31/08/2011

O pensamento sobre o Reino dos céus

Jesus nos convida para modificar nossos critérios

À reflexão de seus seguidores Jesus propôs um dos temas mais difíceis sobre qual seja o Reino dos céus. Pedagogo Divino, Cristo expôs inúmeras parábolas para falar sobre os mistérios deste Reino (cf. Mt 13, 1-52). Não é, realmente, fácil reportar às verdades invisíveis. O grande perigo é projetar falsas ideias no Reino, que já é agora uma realidade, mas que ainda está para se consumar para cada um. Há sempre toda uma carga de nosso imaginário consciente ou inconsciente. Cumpre evitar pintar o Reino a vir com as cores de um paraíso à moda das grandes mitologias pagãs, com suas descrições encantadoras, mas irreais.
Para deixar claro em que consiste o Reino, o Mestre Divino recorreu às parábolas, ou seja, a narrações alegóricas nas quais o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior.

É impossível fechar numa descrição unívoca o que é o Reino dos céus. Ele escapa a toda determinação precisa. Ele, porém, está intimamente ligado à Pessoa mesma que o anuncia: Jesus de Nazaré. É tesouro oculto, pérola rara, comparação que mostra sua preciosidade. Quem o valoriza deixa qualquer outro bem para ter a posse dele.

Neste Reino, representado por uma rede, entram bons e maus, mas um dia se dará a separação definitiva no fim dos tempos, quando os infiéis receberão justo castigo. Para isso cumpre fugir da utopia política e não se deixar levar pelo fervor dos falsos profetas e seus arroubos messiânicos. Promessas dos que fabricam usinas de ilusão. É preciso ficar atento às mensagens da mídia que não passam de sistema de ideias dogmaticamente organizado como um instrumento de enganação política.

Somente Jesus tem promessas de vida eterna no Reino dos céus. O céu e a terra passarão, mas felizes os que compreendem a salvação que Deus oferece em seu Filho Jesus Cristo. Entretanto, como o Reino dos céus é algo a ser conquistado, apenas os que cooperarem para o progresso e o desenvolvimento da cidade terrena, competentes nas tarefas específicas confiadas a cada um é que poderão, um dia, possuir em plenitude este Reino lá na eternidade.

Trata-se do cumprimento do dever em casa, no trabalho, no apostolado. É preciso, de fato, ir além da estrutura social para sempre contemplar as pessoas que vivem os acontecimentos históricos como co-herdeiros do céu.

O pensamento do Reino dos céus não pode ser alienante, mas deve levar a ações concretas a bem do próximo. Mostra que as instituições e a sociedade no seu conjunto devem estar a serviço, sobretudo, dos marginalizados, dos mais pobres e deserdados da fortuna. Ao falar do Reino dos céus, Jesus nos convida precisamente a modificar nossa maneira e nossos critérios humanos.

É participando da história do mundo visível que cada um trabalha para que ninguém perca o rumo do Paraíso. São os mesmos atos, as mesmas decisões, os mesmos engajamentos que tomam sentido e valor numa e noutra realidade. Corre-se, de fato, o risco de se ater a valores diferentes segundo os critérios do mundo e os do Reino.

Tão somente alguém entrará no Reino se puder dizer ao deixar esta terra: "O mundo ficou melhor porque eu por ele passei". É, portanto, participando de acordo com a vocação específica de cada um e sua responsabilidade social que se entrará na posse definitiva do Reino oferecido por Cristo. Trata-se de cultivar os talentos que o Ser Supremo conferiu a cada ser pensante, velando pelos irmãos no meio dos quais Deus nos chama a servi-Lo. Deste modo se aguarda o retorno de Jesus na hora da morte e no fim dos tempos.

Esta expectativa é que permite a cada um se situar de maneira justa nos engajamentos concretos que é preciso assumir na sociedade em que vive. É esta abertura contínua para o outro que nos guarda de toda idolatria funesta e de todo descorajamento. Estas foram as primeiras palavras de João Paulo II ao assumir a Cátedra de Pedro: "Não tenhais medo. Abri todas as portas da sociedade a Cristo". Essa é a tarefa sublime do cristão que deve trabalhar no desenvolvimento integral das pessoas, levando a mensagem do Reino dos céus. É pedir então a Jesus que dê a cada um de Seus seguidores olhos para ver as necessidades do próximo e ouvidos para entender os apelos do Espírito Santo. Então, sim, o seguidor do Mestre Divino será semelhante a um proprietário que tira de seu tesouro coisas novas e velhas. Para isso é necessário pedir sempre ao Senhor: “Venha a nós o vosso Reino” e trabalhar corajosamente para que todos deles participem para glória de Deus e bem das almas.

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

30/08/2011

Curados pelo olhar de Jesus


Padre Alir Sanagiotto
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com
Hoje é o dia da graça. A partir de hoje você também pode receber a graça de ser olhado por Jesus, curado pelo olhar d'Ele.

“Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo; encarou-o bem e disse: 'Este aqui também estava com ele!' Mas ele negou: 'Mulher, eu nem o conheço!' Pouco depois, um outro viu Pedro e disse: 'Tu também és um deles.' Mas Pedro respondeu: 'Não, homem, eu não'. Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia: 'Certamente, este aqui também estava com ele, pois é galileu!' Mas Pedro respondeu: 'Homem, não sei de que estás falando!' E, enquanto ainda falava, o galo cantou. Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: 'Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás'. Então Pedro saiu do pátio e pôs-se a chorar amargamente” (Lucas 22,56-62)

Como Jesus, um dia, olhou para um jovem rico e o amou, certamente fez o mesmo com Pedro. Com o olhar de Cristo, o apóstolo sentiu um profundo arrependimento e se pôs a chorar.

“Judas, o traidor, ao ver que Jesus fora condenado, ficou arrependido e foi devolver as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: 'Pequei, entregando à morte um inocente'. Eles responderam: 'Que temos nós com isso? O problema é teu'. E ele jogou as moedas no Santuário, saiu e foi se enforcar” (Mateus 27,3).

Essa é a diferença de um homem que não foi olhado por Jesus. Assim como foi grave o erro de Judas por vender Jesus, também foi grave o erro de Pedro ao negar o Senhor; no entanto este teve a graça de ser olhado por Jesus; Judas, não. Após seu erro, este [Judas] se escondeu, não procurou por Jesus. Ele se arrependeu, ficou tomado pelo remorso, mas isso não foi o suficiente. Ele, que havia se preparado junto com os apóstolos, não teve o olhar de Jesus. Esta, meus irmãos, é a grande tentação para todos nós.

"Eu gostaria de olhar para você com o olhar de Deus para que você sentisse o Seu amor."
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

Assim o demônio quer fazer com todos nós. Depois de errarmos, o maligno quer que nos escondamos. Todos nós gostaríamos de falar a verdade, mas quando o fazemos, nem sempre somos acolhidos. A culpa também está em nós, porque se acolhêssemos o outro que errou, ele não precisaria mentir.

Nós católicos, todas as quintas-feiras, temos o Santíssimo Sacramento exposto em muitas igrejas, mas temos de nos convencer de que precisamos desse olhar de Cristo.

Eu gostaria de olhar para você com o olhar de Deus para que você sentisse o Seu amor. O Senhor olha para o pecador sem se importar se antes ele vivia afastado da Igreja. Jesus só pode nos olhar com misericórdia e ternura. Se Judas tivesse olhado para Jesus, teria sido 'fulminado' por Seu olhar restaurador.

“Jesus, olhe para mim, que Seus raios de fogo me queimem, me purifiquem”.
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

Peça ao Senhor: “Olhe para mim, faça comigo o que fez com Pedro”. Imagine quantas pessoas sofrem com depressão porque não olham para Jesus. Meus irmãos, façam adoração, vão diante de Jesus.

Quando Deus nos criou, nos fez semelhantes a Ele. Fomos criados sem nenhum defeito, sem nenhuma ferrugem. O problema é que não adianta pegar um ferro enferrujado e jogá-lo na caldeira por 10 minutos. Não é um tempo suficiente para purificá-lo. Por isso precisamos passar mais tempo diante do Santíssimo.

“Senhor, volte Seus olhos para mim e me purifique desde o ventre de minha mãe”.

