de que os outros tenham asperezas de caráter, de que o cumprimento do dever canse, de que alcançar metas profissionais custe muito, de que conseguir melhorar os nossos próprios defeitos ou os defeitos dos que nos cercam - especialmente os da mulher, do marido, dos filhos - seja algo lento e demorado. No entanto, é muito comum que, ao constatá-lo, nos sintamos indispostos, nos deixemos levar pelo aborrecimento, pela impaciência, pelo protesto, e percamos o bom humor. Reações de todo desproporcionadas e ridículas, pois lá onde nós imaginamos grandes “cruzes” está apenas a “vida”, a vida que, com um pouco mais de amor e bom humor, ficaria pontilhada de alegrias e coroada de ações de graças.
Cristo pede-nos que tomemos com amor a cruz de cada dia (Lc 9, 23), é certo, mas - lembrando o que dizia João Paulo I - essa cruz deveria ser carregada com o “sorriso cotidiano” e não fazendo dela a “tragédia cotidiana”. No entanto, muitos conseguem mudar o sorriso em tragédia. Bastam-lhes para tanto duas coisas: em primeiro lugar, amar pouco, como já víamos. Em segundo lugar, viver mergulhados num mundo de imaginações escapistas e sonhos irreais.
Muitos são os que reclamam do real - que é a vida, sempre rica em possibilidades de amar, de crescer por dentro, de fazer o bem - e passam a instalar-se, esterilmente, no mundo irreal das hipóteses: se eu tivesse essas outras condições pessoais, essa sorte, essa oportunidade profissional…; se a minha mulher fosse mais bonita, pacífica e econômica…; se o meu país tivesse uma economia mais confiável… E, assim, enquanto vivem no mundo do “tomara que”, atolam-se no que São Josemaria Escrivá chamava a “mística do oxalá”. Desse modo, estragam a realidade, que é a única que existe e que a cada instante nos oferece ocasiões de amar e de servir e, como conseqüência, de sermos felizes.
Quem reclama sem razão da cruz cotidiana perde a cruz de Deus e encontra a “cruz” do diabo. São cheias de sabedoria aquelas palavras da Imitação de Cristo que dizem: “Se levas com gosto a cruz, ela te levará. Se a levas a contragosto, acabas por torná-la mais pesada para ti e a ti mesmo te sobrecarregas. Se rejeitas uma cruz, sem dúvida encontrarás outra, e possivelmente mais pesada”.
Penso que essas reflexões podem ajudar-nos a distinguir, na nossa vida, entre as “verdadeiras” e as “falsas” cruzes. Peçamos a Deus que não nos permita atolar nas cruzes falsas, para que possamos amar as verdadeiras, que nos elevam até Deus.
16/11/2012
Amar é decisão!
Como é amar de verdade?
“Amar é mudar a alma de casa.” (Mário Quintana)
O autor dessa frase, Mário Quintana, consegue de maneira muita real mostrar o quão verdadeiro é o Amor com que somos chamados a amar. Quem ama, necessariamente tem que sair do seu comodismo e mudar, “mudar de casa”. O Amor, exige de nós um desprendimento. Se não sairmos de nós mesmos em direção ao objeto do Amor, não amamos, mas seremos sempre egoístas, querendo que o amor nos sirva, nos console.
O ato de amar é característica dos fortes, de pessoas que conseguem dominar e conduzirem a própria vida, suas próprias escolhas. Amar sempre é uma ação, nunca nos deixa inertes, mas antes nos desafia a construirmos algo, ou melhor alguém. Quem que você hoje, com a sua capacidade de amar, está construindo? Cristo, por excelência amou-nos e mostrou-nos como devemos amar de maneira ativa: dando a vida, vivendo por aqueles que ama.
O autor dessa frase, Mário Quintana, consegue de maneira muita real mostrar o quão verdadeiro é o Amor com que somos chamados a amar. Quem ama, necessariamente tem que sair do seu comodismo e mudar, “mudar de casa”. O Amor, exige de nós um desprendimento. Se não sairmos de nós mesmos em direção ao objeto do Amor, não amamos, mas seremos sempre egoístas, querendo que o amor nos sirva, nos console.
O ato de amar é característica dos fortes, de pessoas que conseguem dominar e conduzirem a própria vida, suas próprias escolhas. Amar sempre é uma ação, nunca nos deixa inertes, mas antes nos desafia a construirmos algo, ou melhor alguém. Quem que você hoje, com a sua capacidade de amar, está construindo? Cristo, por excelência amou-nos e mostrou-nos como devemos amar de maneira ativa: dando a vida, vivendo por aqueles que ama.
Não existe ninguém indiferente ao amor.
Todos nós, não da mesma maneira, procuramos pelo amor. Muitos namoros
não duram exatamente por que os namorados não têm a coragem de se darem,
mas esperam sempre que isso parta do outro. Se nossa alma não “mudar de
casa”, se não quisermos viver um relacionamento onde o respeito pelo
outro vier em primeiro lugar, onde não procuremos amar a pessoa como ela
precisa ser amada, se não vencermos os nossos egoísmos e limites, a
nossa maneira de amar será doente ou no mínimo precária.
No dia de hoje, qual a qualidade do seu “amar”? Qual o sentido na sua vida dessa decisão, pois amor passa pelo sentimento, mas ele se torna autêntico quando passa a ser uma decisão. “Independente do que passemos juntos, eu me decido a te amar e a estar contigo! Com você sei que vale à pena!”
É desafiante sair do nosso comodismo, olhar para um “tu” e ver nele a possibilidade da construção da minha personalidade mediante a minha doação a essa pessoa. Mas ao mesmo tempo como é maravilhoso, depois de todo esse trabalho, olhar para tudo o que se passa pelo outro que amamos e percebermos como não somos mais dois, mas uma só alma!
Deus abençoe!
No dia de hoje, qual a qualidade do seu “amar”? Qual o sentido na sua vida dessa decisão, pois amor passa pelo sentimento, mas ele se torna autêntico quando passa a ser uma decisão. “Independente do que passemos juntos, eu me decido a te amar e a estar contigo! Com você sei que vale à pena!”
É desafiante sair do nosso comodismo, olhar para um “tu” e ver nele a possibilidade da construção da minha personalidade mediante a minha doação a essa pessoa. Mas ao mesmo tempo como é maravilhoso, depois de todo esse trabalho, olhar para tudo o que se passa pelo outro que amamos e percebermos como não somos mais dois, mas uma só alma!
