31/03/2014

Podemos fazer tudo o que está escrito na Bíblia?

Algumas pessoas que não entendem bem da Bíblia, ou que foram doutrinadas em algumas seitas, pensam ainda que devemos interpretar a Bíblia ao pé da letra, de maneira fundamentalista. Ora, nada mais errado e perigoso. Por isso, o Magistério da Igreja interpreta a Sagrada Escritura, discernindo o que não pode ser mudado e o que é costume da época e que não vale mais hoje. Veja, por exemplo, os problemas que teríamos hoje se fossemos viver a Bíblia dessa forma:
Ex 21,2: “quando comprares um escravo hebreu, ele servirá seis anos; no sétimo sairá livre, sem pagar nada”. Quer dizer que então podemos comprar escravos? 
Levítico 25: 44 – estabelece que posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, desde que sejam adquiridos de países vizinhos. “Vossos escravos, homens ou mulheres, tomá-los-eis dentre as nações que vos cercam; delas comprareis os vossos escravos, homens ou mulheres”.
EX 21,7: “Se um homem tiver vendido sua filha para ser escrava, ela não sairá em liberdade nas mesmas condições que o escravo”.Então, podemos vender a filha como serva?
Ex 21, 15: “Aquele que ferir seu pai ou sua mãe, será morto”. Então vamos decretar a pena de morte para muita gente.
Êxodo 35: 2 – claramente estabelece que quem trabalha nos sábados deve receber a pena de morte. “Trabalharás durante seis dias, mas o sétimo (sábado) será um dia de descanso completo consagrado ao Senhor. Todo o que trabalhar nesse dia será morto.” Deveríamos, então, matar todo mundo que trabalha no sábado?
Levítico 21: 18- 21 está estabelecido que uma pessoa não pode se aproximar do altar de Deus se tiver algum defeito. “Desse modo, serão excluídos todos aqueles que tiverem uma deformidade: cegos, coxos, mutilados, pessoas de membros desproporcionados, ou tendo uma fratura no pé ou na mão, corcundas ou anões, os que tiverem uma mancha no olho, ou a sarna, um dartro, ou os testículos quebrados… Sendo vítima de uma deformidade, não poderá apresentar-se para oferecer o pão de seu Deus”.
Lev. 19,27 proibe cortar cabelo: “Não cortareis o cabelo em redondo, nem rapareis a barba pelos lados.”
Levítico 11: 6-8, quem tocar a pele de um porco morto fica impuro. “E enfim, como o porco, que tem a unha fendida e o pé dividido, mas não rumina; tê-lo-eis por impuro.”
Levítico 19, 19 – “Não juntarás animais de espécies diferentes. Não semearás no teu campo grãos de espécies diferentes. Não usarás roupas tecidas de duas espécies de fios”. Ora, então não se poderia ter vacas, cabritos e galinhas na mesma terra. Não se poderia usar roupa de algodão misturado com poliéster como se usa hoje.
Levítico 20,9-16: “Quem amaldiçoar o pai ou a mãe será punido de morte. Amaldiçoou o seu pai ou a sua mãe: levará a sua culpa. Se um homem cometer adultério com uma mulher casada, com a mulher de seu próximo, o homem e a mulher adúltera serão punidos de morte. Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa. Se um homem tiver comércio com um animal, será punido de morte, e matareis também o animal.”
Veja quanta gente teria que ser morta hoje se fossemos seguir a Bíblia “ao pé da letra” de maneira fundamentalista; mas é lógico que isso não pode ser feito. Então a Bíblia errou? Não! O escritor sagrado narrou o que se vivia de costume no seu tempo; hoje não se pode viver isso a luz da verdade e do bom senso. A moral evoluiu até que Jesus Cristo a levou à perfeição.
É por isso que a “Dei Verbum” do Concilio Vaticano II ensina que: “O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida, foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo”. (n.10)
E São Pedro nos lembra algo muito importante: “Nelas [Sagradas Escrituras] há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3, 16).

Prof. Felipe Aquino

30/03/2014

Faça o bem, resista ao mal


Padre Hamilton
Foto: Daniel Machado/CN
Gente querida, como nós costumamos dizer aqui na Canção Nova: “Nada é coincidência, tudo é providência”. Nesse quarto domingo da Quaresma no Kairós Gente do Bem: “Deus faz, Deus junta”, se formos ver os cristãos do mundo inteiro, católicos, anglicanos, evangélicos, nós chegaremos a quase dois bilhões de pessoas. O mundo tem mais de 7 bilhões. Nós não somos a maioria, aí que está o grande desafio: O Senhor nos chama a sermos sal da terra, luz do mundo. Por intermédio de uma Pessoa veio a salvação do mundo inteiro. Nós não precisamos ficar espantados com aqueles que não buscam a Deus, mas precisamos nos unir para irmos ao encontro dessas pessoas que estão afastadas.

A liturgia de hoje é providente para nós: Naquele tempo,1ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. 6E cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. 7E disse-lhe: “Vai lavar-te na piscina de Siloé” (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando. 8Os vizinhos e os que costumavam ver o cego — pois ele era mendigo — diziam: “Não é aquele que ficava pedindo esmola?” 9Uns diziam: “Sim, é ele!” Outros afirmavam: “Não é ele, mas alguém parecido com ele”. Ele, porém, dizia: “Sou eu mesmo!” 13Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. 14Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. 15Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: “Colocou lama sobre os meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!” (Jo 9,1.6-9.13).

E Jesus cura o cego duas vezes, porque ele nasceu cego. Jesus o curou da sua cegueira física e espiritual. Cristo o curou não só como um profeta, mas como Deus que é! E depois que esse homem recebeu a cura física e espiritual, ele se pôs de joelhos e adorou a Deus. Eu disse que isso é providência, porque depois da sua cura biológica, ele se coloca diante dos escribas para testemunhar.

Ser “gente do bem” é irmos além da Eucaristia, é avançarmos em todos os lugares fazendo o bem. E irmos ao encontro daqueles que trazem dentro de si esse chamado, mas, que, muitas vezes, não sabem nem onde buscá-lo, e nós que conhecemos e tivemos essa experiência precisamos levá-los.

Para isso em primeiro lugar: Precisamos reconhecer verdadeiramente que nós estamos vivendo em uma sociedade em que já experimentamos uma mudança radical. Até alguns estudiosos já dizem que nossa sociedade é uma sociedade pós-católica. Não é como era no tempo dos nossos avós. Também podemos dizer que evoluímos muito. Com a ciência, existem curas que não tínhamos antes; a internet e a tecnologia levam a Palavra de Deus a tantos lugares. Mas também precisamos reconhecer que esse processo em vez de trazer solidariedade, paz e justiça, não trouxe nada disso, mas sim um vazio, que, por mais avanços que tenhamos hoje, não pode ser solucionado, porque hoje o homem vive em crise justamente por falta de Deus.

O Papa Francisco nos diz: “Vivemos uma idolatria ao dinheiro”, e por causa do dinheiro se passa por cima de tudo. Estamos numa sociedade muita evoluída, mas marcada pelo individualismo, pelo egoísmo, pela violência e, muitas vezes, pelo medo.

Padre Hamilton Nascimento
Foto: Daniel Machado/CN
Ser "gente do bem" é muito mais que não pagarmos o mal com o mal. Não podemos agora dizer que vamos fazer guerras. Ser "gente do bem" é começarmos a construir pontes. Esse encontro foi uma "sacada" inspirada por Deus, principalmente essas camisetas do "Gente do Bem", devido aos times de que gostamos. Querendo ou não o esporte é algo que as pessoas gostam muito.

Se você quer irradiar a paz, “vista esta camisa” também, para irradiarmos juntos a fé, a justiça e paz. É o jeito novo de evangelizar! Ser "gente do bem" é olhar com fé e ver que quem semeia essa aspiração no coração do Dunga é o próprio Espírito Santo. Existe uma lei natural. Essa lei natural diz: Faça o bem, resista ao mal. Ser "gente do bem" no meio dos carpinteiros, médicos, empresários. Sublinhar o bem.

Papa Francisco, no Evangelii Gaudium, propõe quatro princípios: O tempo é superior ao espaço “222. Existe uma tensão bipolar entre a plenitude e o limite. A plenitude gera a vontade de possuir tudo, e o limite é o muro que nos aparece pela frente. O «tempo», considerado em sentido amplo, faz referimento à plenitude como expressão do horizonte que se abre diante de nós, e o momento é expressão do limite que se vive num espaço circunscrito. Os cidadãos vivem em tensão entre a conjuntura do momento e a luz do tempo, do horizonte maior, da utopia que nos abre ao futuro como causa final que atrai. Daqui surge um primeiro princípio para progredir na construção de um povo: o tempo é superior ao espaço”. Por isso o projeto "Gente do Bem" mais do que pregar para um gueto, quer ir para todos aqueles que estão distantes.

Comecemos hoje esse movimento do "Gente do Bem"! O importante é que nós não queremos resultados imediatos, pois ele começou agora, mas que vai ser estender ao longo do tempo.