“A lâmpada que ilumina o corpo é o olho. Se teu olho for límpido, ficará cheio de luz; mas se teu olho for ruim, ficará todo em trevas”. Então, se seu olho estiver doente, todo seu corpo estará nas trevas. Uma questão muito prática é a sexualidade. Infelizmente, pouco se fala do sentido positivo dela. Todos nós, por causa da proposta do mundo, a olhamos de forma negativa. Precisamos ter um olhar diferente com relação a tudo que Deus criou. Quando estivermos diante do Santíssimo, precisaremos pedir ao Senhor que cure nossos olhos para vermos as coisas de forma positiva.

O meu desejo é que você acolha o fogo dos meus olhos para aquecer o seu coração. Que essa chama lhe devolva a beleza que você era quando o Pai o criou. Então, onde estiver, comece a pedir: “Jesus, olhe para mim, que Seus raios de fogo me queimem, me purifiquem”.

O que você deve fazer para renovar seu casamento? Volte a tratar seu marido, sua esposa, como tratava no começo, antes de casar ou quando eram recém-casados. A renovação é a volta ao início.

Também na vida religiosa, quando seus olhos eram voltados para o sacrário, mas hoje estão voltados para revistas, para a televisão. Peça a Deus que purifique novamente seus olhos. À medida que você os purifica, começa a ver e reconhecer Jesus em seus irmãos.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso
Comunidade Canção Nova

29/08/2011

'Não se apresse para responder ao chamado de Deus', orienta padre Ivan

O Clube da Evangelização conversou com o padre Ivan Rodrigues. O sacerdote nos falou sobre a sua vocação, como a descobriu e a importância de um diretor espiritual nessa busca; e deu algumas orientações aos jovens que se sentem chamados à vocação sacerdotal. Atualmente ele é diretor espiritual no Instituto Canção Nova, todo o seu trabalho está voltado para a evangelização, com Santas Missas mensais para alunos e colaboradores, grupos de oração para os jovens, confissões, adoração ao Santíssimo Sacramento nas quintas-feiras, retiros de formação e de convivência e atendimento espiritual.

O sacerdote nos conta que as Missas e a quinta-feira de adoração são separadas por ensino e o grupo de oração separado nos três turnos de aula. O grupo de oração foi uma inspiração vinda do livro do padre Léo "Jovens Sarados", por isso possui o mesmo nome. O convite para os alunos se confessarem com frequência é feito de forma muito bonita, segundo padre Ivan. Ele passa de sala em sala convidando os alunos que já fizeram a Primeira Comunhão e, para os jovens que não a fizeram, estes são convidados para um bate-papo, dessa forma, ele valoriza a atitude da criança e do jovem que já buscam a orientação pela Palavra de Deus.

Foto: Wesley Almeida

“O Instituto Canção Nova é um campo de missão, nossa meta é muito mais do que ensinar uma disciplina ou formar um cidadão, mas que os alunos tenham uma experiência com Deus, um cidadão que tenha uma experiência com Deus, por isso começa da base até o momento em que ele vai entrar numa faculdade”, revela o sacerdote.

Com o início da Faculdade Canção Nova, ele disse ser muito provável que ele também seja o diretor espiritual desse local. Ele nos conta: "Vai ser um processo de evangelização, no qual vou me inserir com aqueles que serão futuros jornalistas, filósofos e demais formações dos cursos que teremos".

Sobre a vocação, padre Ivan afirma que o processo de discernimento e descobrimento de uma vocação se dá por meio de um encontro que você faz com Deus, que acontece de várias formas: a primeira delas é a partir da sua família, na qual você descobre um Deus que o ama, a partir do seu pai, da sua mãe.

O sacerdote também nos revelou que quando ingressou na Comunidade Canção Nova, em janeiro de 2003, sua intenção era se casar, pois foi a formação que recebeu dos seus pais. Mas, certo dia, por conta do trabalho que tinha, ele foi parar na casa de uma senhora, Maria da Penha, que lhe perguntou: "E Deus na sua vida?" Daquele dia em diante sua vida começou a mudar, depois daquele momento, ele começou a ver Deus manifestando sinais.

“Eu sempre relutei, mas aquela senhora foi a primeira pessoa que falou que eu seria padre e, eu briguei muito com ela. Mas conforme fui me aproximando de Deus, não tinha como ser diferente, mais dia ou menos dia, Ele mostrava sinais do que queria de mim. Cheguei a pensar que podia ser coisa da minha cabeça, mas fui caminhando e estreitando o relacionamento com Deus”, partilha.

Foto: Wesley Almeida

De acordo com o padre e missionário da Comunidade Canção Nova, uma maneira de você discernir sua vocação é buscar ser mais íntimo de Deus, afastar-se do barulho, da agitação da vida e procurar mais a Deus. Então, num dia de adoração, ele se viu interpelado pelo Senhor para se abrir a uma nova experiência no seminário e, foi a partir desse momento que decidiu entrar para o seminário. Mas ele afirma: “foi um processo que levou mais ou menos de 10 a 12 anos, entrei no seminário com 29 e hoje tenho 38 anos.”

"O papel do diretor espiritual é fazê-lo enxergar aquilo que você não consegue enxergar, ele não vai lhe dar a resposta, ele vai fazê-lo refletir e, na sua reflexão é que você encontrará as respostas de Deus", afirma o religioso. “Meu diretor espiritual, desde a época do seminário, é o padre José Augusto; ele teve um papel direto na minha vida quando senti algo por uma moça no tempo do meu seminário, ele não me proibiu de sentir, pelo contrário, me disse que era preciso discernir e purificar aquele sentimento. Com o tempo percebi que era uma cura interior, Deus me levava a ver algo que nunca tinha sentido da forma como sentia por aquela moça. Foi com a ajuda do meu diretor espiritual que soube purificar e discernir isso, de tal forma que vi que era uma cura interior, uma graça de Deus", revela o sacerdote.

“O diretor espiritual também foi importante na questão de me alimentar sobre o que é o sacerdócio, mostrar toda a dimensão do que é ser um padre. Então, conhecer uma vocação, o que é um chamado de Deus, foi fundamental, pois tive a tranquilidade e a paz para dizer: 'É isso que eu quero'”.

Para finalizar, indagamos padre Ivan sobre como um jovem pode identificar o chamado à vocação sacerdotal e, ele nos responde: "Primeiramente tudo parte de você se ver se identificando com a realidade de um sacerdócio. Procure participar de encontros vocacionais; ir a encontros vocacionais como a Canção Nova faz no mês vocacional. Paralelo a isso, se puder, tenha um diretor espiritual. Não tenha medo, porque vocação, em outras palavras, é um chamado de Deus, mas também é a sua resposta para Ele. Deus o chama para ser um jovem realizado na vocação e se Ele o quer como padre, tenha certeza de que será uma pessoa profundamente realizada. Dou meu testemunho como padre: sou um padre profundamente realizado. Não tenha pressa, pois é preciso que você vá gradativamente discernindo aquilo que Deus está lhe mostrando.

Assim como uma fruta colhida antes do tempo não é saborosa, se você entrar no seminário antes do tempo, por mais que seja a sua vocação, você pode se deparar com algumas realidades que vão decepcioná-lo, frustrá-lo ou fazê-lo desistir da sua vocação e, correrá o risco de ser uma pessoa frustrada. Caminhe com calma, participe de encontros, pois dessa forma conseguirá fazer um bom discernimento e poderá responder, com alegria, ao chamado de Deus".

27/08/2011

É preciso pedir mais o Espírito Santo


É preciso pedir mais o Espírito Santo O que é preciso para respirar? O ar já está aí! De que você precisa? De respirar. E só você pode fazer isso, ninguém pode respirar por você. E na hora em que você respira, o ar que o envolve penetra-o. Esse respirar é querer e pedir. Você quer e então aspira o ar e ele penetra os seus pulmões.

É a mesma coisa: você quer, quer verdadeiramente e pede: “Vinde, Espírito Santo!” E quando você quer verdadeiramente, quando pede verdadeiramente o Espírito Santo já está rodeando você, e Ele penetra, vai ao fundo do seu ser... E você é imerso no rio profundo, que é o Espírito Santo.

Mesmo quem já vive da presença do Espírito Santo precisa pedir para ser mais e mais mergulhado no rio profundo de Pentecostes, para ser ungido pelo Espírito Santo Paráclito. Se essa graça ainda não lhe sobreveio, ela pode acontecer nestes dias.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "A sabedoria está no ar" de monsenhor Jonas Abib)

26/08/2011

Deus sempre providencia o necessário


Deus sempre providencia o necessário Se Deus nos deu a vida, que é o maior dom que recebemos, não vai dar o alimento para sustentá-la? Não vai dar a roupa para nos vestirmos? É claro que sim!