Deus abençoe!
Luis Filipe - Com. Canção Nova
Fonte: Canção Nova - Formação
Fonte: Canção Nova - Formação
15/11/2012
Creio na Santa Igreja!
Não cremos em coisas, cremos em pessoas
O Ano da Fé
nos introduz num campo muito interior do nosso eu. Dar crédito,
sobretudo no âmbito religioso, é aninhar no centro do coração
proposições impossíveis de verificar pela experiência cotidiana. (P. ex.
que Jesus é o Filho de Deus). São acolhidas em plena liberdade, pois a
inteligência reconhece a razoabilidade dos artigos em questão.
Nós cristãos, mesmo em temas de grande importância, podemos ter uma grande margem de opiniões, que não exigem adesões de fé. Por exemplo, nós devemos ter firme fé que Jesus ressuscitou. Mas temos um largo campo de opiniões, para explicar como se realizou tal fenômeno.
Aceitar Jesus Cristo é o ponto fulcral, que o Espírito nos concede. Por tal graça, aceitamos na paz tranqüila da alma, as verdades que a mãe Igreja propõe a seus filhos. No Credo nós não criamos uma lista de verdades, segundo o nosso desejo pessoal. Mas aceitamos, de coração, tudo aquilo que a comunidade católica professa em público. São Paulo preceitua que entre nós deve haver “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4,5). Não é possível livrar o coração de dúvidas. Nas verdades essenciais devemos aplicar-nos a um diligente estudo, para reduzir ao mínimo nossas vacilações interiores.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, foram elaborados “símbolos” da fé. Estes não contém a totalidade de tudo o que devemos crer. Mas nos levam a ter um coração dócil, para ultrapassar caprichos, e deixar de afagar opiniões de pura auto-afirmação. Não caiamos na teimosia de cultivar artigos de fé inexistentes, ou de rechaçar verdades eternas. Isso poderia nos levar a cair na repreensão do salmista que diz: “Para os ímpios não há conversão” (Sl. 119,155).
Mas professemos de coração o que proclamamos no credo: “Creio na Santa Igreja Católica”. Entretanto devemos saber fazer uma distinção. No símbolo da fé não manifestamos crença em coisas. Cremos só em pessoas. E como fica então isso de crer na Igreja? É que no Credo, antes de manifestar a nossa firme caminhada com a Igreja de Cristo, nós exclamamos “creio no Espírito Santo”. É Nele que nós cremos quando dirige a Igreja Católica, quando estabelece a comunhão entre os Santos, quando nos garante participar da vida eterna.
Nós cristãos, mesmo em temas de grande importância, podemos ter uma grande margem de opiniões, que não exigem adesões de fé. Por exemplo, nós devemos ter firme fé que Jesus ressuscitou. Mas temos um largo campo de opiniões, para explicar como se realizou tal fenômeno.
Aceitar Jesus Cristo é o ponto fulcral, que o Espírito nos concede. Por tal graça, aceitamos na paz tranqüila da alma, as verdades que a mãe Igreja propõe a seus filhos. No Credo nós não criamos uma lista de verdades, segundo o nosso desejo pessoal. Mas aceitamos, de coração, tudo aquilo que a comunidade católica professa em público. São Paulo preceitua que entre nós deve haver “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4,5). Não é possível livrar o coração de dúvidas. Nas verdades essenciais devemos aplicar-nos a um diligente estudo, para reduzir ao mínimo nossas vacilações interiores.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, foram elaborados “símbolos” da fé. Estes não contém a totalidade de tudo o que devemos crer. Mas nos levam a ter um coração dócil, para ultrapassar caprichos, e deixar de afagar opiniões de pura auto-afirmação. Não caiamos na teimosia de cultivar artigos de fé inexistentes, ou de rechaçar verdades eternas. Isso poderia nos levar a cair na repreensão do salmista que diz: “Para os ímpios não há conversão” (Sl. 119,155).
Mas professemos de coração o que proclamamos no credo: “Creio na Santa Igreja Católica”. Entretanto devemos saber fazer uma distinção. No símbolo da fé não manifestamos crença em coisas. Cremos só em pessoas. E como fica então isso de crer na Igreja? É que no Credo, antes de manifestar a nossa firme caminhada com a Igreja de Cristo, nós exclamamos “creio no Espírito Santo”. É Nele que nós cremos quando dirige a Igreja Católica, quando estabelece a comunhão entre os Santos, quando nos garante participar da vida eterna.
14/11/2012
Perdão não é sentimento, é ato de vontade!
Hoje é um dia para você –
que é pai e para você que é mãe – perdoar cada filho que precisa do seu
perdão. Tenham eles feito o que for, e mesmo que ainda façam algo que os
desagrade, peçam a graça do perdão ao Senhor. Perdão é decisão, e mesmo
que o coração de vocês esteja ferido por tudo o que eles fizeram, hoje
Deus quer lhes dar a graça do perdão. Disponham-se a perdoar seja quem e
o que for.
A falta de perdão está acabando com vocês. Mesmo que estejam magoados, feridos, o coração de vocês é de pai e de mãe. Talvez esse filho tenha trazido desonra e isso está acabando com vocês espiritual e psicologicamente. É como soda cáustica, que colocada na boca, já começa a corroê-la [boca]. Espiritual, psicológica e até mesmo fisicamente essa dor está acabando com vocês mesmos em primeiro lugar. Deus está lhes dando a graça de perdoar. Eu peço em nome de Deus: "Perdoem-nos!"
Perdão não é sentimento, é ato de vontade. Queiram perdoá-los! Realizem o ato da vontade de perdoar. Agarrem essa graça do perdão. E digam do fundo do coração: "Eu te perdôo" (Digam o nome de seu filho, filha).
Mesmo que tenham perdido as esperanças na mudança deles – por causa de suas atitudes – perdoem-nos.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
A falta de perdão está acabando com vocês. Mesmo que estejam magoados, feridos, o coração de vocês é de pai e de mãe. Talvez esse filho tenha trazido desonra e isso está acabando com vocês espiritual e psicologicamente. É como soda cáustica, que colocada na boca, já começa a corroê-la [boca]. Espiritual, psicológica e até mesmo fisicamente essa dor está acabando com vocês mesmos em primeiro lugar. Deus está lhes dando a graça de perdoar. Eu peço em nome de Deus: "Perdoem-nos!"