O Papa Francisco continua dizendo no segundo tópico: A unidade prevalece sobre o conflito “227. Perante o conflito, alguns limitam-se a olhá-lo e passam adiante como se nada fosse, lavam-se as mãos para poder continuar com a sua vida. Outros entram de tal maneira no conflito que ficam prisioneiros, perdem o horizonte, projectam nas instituições as suas próprias confusões e insatisfações e, assim, a unidade torna-se impossível. Mas há uma terceira forma, a mais adequada, de enfrentar o conflito: é aceitar suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um novo processo.«Felizes os pacificadores» (Mt5, 9)!”

A realidade é mais importante do que a ideia “231. Existe também uma tensão bipolar entre a ideia e a realidade: a realidade simplesmente é, a ideia elabora-se. Entre as duas, deve estabelecer-se um diálogo constante, evitando que a ideia acabe por separar-se da realidade. É perigoso viver no reino só da palavra, da imagem, do sofisma. Por isso, há que postular um terceiro princípio: a realidade é superior à ideia. Isto supõe evitar várias formas de ocultar a realidade: os purismos angélicos, os totalitarismos do relativo, os nominalismos declaracionistas, os projectos mais formais que reais, os fundamentalismos anti-históricos, os eticismos sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria.”

O Santp Padre está nos dizendo que o Reino de Deus não começa só com palavras, mas com o fazer a diferença. Assim como está aqui na Canção Nova hoje.

O todo é superior à parte “234. Entre a globalização e a localização também se gera uma tensão. É preciso prestar atenção à dimensão global para não cair numa mesquinha quotidianidade. Ao mesmo tempo convém não perder de vista o que é local, que nos faz caminhar com os pés por terra. As duas coisas unidas impedem de cair em algum destes dois extremos: o primeiro, que os cidadãos vivam num universalismo abstracto e globalizante, miméticos passageiros do carro de apoio, admirando os fogos de artifício do mundo, que é de outros, com a boca aberta e aplausos programados; o outro extremo é que se transformem num museu folclórico de eremitas localistas, condenados a repetir sempre as mesmas coisas, incapazes de se deixar interpelar pelo que é diverso e de apreciar a beleza que Deus espalha fora das suas fronteiras.”
 "Estamos numa sociedade muita evoluída, mas marcada pelo individualismo, pelo egoísmo, pela violência e, muitas vezes, pelo medo!", denuncia padre Hamilton
Foto: Daniel Machado/CN
Nós precisamos ampliar os novos horizontes. Não podemos reduzir a paz, não podemos só evangelizar os pequeninos, mas todas as pessoas! Devemos evangelizar a todos, para que a Luz de Cristo brilhe em todos.

Nós estamos apenas no começo, para você que está aqui, e está nos acompanhando: O Senhor não nos abandona! Ele nos chama a irmos para todos esses irmãos que ainda não conhecem a Deus, que estão longe de Deus. O tempo passa rápido e a liturgia nos convida, de forma provocativa, porque só estamos no começo, assim como o servo depois de ter a vista descoberta foi a tantos lugares.

Por isso o projeto "Gente do Bem" mais do que pregar para um gueto, deseja ir para todos aqueles que estão distantes de Deus.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D'Onofrio


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Padre Hamilton Nascimento 
Membro da Comunidade Canção Nova, ordenado dia 27 de dezembro de 2005.

22/03/2014

Deus se esconde na rotina


 

Deus se manifesta sempre de forma surpreendente. Sua maneira de se revelar, frequentemente, contradiz a lógica humana. Se me perguntarem: “Onde Deus costuma se esconder e se manifestar?” Eu lhes respondo: “na rotina”; é nela onde menos esperamos encontrar o Senhor. Ele gosta de nos surpreender!

Embora haja uma presença constante de Deus na vida de cada um de nós, há momentos em que essa presença se exprime por meio de “eventos” teofânicos: uma imprevisível manifestação divina que marca a vida do indivíduo, bem como a transforma. E essa teofania costuma acontecer dentro do cenário cotidiano.

A oração é um exemplo. Rezamos comumente à mesma hora, no mesmo lugar; às vezes, fazemos até a mesma oração quando se trata da liturgia. No entanto, em um dado momento, uma Palavra bíblica ou a compreensão de algo, que até então permanecia velado, “salta” aos nossos olhos com uma novidade jamais prevista. Daí, a necessidade da perseverança.

Moisés foi um homem que presenciou diversos eventos teofânicos em sua vida. O primeiro deles aconteceu na “montanha de Deus, o Horeb” (Ex 3, 1). No costumeiro gesto de apascentar o rebanho do seu sogro, ele é, por assim dizer, apanhado de improviso pelo próprio Deus. Percebam que profeta não foi à montanha para rezar – isto ele fará depois –, mas a trabalho. O que é algo intrigante.

“Deus se manifesta sempre de forma surpreendente. Sua maneira de se revelar, frequentemente, contradiz a lógica humana”

Deus, em circunstâncias diversas, “mostra-se” a pessoas que estão em oração no Templo, lugar habitual da epifania divina. É o caso, por exemplo, de Zacarias (cf. Luc 3, 8-14) e Samuel (cf. I Sam 3, 3-11) para citar alguns. Com Moisés é diferente! Deus se manifesta na rotina. Isso, certamente, foi determinante na vida do genro de Jetro.

Mais adiante, Moisés fará a experiência de passar quarenta anos no deserto à frente de “um povo de cabeça dura”, mas com a certeza de que “cada dia foi feito pelo Senhor” (Sl 118, 24). Fico imaginando o quanto deve ser desgastante passar quatro décadas vendo, todos os dias, a mesma coisa: uma vastidão infinita de areia. Contudo, o homem “tirado das águas”, durante sua peregrinação, foi testemunha de acontecimentos que transcenderam a mesmice do deserto e tornaram seus dias mais cheios de esperança. Afinal, Deus se revela sempre e de forma inédita.

O profeta não chegou a tomar posse da Terra Prometida; entretanto, não o consigo imaginar chegando, ao fim da vida, frustrado ou decepcionado com Deus. Ao contrário, quando morreu, “sua vista não havia enfraquecido e sua vitalidade não o havia abandonado” (Dt 34,7), certamente, porque havia compreendido e atestado que Deus se esconde e se revela na rotina.

Fonte: DESTRAVE

21/03/2014

As dores do crescimento

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Paciência é fundamental na arte de crescer
Ele era um menino cheio de vida, gostava de correr no campo, jogar bola, apreciar as cores da natureza; os detalhes dos acontecimentos não lhe passavam despercebidos. No entanto, muitas vezes, acordava durante a noite chorando com dores nos braços e nas pernas. Os pais, preocupados em busca da cura, foram aconselhados a deixar o tempo passar, pois lhes diziam: "são as dores do crescimento".

Quando meu amigo me contou essa fase de sua vida, fiquei o resto do dia com esta lição. Na verdade, crescer dói, porque exige mudanças. Mudar é exigente, pois nos desinstala, tira-nos da zona de conforto e nos lança para o desconhecido. Aliás, a mudança nos rouba algo que passamos a vida inteira tentando conquistar: a segurança. Naturalmente, trabalhamos, estudamos, investimos nos relacionamentos e fazemos tantas outras coisas visando a segurança de uma vida tranquila e estável neste mundo. 

Gostamos de saber qual é o terreno que nossos pés estão pisando e onde vai nos levar o caminho que optamos por seguir. É por isso que nos sentimos tão ameaçados quando a mudança chega, seja por escolha, necessidade ou até mesmo obrigação. É como se o chão fugisse dos nossos pés. É preciso ter fé, arte e generosidade para saber recomeçar sem fugir do desafio. É, nesta hora, que o crescimento nos estende a mão e costuma caminhar, lado a lado, com a mudança; ele quer nosso bem, mesmo que, nem sempre, seja compreendido.

O fim de um relacionamento, por exemplo, geralmente é um momento de dor, mas também de crescimento se ficarmos com o melhor que a pessoa nos ofereceu. Uma mudança inesperada de emprego também é uma ótima oportunidade para crescer e aprender coisas novas, mudar de cidade, de escola, ter de frequentar novos ambientes, conquistar novas amizades. Tudo isso, embora nos custe certo sacrifício, também nos dará prazer e nos fará crescer se soubermos acolher a novidade de coração aberto.

Até mesmo a dor pela morte de uma pessoa querida, por mais difícil que seja, pode nos proporcionar crescimento se conseguirmos superar o luto com o olhar fixo na ressurreição. A vida segue seu rumo; entre perdas e conquistas, dores e alegrias, surgem as oportunidades para crescer a cada dia, como surgem os primeiros raios de sol a cada amanhecer. Saber conciliar os acontecimentos é uma graça, mas também um desafio. Aliás, crescer é um dos maiores desafios do ser humano, até o próprio nascimento já é uma exigência ao nosso ser; e quando se fala em crescer para o amor e para a sabedoria, o processo costuma ser lento, além de ser uma questão de escolha e paciência constantes.

Paciência é fundamental na arte de crescer, pois não se atinge a estatura adulta de um hora para outra. Nos relacionamentos, é comum, mesmo entre as pessoas que se amam, aparecerem os conflitos. Na maioria dos casos, o motivo é a falta de paciência com o crescimento do outro. Neste caso, quem conseguir respeitar a opinião alheia, mesmo sem abrir mão da sua e aguardar o momento em que Deus dará luz, fazendo com que a harmonia vença, certamente crescerá mais do que quem optar por continuar defendendo seu ponto de vista. Mesmo que, agindo assim, enfraqueça a amizade ou até cause feridas. É preciso ser amigo do tempo, também é importante lembrar que o sofrimento, causado pela mudança, mantém as pessoas mais humildes e vigilantes para amar e servir mais, priorizando o que realmente vale a pena.