Se o Senhor cuida dos passarinhos, lhes dá alimento, ninho, filhotes, Ele não vai cuidar de nós? Somos muito mais do que passarinhos! E por que eles têm tudo isso? Porque os passarinhos seguem o sistema de Deus!

Confiar unicamente em Deus e na Divina Providência pode nos causar insegurança, pois no sistema do mundo aprendemos a confiar em dinheiro, trabalho, poupança, seguro, plano de saúde.

Por que os lírios do campo têm tudo? Porque eles também seguem o sistema de Deus! Se o Altíssimo cuida das flores, que um dia secarão e morrerão, quanto mais de nós, que somos filhos d'Ele. O que precisamos fazer é sair o mais depressa possível do sistema do mundo e mergulhar no sistema de Deus, que é a Providência Divina. É preciso fazer a experiência!

É Deus quem providencia! É o Senhor quem constrói a casa, quem guarda a cidade. Nós estamos aqui somente para colaborar, fazendo a parte que nos cabe. Os passarinhos têm de buscar o alimento todos os dias. A planta também trabalha sugando da terra o alimento de que precisa. Deus nos deu uma lei: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto” (cf. Gn 3,19a).

Por isso, temos de trabalhar! Essa é a parte que nos cabe! Porém, o segredo é entender que o resultado não está no nosso trabalho (e aí está a mentira que o príncipe deste mundo nos ensinou). O resultado está em Deus, que é nosso Pai. Nós fazemos nossa pequena parte; quem constrói, quem guarda e conduz é o Senhor.

Deus te abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

25/08/2011

Viver o processo da fé


Padre Fábio de Melo
Foto: Maria Andrea
Por quanto sofrimento é preciso passar para chegar à verdade desta frase: “Deus caminha comigo, Deus é meu grande amigo, Ele é mais forte um abrigo, Ele caminha comigo, n'Ele posso confiar”? Não tem nada por acaso nesta vida, não podemos chegar se não caminharmos. Se eu preciso andar 5 km, preciso ter a disposição do primeiro passo e acreditar que de passo em passo chegarei. Tudo é processo, tem começo, meio e fim. O processo da fé é pontuado. A fé cristã é audaciosa, o que Jesus nos propõe é uma verdade audaciosa.

Hoje a Igreja nos convida a termos fé, a vivermos o processo da fé e acreditarmos mesmo que não tenhamos razões para isso. A nossa fé passa pelo processo da inteligência, mas ela acontece quando precisamos passar por uma situação humana que nos parece insuportável. E Deus começa arrancar de você frutos que não semeou. É a fé como dom, que começa a ver a vida a partir de um olhar que antes ninguém tinha lhe ensinado.

A Igreja diz que a fé é dom. E temos a responsabilidade de administrá-lo. A salvação é dom, mas é tarefa. Eu preciso buscar a minha atitude para confirmar o que Cristo realizou na minha vida. A fé humana indica para uma fé maior. A fé primeira que experimentamos na vida é a fé natural do dia a dia. Entramos num restaurante e não pensamos que a comida pode estar envenenada, você confia que não tem nada naquele alimento. A fé é uma experiência humana, natural, que dá equilíbrio para a gente.

Para mim não há nada mais precioso que confiar em alguém. Como é importante para o padre a confiança em quem está perto de nós. E a partir dessa experiência humana, Deus nos convida a experimentar algo muito maior.

Pedro, homem que fez a experiência de Jesus e mostra aqui sua fragilidade no processo de fé. Acho que Jesus o chamou de Simão nessa hora em que não tinha feito a experiência de Jesus, em que não tinha feito a travessia que ele precisava. A fé vai ser vivida enquanto formos gente.

A Igreja nos pede a fé no Ressuscitado, pois só essa fé nos poderá direcionar para o homem e a mulher que Jesus idealizou para cada um de nós. Estamos em travessia, processos que nunca terminam, pois nunca estaremos prontos para Deus. Sempre estaremos inacabados. A arte é assim, sempre inacabada, porque se estiver acabada, não haverá mais a fazer. Nós sobrevivemos daquilo que em nós é inacabado.

"A fé vai ser vivida enquanto formos gente", afirma padre Fábio
Foto: Mariana Lazarin

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O que Deus já fez na sua vida hoje não será o suficiente para o que você precisará amanhã. Não somos postes, postes ficam parados, somos estrelas em deslocamento. Deus vai visitá-lo a partir da sua particularidade. Não devemos medir o quanto de fé cada um tem. Precisamos ser cada dia mais homens de fé. Muitas vezes, o caminho que precisamos percorrer não é tão longo, mas por não termos dimensão da distância, ficamos parados. Muitas vezes, eu encontro ateus que estão muitos mais próximos de Deus que eu, porque, às vezes, eles estão mais honestos e se aproximaram mais das questões humanas. Precisamos nos aproximar das questões humanas, estamos inseridos numa sociedade e é preciso encarnar em nossa história tudo aquilo que dizemos crer.

Se você acredita no mesmo Deus que eu, tenho com você uma responsabilidade. Pois não tenho o direito de negligenciar o conteúdo dessa pregação, por isso eu sou um padre de travessia. O papel de padre hoje é ser o testemunho coerente de quem fez esse opção radical por ser Jesus de novo através da vida sacramental. Os sacramentos que celebramos são para santificar nossa alma e dar sentido às atitudes do corpo. É a totalidade da salvação acontecendo em nós e através de nós.

A Igreja quer cada dia mais que a fé que celebramos vire vida na comunidade, que você sinta em Jesus o motivo da sua atitude. Eu estou aqui configurado a Ele, quero ser como Ele. Quanto mais eu acredito em Deus, tanto maior é a minha capacidade de acreditar nos meus irmãos.

Que amor a Deus é esse que não o faz amar seus irmãos? A fé que eu tenho em Jesus muda o modo de como eu olho para aqueles que estão do meu lado. Se Jesus tivesse a oportunidade de passar aqui como eu estou Ele lhe diria: “Vamos lá, não fique parado! Vamos fazer o que será. Vamos visitar regiões do seu coração às quais você ainda não conseguiu ir.”

Muitas vezes na nossa miséria não acreditamos que Deus acredita em nós. Vamos acelerar o processo de nosso crescimento pessoal. Quanto mais acreditarmos em Deus, e tivermos a fé para suportar o sofrimento, tanto mais O testemunharemos.

Hoje precisamos tomar a decisão de deixar Deus acelerar em nós o crescimento, para isso você precisa dar passos, tratar melhor seu marido, seu funcionário, deixar de fumar, etc. Você precisa acreditar em você.

O que você precisa fazer concretamente para dar um passo na fé? Faça seu compromisso consigo mesmo, acredite que a partir de hoje você será uma pessoa diferente, uma pessoa melhor. Acredite em si mesmo para demonstrar que Deus crê em você. Eu creio em Deus e Ele crê em mim, e nós dois juntos ninguém segura.

Transcrição e adaptação: Regiane Calixto
Comunidade Canção Nova

24/08/2011

Viva numa confiança incondicional em Deus


Fomos marcados por um conceito de totalmente errado, como se fé fosse somente acreditar na existência de Deus, nos dogmas da Igreja, na virgindade da Santíssima Virgem Maria, na ressurreição da carne, na infalibilidade do Papa, com a inteligência. Sem dúvida, também é isso. Mas o primeiro passo de fé não é crer intelectualmente, mas confiar em Deus: naquilo que Ele é. Acreditar nas verdades que a Igreja ensina é uma consequência disso [fé].

Ao ler os Atos dos Apóstolos, vemos que Paulo ia de cidade em cidade pregando o Evangelho. Em todos os lugares, ele deparava com incompreensão, fofocas, perseguição e era sempre levado aos tribunais. Muitas vezes foi condenado; apanhou e foi apedrejado.

Quantas vezes o apóstolo saiu das sinagogas apanhando... Mas em quem Paulo confiava? Em Deus! E porque confiava em Deus, apesar de toda perseguição, ia em frente. Inspirado por Deus, ele foi para Jerusalém, pois queria expor a seus irmãos o que lhe havia acontecido. Queria contar-lhes sua conversão e pregar o Evangelho. E o que aconteceu? Os próprios irmãos, sacerdotes do Deus vivo, se opõem a ele e o levam à prisão. Assim relata o livro dos Atos dos Apóstolos:

“No dia seguinte, resolvido a saber com certeza de que os judeus acusavam Paulo, o tribuno mandou tirar-lhe as correntes; depois ordenou uma reunião dos sumos-sacerdotes com todo o Sinédrio, e mandou Paulo descer para que comparecesse perante eles. Com os olhos fitos no Sinédrio, Paulo declarou: ‘Irmãos, é com uma consciência livre de qualquer remorso que eu procedi para com Deus até este dia’. Mas o sumo-sacerdote Ananias ordenou aos seus assessores que lhe batessem na boca” (At 22,30.23,1-2).