Perdão não é sentimento, é ato de vontade. Queiram perdoá-los! Realizem o ato da vontade de perdoar. Agarrem essa graça do perdão. E digam do fundo do coração: "Eu te perdôo" (Digam o nome de seu filho, filha).
Mesmo que tenham perdido as esperanças na mudança deles – por causa de suas atitudes – perdoem-nos.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
13/11/2012
O primeiro passo para o perdão
O
Senhor nos convida a fazer uma travessia como aquele povo de Deus [os
filhos de Israel] fez ao atravessar o rio Jordão. Eles, passando o rio,
entrariam na Terra Santa, na terra prometida, depois de caminharem
quarenta anos, vindos do Egito, onde foram escravos por quatrocentos
anos.
Assim como Deus fez com que eles atravessassem o mar Vermelho, também tinham de atravessar o rio Jordão. Deus mandou que os sacerdotes pegassem a Arca da Aliança e atravessassem o rio, dando passos na fé, pois, dessa forma, ele [rio] iria se dividir. As águas então escorreram e um vão foi se abrindo. Os sacerdotes pararam no meio do rio com a arca e o povo passou de pé enxuto.
Hoje estamos sendo convidados a fazer uma travessia assim, ou seja, a dar um passo na fé. Em Mt 18,21-35, quando Pedro pergunta a a Jesus quantas vezes era preciso perdoar, o Senhor conta-lhe a parábola do patrão que agiu com justiça diante de seu empregado, e este, pedindo-lhe misericórdia, foi perdoado. Contudo, quando o empregado saiu de onde estava o patrão, encontrou um colega que lhe devia um valor mínimo, mas ele exigiu que este lhe pagasse a dívida. O colega, assim como o outro fizera antes, também lhe pediu misericórdia, pedindo-lhe que perdoasse sua dívida com ele. Mas o homem não lhe concedeu perdão e agiu com justiça. Então, Jesus disse a Pedro: "É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração o seu irmão" (Mt 18,35).
Assim como Deus fez com que eles atravessassem o mar Vermelho, também tinham de atravessar o rio Jordão. Deus mandou que os sacerdotes pegassem a Arca da Aliança e atravessassem o rio, dando passos na fé, pois, dessa forma, ele [rio] iria se dividir. As águas então escorreram e um vão foi se abrindo. Os sacerdotes pararam no meio do rio com a arca e o povo passou de pé enxuto.
"Meus irmãos, hoje é o dia de darmos o passo do perdão", exorta monsenhor Jonas
Hoje estamos sendo convidados a fazer uma travessia assim, ou seja, a dar um passo na fé. Em Mt 18,21-35, quando Pedro pergunta a a Jesus quantas vezes era preciso perdoar, o Senhor conta-lhe a parábola do patrão que agiu com justiça diante de seu empregado, e este, pedindo-lhe misericórdia, foi perdoado. Contudo, quando o empregado saiu de onde estava o patrão, encontrou um colega que lhe devia um valor mínimo, mas ele exigiu que este lhe pagasse a dívida. O colega, assim como o outro fizera antes, também lhe pediu misericórdia, pedindo-lhe que perdoasse sua dívida com ele. Mas o homem não lhe concedeu perdão e agiu com justiça. Então, Jesus disse a Pedro: "É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração o seu irmão" (Mt 18,35).
É esse o passo de fé que precisamos dar. Existem dois caminhos: o da justiça e o da misericórdia. Mas você não pode ir pelos dois caminhos, não dá para fazer as duas coisas. Se estamos no caminho da justiça, e assim tratamos os outros, não lhes perdoando, Deus vai usar conosco também da mesma justiça e não da misericórdia. E ai de nós se Deus usar de justiça conosco e não a misericórdia!
Meus irmãos, hoje é o dia de darmos o passo do perdão; mas nos assustamos com isso porque perdoar é difícil. A nossa grande dificuldade é pensar que – ao perdoar – estamos dando razão ao outro ou que ele não tem mais nenhuma dívida conosco.
Já agora, vá abrindo o seu coração e se dispondo a perdoar. Muitas vezes, enroscamo-nos em coisas pequenas e não perdoamos. E o perdão não dado, causa-nos o ressentimento.
Perdoar é o melhor para nós, é questão de inteligência. Perdoa, meu filho! É preciso dar este passo; você vai ver como aquilo que o estava fazendo infeliz vai desaparecer e você fará o seu caminho.
Muito mais do que falar a respeito de perdão, é preciso pedir ao Senhor e dispor o coração para que, na força de Deus, nós consigamos perdoar. Faça isso concretamente: "Senhor, dê-me a força de perdoar, diante disso eu perdôo". Diga o nome da pessoa e a situação que feriu você.
Durante o dia, você vai se lembrar de outras coisas, porque o Espírito Santo vai agir. A graça de Deus já está operando em você.
Ore assim durante todo este dia: "Senhor, traga à tona aqueles a quem eu preciso perdoar, porque, pela Sua graça, estou disposto a perdoá-los. Amém".
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
12/11/2012
A imaginação
Ela é a louca da casa!
Nenhuma pessoa prudente escolheria um doido como conselheiro para os problemas mais delicados da sua vida. Todos nós qualificaríamos de imprudente e pouco sensato quem se comportasse desse modo. Esta verdade, tão clara e evidente na vida e nos negócios, não o é tanto, pelo menos na prática, na vida interior e no problema da nossa santificação. A imaginação é uma doida – a doida da casa, como a qualificava Santa Teresa, com o seu habitual bom-humor – e, no entanto, a escolhemos, mais ou menos inconscientemente, para conselheira dos problemas mais delicados da nossa alma.
Esta doida que nos distrai com o seu alarido e nos dissipa com a sua agitação; que nos comunica os seus temores e nos perturba com as suas apreensões, que nos sussurra ao ouvido suspeitas infundadas, que nos tiraniza com as suas ambições e nos morde com a sua inveja; esta doida que nos faz abandonar a realidade com sonhos fantasiosos, cheios de euforia ou de pessimismo, e que instila em nós, suavemente, o veneno da sensualidade e do amor-próprio; esta doida – sabemo-lo por experiência – é a grande inimiga da nossa vida interior, é a eterna aliada do mundo, do demônio e da carne.