Os momentos de maiores provações em minha vida foram quando percebi mais mudanças no meu jeito de ser e agir, ou seja, quando cresci. Recordo-me de uma época de enfermidade, por exemplo, quando eu dependia da ajuda de pessoas até para realizar as coisas mais comuns como prender o cabelo, vestir a roupa e até me alimentar. Depois, tornei-me muito mais solícita às necessidades alheias. Hoje, quando vejo alguém limitado neste sentido, naturalmente me antecipo em ajudar. Talvez seja por isso que o Senhor diz em Sua Palavra: "A minha graça te basta, porque o meu poder se manifesta na fraqueza" (2 Cor 12,9).

Acredito que é assim quando Deus permite que a dor nos visite, pois, certamente, está nos oferecendo a oportunidade de crescermos em algum aspecto de nossa vida. Que saibamos acolher o desafio com serenidade e confiança, unindo nosso sacrifício ao sofrimento que o próprio Deus experimentou ao morrer por amor a cada um de nós. Enquanto a humanidade procura soluções rápidas e imediatas para o sofrimento, nós cristãos devemos buscar forças na cruz de Cristo. É nela que podemos encontrar resposta para as nossas dores e anseios.

Mais do que um símbolo de sofrimento, a cruz é a nossa esperança e a certeza de que Deus não nos criou para as coisas pequenas e passageiras deste mundo, mas para o infinito, para uma vida plena e feliz. Portanto, coragem, não tenhamos medo de crescer! A dor do crescimento é passageira e a felicidade conquistada pela perseverança é eterna. Estamos juntos.

20/03/2014

Prepare sua vida, não a deixe passar

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Quem adia as soluções dos problemas não os quer resolver de fato
Sem tomar conselho, erra-se muito. Sem ser organizado, perde-se muito tempo e eficácia. Aquele que não arruma bem o seu armário não consegue organizar o seu espírito. O povo diz, sabiamente, que um homem prevenido vale por dois, porque é um homem organizado. "Melhor prevenir do que remediar." Mas a organização só é possível quando somos pacientes e não somos preguiçosos. É a preguiça a mãe da bagunça.

Ninguém faz um edifício sem uma planta arquitetônica, uma planta elétrica, hidráulica e estrutural. Se fizer, estará correndo sério risco de ter que refazer muita coisa a um custo muito maior. Sabemos que Deus projetou cada um de nós detalhadamente em cada uma de nossas células.

Muita gente se atrapalha, porque, por preguiça, sempre prorroga as coisas a fazer, hoje, para o dia de amanhã. Quem adia as soluções dos problemas não os quer resolver de fato. Amanhã é o dia em que os preguiçosos trabalham, os perversos reformam suas vidas e os pecadores se arrependem.

Um problema enfrentado logo, e bem definido, é um problema meio resolvido. As tarefas adiadas com alegria, muitas vezes, têm de ser feitas depois com lágrimas. Que nos digam aqueles que puderam estudar na juventude, mas não o fizeram; depois, tiveram de estudar já casados!

Diz um provérbio árabe que “tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá, certamente, uma terceira vez”. Então é preciso estar prevenido e saber se precaver das coisas que já fizemos errado uma vez. Os fatos não deixam de existir por serem ignorados. Não feche os olhos para os fatos; o pior cego é o que não quer ver.

A desordem é sinal da ausência de autoridade e disciplina. É preciso ordem; onde muitos mandam, pouco se realiza. A chefia é imprescindível; não há uma instituição humana que possa ter bom desempenho se não tiver um chefe: a nação, a família, a empresa, a cidade… O provérbio diz que “dois capitães afundam o navio”.

Ser organizado e eficiente não quer dizer tomar decisões precipitadas; elas são imaturas. Outro provérbio árabe diz que “ninguém experimenta a profundidade de um rio com os dois pés”. Isso pode acontecer pela precipitação.

Para sermos organizados e previdentes, precisamos aprender muito com a vida; pouco se aprende com uma vitória, mas muito se aprende com uma derrota. Você já notou que é nas pedras pequenas que tropeçamos? As grandes nós as enxergamos. Com organização e tempo acha-se o segredo de fazer tudo bem feito.

As empresas buscam qualidade, e isso significa vender o melhor produto do mercado pelo menor preço. Essa é imbatível! Mas exige organização, métodos, procedimentos corretos, entre outros.

Os manuais de qualidade de qualquer empresa nos ensinam que ser otimista é uma qualidade, ser educado, organizado e prevenido também são qualidades. Também é uma característica positiva ser atencioso, fiel e cumpridor da palavra. Respeitar a saúde, ser paciente, dizer sempre a verdade são qualidades essenciais, assim como amar a família e os amigos. Perceba que a "qualidade" está mais nas pessoas que nos produtos; este é apenas uma consequência.

Um belo conselho que Jesus nos deixou é que devemos “viver um dia de cada vez”.

Todas as operações de cada dia se repetem: comer, beber, dormir etc., porque Deus fez a nossa natureza assim. Se você não a respeitar, não terá saúde e paz. Você pode carregar o peso do seu dia de hoje, porque tem forças para isso, mas não pode somar o peso de ontem e o de amanhã. Jesus nos deixou isso bem claro: “Não vos preocupeis pois com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas próprias preocupações. A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6,34).

Qualquer que seja o medo que você possa ter do futuro – desemprego, cuidados dos filhos, doença… –, deixe tudo nas mãos de Deus, e apenas faça a sua parte hoje. Lembre-se de que Deus não toma à força o peso das suas preocupações, mas caminha a seu lado, discreto e paciente, esperando que você O chame e Lhe entregue as preocupações e tribulações do dia.

Aquele trabalho difícil de fazer o inquieta? Entregue-o a Deus. Você verá que será mais fácil. Se é uma perda irreparável, entregue-Lhe o que foi perdido. Só assim será possível ter paz.

Aprenda a entregar tudo ao Senhor. É um aprendizado lento, longo e requer perseverança, mas é valioso. A cada dia aceite morrer para as preocupações, para as angústias, os medos e as provações. Repita mil vezes com o salmista: “Nas tuas mãos, Senhor, está o meu destino” (Sl 30,16). “Ó Altíssimo, quando o terror me assalta, é em Vós que eu ponho a minha confiança” (Sl 53,4).
“Abrigo-me à sombra de vossas asas, até que a tormenta passe” (Sl 56,2).

O sucesso, muitas vezes, depende do que fazemos enquanto os outros descansam. Muitas vezes, ele é construído à noite. Durante o dia, você faz o que todos fazem, mas para conseguir um resultado diferente da maioria, então você precisa fazer mais do que ela.
 
Se você quiser atingir uma meta especial, então, talvez você terá de estudar no horário em que os outros estão se divertindo. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar, enquanto os outros tomam sol à beira da piscina. Terá de estudar enquanto os outros dormem. A realização de um sonho depende da sua dedicação. Há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica.

Quem não sabe aonde quer chegar, não chegará a lugar nenhum. Por isso, planeje a sua vida. Você sabe o que quer para os próximos cinco anos? Prepare sua vida, não a deixe passar, não a “empurre com a barriga”.

Fonte: Canção Nova

19/03/2014

Dia 19/03/2014 - Dia de SÃO JOSÉ

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José julgou-se indigno e pecador diante de tão grande mistério
José  e seus planos! Como todos nós, José possuía seus planos. Casar-se, constituir uma família, preparar para ela um lar e pensar nos filhos que viriam.

Como pai, compreendo com exatidão o que significa um filho. Como nos realiza! Lembro-me de que, quando meu filho era menor, eu gostava de fazer uma brincadeira (que, aliás, não recomendo a ninguém, pois é perigosa) com ele. Levantando-o por baixo, erguia-o somente com uma mão e lhe dizia: “Equilibre-se, filho!” Sempre fiz isso com grande satisfação! Olhava para ele e convidava-o a pular, jogando-se em meus braços. Uma vez, ao repetir a cena, Eliana comentava comigo que eu mais parecia um campeão, erguendo “meu troféu”, meu filho, minha vitória!

Se nós homens somos assim, é natural imaginar que José quisesse gerar seus próprios filhos. No entanto, ele deparou-se com Deus, que mudou seus planos, sua vida, seu senso de realização. Tudo com uma clareza, às vezes, despercebida.

No Evangelho segundo Mateus, está escrito assim:
“O anúncio a José. Eis qual foi a origem de Jesus Cristo. Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José. Ora, antes de terem coabitado, achou-se ela grávida por obra do Espírito Santo” (Mt 1,18).

Naquele tempo, os casamentos aconteciam assim. Maria já havia sido prometida a José e, como noivos, assumiram aquele compromisso como um casamento. Estavam praticamente casados. No entanto, Deus executa e propõe Seus planos. Observe, no versículo 18, que, antes de terem morado juntos, acha-se Maria grávida pela ação do Espírito Santo. José, que era justo, perfeito em grau altíssimo em suas virtudes, resolve repudiá-la secretamente.

