31/10/2013

Exame de consciência

  
Muitas confissões não são frutuosas por uma série de motivos. Entre os princípios está a forma superficial como algumas pessoas confessam. Toda confissão exige uma preparação feita com oração e um bom exame de consciência: “… prepara-te… para sair ao encontro de ter Deus” (Am 4,12).

Preparação com a Oração

1. O Local: escolha um lugar tranqüilo para passar um tempo a sós com o Senhor. Se possível, diante do sacrário.

2. A Oração: tenha presente que a finalidade é preparar-se para uma confissão frutuosa. Se estiver diante do sacrário, fique olhando para Ele sem se preocupar com as palavras. Sinta a presença de vida a brotar desse lugar santo.

Caso esteja em qualquer outro lugar, não tenha pressa em fazer a oração. Feche seus olhos, enxergue Jesus sorrindo para você e iluminando-o com sua luz.

A seguir, abra seu coração em agradecimento ao Senhor pela oportunidade de poder renovar Seu perdão em sua vida. Você pode agradecer lembrando fatos do passado em que sentiu a cura de Deus, assim como as bênçãos recebidas desde a sua última confissão.

O passo seguinte é pedir para fazer um bom exame de consciência

3. Procurar um sacerdote para fazer uma boa confissão. Ao terminar a confissão, não tenha pressa em retornar as atividades. Permaneça alguns instantes agradecendo pelo perdão recebido, e se houver algo a ser reparado por palavras e atitudes, faça-o sem demora.

No caso de problemas de relacionamento, ore para que o Senhor tire os efeitos das feridas emocionais, sem ficar buscando culpados. Também interceda pelas pessoas que o magoaram ou que você magoou. Peça o auxílio da graça para que o perdão da confissão vá curando as faltas e defeitos confessados.

Sugestão de um breve exame de consciência

1. Mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.

Tenho dado tempo em meu dia para Deus, buscando-o pela oração, lendo sua Palavra, oferecendo-lhe meus trabalhos e evitando todo mal?

2. Mandamento: “Não tomar seu santo nome em vão”.
Sou dado a usar o nome de Deus de qualquer modo? Tenho blasfemado ou feito juramentos falsos? Fiz promessas e não cumpri?

3. Mandamento: “Guardar domingos e festas”.

Tenho honrado o dia do Senhor e os dias santificados participando da santa missa, ou tenho trocado por outros compromissos?

4. Mandamento: “Honrar pai e mãe”.
Tenho amado os meus pais, independentemente de seus aparentes defeitos? Sendo necessário, tenho colaborado com suas necessidades materiais e espirituais?

5. Mandamento: “Não matar”.
Tenho prejudicado a vida, a integridade física, fama ou honra do próximo… Tenho aconselhado ou praticado o aborto? Tenho guardado rancor?

6. Mandamento: “Não pecar contra a castidade”.
Tenho consentido em meus pensamentos ou desejos? Respeitei meu corpo ou o corpo de outras pessoas como templo do Espírito Santo?

7. Mandamento: “Não furtar.”
Tenho roubado, prejudicado no trabalho ou negócios ou desejado injustamente os bens do próximo?

8. Mandamento: “Não levantar falso testemunho”.

Tenho sido leal e verdadeiro? Ou prejudicado os outros com palavras falsas, calúnias, fofocas, juízos temerários, violação de segredo?

9. Mandamento: “Não desejar a mulher do próximo.”

Tenho sido fiel a meu esposo ou esposa em meus desejos e relações com os outros?

10. Mandamento: “Não cobiçar as coisas alheias”.

Tenho sido dominado pela ambição desregrada, a ponto de usar meios desonestos para alcançar alguma vantagem financeira? Tenho sentido inveja do progresso do meu próximo?

30/10/2013

Halloween: a volta ao paganismo!





O halloween tem uma origem pagã. Esta celebração se atribui a um povo que habitava nas Inglaterra: os celtas. Esta festa tinha como objetivo principal celebrar os mortos. Acreditavam que na noite do dia 31 de outubro, o deus da morte permitia aos mortos voltar a terra para criar um ambiente de terror. A invasão dos romanos (46 A.C) às ilhas britânicas deu como resultado a mistura dos costumes da cultura celta com os usos e costumes da Europa. Esta influência foi diminuindo com a pregação do evangelho, e desapareceu totalmente no final do II século do cristianismo.