É ela que perturba a tua vida de oração, que te faz temer a mortificação; é ela que introduz na tua alma a tentação da carne e da soberba, que falseia o teu conhecimento de Deus e te priva do sentido sobrenatural; é ela que te embala no sonho da frivolidade ou te submerge no letargo da tibieza; é ela que extingue o fogo da caridade ou acende o da desconfiança e da discórdia. Doida, como um cavalo fogoso; inquieta, como uma borboleta. Se não a dominas e orientas, nunca serás alma interior e sobrenatural. Se não a dominas, nunca poderás fruir daquela calma serena que é tão necessária para servir a Deus. Se não a refreias, nunca alcançarás aquele realismo que é uma exigência da vida de santidade.
Calma, realismo, serenidade, objetividade: virtudes que nascem onde termina a tirania da imaginação; virtudes que crescem e se fortificam no esforço ascético por dominar e controlar a fantasia. Dizia-te que é grande a tirania da imaginação. Tão grande que chega a alterar as ideias, a falsear as situações da vida, a deformar as pessoas. O Evangelho oferece-nos uma prova muito eloqüente desta tirania. O lago de Genesaré: uma escura noite de tempestade; os Apóstolos têm de remar com a máxima energia, lutando contra um vento forte em sentido contrário. A pequena barca, sacudida pelas ondas, abriga doze homens que se esforçam desesperadamente por resistir à força impetuosa do vento. Jesus retirou-se a um monte vizinho para orar. Na quarta vigília da noite, aproxima-se dos Apóstolos caminhando sobre as águas. E os doze... vendo Jesus, que caminhava sobre as águas, perturbam-se e exclamam: é um fantasma!
Assista também: "Libertos por Jesus", com o saudoso padre Léo
Vê: a adorável figura do Mestre, que se aproxima para ficar com eles, para os ajudar, para acalmar a tempestade impondo silêncio às ondas com a sua palavra imperiosa, assume naquelas imaginações o aspecto de um fantasma, que lhes mete medo e os perturba. Quantas vezes este episódio evangélico se repete em nossas vidas! Em quantas ocasiões a nossa alma, vítima da imaginação, se enche de temor e fica perturbada! Brincadeiras da fantasia, fantasmas da imaginação, essas são as cruzes imaginárias que frequentemente nos atormentam, oprimindo-nos com o seu peso. Não exagero se te digo que noventa por cento dos nossos sofrimentos, desses sofrimentos que, com pouco conhecimento da Cruz de Cristo, qualificamos como cruzes, são imaginários, pelo menos aumentados e deformados pela cruel tirania da nossa imaginação. É por isso que nos pesam e nos enfraquecem tanto as nossas cruzes humanas e inventadas.
Se tudo o que nos faz sofrer tanto e nos oprime tão violentamente fosse verdadeiramente a cruz que o Senhor nos manda, a Cruz de Jesus, uma vez que a tivéssemos reconhecido como tal e com fé e amor a tivéssemos aceito, não deveria pesar-nos nem oprimir-nos mais. Porque a Cruz de Jesus, a Santa Cruz, não é fonte de tristeza ou de abatimento, mas de paz e de alegria. Mas se, pelo contrário, carregamos sobre os ombros uma cruz humana e imaginária, uma cruz produzida pela nossa revolta interior contra a verdadeira Cruz, então devemos estar tristes e preocupados. Este peso e esta preocupação podem desaparecer da tua vida, podem deixar de oprimir-te: basta que abras os olhos da fé e que te decidas a cortar as asas à tua imaginação.
Deixa-me que te diga que estas cruzes humanas que te acabrunham com o seu peso não existem na grande realidade da tua vida sobrenatural: existem apenas na tua imaginação. Carregas sobre os ombros um peso tão atroz quão ridículo: um peso que na tua imaginação é uma montanha e na realidade é um grão de areia.
São fantasmas forjados na tua cabeça, fantasmas que a fantasia reveste de cores vivas, atribuindo-lhes mãos largas e temerosas e pernas ágeis e velozes. São fantasmas que agora te perseguem, enchendo de dor e de agitação a tua alma. Um pequeno gesto da tua vida de fé seria suficiente para os fazer desaparecer. Percebes que basta pouco para os eliminar?
Mas, às vezes, admitimos na nossa vida outros fantasmas que vêm de longe: são os temores de males futuros. São temores de coisas ou perigos que hoje não existem e que não sabemos se se verificarão, mas que vemos presentes e atuais na nossa imaginação, convertendo-os em tragédia. Um simples raciocínio sobrenatural seria suficiente para os varrer: se esses perigos não são atuais e esses temores ainda não se verificaram, é óbvio que não dispões da graça de Deus necessária para os vencer e aceitar. Se esses receios vierem a cumprir-se, então não te faltará a graça divina e, com ela e com a tua correspondência, a vitória, a paz. É natural que não tenhas agora a graça de Deus para venceres os obstáculos e aceitares as cruzes que existem apenas na tua imaginação. É preciso construir a vida espiritual com base num realismo sereno e objetivo.
Os fantasmas não são menos perigosos no campo da caridade. Quantas vezes és vítima da imaginação no exercício desta virtude! Quantas suspeitas sem fundamento, radicadas apenas na tua cabeça! Quantas coisas fazes pensar e dizer ao teu próximo, quando ninguém pensou, nem disse, nem fez nada! Estes fantasmas perturbam e minam a vida de relação, a vida de família. Os pequenos contrastes, que se dão necessariamente em todos os círculos de convivência humana, mesmo entre santos – porque não somos anjos –, agigantam-se e deformam-se em consequência da imaginação, e criam estados de ânimo duradouros que nos fazem sofrer muitíssimo. Por coisinhas de nada, por ninharias e pelo jogo da fantasia, cavam-se abismos que dividem as pessoas, que destroem afetos e amizades, porque vão corrompendo a unidade.
A imaginação é ainda a grande aliada da sensualidade e do amor-próprio. Quantos romances te faz viver! Sonhos fantásticos em que és o herói, a personagem que triunfa: fantasmas que afagam a tua ambição, o teu desejo de mandar e de ser admirado, a tua vaidade. Vê quantos obstáculos para a tua santidade. A tua vida de piedade – a oração, a presença de Deus, o abandono nas mãos do Senhor, a alegria forte e sobrenatural –, as muralhas da tua vida interior ameaçadas, minadas pela doida da casa. Que sejas sobrenatural, objetivo. A voz de Jesus põe termo aos temores e à aventura dos doze no lago de Genesaré: Tende confiança. Sou Eu. Não temais.