Assim conta a partir do versículo 19:
“José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la publicamente, resolveu repudiá-la secretamente. Tal era o projeto que concebera, mas eis o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e lhe disse: 'José, filho de Davi, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa: o que foi gerado nela provém do Espírito Santo, e ela dará à luz um filho a quem porás o nome de Jesus, pois é ele que salvará o seu povo dos seus pecados'” (Mt 1, 19-21)
Confira


José tinha um plano! Por que pensou em deixar Maria? Duvidou de sua pureza? Nunca! Não compreendia o que estava acontecendo? De forma alguma, pois tinha conhecimento de que o Messias deveria vir de uma virgem. Mas, então, por que José pensou em a deixar?

É exatamente nesse ponto em que se nota o maior brilho de toda a humildade desse santo homem. É verdade que muitos interpretam como se houvesse uma suspeita, um julgamento...

Nada disso! José se enche de temor diante daquilo que era absolutamente claro e compreensível para ele. O que, na verdade, o move a deixar Maria é sua humildade, por não se achar digno de a acompanhar em tamanho mistério!

Grandes teólogos josefinos explicam, apoiados por santos doutores como São Basílio, São Bernardo e nas revelações a Santa Brígida, que José, mesmo antes de o Anjo do Senhor lhe ter carnação e, por humildade, quis deixar Maria.

São Bernardo, referindo-se a esse fato atesta: “Por que razão José quis abandonar Maria?” E responde: “Ouçamos não a minha própria opinião, mas a dos Santos Padres: Foi pela mesma razão por que São Pedro quis afastar de si o Mestre: 'Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um homem pecador’. Pelo mesmo motivo que o Centurião dizia a Jesus: 'Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa!'”

José julgou-se indigno e pecador diante de tão grande mistério; julgou-se pequeno demais para ser companheiro de Maria. Cheio de santo temor, sofreu sozinho a solidão de sua incapacidade de considerar-se, ainda, esposo da Mãe do Salvador.

José duvida de si mesmo. Exclui-se! De certa forma, José pensa em retirar-se da vida de Maria para dar lugar a Deus. Há nisso uma humildade perfeita: o sacrifício de si mesmo!

Com a revelação do Anjo, José decide-se pelos planos de Deus. Torna-se pai de Jesus, não porque lhe gera a vida, mas porque dá sua própria vida para que Jesus viva.

Obediente, é mais santo que todos. Na verdade, é a obediência a base da santidade desse homem que nos ensina que, na verdade, nunca somos donos de nada; nada a nós pertence; administramos, gerenciamos os dons que são unicamente de Deus. Por isso, nossa vida é serviço. Somente isso. Nada mais.

Provavelmente, como carpinteiro, executou grande parte dos móveis da casa, tudo bem a seu jeito. Tudo por causa de Maria! Tudo por Jesus! Esse é outro tesouro do quanto José nos quer ensinar: tornar-nos, cada vez mais, devotos de Maria; cada vez mais seguidores de Jesus, cada vez dedicados aos dois.

Compreendemos, agora, o significado dos planos de José diante das descobertas daquilo que Deus esperava dele. Tudo tomou novo rumo. Tudo com muito sofrimento.

“Ao despertar, José fez o que o Anjo do Senhor lhe prescrevera: acolheu, em sua casa, a sua esposa, mas não a conheceu até quando ela deu à luz um filho, ao qual deu o nome de Jesus” (Mt 1,24-25).

Vale a pena lembrar que José acreditou num sonho! Provavelmente, ele precisasse ser provado com frequência para alcançar, a todo instante, os méritos de santidade necessários ao comprimento de sua missão. Também deve ficar bem claro que, segundo o versículo 25 acima citado, José “não a conheceu até quando ela deu à luz um filho...”, não quer dizer, de forma alguma, que José e Maria tiveram outros filhos depois que Jesus nasceu. Assim está escrito, de acordo com a tradução que mais se aproxima do original, pois era o que se sabia a respeito de José, Maria e Jesus até então.

Com tudo o que vimos, torna-se urgente para todos nós a necessidade de submetermos a Deus nossos planos. Não é tão fácil assim! Não podemos nos apegar às grandes realizações, tampouco desprezar as pequenas oportunidades. Se sou fiel no pouco...

Peçamos sabedoria. São José a tem e quer dá-la a nós.

Trecho tirado do livro: A imitação de José

Fonte: Canção Nova

18/03/2014

Grandes poderes = grandes responsabilidades

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Homens de verdade expressam poder e misericórdia
 Sei que muitos de nós, homens, temos tendência para sermos mais práticos, para buscarmos as soluções dos problemas em vez de nos envolvermos neles e falar deles. Às vezes, entramos em nossa 'caixinha do nada' para sobrevivermos. Sim, 'caixa do nada'. “Ei, o que você está pensando?” “Nada”. “Te fiz algo?” “Nada”. Nada é nada mesmo. Isso nos faz viver a vida de maneira mais livre, mas que nosso 'segredo do nada' não nos impeça de nos envolvermos no que vale a pena! Homens de verdade expressam poder e misericórdia. Coragem e emoção!

Fico impressionado com o jeito de Jesus. Ele era amigo, encorajava e ensinava os discípulos, era um Pai para eles e para o povo. Jesus, às vezes, ria com eles, ia para as festas com a galera, mas também batia o pé em questões em que até mesmo os discípulos mais próximos discordavam. Era firme quando preciso e sabia se colocar em cada uma das situações.

Gostamos de proteger o que nos é sagrado e importante, especialmente as mulheres. Temos um desejo de doar nossas vidas a ponto de doer! Basta olhar para a maioria dos heróis que foram criados pela nossa imaginação, pela literatura e pelos filmes. Eles dão a vida por amor. Como fazemos para doar nossa vida à nossa maneira? Lembro aqui o que o tio do Homem Aranha disse a ele, no primeiro filme, antes de ser assassinado: “Grandes poderes requerem grandes responsabilidades”. É isso mesmo! O “poder” que nos foi dado de sermos homens tem como anexo, “de quebra”, grandes responsabilidades. Tá a fim de assumi-las?

Lembre-se de quando era criança e brincava com seu carrinho, que sempre o transportava para outras realidades. Com certeza, você o pegava e imaginava que estava levando alguém dentro dele, não é? Meu primeiro carrinho foi uma ambulância que acendia as luzes da frente e fazia o barulho da sirene. Sempre pensava: “Saia, saia da frente que preciso chegar até o hospital”. Esse desejo de proteção e de responsabilidade é parte de nós homens. Mesmo tendo esquecido, essa sensação está guardada em nossa lembrança.

Veja também:
:: Homem e mulher: as diferenças que se completam


Lá, no fundo do coração, a mulher quer mesmo um homem que a faça feliz e cuide dela. O mundo vive nos dizendo para curtir a vida agora e nos preocuparmos com coisas sérias depois. Mas nosso coração não funciona dessa maneira. Cada pedacinho de masculinidade em nós protesta contra isso! Deus nos criou para sermos guerreiros, para lutarmos pelo que é certo e pelo verdadeiro amor. Isso não é um sonho.

Lembro-me da cena do filme 'Gigantes de Aço', no qual o Charlie entrega seu filho, Max, aos cuidados de sua cunhada por não ter condições e disposição para educá-lo. Estava literalmente fugindo da luta! Fica bem claro que o garoto já o amava e queria ficar com ele. O pai (Charlie) então, indignado, diz: “Você sabe que não consigo cuidar de você, não sou o que você merece. O que quer que eu faça?”. Nessa hora, com os olhos cheios de lágrimas, Max fala algo que tirou meu fôlego: “Eu só queria que você lutasse por mim”.

Somos homens livres, racionais, com um pé na terra e outro na eternidade; temos inteligência para influenciar, direcionar e formar este mundo, fazendo-o valer a pena. Qual sua resposta diante dessa proposta? Qual a sua luta? Por onde recomeçar?

Nossa masculinidade não está encerrada em nosso corpo sarado e viril, mas sim em todo nosso ser. Não dá para pensar que o homem é aquele 'ogro' que não sabe ser corajoso e, ao mesmo tempo, acolhedor. Não é irônico que, um dia, o mundo tenha sido convidado a escolher a sua resposta a partir dessas duas visões de homem?

No dia do julgamento de Jesus, diante de Pilatos, foram apresentados dois modelos de homem: Jesus, o revolucionário do amor, homem de coragem e emoção, leão e cordeiro; e Barrabás, um revolucionário e lutador que matou por uma causa pessoal. “Bar Abbas” em hebraico significa “o filho do pai”.

E quem o povo escolheu?

Antes de o povo dar a resposta, Pilatos tentou mostrar quem, de fato, era homem verdadeiro: Ecce Homo! Eis o Homem! Foi o que ele disse! Mas não escolheram Jesus, ao contrário, O mataram!

Tentei mostrar o modelo de homem no qual precisamos nos espalhar. Mas a resposta é sua, homem! Então, qual modelo você irá seguir? Dentro de você, quem ficará vivo?Jesus ou Barrabás?

Fonte: Canção Nova

17/03/2014

Dia 17/03/2014 - DIA DE SÃO PATRÍCIO

São Patrício 

O santo de hoje nasceu na Grã-Bretanha, no ano 380. Oração, penitência, uma vida de entrega a Deus que foi capacitando São Patrício a responder em Cristo diante das tribulações da vida.