Esta comemoração voltou aos poucos como uma festa para as crianças usarem fantasias de bruxas ou outros personagens maus. Para ganhar simpatia juntou-se o costume de distribuir doces. Pôr trás de algo aparentemente inofensivo existe toda uma trama para voltar a crenças pagãs.

Muitos grupos satanistas e ocultistas usam o dia 31 de outubro como a sua data mais importante. Chamam a este dia de ” Festival da morte”, e é reconhecido pôr todos os satanistas, ocultistas e adoradores do diabo como véspera do ano novo da bruxaria.


Anton LaVey, autor da ” Bíblia satânica ” e sumo sacerdote da igreja de satanás, diz que o dia mais importante para os seguidores o maligno é o halloween. LaVey diz que nesta noite os poderes satânicos ocultos e de bruxaria estão no seu nível de potência mais alto, e qualquer bruxo ou ocultista encontrará mais êxito no dia 31de outubro, porque satanás e seus poderes estão em seu ponto mais alto nesta noite. Estes seguidores do príncipe da mentira asseguram que durante a noite do halloween, os anjos decaídos, assim como toda a classe de espíritos malignos percorrem o mundo inteiro.


Também é um fato registrado e documentado que na noite do dia 31 de outubro na Irlanda, Estados Unidos e outros países se realizam missas negras, cultos espíritas e outras reuniões relacionadas com o mal e o ocultismo.


Estas poucas informações servem para mostrar o lado negativo do halloween. A mensagem de amor, paz, caridade e esperança de Jesus Cristo é completamente contrária às imagens sangrentas, que retratam bruxas, mortos saindo de túmulos, vampiros e outros monstros. Halloween é na verdade uma celebração da maldade.


“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas.” (2Tm 4,3-4)

29/10/2013

O Diabo hoje

Em síntese: Georges Huber, jornalista católico francês, disserta sobre o demônio e sua ação no mundo. Ao mesmo tempo em que afirma a realidade dos anjos maus, enfatiza estarem eles subordinados aos sábios desígnios da Providência Divina; o demônio pode ladrar, mas só morde a quem se lhe chega perto. O autor segue fielmente a doutrina da Igreja numa época em que se contesta o artigo de fé relativo aos anjos bons e maus.


Georges Huber é jornalista católico francês que se tem dedicado a escrever sobre os anjos. Após publicar duas obras sobre os anjos bons e seu ministério junto aos homens, oferece aos leitores um livro sobre o demônio e sua atualidade, seguindo fielmente as linhas da Tradição e do magistério da Igreja’. A obra é apresentada pelo Cardeal Christopher Schoenborn, Arcebispo de Viena e um dos teólogos redatores do Catecismo da Igreja Católica. Este mestre bem sintetiza o conteúdo da obra em foco nos seguintes termos:


“O autor mostrou na sua obra sobre os anjos como estas esplêndidas criaturas espirituais estão totalmente às ordens da Divina Providência e como todo o seu ser consiste na adoração e no serviço de Deus. Esta mesma verdade encontra-se neste livro sobre Satanás. Porque os anjos caídos continuam a ser anjos; continuam a ser espíritos ao serviço de Deus, embora a contragosto.


A presente obra não suscita em nós medo aos demônios; antes revela a fé no irresistível poder de Deus, que ordena cada coisa para os seus fins. É o que a fé nos ensina e a experiência cristã nos confirma, Os demônios empreendem uma luta impiedosa contra o homem e se esforçam por obstruir os planos de Deus: percorrem o mundo incessantemente a fim de levar as almas à perdição. No entanto, a sua ação está completamente subordinada aos planos de Deus.


A partir desta verdade fundamental, Georges Huber demonstra-nos que, se Deus permite que os demônios atuem, não é certamente para fazer mal aos homens, mas para ajudá-lo a realizar os seus magníficos planos de salvação”.


Após esta sucinta apresentação da obra, sejam destacados alguns dos tópicos mais significativos da mesma.


1. A CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO


Como se pôde chegar a esta situação?

É a pergunta que fazia o Papa Paulo VI, alguns anos depois de se ter encerrado o Concílio Vaticano II, à vista dos acontecimentos que sacudiam a Igreja. ‘Pensava-se que, depois do Concílio, o sol brilharia sobre a história da Igreja. Mas, em vez do sol, apareceram as nuvens, a tempestade, as trevas, a incerteza’.


Sim, como se pôde chegar a semelhante situação?