Se tudo o que nos faz sofrer tanto e nos oprime tão violentamente fosse verdadeiramente a cruz que o Senhor nos manda, a Cruz de Jesus, uma vez que a tivéssemos reconhecido como tal e com fé e amor a tivéssemos aceito, não deveria pesar-nos nem oprimir-nos mais. Porque a Cruz de Jesus, a Santa Cruz, não é fonte de tristeza ou de abatimento, mas de paz e de alegria. Mas se, pelo contrário, carregamos sobre os ombros uma cruz humana e imaginária, uma cruz produzida pela nossa revolta interior contra a verdadeira Cruz, então devemos estar tristes e preocupados. Este peso e esta preocupação podem desaparecer da tua vida, podem deixar de oprimir-te: basta que abras os olhos da fé e que te decidas a cortar as asas à tua imaginação.
Deixa-me que te diga que estas cruzes humanas que te acabrunham com o seu peso não existem na grande realidade da tua vida sobrenatural: existem apenas na tua imaginação. Carregas sobre os ombros um peso tão atroz quão ridículo: um peso que na tua imaginação é uma montanha e na realidade é um grão de areia.
São fantasmas forjados na tua cabeça, fantasmas que a fantasia reveste de cores vivas, atribuindo-lhes mãos largas e temerosas e pernas ágeis e velozes. São fantasmas que agora te perseguem, enchendo de dor e de agitação a tua alma. Um pequeno gesto da tua vida de fé seria suficiente para os fazer desaparecer. Percebes que basta pouco para os eliminar?
Mas, às vezes, admitimos na nossa vida outros fantasmas que vêm de longe: são os temores de males futuros. São temores de coisas ou perigos que hoje não existem e que não sabemos se se verificarão, mas que vemos presentes e atuais na nossa imaginação, convertendo-os em tragédia. Um simples raciocínio sobrenatural seria suficiente para os varrer: se esses perigos não são atuais e esses temores ainda não se verificaram, é óbvio que não dispões da graça de Deus necessária para os vencer e aceitar. Se esses receios vierem a cumprir-se, então não te faltará a graça divina e, com ela e com a tua correspondência, a vitória, a paz. É natural que não tenhas agora a graça de Deus para venceres os obstáculos e aceitares as cruzes que existem apenas na tua imaginação. É preciso construir a vida espiritual com base num realismo sereno e objetivo.
Os fantasmas não são menos perigosos no campo da caridade. Quantas vezes és vítima da imaginação no exercício desta virtude! Quantas suspeitas sem fundamento, radicadas apenas na tua cabeça! Quantas coisas fazes pensar e dizer ao teu próximo, quando ninguém pensou, nem disse, nem fez nada! Estes fantasmas perturbam e minam a vida de relação, a vida de família. Os pequenos contrastes, que se dão necessariamente em todos os círculos de convivência humana, mesmo entre santos – porque não somos anjos –, agigantam-se e deformam-se em consequência da imaginação, e criam estados de ânimo duradouros que nos fazem sofrer muitíssimo. Por coisinhas de nada, por ninharias e pelo jogo da fantasia, cavam-se abismos que dividem as pessoas, que destroem afetos e amizades, porque vão corrompendo a unidade.
A imaginação é ainda a grande aliada da sensualidade e do amor-próprio. Quantos romances te faz viver! Sonhos fantásticos em que és o herói, a personagem que triunfa: fantasmas que afagam a tua ambição, o teu desejo de mandar e de ser admirado, a tua vaidade. Vê quantos obstáculos para a tua santidade. A tua vida de piedade – a oração, a presença de Deus, o abandono nas mãos do Senhor, a alegria forte e sobrenatural –, as muralhas da tua vida interior ameaçadas, minadas pela doida da casa. Que sejas sobrenatural, objetivo. A voz de Jesus põe termo aos temores e à aventura dos doze no lago de Genesaré: Tende confiança. Sou Eu. Não temais.
Salvatore Canals
http://www.quadrante.com.br/
http://www.quadrante.com.br/
Fonte: Canção Nova
09/11/2012
Os efeitos da fofoca
Ela tem o poder de destruir os relacionamentos
Já sofremos muitas vezes com os efeitos malévolos da fofoca em nossos relacionamentos.
Muito longe de um diálogo, certos comentários rompem com qualquer possibilidade de entendimento, pois nunca acontecem na presença da pessoa de quem se fala. Quase sempre as observações feitas nesta conversa acontecem em tom de maldade e exageros, sobre uma verdade distorcida, a qual, as pessoas se julgam capazes de dar soluções para a vida de outros.
Seja por conta de um problema que alguém está vivendo momentaneamente ou até mesmo pelo sucesso em seus empreendimentos, sempre haverá alguém desejoso (a) em fazer suas especulações.
Assim, no propósito de “fazer apenas um comentário”, a conversa termina estabelecendo conceitos nada edificadores a respeito de quem não pode se defender.
A fofoca age como uma praga e se espalha rapidamente entre as pessoas dentro de nossos relacionamentos. Da mesma maneira que a lenha é combustível para o fogo, aquele que dá ouvidos aos mexericos alimenta uma tendência que pode provocar as discórdias entre aqueles com quem até pouco tempo conviviam.
Quem se presta a esse tipo de serviço, certamente conta com a sua credibilidade para reforçar aquilo que se tem interesse em divulgar. E um fator que torna este tipo de conversa ainda mais prejudicial é a maneira como o fato é transmitido, pois cada pessoa ao fazer seu comentário a um terceiro, agrega elementos que ofuscam ou desvirtuam a verdade.
Assista também: "Nem tudo me convém", com o saudoso padre Léo
Muito longe de um diálogo, certos comentários rompem com qualquer possibilidade de entendimento, pois nunca acontecem na presença da pessoa de quem se fala. Quase sempre as observações feitas nesta conversa acontecem em tom de maldade e exageros, sobre uma verdade distorcida, a qual, as pessoas se julgam capazes de dar soluções para a vida de outros.
Seja por conta de um problema que alguém está vivendo momentaneamente ou até mesmo pelo sucesso em seus empreendimentos, sempre haverá alguém desejoso (a) em fazer suas especulações.
Assim, no propósito de “fazer apenas um comentário”, a conversa termina estabelecendo conceitos nada edificadores a respeito de quem não pode se defender.
A fofoca age como uma praga e se espalha rapidamente entre as pessoas dentro de nossos relacionamentos. Da mesma maneira que a lenha é combustível para o fogo, aquele que dá ouvidos aos mexericos alimenta uma tendência que pode provocar as discórdias entre aqueles com quem até pouco tempo conviviam.