Aos 16 anos foi capturado e preso por piratas irlandeses. No perdão, na oração e na atenção de encontrar um espaço para a fuga, conseguiu fugir para a França, onde continuou seu discernimento na busca da vontade de Deus.

Tornou-se sacerdote missionário, evangelizando na Inglaterra e na Irlanda. Já como bispo, salvou muitas almas através de seu testemunho de santidade, a ponto de tornar a antiga Irlanda toda católica, do empregado ao rei.

A historia da Irlanda ficou marcada com a contribuição de São Patrício, que através da construção que fez de diversos mosteiros, deixou nesse lugar a fama de “ilha dos mosteiros”.
Faleceu com cerca de 80 anos.
  

A COURAÇA DE SÃO PATRÍCIO…

Uma Oração que aparentemente é simples, mas contém a força do NOME que está acima de TODO NOME, e por isso você irá também experimentar a eficácia desta Oração em sua vida….

Oracao: Couraça de Sao Patricio

Cristo comigo,
Cristo em minha frente,
Cristo atrás de mim,
Cristo em mim,
Cristo abaixo de mim,
Cristo sobre mim,
Cristo à minha direita,
Cristo à minha esquerda,
Cristo quando me deito,
Cristo quando me sento,
Cristo quando me levanto,
Cristo no coração de cada um que pensa em mim,
Cristo na boca de cada um que fala de mim,
Cristo em todo olho que me vê,
Cristo em todo ouvido que me ouve.

Amém!”

Fonte: Canção Nova

16/03/2014

Homilia Diária - 16/03/2014


O Filho de Deus Pai tem a direção para a nossa vida!

 Como nós precisamos escutar Jesus, escutar a Sua Palavra, Seu Evangelho, escutar a direção que Ele tem para a nossa vida!

 ”E da nuvem uma voz dizia: ‘Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”’ (Mateus 17,5).

Neste segundo domingo da Quaresma nós somos convidados a subir com Jesus ao Monte Tabor, no monte da transfiguração. Vejam que maravilha, nós estamos a caminho de Jerusalém, e Jesus está a caminho da Sua Páscoa, da Sua morte, do Seu sofrimento, da Sua paixão.

Mas Ele concede aos Seus discípulos, sobretudo a esses três mais próximos a Ele: Pedro, Tiago e João, a graça de verem e viverem, de forma antecipada, o Seu momento glorioso, a Sua glória através da transfiguração, quando,  ali, no alto do monte, o Seu rosto muda e as Suas vestes ficam resplandecentes. E, ao lado de Jesus, aparecem duas figuras mais significativas do Antigo Testamento: Moisés, que representa a Lei de Deus, os Mandamentos d’Ele e a Aliança de Deus com Seu povo; e, do outro lado, Elias, o maior dos profetas.

Se para os judeus a Palavra se resume à Lei e aos profetas, ali está Jesus, que é maior do que a Lei e do que os profetas. Os discípulos ficaram extasiados com aquela experiência, com aquilo que os olhos deles estavam contemplando e vendo, quando, de repente, veio uma voz do céu, a voz do Pai dizendo: ”‘Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”’ (Mateus 17,5).

Sabem, meus irmãos e minhas irmãs, para viver profundamente essa comunhão com Deus, nós precisamos pedir, hoje, primeiro, que a graça de Deus transfigure os nossos olhos e não permita que os nossos olhos fiquem parados contemplando os sofrimentos, as tristezas, as angústias e as dificuldades da vida; como se a nossa vida parasse nisso, como se qualquer sofrimento fosse o último da nossa vida. Não, o fim último da nossa vida, o sentido dela, é a vida plena que o Senhor nos trouxe!

Todo o sofrimento, toda a dificuldade, toda a situação de aperto por que possamos nesta vida são coisas passageiras, é tudo muito passageiro, tudo passa e o amor de Deus tudo transfigura! Do que precisamos é de paciência, de fé e de esperança que nos ajudem a contemplar, de forma antecipada, tudo aquilo que Deus prepara para nós de modo definitivo.

Não tenhamos medo, não percamos a confiança, olhemos para Jesus e contemplemos n’Ele, em meio aos nossos sofrimentos, a Sua face transfigurada, que nos dá a esperança e a convicção de que dias melhores sempre virão.

De outro lado também somos chamados a escutá-Lo. Como nós precisamos escutar Jesus, escutar a Sua Palavra, Seu Evangelho, escutar a direção que Ele tem para a nossa vida! Existem muitas vozes clamando dentro de nós, existem muitas vozes querendo nos desanimar e nos fazer esmorecer ou perder a direção, por isso escutemos a voz do Mestre, Ele é o Filho amado do Pai, é Ele que tem a direção para a nossa vida!

Que Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

14/03/2014

Você sabe como a Bíblia foi escrita?


Como foram escritos os primeiros livros da Bíblia?


Os textos da Bíblia começaram a ser escritos desde os tempos anteriores a Moisés (1200 a.C.). Escrever era uma arte rara e cara, pois se escrevia em tábuas de madeira, papiro, pergaminho (couro de carneiro). Moisés foi o primeiro codificador das leis e tradições orais e escritas de Israel. Essas tradições foram crescendo aos poucos por outros escritores no decorrer dos séculos, sem que houvesse uma catalogação rigorosa das mesmas. Assim foi se formando a literatura sagrada de Israel. Até o século XVIII d.C., admitia-se que Moisés tinha escrito o Pentateuco (Gen, Ex, Lev, Nm, Dt); mas, nos últimos séculos, os estudos mais apurados mostraram que não deve ter sido Moisés o autor de toda esta obra.

 A teoria que a Igreja Católica aceita é a seguinte: O povo de Israel, desde que Deus chamou Abrão de Ur na Caldéia, foi formando a sua tradição histórica e jurídica. Moisés deve ter sido quem fez a primeira codificação das Leis de Israel, por ordem de Deus, no séc. XIII a.C.. Após Moisés, o bloco de tradições foi enriquecido com novas leis devido às mudanças históricas e sociais de Israel. A partir de Salomão (972 – 932), passou a existir na corte dos reis, tanto de Judá quanto da Samaria (reino cismático desde 930 a.C.) um grupo de escritores que zelavam pelas tradições de Israel, eram os escribas e sacerdotes. Do seu trabalho surgiram quatro coleções de narrativas históricas que deram origem ao Pentateuco:

1. Coleção ou código Javista (J), onde predomina o nome Javé. Tem estilo simbolista, dramático e vivo; mostra Deus muito perto do homem. Teve origem no reino de Judá com Salomão (972 – 932).

2. O código Eloista (E), predomina o nome Elohim (=Deus). Foi redigido entre 850 e 750 a.C., no reino cismático da Samaria. Não usa tanto o antropomorfismo (representa Deus à semelhança do homem) do código Javista. Quando houve a queda do reino da Samaria, em 722 para os Assírios, o código E foi levado para o reino de Judá, onde ouve a fusão com o código J, dando origem a um código JE.


3. O código (D) Deuteronômio (= repetição da Lei, em grego). Acredita-se que teve origem nos santuários do reino cismático da Samaria (Siquém, Betel, Dã,…) repetindo a lei que se obedecia antes da separação das tribos. Após a queda da Samaria (722) este código deve ter sido levado para o reino de Judá, e tudo indica que tenha ficado guardado no Templo até o reinado de Josias (640 – 609 a.C.), como se vê em 2Rs 22. O código D sofreu modificações e a sua redação final é do século V a.C., quando, então, na íntegra, foi anexado à Torá. No Deuteronômio se observa cinco “deuteronômios” (repetição da lei). A característica forte do Deuteronômio é o estilo forte que lembra as exortações e pregações dos sacerdotes ao povo.

4. O código Sacerdotal (P) – provavelmente os sacerdotes judeus durante o exílio da Babilônia (587 – 537a.C.) tenham redigido as tradições de Israel para animar o povo no exílio. Este código contém dados cronológicos e tabelas genealógicas, ligando o povo do exílio aos Patriarcas, para mostrar-lhes que fora o próprio Deus quem escolheu Israel para ser uma nação sacerdotal (Ex 19,5s). O código P enfatiza o Templo, a Arca, o Tabernáculo, o ritual, a Aliança. Tudo indica que no século V a.C., um sacerdote, talvez Esdras, tenha fundido os códigos JE e P, colocando como apêndice o código D, formando assim o Pentateuco ou a Torá, como a temos hoje. Se não fosse a Igreja Católica, não existiria a Bíblia como a temos hoje, com os 73 livros canônicos, isto é, inspirados pelo Espírito Santo.

Foi num longo processo de discernimento que a Igreja, desde o tempo dos Apóstolos, foi “berçando” a Bíblia, e descobrindo os livros inspirados. Se você acredita no dogma da infalibilidade de Igreja, então pode acreditar na Bíblia como a Palavra de Deus. Mas se você não acredita, então a Bíblia perde a sua inerrância, isto é, ausência de erro.

Demorou alguns séculos para que a Igreja chegasse à forma final da Bíblia. Em vários Concílios, alguns regionais outros universais, a Igreja estudou o cânon da Bíblia; isto é, o seu índice.
Garante-nos o Catecismo da Igreja e o Concílio Vaticano II que: “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (DV 8; CIC,120).

Portanto, sem a Tradição da Igreja não teríamos a Bíblia. Santo Agostinho dizia: “Eu não acreditaria no Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja Católica” (CIC,119).