O sumo-sacerdote estava ali para julgar. O réu tinha todo o direito de se defender. O apóstolo dos gentios começou dizendo: “Irmãos, é com uma consciência livre de qualquer remorso que eu procedi para com Deus até este dia”. Mas Ananias, sumo-sacerdote, mandou os que estavam a seu lado que lhe batessem na boca. Incrível: Paulo estava diante de quem? Diante do sumo-sacerdote: o representante de Deus no meio do povo na época.

“Paulo lhe disse então: 'É a ti que Deus vai ferir, parede caiada! Tu te sentas para me julgar segundo a Lei e, sem consideração à Lei, ordenas que me batam?' Os assessores o advertiram: 'Tu insultas o Sumo Sacerdote de Deus!'” (At 23,3-4).

Na verdade, o apóstolo não sabia que se tratava do sumo-sacerdote (havia muito tempo estava fora de Jerusalém), por isso o chamou de hipócrita. Quando o soube, humilhou-se e disse:

“Eu não sabia, irmãos, respondeu Paulo, que ele era o sumo-sacerdote; de fato, está escrito: 'Tu não insultarás o chefe do teu povo'” (At 23,5).

Até as últimas consequências, o apóstolo dos gentios confia unicamente em Deus. Sua fé o faz agir corajosamente.

Como Paulo, temos de confiar exclusivamente em Deus, fundamentados numa fé que nos garante que nossa segurança está n'Ele. Todos, neste mundo, falham: marido, esposa, pai, mãe, filho, sacerdote, bispo... As pessoas nas quais mais confiamos e que mais amamos são humanas e, por isso, falham. Não é que vamos deixar de acreditar nelas. O problema é que, se depositamos nossa confiança apenas em pessoas e, pior: se achamos que elas não erram e não decepcionam, vamos viver de frustração em frustração.

Em Deus está nossa confiança! Quantas esposas se apoiam totalmente em seus maridos. Esquecem que eles são de carne e osso e falham. Consequentemente, as esposas se decepcionam. O mesmo pode acontecer com os homens: se depositam sua confiança na esposa, no trabalho, nos negócios... logo vem a decepção!

Quantas pessoas confiaram unicamente no padre, na religiosa, esquecendo-se de que são pessoas e podem errar. É necessário que caminhemos com elas, porém, nosso apoio está em Deus.

Precisamos reavivar nossa fé. Não é simplesmente acreditar em algumas verdades: é confiar em Deus. Confiar naquilo que Ele é. Não posso confiar em Deus somente se Ele me curar, se resolver meus problemas... Devo confiar no Senhor incondicionalmente: se não obtive a cura desejada, devo continuar confiando n'Ele. Busco, amo e confio em Deus por causa d'Ele, e não pelos benefícios que isso possa me oferecer.

Muitas vezes o Altíssimo faz maravilhas em nossa vida. Ele melhora situações econômicas, reconstrói casamentos, cura doenças... Mas, infelizmente, muitos apoiam sua fé apenas nisto: creem somente se o Senhor fizer o que desejam. Não é assim! Temos o exemplo de Paulo que só teve decepções com seu povo e com o sumo-sacerdote, mas, ainda assim, continuou confiando no Senhor. O alicerce de sua fé não estava nas pessoas, mas unicamente em Deus. Por isso não se decepcionou.

(Trecho extraído do livro "Divina Providência - Considerai como crescem os lírios" de monsenhor Jonas Abib)

23/08/2011

Que música devo ouvir?


Hoje vou falar sobre algo delicado que, há muitos anos, é causa de muita polêmica nas reuniões dos ministérios de música: Que tipo de música devemos ouvir?

Para ter uma resposta mais adequada sobre isso é preciso entender que a música exerce um "poder" sobre quem a escuta. Isso é de fácil identificação para nós músicos, pois, quando estamos tocando ou cantando, podemos sentir alterações em nossos sentimentos ao executarmos determinados acordes. Um exemplo básico disso: Um acorde menor é facilmente relacionado a expressões mais tristes, como na Semana Santa a canção da Via-Sacra: "A morrer crucificado, meu Jesus é condenado". É uma canção que expressa grande tristeza e basicamente tocada em tom menor. Já a tonalidade maior expressa mais alegria, claro que não só alegria, mas como disse acima, estou exemplificando de forma básica. Um acorde com 7º em determinadas aplicações revela algo indeterminado esperando uma resolução que basicamente seria a tônica maior da harmonia.

Esses exemplos são sentidos por todos os músicos que, de fato, ouvem e apreciam a música, mas indo além, uma matéria, em um site de notícias na internet, afirma que cientistas revelam que a música pop teve grande influência entre competidores de uma meia maratona no Reino Unido, aumentando a performance destes na corrida. A música tem poder de criar "tribos", de fazer com mudemos o estilo de cabelo, que usemos roupas nada convencionais, até mesmo de estimular o uso de drogas, entre outros. Por outro lado, também tem o poder de incentivar e aumentar a fé. Entre nós músicos católicos costumamos dizer que a música é 70% do grupo de oração devido ao grande poder que ela tem de preparar o ambiente para a oração, pregação da Palavra, adoração, e assim por diante. Daí a importância da música ungida.


Bom, sabendo desses poucos fatores, o que ouvir? Com o que alimentar meus ouvidos, ego, ser, inteligência? Existem os defensores de que devemos ouvir o que tocamos, existem os defensores de que devemos ouvir somente músicas cristãs.

Monsenhor Jonas Abib diz que devemos deixar de lado as músicas mundanas e buscar no Espírito Santo de Deus inspiração. As músicas denominadas "raiz" e instrumentais podem ser ouvidas, desde que sejam bem escolhidas. O poder que você tem de fazer escolhas e a graça que o Espírito Santo lhe dá por meio da oração individual e sua espiritualidade serão o termômetro para aquilo que você ouve.

Mas está "na cara" que não dá para ter, em sua coleção musical, CDs e DVDs que levem ao sexo, à violência, ao uso de drogas, à pornografia, à infidelidade, etc., coisas que vão contra a sua fé. Portanto, 50% das músicas executadas hoje por grandes artistas já devem ser eliminadas da coleção musical do músico cristão. Existem por outro lado, músicas boas, que falam de boas coisas e trazem boas influências, sem falar de Deus diretamente. Assim como há músicas que falam de amor sem expressar um amor barato, para satisfação pessoal. Posso até afirmar como o saudoso padre Léo: "Tem gente que fez a música falando de amor a uma mulher, mas, na realidade, buscava o amor de Deus sem saber".

Então você vai me perguntar: "E aí, André? Essas músicas posso ouvir?" Eu lhe respondo com outra pergunta: O que essa música causa em você? Causa melancolia, o faz relembrar o passado, o beijo que lembra o abraço, que lembra... Ela o faz lembrar-se do passado triste e amargo, da humilhação vivida? O que ela causa em você? A nossa boca fala e canta e nosso ser expressa do que está cheio nosso coração. Se ouço o dia todo músicas que me levam ao pecado, nem que seja em frases escondidas, fatalmente eu cairei naquele pecado mais cedo ou mais tarde. O que ouço passa a ser influência sobre o que toco e canto. Então se ouço boas coisas, tocarei e cantarei boas coisas.

Não posso dizer para você que ouça ou não ouça determinado cantor ou banda, mas posso lhe perguntar: O que você escuta tem ido ao encontro da fé que você professa, dos jovens que você quer salvar e do povo que você quer evangelizar?

Reze, busque Jesus em adoração, talvez seja o momento de fazer uma grande mudança de influências musicais.

Deus o abençoe! Eu continuo lutando!


André W. Florencio
Missionário da Comunidade Canção Nova

22/08/2011

Sem o amor, tudo o que fazemos é inútil

Devemos lembrar que é importante fazer o bem

Que a nossa meta seja o amor! O amor cobre uma multidão de pecados, como ensina a Palavra de Deus. Jesus não quer que o vivamos de qualquer jeito, só da boca para fora. Deus não quer um amor fingido!