A resposta de Paulo VI é clara e nítida: ‘Interveio uma potência hostil. Seu nome é o demônio, esse ser misterioso de quem nos fala São Pedro na sua primeira Epístola. Quantas vezes não se refere Cristo, no Evangelho, a este inimigo dos homens? E o Papa precisa: ‘Nós cremos que um ser preternatural veio ao mundo precisamente para perturbar a paz, para afogar os frutos do Concílio ecumênico e para impedir a Igreja de cantar a sua alegria por ter retomado plena consciência de si própria’. Para dizê-lo brevemente, o Papa tinha a sensação de que ‘o fumo de Satanás entrou por alguma fenda no templo de Deus’.

Assim se exprimia Paulo VI sobre a crise da Igreja em 29 de junho de 1972, nono aniversário do seu pontificado. Alguns jornais mostraram-se surpreendidos com essa declaração do Papa sobre a presença de Satanás na Igreja. Outros escandalizaram-se. Não estaria Paulo Vi exumando crenças medievais que se julgavam esquecidas para sempre?


1.1. Uma das grandes necessidades da Igreja contemporânea


Sem recuar perante essas críticas, o Papa voltou a tratar do tema cinco meses mais tarde. E, longe de contentar-se com reafirmar a verdade sobre esse ponto, consagrou uma alocução inteira à presença ativa de Satanás na Igreja.


Logo de início, sublinhou a dimensão universal do tema: ‘Quais são hoje – perguntava – as necessidades mais importantes da Igreja? ‘A resposta foi clara: ‘Uma das maiores necessidades da Igreja é a de de fender-se desse mal que designamos por demônio’. A seguir, recordou a doutrina da Igreja sobre a presença, no mundo, de ‘um ser vivente, espiritual, pervertido e perversor, realidade terrível, misteriosa e temível’.


Depois, referindo-se a algumas publicações recentes (numa das quais um professor de exegese convidava os cristãos a ‘liquidar o diabo’), afirmou: ‘Separam-se do ensinamento da Bíblia e da Igreja aqueles que se negam a reconhecer a existência do diabo ou aqueles que o consideram um princípio autônomo que não tem, como todas as criaturas, a sua origem em Deus; e também aqueles que o explicam como uma pseudo-realidade, uma invenção do espírito para personificar as causas desconhecidas dos nossos males’.

‘Nós sabemos – prosseguiu o Papa – que este ser obscuro e perturbador existe verdadeiramente e atua sem descanso com uma astúcia traidora. É o inimigo oculto que semeia o erro e a desgraça na história da humanidade. É o sedutor pérfido e obstinado que sabe insinuarse em nós através dos sentidos, da imaginação, da concupiscência, da lógica utópica, das relações sociais desordenadas, para introduzir nos nossos atos desvios muito nocivos que, no entanto, parecem corresponder às nossas estruturas físicas ou psíquicas ou às nossas aspirações profundas’.

Satanás sabe insinuar-se… para introduzir.. Estas expressões não nos lembram a advertência de São Pedro sobre o leão que ruge e ronda, buscando a quem devorar (cfr. lPe 5, 8)? Para se apresentar, o diabo não fica à espera de que o convidem; antes, impõe a sua presença com uma habilidade quase infinita.


O Papa evocou também o papel de Satanás na vida de Cristo. Ao longo do seu ministério, Jesus qualificou três vezes o diabo como príncipe deste mundo (Jo 12, 31; 14, 30; 16, 11), tão grande é o seu poder sobre os homens.


Paulo VI empenhou-se em apontar os indícios reveladores da presença ativa do demônio no mundo.

1.2. Lacunas na Teologia e na Catequese


Na sua exposição, o Santo Padre tirou uma conclusão prática que, para além dos milhares dos fiéis presentes na vasta sala de audiências, se dirigia aos católicos do mundo inteiro: ‘A propósito do demônio e da sua influência sobre os indivíduos, sobre as comunidades, sobre sociedades inteiras, faz-se necessário retomar um capítulo muito importante da doutrina católica ao qual hoje se presta pouca atenção’.


Por outras palavras, a Cabeça da Igreja afirma que a demonologia é um capítulo ‘muito importante’ da teologia católica e que hoje em dia é excessivamente esquecido. Existe uma lacuna no ensino da Teologia, na catequese e na pregação. E essa lacuna pede que seja preenchida. Estamos perante ‘uma das maiores necessidades’ da Igreja no momento presente.


Quem o teria previsto? A catequese de Paulo VI sobre a existência e influência do demônio originou um inesperado sentimento de revolta na imprensa. Mais uma vez, acusou-se a Cabeça da Igreja ele retomar a crenças já ultrapassadas pela ciência. 0 diabo estava morto e enterrado! Raramente os jornais se haviam levantado com uma veemência tão ácida contra o Soberano Pontífice.