Prof. Felipe de Aquino

13/03/2014

Jejum, esmola e oração

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Quaresma não é tempo de fatos ou fenômenos extraordinários
O tempo é um presente de Deus, quando visto a partir da experiência humana, pois não significa apenas uma categoria física, mas uma oportunidade para o crescimento das pessoas. Para nós cristãos, é ocasião privilegiada para a graça de Deus atuar em nossa vida, iluminando nossas escolhas e orientando nosso dia a dia.

A Quaresma, apenas iniciada, é uma forma de viver o tempo nas próximas semanas, oferecida pela Igreja aos fiéis. É ainda ocasião para uma Campanha de Opinião Pública, que chamamos "Campanha da Fraternidade", nossa contribuição para que a sociedade se torne mais fraterna, justa e igualitária. Neste ano de 2014, trataremos de um tema desafiante: o tráfico humano, uma realidade dolorosa, presente de diversas formas em todas as regiões de nosso país.

Para nós, na Amazônia, brota um grito em prol da fraternidade e da superação do mal do tráfico de pessoas, que nos toca bem de perto. Estamos, pois, num tempo da vida cristã que faz os dias em si iguais em seu amanhecer. Sol ou chuva, por do sol ou noite, chuva, vento, frio ou calor se transformam e adquirem um colorido diferente. Vem de dentro a possibilidade de aproveitar este período.

Quaresma não é tempo de fatos ou fenômenos extraordinários, como muita gente ainda tem receio. Pode até acontecer de algumas pessoas "pegarem carona" na Quaresma da Igreja para espalhar o medo ou anunciar dificuldades e catástrofes. É bom saber que os dias e as estações continuam do mesmo jeito, que as pessoas ao nosso lado podem não estar nem aí para nossos atos de piedade ou práticas quaresmais. Elas se sentirão atraídas à vida da Igreja quando virem nosso testemunho coerente de vida cristã. Aí, muitas outras pessoas desejarão fazer mortificações e jejuns, dedicarão mais tempo à oração e se converterão ao amor de caridade. Como a Quaresma depende de escolha, nosso convite chega a todos os cristãos, assim como tantos homens e mulheres de boa vontade, para que abram o coração e a mente a Jesus Cristo, Senhor e Salvador da humanidade, Caminho, Verdade e Vida. Nele está a fonte de vida e de felicidade. Seu amor misericordioso quer alcançar a todos sem exceção. Ele não se cansa de perdoar e acolher as pessoas. A Igreja quer ser a Casa da Misericórdia para todas as pessoas, especialmente para quem se sente estropiado e cansado pelas labutas da vida.

Veja também:
:: Mensagem do Papa para Quaresma
:: Exercícios quaresmais de conversão
:: Dar tempo para o tempo de Deus


Jesus convida todos os homens e mulheres a segui-Lo, tornando-se Seus discípulos. Quem aceita o chamado d'Ele inicia um processo de conversão, que quer dizer mudança de mentalidade, com a consequente mudança de rota na vida.

São Paulo descreveu, com maestria, esta vida nova: "Tendo vós todos rompido com a mentira, que cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Podeis irar-vos, contanto que não pequeis. Não se ponha o sol sobre vossa ira, e não deis nenhuma chance ao diabo. O que roubava não roube mais; pelo contrário, que se afadigue num trabalho manual honesto, de maneira que sempre tenha alguma coisa para dar aos necessitados. De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes marcados, como por um sinal para o dia da redenção. Desapareça do meio de vós todo amargor e exaltação, toda ira e gritaria, ultrajes e toda espécie de maldade. Pelo contrário, sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo. Sede, pois, imitadores de Deus como filhos queridos. Vivei no amor, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício de suave odor. A imoralidade sexual e qualquer espécie de impureza ou cobiça nem sequer sejam mencionadas entre vós como convém aos santos. Nada de palavrões ou conversas tolas, nem de piadas de mau gosto: são coisas inconvenientes; entregai-vos, antes, à ação de graças" (Ef 4,25 - 5,4).

Para chegar lá é necessário exercitar-se, e muito! Na Quaresma, os cristãos se dedicam, de forma especial, a três práticas formativas de sua vontade no seguimento de Jesus Cristo, que nos ajudam a assumir a vida nova assim descrita: relacionamento consigo, com o próximo e com Deus.

A primeira delas é chamada de mortificação, abstinência ou jejum. As três expressões servem para indicar o processo de educação da vontade. Moderar o uso do alimento, escolher práticas que orientem nossos impulsos instintivos. Muitos o fazem por motivos de saúde ou por razões estéticas, enquanto nós desejamos fazê-lo para a educação da vontade e para partilhar o fruto do jejum com as pessoas necessitadas.

A segunda tem o nome de esmola, palavra, quem sabe, desgastada, que é o exercício das obras de misericórdia, ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem em dar de comer a quem tem fome, albergar quem não tem teto, vestir os nus, visitar os doentes e os presos, sepultar os mortos. A esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus (Catecismo da Igreja Católica 2447). "Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos, faça o mesmo" (Lc 3, 11). "Dai antes de esmola do que possuis, e tudo para vós ficará limpo" (Lc 11, 41).

Enfim, intensificar a prática da oração, em todas as suas formas, é o terceiro exercício com o qual os cristãos se comprometem na Quaresma, abrindo-se para Deus e dedicando tempo e qualidade de relacionamento com o Senhor. Reze mais, reze melhor!


Conheça os tipos de jejuns recomendados:

:: Jejum da Igreja
:: Jejum a pão e água
:: Jejum à base de líquidos
:: Jejum completo




Fonte: Canção Nova







12/03/2014

Como discernir qual penitência fazer?

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A penitência quer nos fazer lembrar de uma mortificação

Primeiro, a penitência quer nos fazer lembrar de algo, de uma mortificação da nossa carne, de uma mortificação dos nossos sentidos para nos lembrarmos do centro da nossa vida, que é Deus. Então, a penitência tem que ser algo que lhe custe. Por exemplo, não dá para fazer penitência de carne se eu prefiro frango; não dá para fazer penitência de uma coisa que eu não tenha como comer todos os dias. Todos os dias você come caviar? Não tem como você fazer penitência de caviar, sendo que você não come isso todos os dias, então, tem que ser algo que verdadeiramente você vá sentir falta. Por exemplo: "Ah, eu gosto muito de café!" Opá! Se eu gosto muito dessa bebida, isso vai me fazer falta. Então a penitência tem que ser algo que recorde você o ''para que'' você a está fazendo.

Se não resistirmos até o fim da penitência, vale a pena recomeçá-la?

Quaresma é um período que se estende por mais de quarenta dias; se formos colocar na ponta do lápis, dá mais de quarenta dias. Quedas, temos que lutar com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, para não cair, mas se cairmos, devemos começar de novo e levantar, retomar, começar do zero! O que Deus vai ver é o seu desejo de cumprir aquilo e não verdadeiramente se somente você consegue ou não!

Claro, vai ser uma vitória até para você mesmo quando você chegar no fim dos quarenta dias com a graça de Deus você poder ter resistido. Vamos dizer que você faça penitência de refrigerante, por exemplo. Porque a penitência é diferente do jejum, vou deixar muito claro: a penitência é algo do qual você se abstém; o jejum é uma das refeições das quais você se abstém. Então, eu vou ficar sem tomar refrigerante – aí no domingo de Páscoa, você com aquela alegria: ''Fiquei esse tempo todo, agora vou com essa alegria celebrar''. É claro que você não vai tomar o refrigerante que você não tomou há cinquenta dias.

Mas caiu, começa de novo, retoma, peça perdão a Deus e começa do zero, assim como Deus faz em todas as nossas realidades.

No domingo também é preciso fazer penitência? O que a nossa Igreja diz sobre comer ou não comer carne nas quartas e sextas-feiras da Quaresma? É obrigatório?

Vale a pena explicar o que é jejum e o que é penitência. A Igreja, por tradição, tem os dias de guarda e por tradição as sextas-feiras são dias penitenciais, então, o dia de jejum. O que é jejum? Existe uma diferença clara entre jejum e penitência; existe o jejum da Igreja que é o mais simples. Existe um livrinho do padre Jonas, chamado: ''Práticas de jejum''. O jejum é justamente se abster de uma ou de todas as refeições, em vista de algo. Na sexta-feira como é a tradição da Igreja, é normalmente um dia de se abster de carne, quanto mais a sexta-feira da Quaresma, como a Quarta-feira de Cinzas, também é um dia que nos abstemos de carne, não comemos carne, então o jejum é nessa realidade.

Conheça os tipos de jejuns recomendados:

:: Jejum da Igreja
:: Jejum a pão e água
:: Jejum à base de líquidos
:: Jejum completo


A penitência, como já disse, é algo que você retira, que pode ser algo de alimento ou pode ser algo de atitude. Diácono, domingo é dia de jejum e de penitência, ou, não é? Domingo não é dia de jejum, mas a sua penitência você não precisa parar de fazer no domingo. Suponhamos que eu faça uma penitência quaresmal de não tomar refrigerante, imagina como seria fácil, se eu faço de segunda a sábado e no domingo eu encha a cara de refrigerante.