Amor fingido?! Isso existe?! Existe até demais! Nosso mundo prima pela aparência. Estamos numa sociedade muito frágil, que pôs os seus alicerces não na verdade, mas nas aparências.

Nesta sociedade, as coisas boas só valem a pena desde que sejam vistas, aplaudidas e tragam um retorno ainda maior para quem as fez. Isso não é amor, é comércio; e pode acontecer com cada um de nós se fizermos as boas obras esperando algo em troca.

O amor é gratuito. Não só é gratuito, mas nós o devemos a todos os que de nós se aproximam: "Não tenhais dívida alguma com ninguém, a não ser a de um amor mútuo, pois quem ama o seu semelhante cumpriu a lei" (Rm 13, 8-10).

Como termômetro da caridade devemos lembrar que é importante fazer o bem, mas ainda é mais importante querer o bem, que antes do "bem fazer" venha o "bem querer". Sem o amor, tudo o que fazemos é inútil; nossas boas obras podem até ser aproveitadas por alguém, mas a nós de nada servirão diante de Deus.

O amor precisa ser a raiz de tudo o que fazemos. Como é que Deus nos ensina a amar? Ele nos ensina muito concretamente: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Nosso Pai está nos dizendo que para amar sem falsidade devemos fazer às pessoas tudo o que gostaríamos que alguém fizesse a nós e que não façamos aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem.
Parece simples, mas a nossa velha natureza, marcada pelo pecado, reage mal a essa proposta. Por isso, não podemos buscar as forças neste coração meramente humano, precisamos buscá-las no coração divino, que Deus plantou dentro de nós.

Para amar assim só com um novo coração. Todo batizado tem este "coração novo", o que precisa é usá-lo, exercitá-lo. "Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros" (Rm 12,9).

Quando amamos de coração, o Espírito Santo, que em nós habita, é quem ama em nós. Por nosso intermédio passa o amor do próprio Deus. Nisso o nosso amor é diferente dos demais, por ser amor de Deus: Já não sou eu que amo, mas Cristo que ama em mim!


Foto Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, formado em teologia, autor dos livros "Quando só Deus é a resposta" e "Vencendo aflições, alcançando milagres".

19/08/2011

Nossas casas precisam ser oásis de amor e oração

Tenha você juízo nessa sua cabeça! Nós precisamos transformar nossas casas e nossas famílias em oásis de amor e oração. Há muita coisa por fazer. Temos de fazer "faxina", "limpeza geral"? Temos! Mas é necessário fazer algo muito positivo, pois é o amor que destrói uma multidão de pecados. Não existe outro caminho: nossas casas precisam ser oásis de amor e oração. As duas coisas. Talvez nós caprichemos mais na oração e o Senhor vá nos dar por acréscimo o amor. Talvez você priorize mais o amor... Mas o Senhor não o deixará somente no amor. Ele o levará também à oração.

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Nós temos de fazer da nossa casa um santuário de oração. Ninguém reza na sua casa? Comece você! Faça da sua casa um santuário de oração, mesmo que você seja a única pessoa rezando ali. Há cinco, seis, oito pessoas em sua casa... E ninguém reza. Então reze você pelos outros. Vai ser uma dureza! Mas você precisa salvar a sua família. Reze por todos de sua casa.

"Nós temos de fazer da nossa casa um santuário de oração"

E tenha certeza: se você começar a rezar, a rezar, a rezar... logo encontrará "mais alguém" (talvez seja apenas uma criancinha em casa que comece a rezar com você): talvez seja o vovô, a vovó, talvez seja depois um adolescente, e, assim, vai crescendo o número. A oração é "pegajosa"! A oração é como fogo: encostou e já vai queimando! Acredite nisso! Se os outros não rezam, comece você a fazê-lo e não desanime. [...]

Gente, "rezar constantemente" significa constância na oração. É não deixar a "peteca cair"! Sem nunca desanimar. É rezar contínua e constantemente. Sempre. E nada nos desanimar! Nada.

"Ah! Os outros não rezam!" Não faz mal. Você faz a parte deles. E tenha certeza: a oração vai sendo passada para os outros e, em pouco tempo, sua casa se transformará num santuário de oração.

Além disso, uma vez que você vai fazer uma "limpeza geral", faça também na sua casa um santuário de oração. Claro, escolha o melhor lugar da sua casa: talvez seja na sala, para que todos aqueles que chegarem a sua casa tenham aí uma demonstração clara de que ali se encontra um santuário. É muito simples: você coloca, em um local da casa, uma Bíblia, um crucifixo, ou um quadro, uma imagem (mesmo que pequena), podendo adornar tudo isso com flores. Pode-se colocar uma vela, ou uma luz acesa, de maneira que você reconheça ali como o seu santuário, o seu local de oração. É o santuário da família. O local de oração da família.

Este lugar vai se tornar atrativo. Será o "ponto de convergência" da sua casa. Talvez tenham existido muitos outros pontos de convergência em sua casa... Talvez o barzinho, a televisão... A churrasqueira onde todo o mundo se embebedava ou a piscina onde tantas coisas aconteceram... Que agora o ponto de convergência da sua casa seja o santuário. E se você ainda não pode colocar este santuário em sua sala para que todos vejam, coloque-o em outro local: talvez no seu quarto, próximo da cama, ali no seu "cantinho". E ninguém vai impedir você. Comece mesmo que o seu santuário seja todo em "miniatura", mas comece.

E é claro, se você pode fazer o santuário, não seja "sem-vergonha" de não fazê-lo no lugar de maior destaque de sua casa! No lugar mais caprichado. No melhor local, pois nenhum lugar da sua casa deve ter maior capricho do que o local do seu santuário. E saiba que os seus filhos adolescentes que não rezam, quando você menos perceber, na hora em que ninguém estiver ali no santuário, eles estarão rezando nesse lugar. Também o seu marido que não reza e não quer saber de oração estará ali, rezando, como que "atraído", fascinado por este santuário de oração.

(Trecho da palestra "Oásis de amor e oração" de 2 de janeiro de 2000 com monsenhor Jonas Abib)

18/08/2011

O sexo no plano de Deus


Ninguém é feliz se não aceita a vontade do Senhor.
Vamos refletir um pouco sobre o sentido do sexo no plano de Deus, na nossa vida. Deus e a Igreja olham para o sexo como algo muito importante. Deus Pai quis que existissem dois sexos, então cada um de nós é parte daquilo que é o seu sexo. O sexo não é apenas um ingrediente da sua pessoa, é a sua pessoa. Deus quis que o casal fosse assim feliz: "Sereis uma só carne".

O livro do Gênesis diz que o Altíssimo os criou homem e mulher e disse: "Crescei-vos, multiplicai-vos e enchei a terra". E dessa forma toda a riqueza do sexo masculino enriquece o sexo feminino e vice-versa. O sexo vai muito além do físico, ele faz parte do intelecto, do coração, por isso é muito importante que nós amemos o nosso sexo: se Deus me fez homem eu devo gostar de mim como homem. É importante que queiramos ser o que Deus quer. Ninguém é feliz se não aceita o plano, a vontade do Senhor.

Qual o sentido do sexo no plano de Deus? O sentido unitivo e procriativo. Em relação ao procriativo vemos que Ele disse: "Crescei, multiplicai, enchei a terra". O Todo-poderoso quer que você gere o seu filho e não quer que nenhum filho venha a este mundo de outro jeito que não seja por intermédio da relação do pai e da mãe no ato de gerar essa criança - gerada no calor de amor de seu pai e sua mãe.

Deus não quer sexo sem vida e não quer vida sem sexo, ou seja, vida gerada por fertilização, entre outros. A coisa mais bonita que podemos fazer neste mundo é sermos pais e mães: um dia os navios vão parar de navegar, as estrelas vão parar de brilhar, mas os nossos filhos nunca vão passar, pois são a imagem e semelhança de Deus. O casal é a fonte da vida por meio da vida sexual. Então, aí vocês já percebem a alta dignidade do sexo.


A segunda dimensão [do sexo no plano de Deus] é a da unidade do casal. Deus disse: "Vocês serão uma só carne" - carne, na Bíblia, quer dizer natureza humana e esta união se dá também no plano físico. Então o ato sexual é a celebração mais profunda do amor conjugal, o ápice - "o meu corpo é da minha mulher, pois fiz uma aliança com ela". Mas Deus Pai deixa bem claro: o sexo é no casamento.