1.3. O Inimigo Desmascarado


Faz-se necessário retomar o capítulo da demonologia: este lema de Paulo VI teve uma espécie de precedente na história do papado contemporâneo.


Era um dia de dezembro de 1884 ou de janeiro de 1885, no Vaticano, na capela privada de Leão XIII. Depois de ter celebrado a missa, o Papa, como de costume, assistiu a uma segunda missa. Lá pelo fim, viram-no levantar a cabeça de repente e olhar fixamente para o altar, acima do tabernáculo. 0 seu rosto empalideceu e as suas feições tornaram-se tensas. Finda a missa, levantou-se e, ainda sob os efeitos de uma intensa emoção, dirigiu-se para o seu quarto de trabalho. Um dos prelados que o rodeavam perguntou-lhe:


- Santo Padre, sente-se cansado? Precisa de alguma coisa?


- Não – respondeu Leão XIII – não preciso de nada…


O Papa encerrou-se no seu escritório. Meia-hora mais tarde, mandou chamar o Secretário da Congregação dos Ritos. Estendeu-lhe um papel com um texto manuscrito e pediu-lhe que mandasse imprimir e o enviasse aos bispos de todo o mundo.


Qual era o conteúdo desse papel? Uma oração ao Arcanjo São Miguel, composta pelo próprio Papa. Uma oração que os sacerdotes recitariam depois de cada missa rezada, ao pé do altar, após a Salve Rainha já prescrita por Pio IX:

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso amparo contra a maldade e as ciladas do demônio. Instante e humildemente vos pedimos que Deus impere sobre ele. E vós, Príncipe da milícia celeste, com esse poder divino, precipitai no inferno Satanás e os outros espírito malignos que vagueiam pelo mundo para a perdição das almas.”


Leão XIII confidenciou mais tarde a um dos seus secretários, mons. Rinaldo Angeli, que durante a missa tinha visto uma nuvem de demônios que se lançavam contra a Cidade Eterna para atacá-la. Daí a sua decisão de mobilizar São Miguel Arcanjo e as milícias celestes para que defendessem a Igreja contra Satanás e os seus exércitos, e, de modo particular, para que se resolvesse o que então se chamava ‘a questão romana’ (pp. 8-13).


2. COMO UM CÃO PRESO POR UMA CORRENTE


2.1. Nunca sem Luz verde

É significativo que Deus estabeleça cuidadosamente os limites dos poderes que concede a Satanás. Não lhe dá uma ‘luz verde’ incondicional. Assim como o Criador põe limites ao fluxo do mar enfurecido – Não irás mais longe [...], aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas (Jó 38, 11) -, do mesmo modo impõe limites ao ódio e à inveja de Satanás.


O Evangelho de São Mateus revela-nos que os demônios têm necessidade de luz verde’mesmo para uma operação sem maiores consequências, ainda que insólita, como entrar num rebanho de porcos que pastam na terra dos gerasenos. Havia a uma certa distância um grande rebanho de porcos que pastava. E os demônios suplicaram a Jesus: ‘Se nos expulsas, envia-nos a esse rebanho de porcos’. Ide, disse-lhes Jesus. Saíram então e foram para os porcos, e eis que, do alto da escarpa, todo o rebanho se precipitou no mar, onde se afogou (Mt 8, 30-32).


O relato da Paixão apresenta-nos um exemplo dramático dos limites impostos por Deus ao poder do diabo sobre os Apóstolos. Satanás tinha pedido a Deus que o deixasse pôr à prova os Apóstolos, sacudindo-os como o agricultor sacode o trigo. 0 Senhor só aceita esse pedido em parte. Com explica Garrigou-Lagrange, ‘o Senhor permitiu a Satanás que joeirasse os Apóstolos como se joeira o trigo, mas pôs um limite. Quem Satanás desejava sobretudo fazer cair era Pedro, o chefe dos Apóstolos. Jesus conhecia o perigo que ameaçava Pedro. Não quis preservá-lo completamente, mas com a sua oração protegeu-lhe a fé: a do Apóstolo, portanto, não desfalecerá, e, quando se recuperar da sua conduta errônea, caber-lhe-á confirmar os seus irmãos’. Garrigou-Lagrange cita a profunda observação de um exegeta protestante: ‘Preservando Pedro, cuja ruína teria arrastado os demais Apóstolos, Jesus preservou-os a todos’. É assim que Deus, Senhor da História, sabe utilizar a malícia de Satanás para a construção da Igreja.