Como é uma penitência você pode levá-la até o fim da Quaresma. Agora jejum nós fazemos em que dia? A Igreja nos pede que o pratiquemos todas às sextas-feiras da Quaresma e, na Quaresma de uma forma geral, você o vai adaptando conforme a sua realidade e a sua saúde, como é que isso pode ser feito. Agora, domingo não é dia de fazer jejum, eu não posso domingo, por exemplo: "Ah! eu não vou almoçar porque meu coração está penitenciado". Lembremos: Nós fazemos memória, nós celebramos o tempo que Jesus passou no deserto, nós vamos celebrar a paixão, morte e ressurreição d'Ele, mas sem nos esquecermos de que Jesus Cristo está vivo. Então, domingo é dia de celebrar a ressurreição de Jesus, seja na Quaresma ou em qualquer realidade, por isso, domingo não é dia de jejum. Mas, não ''seja sem vergonha'', você não precisa ficar suspendendo a sua penitência nos domingos não! Você pode vivê-las, tanto no tempo da Quaresma como em qualquer tempo litúrgico.

Veja também:
:: Exercícios quaresmais de conversão
:: Dar tempo para o tempo de Deus!

Fonte: Canção Nova

11/03/2014

Dúvidas sobre a Quaresma

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Quaresma, tempo de recolhimento e de revisão de vida
  
O cancaonova.com reuniu para você algumas dicas de como viver bem os 40 dias de Quaresma e como escolher uma penitência para esse tempo. Por essa razão, nós fizemos uma enquete no Facebook para que os internautas deixassem suas dúvidas a respeito desse assunto. E convidamos o diácono Renan Félix, missionário da Comunidade Canção Nova, para respondê-las.

O que é a Quaresma? E qual é a melhor atitude que o cristão pode ter, durante esse tempo, para que, realmente, este período tenha sentido em sua vida?

A Quaresma é esse tempo litúrgico que antecipa todo o período da Semana Santa, da Morte e da Ressurreição de Nosso Senhor, do mistério Pascal. Então, é um grande tempo que a Igreja nos dá para que possamos preparar o nosso coração, viver verdadeiramente o tempo da Páscoa.

A Quaresma é um tempo de recolhimento para que possamos rever a nossa vida, rever até que ponto a nossa vida de cristão corresponde àquilo que Nosso Senhor nos pede. Ela serve para analisarmos se estamos verdadeiramente amando Deus sobre todas as coisas ou se outras coisas estão dominando o nosso coração. É um tempo de balanço geral em nossa vida, de pararmos, silenciarmos e refletirmos. É bonito como a Liturgia vai nos levando até isso por meio das leituras, das Missas de cada dia. A Liturgia nos conduz a fazermos essa experiência de rever a vida, de fazer dela uma vida diferente e poder entrar no tempo Pascal desejoso de uma vida nova.

Não comer carne nem chocolate, não tomar refrigerante e não abusar das mensagens no celular. Mas do que vale tudo isso?

Vale para colocar Deus como o centro da nossa vida. Achei legal falar das mensagens no celular! Quanto tempo temos demorado nas redes sociais e quanto tempo temos nos dedicado a Deus? Coloque isso na ponta do lápis e você verá quem tem ganhado mais espaço na sua vida. Então, se o tempo do Facebook e do Watsapp têm sido maior do que o tempo que você reza, que se dirige a Deus, você vai entender quem está dominando a sua vida.

Todas as vezes que botamos freio em alguma realidade, principalmente no tempo da Quaresma, é para colocarmos Deus em um centro. Então, o que nós gostamos de comer não nos domina, o que assistimos não nos domina, o que ouvimos não nos domina, porque o nosso amor está todo para Deus.

Diz a Palavra de Deus que onde está o seu tesouro, ali está o seu coração. Infelizmente, muitas vezes, os nossos tesouros estão enterrados em solos que não são os do coração de Deus. Então, a Quaresma é esse tempo. Por isso vale largar o chocolate, o refrigerante, as mensagens, para poder fazer a experiência de colocar o Senhor como o centro na nossa vida. Vale a pena! Por este motivo, temos de recolocar Deus onde Ele deveria estar na nossa vida.

Na mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014, ele fala sobre a miséria material, moral e espiritual. Ele finaliza dizendo: "Não nos esqueçamos de que a verdadeira pobreza doí. Não seria válido um despojamento sem essa dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem doí.

Nesta Quaresma, como podemos ajudar as pessoas que vivem a miséria material, moral e espiritual? Como seria a caridade nestes três âmbitos?


A miséria moral é exercer a caridade com uma pessoa que está trilhando um caminho errado, é chamá-la a exercer um pouco da verdade, aconselhá-la e mostrar a ela que existe outra realidade. Por exemplo, se você conhece um amigo da faculdade que está trilhando um caminho de bebida, de alcoolismo, chame-o, gaste do seu tempo com ele para poder instruí-lo e, talvez, tentar tirá-lo dessa realidade de miséria moral.

A miséria espiritual vai para o mesmo caminho. São pessoas que, às vezes, precisam de uma palavra, de um consolo ou aconselhamento. são pessoas que precisam ser ouvidas, precisam de alguém que se sente e as escute. É uma miséria espiritual, ou seja, ela tem a necessidade de alguém que reze com ela, que a assuma em oração. Nós podemos sanar a miséria espiritual dos nossos irmãos dando-lhes a nossa vida em oração, sentando com eles, rezando por eles.

A miséria moral e a espiritual estão muito relacionadas ao nosso tempo, à nossa vida. Mas existe a miséria material, sobre a qual o Papa está insistindo. Como a Igreja pensa as práticas da Quaresma: oração, jejum, penitência, caridade e esmola? A oração nos leva para Deus quando nos lançamos para Ele. Quando revemos, na nossa vida, tudo o que está em excesso, aí entra a necessidade de jejum e penitência. Mas se isso parar apenas na nossa vida, e não transbordar na vida do irmão, não tem valor. É aí que entra a caridade e a esmola.

A sintonia é perfeita, porque nós nos lançamos em Deus, avaliamos nossa vida e refazemos o nosso relacionamento com Deus. Refazemos as coisas, refazemos nosso relacionamento com os irmãos, com a caridade que ela pode se dar nesse sentido; de se dar tempo, mas também no sentido concreto material.

Veja também:
:: Exercícios quaresmais de conversão
:: Dar tempo para o tempo de Deus!

Então, vamos para o exemplo: eu faço uma penitência de não tomar refrigerante, vou pegar essa que é uma bem simples, durante toda a Quaresma, aí você calcula, quanto eu gasto por dia com refrigerante. Ah, eu gasto dez reais de refrigerante por semana, eu transformo aqueles dez reais em esmola para uma família que precisa.

Este é o sentido da esmola, aquilo que a gente jejua e que gastaria algo, entregamos aos pobres. De ir ao encontro, de fazer um rateio, de chamar outras pessoas. Os seus dez reais, mais os dez reais de outro; porque não faz uma cesta básica para uma família que está passando fome? Então, temos um costume muito egoísta: Ah tá bom, vou ficar sem tomar refrigerante, vai me sobrar dinheiro. Não esse dinheiro não é seu e, sim do outro! É por isso, que a Igreja sempre nos propôs essas três realidades juntas. Porque elas nos lançam nos outros, elas nos lançam na realidade dos outro. Agora, uma realidade que fica fechada no meu relacionamento com Deus e, na minha vida de uma conversão interior e não transborda em amor por outro.

O Papa Francisco fala muito da cultura do encontro, de ir ao encontro do outro. Ela vai ser uma Quaresma estéril, sem fecundidade, porque ela vai ser igual a um tripé com o pé quebrado, ela não vai ficar de pé. Agora, se eu revejo o meu relacionamento com Deus com oração, revejo o meu relacionamento com as criaturas, com as coisas, com o jejum e com a penitência e revejo o meu relacionamento com meu irmão com a caridade, aí eu me coloco em uma Quaresma concreta. Pode ser alguém que você precise dar perdão, que você precise perdoar, que você precise ir ao encontro. Alguém que você vacilou com ela e, você precisa pedir perdão por este ato que fez. Isso tudo é maneira concreta de viver a caridade e de ir de encontro com essa miséria moral, espiritual ou real que, muitas vezes, as pessoas se encontram.

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Fonte: Canção Nova

10/03/2014

A caridade é o princípio e o fim de todas as coisas!



Precisamos abrir o coração para vivermos uma caridade verdadeiramente evangélica, profunda, séria e comprometida com os mais necessitados.  ”Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar” (Mt 25, 42).

O Evangelho de hoje aponta para nós o julgamento final da humanidade, o dia em que todos nós compareceremos diante do tribunal de Deus. Seremos julgados por nossas obras, por aquilo que fizemos ou deixamos de fazer em nossa vida aqui na Terra. E alguém pode perguntar: qual é a base, qual é o critério e o julgamento final?

O julgamento de todos nós, no fim das contas, será baseado em um critério fundamental, que se chama ”caridade”. A caridade é o princípio e o fim de todas as coisas! Sabem, meus irmãos, nós não seremos julgados pela quantidade de terços e de novenas que rezamos nem pela quantidade de Santas Missas de que nós participamos. Afinal de contas, esses são meios de nos santificarmos, de crescermos na fé e de permanecermos firmes no Senhor. E quanto nós precisamos disso, pois esses meios devem abrir o nosso coração para vivermos uma caridade verdadeiramente evangélica, profunda, séria e comprometida com os mais necessitados.