O sexo no lugar certo, no plano de Deus, na família, no casal é uma maravilha, mas, fora do casamento é uma desgraça. É preciso que os jovens entendam por que a Igreja diz que o sexo é só no casamento: é porque esta Mãe os ama muito. Veja quantas doenças venéreas estão espalhadas pelo mundo. Hoje os Estados Unidos e a Inglaterra estão incentivando seus jovens à abstinência sexual, para que não vivam o sexo fora do casamento. Por que isso? Porque ninguém é mais sábio, melhor do que Deus: se o Senhor propõe para nós uma lei é porque Ele é bom para nós.

O sexo é para ser vivido no casamento - fora dele você tem tragédia: doenças venéreas, gravidez fora de hora, entre outros. Mas a Igreja diz para você: "Viva a Lei de Deus. Você vai ser feliz!"

Foto

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

17/08/2011

Aniversário da minha querida esposa ANDREA RUBIA

Nesta data tão especial, jamais esqueceria desta linda homenagem a quem merece e muito:


Pai Amado, Deus de bondade infinita

Peço para cobrir-lhe com o Manto Sagrado E Sua Divina Proteção,
dando luz e conforto ao coração,
bençãos infnitas a minha esposa Andrea Rubia.
Vou orar ao nosso Deus Pai querido, a Nossa Mãezinha do Céu,
a Virgem Maria,
E vou fazer um pedido, um importante pedido:

Emana bençãos, curas, bondades e saúde.
Paz, alegria, proteção e grandes realizações.
Com muita fé, louvor, esperança e gratidão:

Receba das mãos da Sagrada Família de Jesus,
todas estas santa bençãos e que te conserve sempre
esta pessoa maravilhosa
que sempre foi e sempre será.

Receba um abraço de Jesus:



Parabéns!!

Felicidades, saúde, bençãos, graças, sucesso e grandes realizações
hoje e sempre. Deus te abençõe eternamente!
Te amo eternamente!

Rafael Carvalho

16/08/2011

A amizade amadurecida Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor

Uma das características da infância é a incapacidade de dividir coisas. Uma criança não pode dividir porque não se possui, porque ainda não sabe o que ela é. Você começa a identificar a maturidade a partir do momento em que uma criança consegue perceber as regras de um joguinho.

A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado.

Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento em que começa a brincar. A maturidade acontece quando tomamos posse do que nós somos, para aí então podermos nos dividir com os outros. Isso faz parte desse processo de amadurecimento.

Não nascemos amando, pelo contrário, queremos ter a posse dos outros. Essa é a forma de amar da criança, pois ela não consegue pensar de maneira diferente. Ela não consegue entender que o outro não é ela. Quantas pessoas, já adultas, ainda pensam assim, trata-se da incapacidade de amar devido à falta de maturidade.

Todos os encontros de Jesus Cristo levam à implantação do Reino de Deus. Mas só pode implantá-lo quem é adulto e já entende que só se começa a amar a partir do momento em que eu não quero mudar quem eu amo.

Geralmente quando tememos alguém ruim ao nosso lado é porque nos reconhecemos naquela pessoa. Jesus não tinha o que temer porque era puramente bom, por isso contagiava os que estavam ao lado d'Ele.

Na maturidade de Jesus você encontra a capacidade imensa de amar o outro como ele é. Amar significa amar o outro como ele é. Por isso quando falamos em amar os outros podemos perceber o quanto deixamos de ser crianças. Devemos nos questionar a todo o momento com relação à nossa maturidade.

A santidade começa na autenticidad, por essa razão Cristo nos pede que sejamos como as crianças, que são verdadeiras e simples. É nisso que devemos manter da nossa infância e não a forma de possuir as coisas para nós mesmos.

Você tem condições para perceber a sua maturidade. É só observar se você é obediente mesmo quando não há pessoas ao seu redor. Você não precisa que ninguém o observe, pois você já viu aquilo como um valor.

Pessoas imaturas sofrem dobrado. Pessoas imaturas querem modificar os fatos; ao passo que pessoas maduras deixam que os fatos as modifiquem. A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. Um imaturo ganha um limão e o chupa fazendo careta. O maduro faz uma limonada com o limão que ganhou.

Muitas vezes, os nossos relacionamentos de amizade são uns fracassos porque somos imaturos. Amigos não são o que imaginamos, mas o que eles são e com todos os defeitos. Amizade é processo de maturidade que nos leva ao verdadeiro encontro com as pessoas que estão ao nosso lado. Elas têm todos os defeitos, mas fazem parte da nossa vida e não as trocamos por nada deste mundo. Isso porque temos alma de cristão e aquele que tem alma de cristão não tem medo dos defeitos dos outros, porque sabemos que esses defeitos não serão espelhos para nós; mas seremos instrumentos de Deus para que os superem.

Padre só pode ser padre a partir do momento em que é apaixonado pelos calvários da humanidade. Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites. A rejeição é um processo de ver-se.

Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer dele uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança!

O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. Amar alguém é viver o exercício constante de não querer fazer do outro o que nós gostaríamos que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é, acima de tudo, a experiência do respeito.

Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e, por isso, você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades você saberá o quanto é amado.

Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz.

O convite da vida cristã é este: que você possa ser mais do que você faz!

Foto Padre Fábio de Melo
Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.

15/08/2011

Só Cristo pode fundar uma Igreja

É ilógico dizer que todas as religiões são equivalentes entre si

Temos de respeitar a crença de cada pessoa; a liberdade religiosa é algo fundamental, mas não é verdade que todas as religiões e Igrejas são igualmente válidas. As muitas religiões ou seitas foram fundadas por simples mortais, e não por Deus, por isso não se pode dizer que todas as religiões são boas, e que basta ser religioso e seguir qualquer uma delas. Se isso fosse verdade, Jesus não precisaria ter vindo a este mundo, fundar a Sua Igreja e morrer numa cruz. Bastava deixar os homens continuar no paganismo ou se salvarem nas outras religiões. Assim não seria necessário todo o esforço de evangelização em todo o mundo, com milhares de mártires, missionários, etc..

É ilógico dizer que todas as religiões são equivalentes entre si, pois elas propõem Credos diferentes, que se excluem mutuamente. Algumas religiões professam o politeísmo (muitos deuses), outras o panteísmo (tudo é Deus), ou o monoteísmo (há um só Deus). Veja, na questão mais essencial da religião, isto é, a concepção de Deus, já há uma enorme diversidade, que se excluem mutuamente; como, então, querer que todas as religiões sejam equivalentes e igualmente boas? É ilógico e irracional. Então há que se descobrir a Verdade. Se a verdade plena está numa doutrina, esta é a verdadeira e as outras são falsas.

Ora a verdade é uma só, logo, objetivamente falan­do, há Credos verídicos e credos errôneos. Cada reli­gião tem a sua doutrina, seu culto e sua moral própria; e é aqui que estão as divergências: uns creem na reencarnação, outros não a acei­tam; alguns aceitam o divórcio, o aborto, o homossexualismo, a guerra santa, a poligamia... e há quem não os admita.

Com quem está Verdade? A verdade não pode estar com todos. Logo, não podem ser boas todas as religiões.

O Concílio Vaticano afirmou:
“Professa o Sacro Sínodo que o próprio Deus manifestou ao gêne­ro humano o caminho pelo qual os homens, servindo a Ele, pudessem salvar-se e tornar-se felizes em Cristo. Cremos que essa única verdadei­ra Religião subsiste na Igreja católica e apostólica, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de difundi-la aos homens todos, quando disse aos Apóstolos: “Ide pois e ensinai os povos todos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a guardar tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20). Por sua vez, estão os homens todos obriga­dos a procurar a verdade, sobretudo aquela que diz respeito a Deus e a Sua Igreja e, depois de conhecê-la, a abraçá-la e praticá-la”. (Declaração Dignitatis Humanae, n.1).

“Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo professamos una, santa, católica e apostólica (12), e que o nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, confiou a Pedro para que ele a apascentasse (cf. Jo 21, 17), encarregando-o, assim como aos demais Apóstolos, de a difundirem e de a governarem (cf. Mt 28, 18s), levantando-a para sempre como “coluna e esteio da verdade” (1 Tm 3, 15). Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele, ainda que fora do seu corpo se encontrem realmente vários elementos de santificação e de verdade, elementos que, na sua qualidade de dons próprios da Igreja de Cristo, conduzem para a unidade católica”. (Lumen Gentium, nº 8).