Quem se presta a esse tipo de serviço, certamente conta com a sua credibilidade para reforçar aquilo que se tem interesse em divulgar. E um fator que torna este tipo de conversa ainda mais prejudicial é a maneira como o fato é transmitido, pois cada pessoa ao fazer seu comentário a um terceiro, agrega elementos que ofuscam ou desvirtuam a verdade.
Assista também: "Nem tudo me convém", com o saudoso padre Léo
As reuniões familiares, que têm como proposta a confraternização e a aproximação entre os parentes, podem da mesma maneira ser palco para situações nada agradáveis.
Dessa forma, a fim de evitar maiores constrangimentos, precisamos estar atentos sobre aquilo que queremos partilhar, pois, quando nos envolvemos em determinados assuntos, tornamo-nos também responsáveis por aquilo que falamos.
Dessa forma, a fim de evitar maiores constrangimentos, precisamos estar atentos sobre aquilo que queremos partilhar, pois, quando nos envolvemos em determinados assuntos, tornamo-nos também responsáveis por aquilo que falamos.
Algumas pessoas, não contentes em falar da vida de outrem, ainda se comprometem em divulgar a notícia, segundo as suas próprias deduções. Em uma atmosfera onde a ponderação nas palavras corre, muitas vezes, às margens da maledicência, não será difícil de acontecer os cismas e as indiferenças entre parentes. Entretanto, quando as consequências de um comentário infeliz ganham grandes proporções, raramente, essas pessoas que promoveram as injúrias serão capazes de assumir a responsabilidade sobre aquilo que foi falado, esquivando-se sorrateiramente ou em outros casos, simplesmente, procuram se afastar de quem ela própria ajudou caluniar.
O restabelecimento da amizade provocado pelos abalos de uma fofoca em nossas relações, poderá ser possível após a pessoa reconhecer os males provocados na vida do outro. Por meio da reconciliação, a reaproximação poderá acontecer a partir das atividades que eram vividas em comum. Todavia, há situações que a prudência nos ensina a manter somente a cordialidade da boa educação, sem grandes intimidades; especialmente, se percebemos que os vícios acima citados ainda existem como sinal da personalidade de pessoas, as quais, ainda não aprenderam a dominar a própria língua.
Podemos conversar sobre tudo e sobre todos, apenas tomando o cuidado de identificar se a pauta da nossa conversa tem a intenção de erguer, denegrir ou apenas de expor a intimidade da vida de alguém que se encontra sufocado por uma situação delicada.
Se há verdadeiramente uma intenção de ajudar o nosso próximo que está com problemas, a pessoa mais indicada para você apresentar sua opinião ou conselho – e de maneira reservada – é aquela cujo o (a) fofoqueiro (a) faz como temas de suas conversas.
Fonte: Canção Nova
08/11/2012
Como ser um católico bem formado?
Quanto mais conhecemos a Igreja, mais a amamos
O autor da Carta aos Hebreus escreveu: “Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma doutrina profunda, porque é ainda criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal” (Hb 5, 13-14). Sem esse “alimento sólido”, que a Igreja chama de “fidei depositum” (o depósito da fé), ninguém poderá ser verdadeiramente católico e autêntico seguidor de Jesus Cristo.
Não há dúvida de que a maior necessidade do povo católico hoje é aformação na doutrina. Por não a conhecer bem, esse mesmo povo, muitas vezes, vive sua espiritualidade, mas acaba procedendo como não católico, aceitando e vivendo, por vezes, de maneira diferente do que a Igreja ensina, especialmente na moral. E o pior de tudo é que se deixa enganar pelas seitas, igrejinhas e superstições.
Em sua recente viagem à África, que começou em 17 de maio de 2009, o Papa Bento XVI deixou claro que a formação é o antídoto para as seitas e para o relativismo religioso e moral. Em Yaoundé, em Camarões, o Sumo Pontífice disse que “a expansão das seitas e a difusão do relativismo – ideologia segundo a qual não há verdades absolutas –, tem um mesmo antídoto, segundo Bento XVI: a formação.” Afirmando que: “O desenvolvimento das seitas e movimentos esotéricos, assim como a crescente influência de uma religiosidade supersticiosa e do relativismo, são um convite importante a dar um renovado impulso à formação de jovens e adultos, especialmente no âmbito universitário e intelectual.” E o Santo Padre pediu “encarecidamente” aos bispos que perseverem em seus esforços por oferecer aos leigos “uma sólida formação cristã, que lhes permita desenvolver plenamente seu papel de animação cristã da ordem temporal (política, cultural, econômica, social), que é compromisso característico da vocação secular do laicado.”
Assista também: "Início dos estudos sobre o Catecismo", com prof. Felipe Aquino
Não há dúvida de que a maior necessidade do povo católico hoje é aformação na doutrina. Por não a conhecer bem, esse mesmo povo, muitas vezes, vive sua espiritualidade, mas acaba procedendo como não católico, aceitando e vivendo, por vezes, de maneira diferente do que a Igreja ensina, especialmente na moral. E o pior de tudo é que se deixa enganar pelas seitas, igrejinhas e superstições.
Em sua recente viagem à África, que começou em 17 de maio de 2009, o Papa Bento XVI deixou claro que a formação é o antídoto para as seitas e para o relativismo religioso e moral. Em Yaoundé, em Camarões, o Sumo Pontífice disse que “a expansão das seitas e a difusão do relativismo – ideologia segundo a qual não há verdades absolutas –, tem um mesmo antídoto, segundo Bento XVI: a formação.” Afirmando que: “O desenvolvimento das seitas e movimentos esotéricos, assim como a crescente influência de uma religiosidade supersticiosa e do relativismo, são um convite importante a dar um renovado impulso à formação de jovens e adultos, especialmente no âmbito universitário e intelectual.” E o Santo Padre pediu “encarecidamente” aos bispos que perseverem em seus esforços por oferecer aos leigos “uma sólida formação cristã, que lhes permita desenvolver plenamente seu papel de animação cristã da ordem temporal (política, cultural, econômica, social), que é compromisso característico da vocação secular do laicado.”
Assista também: "Início dos estudos sobre o Catecismo", com prof. Felipe Aquino
Desde o começo da Igreja os Apóstolos se esmeraram na formação do povo. São Paulo, ao escrever a S. Tito e a S. Timóteo, os primeiros bispos que sagrou e colocou em Creta e Éfeso, respectivamente, recomendoutodo cuidado com a “sã doutrina”. Veja algumas exortações do Apóstolo dos Gentios; a Tito ele recomenda: seja “firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem” (Tt 1, 9). “O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina” (Tt 2,1).