Se nós temos uma fé que move montanhas e nós não fazemos nada pelos que mais sofrem, ela de nada adiantará. Essa fé, por mais poderosa que seja, não irá nos salvar! A fé que nos salva é profundamente caridosa e nos move a cuidarmos uns dos outros. E nesse ponto, nós não podemos fugir da nossa responsabilidade. O Evangelho, para nós, é muito preciso: a responsabilidade dos cristãos deste mundo é cuidar de quem passa fome, de quem não tem o que comer, de quem está nas prisões, de quem está nos hospitais, de quem está desamparado, de quem vive como um excluído da sociedade. Eles serão os nossos juízes no final das contas.

É o pobre que bate no vidro do nosso carro, o pobre que nos para nas ruas e avenidas da vida, aqueles a quem nós, muitas vezes, desprezamos e viramos o rosto serão eles os nossos juízes no dia no julgamento final. E tudo o que fizermos a eles, aos menores e aos sofredores, podemos ter certeza de que será ao Senhor que estaremos fazendo.

Muitas vezes, cuidamos tão bem das coisas de Deus, da Bíblia, sacrário; temos um grande zelo para com as coisas de Deus, o que é maravilhoso. No entanto, quem é zeloso com as coisas de Deus precisa ser também zeloso para com a presença de Deus no pobre e no excluído. O que fizermos ao menor dos nossos irmãos será o critério para a nossa salvação final!


Que Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

08/03/2014

Uma vida com sentido

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A todo momento há valores a serem vividos

Uma vida com sentido, diferente do que muitas pessoas pensam, não é uma vida cheia de prazeres, mas vivida com significado. Quando realizamos valores, colocamos sentido em nossas vidas.
Viktor Frankl, o precursor da Logoterapia, avalia três categorias de sentido: de criação, de vivência e de atitude. Ao inventarmos, criarmos ou realizarmos algo, como um projeto profissional, um livro, um estudo, entre outros, estamos concretizando um valor criador.

O trabalho que realizamos – quando o fazemos em prol do bem –, ajudando os outros e a humanidade, enche nossa existência de sentido. Isso traz a certeza de termos contribuído com aquilo que temos de melhor para o bem de outros; dessa forma, nós nos sentimos realizados e felizes.

Quando amamos e dedicamos nossa vida às pessoas – para as quais este amor é destinado – ou quando nos dedicamos a uma causa como a evangelização, a luta pela vida ou mesmo a preservação da natureza, realizamos os valores vivenciais.

Também podemos realizar os valores de atitude, um dos mais nobres, pois quando não podemos mudar algo ao nosso redor ou nas pessoas que nos cercam, podemos mudar nossa atitude frente à situação. Podemos responder de forma positiva, subjugando-nos ou enfrentando com a cabeça erguida e um sorriso no rosto. Isso é fazer com que o momento difícil se torne fonte de crescimento pessoal e espiritual.

A todo o momento, há valores a serem vividos, grandes e pequenos; em sua maioria, pequenos, mas que tornam nossa vida repleta de significado e cheia de sentido. Mas se você sente que ainda não encontrou o sentido de sua vida, comece a observar ao seu redor e a ver o quanto o mundo e as pessoas precisam de você; o quanto só você pode fazer por elas. E se não há nada a fazer, sua atitude pode ser diferente e especial.

Realizamos valores quando nos voltamos para fora, quando ajudamos os outros, e isso podemos fazer mesmo que imobilizados: rezando e intercedendo pelas pessoas e pelas causas que lutam pela vida e sua dignidade.

Por mais simples que seja a nossa vida, há uma missão a ser cumprida; ao realizá-la, encontraremos o sentido da nossa vida. E essa missão só nós podemos realizar.

07/03/2014

Deus não brinca conosco, Ele cumpre as Suas promessas


Diácono Renan Félix
Foto: Wesley Almeida/ Cancaonova.com
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hebreus 11,1).

Vivemos muito da fé e da confiança, exemplo disso se dá quando pegamos o ônibus e acreditamos, ao ver a pessoa sentada no banco de motorista, que ele seja o motorista. A Palavra traz a fé em Cristo Jesus, e só quem fez a experiência com Cristo pode confiar n'Ele. A fé é se lançar em Cristo, com tudo o que fazemos e somos, como uma criança que, mesmo no alto, se lança no colo do pai, porque confia nele.

O mundo nos ensina a ter segurança nas coisas materiais, por isso, quando se tem um carro, a termos seguro contra roubo, e a termos um seguro de vida para quando morrermos e deixarmos nossos flhos amparados. No entanto, a fé no Senhor nos ensina a ir além.

Sem esperança na vida eterna vamos viver frustrados, pois são tantas situações que vivemos neste mundo, que precisamos acreditar no que vem além, acreditar naquilo que ainda não aconteceu.

É fácil ter fé quando o milagre acontece, mas fé de verdade é você continua acreditando mesmo quando as coisas não acontecem ou demoram a acontecer.

Deus não brinca de ser Pai, Ele não brinca de nos amar! A fé anima o nosso coração, mesmo nos momentos de sofrimento acreditamos no milagre.

Nesses dias, fui visitar o pai do padre Roger Luís porque ele está acamado com câncer. Ele me acolheu com um sorriso e eu disse a ele: "Pai, Deus está fazendo!", e ele me disse: "Não, filho, Deus já fez!" Que lição desse homem que, apesar de estar com tanto sofrimento, acredita na ação de Deus! Infelizmente se eu perguntasse a algumas pessoas o que é uma vida perfeita, muitas diriam que é uma casa na praia, estar com os pés para o alto, na rede, vivendo de renda, que os filhos façam uma boa faculdade e se casem. Mas vida perfeita não é aqui na terra, a vida perfeita é o céu.

Se até hoje muitos homens brincaram de cuidar de você, Deus não brinca, Ele realmnete cuida de você! E a única coisa que Deus nos pede é que confiemos n'Ele.

A fé é a certeza daquilo que ainda se espera. Eu aprendi com o monsenhor Jonas a todos os dias esperar a vinda do Senhor. Há pouco tempo, tivemos uma visita de Deus na Canção Nova por intermédio de um jovem que ainda não era da comunidade, mas estava se preparando para entrar nessa obra de Deus. Ele tinha 19 ou 20 anos, estava bem de saúde, fez o estudo bíblico e foi dormir e, assim, ele morreu.

Nosso coração precisa arder de desejo pelo céu! Precisamos estar prontos para o céu a qualquer momento.

No YouCat (Catecismo da Igreja Católica juvenil) diz o que "o céu é um interminável momento de amor. Nada mais nos separa de Deus, porque o nosso espírito ama o que toda a vida procurou. Juntamente com os anjos e os santos, alegramo-nos ao lado de Deus e com Deus. Quem observa um casal de namorados olhando-se carinhosamente, quem vê um bebé procurando tranquilamente os olhos da mãe, como se quisesse gravar para sempre o seu sorriso, fica com uma ideia, ainda que longínqua, do que é o céu. Poder ver Deus face a face é como um instante de amor, único e infindável" [n. 1023-1026,1053].


“Deus não brinca com você”
Foto: Wesley Almeida/ cancaonova.com

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E como está escrito na Palavra de Deus, coisas que os olhos não viram, e os ouvidos não ouviram e nem chegaram ao coração do homem são as maravilhas que Deus preparou para os que O amam (cf. 1 Coríntios 2,9).

Precisamos desejar o céu! Olhem o que o livro do Apocalipse diz: “Vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Apocalipse 21,1-5).

Gente, eu quero ir para o céu, porque lá não existem lágrimas, não existe mais dor. E quando eu estiver pronto para o céu, quero morrer, porque quero chegar ao céu, porque o nosso coração deseja estar na presença de Deus. Deus tem algo muito maior para você, pois Ele não brinca com você!

A fé exige de nós uma nova postura. A santidade é feita de pequenas coisas, e para entrarmos no céu, precisamos ser santos. E o santo não é perfeito, é aquele que é pecador, mas que não desiste do ceu. Você tem que mostrar ao mundo a sua fé, mas aplicada na sua vida. Seja coerente. Deus quer de nós uma fé concreta, uma fé que se manisfeste em uma vida nova. Queira mudar de vida.

Existem muitas pessoas na China que, para ir à Santa Missa, colocam a vida em risco. E em vários lugares do mundo os cristãos são perseguidos e mortos, enquanto muitos de nós estamos sendo Evangelhos vivos "meia-boca"!

O mundo está como está, porque nós não somos verdadeiros cristãos, por isso precisamos crescer na fé. Assim como um bebê na barriga da mãe, que cresce a ponto de ter que nascer, e se encaixa no ventre materno para nascer, nós somos assim também: crescemos tanto que o mundo não "cabe" mais em nós, porque o nosso coração se dilata em Deus, porque nascemos para Deus e para as coisas do Alto, para as coisas que não vemos.

Precisamos ser cristãos de verdade. Eu tenho uma "santa inveja" das pessoas que são apaixonadas pelas escolas de samba, pois sou do Rio de Janeiro e via centenas de pessoas dando a vida por essas escolas, dia e noite fazendo as fantasias para a escola desfilar, e mais: sem ganhar nada em troca. E nós? Estamos nos doando pelo Reino de Deus?

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Diácono Renan Félix
Comunidade Canção Nova

Fonte: Canção Nova