Foto

Felipe Aquino felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

12/08/2011

Amizade não correspondida existe? Amigo de verdade é uma espécie de irmão!


Outro dia, um colega me perguntou se pode existir uma amizade mesmo quando a outra pessoa não corresponda ao sentimento, e justificou explicando que seria um tipo de amigo virtual ou platônico. Eu nem pensei no assunto, imediatamente disse que "não", porque acredito que a amizade é, antes de tudo, um sentimento partilhado. É o amigo que nos ajuda a ser quem realmente somos porque nos conhece profundamente e o conhecimento é fruto da partilha e companheirismo, o qual não se dá de uma hora para outra, muito menos se a segunda pessoa em questão não está disposta a viver a experiência.

Amigo é alguém que dar mais brilho e cor para tudo que vivemos, porque conhece nossas capacidades e limites e nos faz ir além do que imaginamos conseguir. Faz-nos rir e, às vezes, chorar; diz o que gostaríamos de ouvir e também o que não gostaríamos, mas está sempre conosco e é isso que o torna tão importante. Para o amigo não exitem segredos nem mistérios, somos livres e, portanto, plenos e felizes ao seu lado. Estão aí algumas das razões pelas quais eu não posso afirmar que uma amizade não correspondida seja real. Entre os milhares que nos seguem pelas redes sociais, por exemplo, alguns são amigos, mas não posso afirmar que todos o são, pois amizade é coisa séria e exigente, necessita de cultivo e dedicação, vai além do virtual, tem suas raízes na realidade do que sou. Em Eclesiático 6, 6, lemos: "Dá-te bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil. Se adquirires um amigo, adquire-o na provação, não confies nele tão depressa... Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro".

Quando comparo a amizade com uma árvore, consigo definir melhor este sentimento, pois ambas necessitam de cuidados especiais para lançar raízes, crescer, florecer e dar frutos.

Observo que, com o passar do tempo e o desenrolar dos acontecimentos, as raízes que traçam o chão da minha história e me sustentam firme durante os ventos e vendavais da vida são provas de que verdadeiros amigos, ao passarem por mim, deixam marcas que nem o tempo nem a distância conseguem apagar. Quem não se lembra, por exemplo, daquele amiguinho da escola, cúmplice em todas as horas? Ou da turma do bairro, aqueles com os quais dividíamos sonhos, lanches, brinquedos, lágrimas e sorrisos?

Amigo de verdade é uma espécie de irmão! Ao seu lado é fácil ser feliz. Mesmo em momentos dificeis, o amigo tem o dom de trazer leveza aos nossos sentimentos. É alguém que dá e não espera retorno, ou melhor, se dá sem esperar recompensas. Sente o que sentimos, compreende o que pensamos, mesmo quando nem nós conseguimos expressar. O amigo é o sol que enxuga nossas lágrimas. É aquele que percebe, pelo olhar, nossos desejos, disfarces, alegrias e medos. Tem a palavra certa na hora certa, ou o silêncio certo na hora certa. Além disso, tem também o dom de nos fazer ser quem somos, nos conhece tanto que nos leva sempre de volta à nossa essência.

É difícil continuar definindo a amizade, mas isso não vem ao caso agora. Basta saber que cada amigo é um dom de Deus em qualquer tempo e lugar. Quando viajo e conheço lugares bonitos, por exemplo, em fração de segundos, vou identificando, em algum recanto das minhas lembranças, a presença de meus amigos. Lembro-me dos que se identificariam com aquele lugar, aquele clima, entre outros. Sinto vontade de tê-los ao meu lado nas diversas fases da vida e vou procurando um jeito para isso, já que a vida segue seu rumo. De vez em quando alguma cena, música, flor, fase da lua, mar, comida, paisagem tornam-se meios para avivar a lembrança de meus amigos.

E você gosta de cultivar suas amizades? Que lugar este sentimento ocupa em suas lembranças?

Hoje talvez seja um dia propício para identificar as raízes da verdadeira amizade que estão dentro de cada um de nós. É dia de agradecer a Deus por cada amigo que temos, e agradecer a cada amigo por tornar nossa vida melhor. Expressar nosso afeto, quebrar a distância, reavivar a chama do amor puro e sincero, próprio da amizade.

Conquistar novos amigos é bom e importante; ter muitos seguidores virtuais nas redes sociais e cultivar um relacionamento sadio com cada um também tem seus méritos, porém, amizade, como dom de Deus, vai além disso. É arvore que um dia era semente e germinou no solo do nosso coração, foi cultivada e cresceu. Lançou raízes no solo da nossa história, por isso, faz parte de nós.

Aproveite este dia para fortalecer os laços de amizade que fazem parte da sua história, agradeça aos seus amigos pelo bem que lhe fazem sem se esquecer de lhes dizer o quanto são importantes.

Foto

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

Dijanira Silva Apresentadora da Rádio CN FM 103.7 em Fátima Portugal.
Acesse o blog Fatima hoje

11/08/2011

O que precisa ser curado em você?

Peça a sua cura nesta Eucaristia. Peça-a agora, já, neste momento. Peça-a na hora da consagração do pão e do vinho, quando Jesus está oferecendo ao Pai o Seu sacrifício. Peça-a a Jesus na hora da comunhão, quando Ele vem para dentro de você, quando Ele estiver no seu interior, peça que Ele venha curar o que está "seco" em você, assim como estava seca a mão daquele homem curado por Ele.

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O que precisa ser curado é algum órgão do seu corpo? A doença é nos seus ouvidos? Ou nos seus olhos? A doença está na sua garganta, na sua voz, na sua coluna (e quanta gente sofrendo da coluna!), no seu estômago ou em algum outro órgão do seu aparelho digestivo? Qual é a sua doença? Talvez ela se encontre no seu aparelho respiratório: pulmão, brônquios. Meu irmão, seja o que for, para Deus nada é impossível!

"Quando Jesus estiver no seu interior, peça que Ele cure você", recomenda monsenhor Jonas Abib

Com Jesus tudo pode ser mudado pela força da oração. Pode ou não pode? Sim! Repito: com Jesus tudo pode ser mudado pela força da oração!

O que hoje está doente em você? É o seu coração? Veias, artérias? E talvez você nem imagine o risco que está enfrentando porque suas artérias estão entupidas. E não digo isso para assustá-lo. Mas eu lhe pergunto: o que hoje em você está "seco"? São seus braços? Suas pernas? Seus pés? Onde você está doente?

Não estamos aqui para ficar reparando "se Jesus cura ou não cura" no dia de hoje. Ao contrário: todos nós queremos e pedimos que o Senhor verdadeiramente nos cure. Diga agora ao Senhor: "Senhor, cura-me!" E você sabe muito bem qual é a parte do seu corpo que precisa ser curada. Mostre essa parte ao Senhor com um gesto ou com seu pensamento. Diga hoje para o Senhor onde você necessita ser curado.

Repita comigo: "Cura-me, Senhor! Eu preciso de Tua cura. Hoje é o dia do Senhor, é dia da Eucaristia. Hoje o Senhor se revela em nosso meio no momento da consagração do pão e do vinho. Hoje vou poder comungar-Te. Obrigado, Senhor! Obrigado porque o Senhor quer me curar. E eu creio que, ao me tocar com o Teu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade, o Senhor pode me curar. Se queres, Senhor, podes curar-me! E eu Te peço: cura-me".


(Trecho da palestra "Podes curar-me" de 11 de setembro de 2006 com monsenhor Jonas Abib)



Adquira esta palestra: (12) 3186-2600


10/08/2011

A força transformadora da amizade com Deus

Pela sexualidade, participamos do poder criador de Deus. Assim como o Senhor é fecundo e Sua fecundidade resultou na criação do mundo inteiro, os homens também são fecundos: receberam essa fecundidade do Pai e são criadores como o Pai.

Sabendo disso, o inimigo de Deus quis deturpar a sexualidade do ser humano com piadas sujas, histórias obscenas e músicas maliciosas. Ainda pequenos, os meninos já têm contato com esses conceitos errôneos. Todas essas situações agrediram o coração e a alma dos filhos de Deus que, muito cedo, acabaram ficando com vergonha do Senhor. Foram vítimas e não conseguiram sair dessa situação, acabando por sentir grande vergonha de Deus Pai.