A Timóteo ele recomenda: “Torno a lembrar-te a recomendação que te dei, quando parti para a Macedônia: devias permanecer em Éfeso para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes, e a preocupar-se com fábulas e genealogias” (Tm 1, 3-4). E “Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão” (1Tm 4,6). São Paulo ensina que Deus “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4).
Sem a verdade não há salvação. E essa verdade foi confiada à Igreja: “Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Jesus garantiu aos Apóstolos na Última Ceia que o Espírito Santo “ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13) e “relembrar-vos-á tudo o que lhe ensinei” (Jo 14, 25). Portanto, se o povo não conhecer esta “verdade que salva”, ensinada pela Igreja, não poderá vivê-la. Mas importa que essa mesma verdade não seja falsificada, que seja ensinada como recomenda o Magistério da Igreja, que recebeu de Cristo a infalibilidade para ensinar as verdades da fé (cf. Catecismo da Igreja Católica § 981).
Já no primeiro século do Cristianismo os Apóstolos tiveram que combater as heresias, de modo especial o gnosticismo dualista; e isso foi feito com muita formação. São Paulo lembra a Timóteo que: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores [...]” (1Tm 4,1-2).
A Igreja, em todos os tempos, se preocupou com a formação do povo. Os grandes bispos e padres da Igreja como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Irineu, e tantos outros gigantes dos primeiros séculos, eram os catequistas do povo de Deus. Suas cartas, sermões e homilias deixam claro o quanto trabalharam na formação dos fiéis.
Hoje, o melhor roteiro que Deus nos oferece para uma boa formação é o Catecismo da Igreja Católica, aprovado em 1992 pelo saudoso Papa João Paulo II. Em sua apresentação, na Constituição Apostólica “Fidei Depositum”, ele declarou: “O Catecismo da Igreja Católica [...] é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. Vejo-o como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé”. E pede: “Peço, portanto, aos Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica […]. O “Catecismo da Igreja Católica”, por fim, é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. lPd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê.”
Essas palavras do Papa João Paulo II mostram a importância do Catecismo para a formação do povo católico. Sem isso, esse povo continuará sendo vítima das seitas, enganado por falsos pastores e por falsas doutrinas.
Mais do que nunca a Igreja confia hoje nos leigos, abre-lhes cada vez mais a porta para evangelizar; então, precisamos fazer isso com seriedade e responsabilidade. Ninguém pode ensinar aquilo que quer, o que “acha certo”; não, somos obrigados a ensinar o que ensina a Igreja, pois só ela recebeu de Deus o carisma da infalibilidade. Ninguém é catequista e missionário por própria conta, mas é um enviado da Igreja. Sem a fidelidade a ela, tudo pode ser perdido. Portanto, é preciso estar preparado, estudar, conhecer a Igreja, a doutrina, a sua História, o Catecismo, os documentos importantes, a liturgia, entre outros. Quanto mais conhecemos a Igreja e todo o tesouro que ela traz em seu coração, tanto mais a amamos.
A Timóteo ele recomenda: “Torno a lembrar-te a recomendação que te dei, quando parti para a Macedônia: devias permanecer em Éfeso para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes, e a preocupar-se com fábulas e genealogias” (Tm 1, 3-4). E “Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão” (1Tm 4,6). São Paulo ensina que Deus “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4).
Sem a verdade não há salvação. E essa verdade foi confiada à Igreja: “Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Jesus garantiu aos Apóstolos na Última Ceia que o Espírito Santo “ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13) e “relembrar-vos-á tudo o que lhe ensinei” (Jo 14, 25). Portanto, se o povo não conhecer esta “verdade que salva”, ensinada pela Igreja, não poderá vivê-la. Mas importa que essa mesma verdade não seja falsificada, que seja ensinada como recomenda o Magistério da Igreja, que recebeu de Cristo a infalibilidade para ensinar as verdades da fé (cf. Catecismo da Igreja Católica § 981).
Já no primeiro século do Cristianismo os Apóstolos tiveram que combater as heresias, de modo especial o gnosticismo dualista; e isso foi feito com muita formação. São Paulo lembra a Timóteo que: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores [...]” (1Tm 4,1-2).
A Igreja, em todos os tempos, se preocupou com a formação do povo. Os grandes bispos e padres da Igreja como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Irineu, e tantos outros gigantes dos primeiros séculos, eram os catequistas do povo de Deus. Suas cartas, sermões e homilias deixam claro o quanto trabalharam na formação dos fiéis.
Hoje, o melhor roteiro que Deus nos oferece para uma boa formação é o Catecismo da Igreja Católica, aprovado em 1992 pelo saudoso Papa João Paulo II. Em sua apresentação, na Constituição Apostólica “Fidei Depositum”, ele declarou: “O Catecismo da Igreja Católica [...] é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. Vejo-o como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé”. E pede: “Peço, portanto, aos Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica […]. O “Catecismo da Igreja Católica”, por fim, é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. lPd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê.”
Essas palavras do Papa João Paulo II mostram a importância do Catecismo para a formação do povo católico. Sem isso, esse povo continuará sendo vítima das seitas, enganado por falsos pastores e por falsas doutrinas.
Mais do que nunca a Igreja confia hoje nos leigos, abre-lhes cada vez mais a porta para evangelizar; então, precisamos fazer isso com seriedade e responsabilidade. Ninguém pode ensinar aquilo que quer, o que “acha certo”; não, somos obrigados a ensinar o que ensina a Igreja, pois só ela recebeu de Deus o carisma da infalibilidade. Ninguém é catequista e missionário por própria conta, mas é um enviado da Igreja. Sem a fidelidade a ela, tudo pode ser perdido. Portanto, é preciso estar preparado, estudar, conhecer a Igreja, a doutrina, a sua História, o Catecismo, os documentos importantes, a liturgia, entre outros. Quanto mais conhecemos a Igreja e todo o tesouro que ela traz em seu coração, tanto mais a amamos.
Fonte: Canção Nova
07/11/2012
Anestesia Espiritual
O amor é o antídoto que nos devolve a vida
A
palavra anestesia tem sua origem no vocábulo grego e significa "ausência
de sensações". Popularmente, podemos dizer que é um estado em que a
sensibilidade fica temporariamente bloqueada. Muitos pacientes, ao serem
submetidos a algum procedimento cirúrgico, são anestesiados para não
sentirem nenhuma espécie de dor.
Infelizmente, nossa sociedade passa por um processo de anestesia espiritual. Fomos anestesiados em relação à dor de quem sofre. Para não sentirmos a dor que os outros sentem, anestesiamo-nos e, assim, divorciamo-nos da solidariedade. Se em tempos distantes a preocupação com o vizinho doente era prioridade, hoje esta atitude parece não mais condizer com o homem pós-moderno. A pós-modernidade enclausurou o ser humano em suas próprias preocupações e tem lhe roubado o direito de amar.
Muitos caminham pela vida anestesiados em relação à dor de seus irmãos e irmãs. No tempo de Jesus não era diferente. Os fariseus e escribas olhavam para os doentes e sofredores e enxergavam somente a impureza. Estavam anestesiados pela arrogância de suas próprias autossuficiências. A anestesia que impedia a verdadeira solidariedade de acontecer atravessou milênios e chegou até nossos dias com uma nova roupagem, mas carregando em si mesma o mesmo veneno: a falta de amor verdadeiro.
Jesus trouxe o antídoto contra a anestesia que impedia o ser humano de olhar para o outro e não se compadecer com a dor. Ele nos trouxe o amor como remédio para curar a insensibilidade que roubava do ser humano a solidariedade profunda e verdadeira. Se para os fariseus o doente era um impuro, excluído da graça de Deus e da comunidade, para Jesus este mesmo doente era um Filho do Pai que necessitava de cuidados e carinhos. Com o bálsamo do amor, Jesus foi ao encontro daqueles que caminhavam pela vida sozinhos e desamparados. Enquanto alguns feriam os doentes com a falta de compaixão, Jesus os curava com Seu amor sem limites.
Aquele que sofre não é um estranho, mas irmão, filho do mesmo Pai que merece cuidados, amor e carinho. A anestesia espiritual nos afasta da verdadeira solidariedade. Enquanto a teoria roubar a cena, correremos o risco de nos perder em palavras bonitas e deixarmos sofrendo aquele que clama por nossa presença verdadeira e solidária. Jesus fez a diferença na vida de cegos, leprosos e pecadores. Sua atitude mostrava a cada fariseu ou escriba que eles somente seriam verdadeiramente humanos se, antes, tomassem o antídoto do amor que os libertaria da anestesia que lhes impedia de ver além de suas próprias verdades.
Cada dia é sempre uma nova oportunidade de fazermos a diferença na vida de alguém. A verdadeira solidariedade nos liberta da anestesia da falta de amor e nos faz ir ao encontro de quem sofre e lhe dizer: “O que posso fazer para ajudá-lo?”; “Estou junto com você!”; “Juntos vamos encontrar uma solução!”; “Se precisar de mim, pode me ligar ou me procurar a qualquer hora do dia ou da noite!”... Amor verdadeiro não sobrevive de teorias, mas sim de gestos concretos.
Jesus nos ensina, com seus exemplos, a sermos sempre o diferencial na vida de quem sofre e não tem ninguém ao seu lado. Se o antídoto do amor nos libertar da anestesia que nos impede de nos aproximarmos de quem sofre, teremos compreendido o que Ele nos ensinou quando disse: “Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).
Infelizmente, nossa sociedade passa por um processo de anestesia espiritual. Fomos anestesiados em relação à dor de quem sofre. Para não sentirmos a dor que os outros sentem, anestesiamo-nos e, assim, divorciamo-nos da solidariedade. Se em tempos distantes a preocupação com o vizinho doente era prioridade, hoje esta atitude parece não mais condizer com o homem pós-moderno. A pós-modernidade enclausurou o ser humano em suas próprias preocupações e tem lhe roubado o direito de amar.
Muitos caminham pela vida anestesiados em relação à dor de seus irmãos e irmãs. No tempo de Jesus não era diferente. Os fariseus e escribas olhavam para os doentes e sofredores e enxergavam somente a impureza. Estavam anestesiados pela arrogância de suas próprias autossuficiências. A anestesia que impedia a verdadeira solidariedade de acontecer atravessou milênios e chegou até nossos dias com uma nova roupagem, mas carregando em si mesma o mesmo veneno: a falta de amor verdadeiro.
Jesus trouxe o antídoto contra a anestesia que impedia o ser humano de olhar para o outro e não se compadecer com a dor. Ele nos trouxe o amor como remédio para curar a insensibilidade que roubava do ser humano a solidariedade profunda e verdadeira. Se para os fariseus o doente era um impuro, excluído da graça de Deus e da comunidade, para Jesus este mesmo doente era um Filho do Pai que necessitava de cuidados e carinhos. Com o bálsamo do amor, Jesus foi ao encontro daqueles que caminhavam pela vida sozinhos e desamparados. Enquanto alguns feriam os doentes com a falta de compaixão, Jesus os curava com Seu amor sem limites.
Aquele que sofre não é um estranho, mas irmão, filho do mesmo Pai que merece cuidados, amor e carinho. A anestesia espiritual nos afasta da verdadeira solidariedade. Enquanto a teoria roubar a cena, correremos o risco de nos perder em palavras bonitas e deixarmos sofrendo aquele que clama por nossa presença verdadeira e solidária. Jesus fez a diferença na vida de cegos, leprosos e pecadores. Sua atitude mostrava a cada fariseu ou escriba que eles somente seriam verdadeiramente humanos se, antes, tomassem o antídoto do amor que os libertaria da anestesia que lhes impedia de ver além de suas próprias verdades.
Cada dia é sempre uma nova oportunidade de fazermos a diferença na vida de alguém. A verdadeira solidariedade nos liberta da anestesia da falta de amor e nos faz ir ao encontro de quem sofre e lhe dizer: “O que posso fazer para ajudá-lo?”; “Estou junto com você!”; “Juntos vamos encontrar uma solução!”; “Se precisar de mim, pode me ligar ou me procurar a qualquer hora do dia ou da noite!”... Amor verdadeiro não sobrevive de teorias, mas sim de gestos concretos.
Jesus nos ensina, com seus exemplos, a sermos sempre o diferencial na vida de quem sofre e não tem ninguém ao seu lado. Se o antídoto do amor nos libertar da anestesia que nos impede de nos aproximarmos de quem sofre, teremos compreendido o que Ele nos ensinou quando disse: “Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).
Assinar:
Postagens (Atom)