Após a primeira comunhão, muitos deixaram a confissão, a Igreja, perderam a coragem de ir à Santa Missa, relaxaram em tudo e foram se afundando. Não eram maus, mas sabiam que Deus é Deus e tinham vergonha de aparecer diante d'Ele naquele estado. Na verdade, a vergonha que sentiam era respeito. Mas essa "vergonha" os levou a uma mentalidade errônea sobre o Todo-poderoso e acabaram marcados ainda na meninice. Foi um grande estrago!

O Senhor quer curar profundamente o coração do homem, porque, principalmente ele, quando menino, aprendeu muita coisa errada; por ser homem, foi introduzido muito cedo na malícia, no palavrão, na masturbação, na prática precoce do sexo. A verdade é que as feridas presentes no coração do homem são reflexos da saudade de Deus. Perceba que a falta de Deus Pai, na infância, pode comprometer a vida inteira de uma pessoa. Por não viver uma infância com o Senhor, chega-se à juventude mal preparado e erra-se muito na sexualidade durante o namoro, no noivado... Se não se erra fisicamente, erra-se nos pensamentos, nos desejos, nas revistas, nos filmes, nas piadas, no contar vantagens... afastando-se cada vez mais de Deus.

Não foram poucos os que acabaram casando-se despreparados. Casaram-se na Igreja, mas não “se casaram” com Deus, e é d'Ele que os noivos recebem a graça de ser esposos e pais. Muitos homens foram ao altar envergonhados, pois sabiam que o Senhor conhecia tudo o que eles haviam aprontado no tempo da juventude, no namoro, no noivado...

O Senhor quer mudar isso tudo. Ele quer restaurar tudo! Esteja você com a idade que estiver, o Pai quer fazer uma grande cura em sua vida, Ele quer transformar a saudade em amizade com Ele. Ele quer ser seu amigo íntimo. Muito maior do que a sua, é a saudade que Deus tem de você. Ele nunca o abandonou e agora quer sua amizade.

(Trecho extraído do livro "Homem e mulher em sintonia" de monsenhor Jonas Abib)

09/08/2011

Somos chamados a uma mudança de vida

Nossa base é a própria Palavra de Deus. Ela não prevê catástrofes e desgraças, provocando pavor nas pessoas, porém, sempre nos chamou à atenção para a conversão, a transformação, a mudança de vida. Isso é verdade!

A conversão não é algo para deixarmos para a última hora, quando os acontecimentos anunciados começarem a se concretizar. Trata-se de algo para agora e precisa acontecer a cada dia. Deve-se levantar a cada manhã disposto a se converter, e à noite pedir perdão dos pecados e querer ser melhor no dia seguinte.

Se não há a perspectiva do mundo que há de vir, da Parusia, do Apocalipse, de uma terra nova, nunca haverá algum movimento para a conversão.

O Senhor não gostaria de desclassificar os que querem "rolar na sujeira", insistindo em viver no pecado, mas se eles continuarem nesse tipo de vida não haverá outra opção. Não pense que o Senhor gosta de castigar. Não, pois Ele é Pai.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Céus Novos e uma Terra Nova" de monsenhor Jonas Abib)

08/08/2011

O amor jamais acaba num coração que diz 'sim' a Deus

Dom Antonio
Foto: Maria Andrea
O Senhor nos falou em parábolas e nos disse quem tem ouvidos ouça. Nessa parábola o que Senhor fez é como aquela brincadeira de criança. "O que é o que é que cai de pé e corre deitado? A água". O que é o que é que não deixa entrar? O que é o que é que não deixa sair? O que é o que é que não deixa continuar? O que é o que é que não deixa terminar? Ninguém sabe? O que é o que é que não deixa entrar? O joio do medo. O que é o que é que não deixa sair? O joio do infantilismo. O que é o que é que não deixa continuar? o joio do mimetismo. O que é o que é que não deixa terminar? O joio do ressentimento.

A parábola do joio nos ensina o que nos impede de ter um relacionamento maduro com Jesus Cristo. O medo de que Ele vai nos tirar alguma coisa. Há muitas pessoas que pensam: "Se nós nos relacionarmos verdadeiramente com o Senhor, Ele nos tirará as coisas boas da vida". O Anjo na anunciação disse a Maria: "Não tenhais medo, Maria. Os pecadores da Galiléia, quando aconteceu a tempestade, Jesus disse: “Não tenhais medo”. O Beato João Paulo também exclamava sempre: "Não tenhais medo de ser amigos de Deus. Ele não nos tirá nada. Ele nos dá tudo". Que os jovens não tivessem medo de se entregar à vontade de Deus, que não tivessem medo de viver os mandamentos de Deus, da Igreja, que é nossa mãe. A juventude brasileira precisa ser corajosa e não medrosa. O tempo da colheita é o PHN, nesses dias é tempo da colheita, Jesus pede que queimem o joio do medo e colham a verdadeira amizade com Cristo.

O que não nos deixa sair dos nossos vícios é o infantilismo, não queremos viver o processo de crescimento da nossa amizade com Cristo. Não queremos crescer, só queremos receber, que é próprio da criança, mas quando entramos na vida adulta, a lei muda, é a lei da doação. Paulo disse que Jesus pregou “há mais alegria em dar do que receber”. Jesus veio para fazer crescer em nós a fé em Deus. A fé nos leva a ter certeza das coisas que não se vê. Não podemos deixar de crescer na fé, na esperança e na caridade.

Que sejamos impulsionados por um amor que jamais acaba. O amor nunca acaba num coração que nunca diz "não" a Deus, ao próximo, à família. A lei do amor é a lei do "sim". "Sim" a Deus, como a Santíssima Virgem Maria fez, ela é nosso exemplo. A vida só vale, jovem, quando é uma vida de doação.

O que não nos permite continuar? Vocês que vieram aqui começaram uma caminhada nova, mas se vocês não cortarem pela raiz o joio do mimetismo não continuarão o que o Espírito começou a fazer. “Todo o mundo faz, eu farei igual. Todo o mundo vai por esse caminho, se eu for no sentido contrário vou ficar sozinho”. Isso é o mimetismo, nos falta autenticidade. Precisamos ser autênticos. Se eu não vou à discoteca, se eu não experimento tudo que todos experimentam, então eu vivo a autenticidade. O dia que cultivarmos o mimetismo, mudamos de nome, pois deixamos de ser filhos de Deus e somos o que todo o mundo quer que sejamos.

"Não tenham medo de se entregar à vontade de Deus!"
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

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O que não deixa terminar? Que sejamos pessoas pessoas maduras? O ressentimento, enquanto não colocarmos no nosso coração o sentimento de Cristo, sentimentos de clemência, de perdão. O mundo precisa de pessoas que terminem a obra que Jesus veio fazer nesse mundo. Se não cortamos o joio do ressentimento não podemos rezar o Pai-nosso. A quem eu não perdoei ainda na minha vida? De quem eu ainda tenho ressentimento? É preciso terminar a obra de redenção que nos faz homens e mulheres com o coração livre.

Muitas vezes, não deixamos o Espírito agir em nós porque somos uma pessoa muito melindrosa, tudo nos fere, tudo nos ofende. O amor jamais acaba num coração que quer crescer, amadurecer. Um amor nunca acaba num coração autêntico, o amor jamais acaba num coração misericordioso.

Deus depositou no coração de vocês o grão de mostarda, que será irrigado pelas águas do Espírito Santo de Deus. Em vocês existe o fermento que pode mudar o mundo. O fermento da caridade que pode mudar o mundo.

As quatros necessidades mais urgentes do mundo são: acabar com a fome, doenças, violência e o abandono. Medidas políticas podem acabar com a fome, a doença, a violência, mas para pôr fim ao abandono só o amor é capaz disso, principalmente o amor familiar, pois é na família que irá fermentar, pois na sociedade há muito joio que precisa ser cortado.

Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida por seus amigos. Vocês são os amigos de Cristo. E Ele pede que vocês vivam a brincadeira : o que é o que é uma pessoa corajosa? É uma pessoa que muda o mundo, que vai amadurecendo em Deus.

Jesus ficava comovido quando encontrava uma pessoa que lhe dizia "sim": "Eu quero Te seguir, Senhor, aonde quer que vás". Uma pessoa que vive o PHN é uma pessoa autêntica, que não se mistura com a massa. E Deus termina Sua obra quando encontra pessoas que são misericordiosas, que sabem compreender os demais, que levam um amor purificado, que sabem perdoar e confiar no próximo.

Vamos em frente e alegremos o coração de Deus!

Transcrição e adaptação: Regiane Calixto