São Tomás de Aquino insiste muito neste ponto: o diabo não pode tentar os homens tanto quanto deseja; só pode atormentá-los na medida em que Deus o permite. Nem mais, nem menos!


O relato da Paixão apresenta outro exemplo da submissão do demônio às disposições da Providência. Depois de ter dito que, na última Ceia, Satanás tinha entrado em Judas, São João cita estas palavras de Jesus ao traidor: 0 que tens a fazer, faze-o depressa! (Jo 13, 27). Podese expressar mais explicitamente o controle de Deus sobre as maquinações de Satanás presente em Judas? É verdade, como explicam os exegetas, que as palavras de Jesus não equivaleram a uma ordem. Também não eram um estímulo à traição. Expressavam simplesmente, numa linguagem rigorosa, uma autorização) (pp. 80s).


2.2. Pode ladrar, mas não morder


São Paulo assegura-nos: “Deus não permitirá que sejais tentados além do vosso poder de resistência, mas, junto com a tentação, dar-vos-á os meios para suportá-la e a força para vencê-la” (1 Cor 10, 13).


Existem dois movimentos na raiz das tentações do diabo: o amor de Deus pelos homens e a odienta inveja de Satanás. Deus permite a tentação por amor, para dar à criatura humana a oportunidade de elevar-se até Ele por atos de virtude; o demônio desencadeia a tentação por ódio, para fazer cair o homem. Deus oferece ao homem uma ocasião de subir e Satanás utiliza essa mesma ocasião para fazê-lo cair. Assim, por uma misteriosa ordem de Deus, sem o saber, sem o querer, contra a sua vontade e contra as inclinações de todo o seu ser, Satanás contribui indireta, mas realmente, para a expansão do reino de Deus sobre a terra. Não é esta, aliás, a razão da sua presença entre os homens até o Juízo final, antes de ser precipitado nas profundezas do inferno?…


A um sacerdote da Missão, a quem Satanás tinha razões para odiar, São Vicente de Paulo escrevia: ‘O diabo pode ladrar, mas não pode morder; pode atemorizar-vos, mas não vos pode fazer mal. Isto eu vo-lo garanto diante de Deus, na presença de quem vos falo’.

Também Santa Teresa de Lisieux se servia dessa imagem para mostrar os limites do poder de Satanás: comparava o demônio a um grande cão malvado que nada pode contra uma criancinha subida aos ombros de seu pai.


A este respeito, pode ser útil recordar mais uma vez as seguintes verdades:


A primeira é que o poder do demônio, embora grande, não é absoluto: nunca, nem sequer nos casos de possessão, … ele tem acesso direto às potências propriamente espirituais do ser humano, isto é, à inteligência e à vontade. Ou seja, não pode nunca, em nenhuma hipótese, obrigar-nos a pecar. Só há pecado quando há consentimento da vontade, isto é, quando o ‘eu’ decide ceder à tentação. Nada, nem a duração nem a intensidade de uma tentação, pode Causar diretamente – nem, por outro lado, ‘autorizar’ ou desculpar – o consentimento.


A segunda é que é essencial saber que sentir não é consentir. As imagens podem ser muito fortes ou vívidas, e as emoções encontrarem se num estado de tumulto intenso, mas não há pecado enquanto a vontade não disser “sim”. E isso sempre se sabe no recôndito da consciência (N. do E), (pp. 82s).


3. EXORCISMO


O missivista, no caso, refere ter ouvido dizer que a Igreja aboliu os exorcismos ou as preces feitas para expulsar o Maligno detentor das faculdades de um ser humano. – Em resposta nada de melhor se pode fazer do que citar o atual Código de Direito Canônico, que, supondo a possibilidade de haver possessão diabólica, regulamenta a prática do exorcismo:


Cânon 1172 – § 1. Ninguém pode legitimamente fazer exorcismos em possessos a não ser que tenha obtido licença especial e expressa do Ordinário local.
§ 2. Essa licença seja concedida pelo Ordinário local somente a sacerdote que se distinga pela piedade, ciência, prudência e integridade de vida.

Por conseguinte, a Igreja crê na eventualidade da possessão diabólica. Apenas deseja que se examine atentamente cada caso de pretensa possessão para não se confundir doença psíquica ou física com a ação do Maligno. Uma vez diagnosticada, com séria probabilidade, a possessão por sacerdotes e médicos, recorra-se ao Bispo local ou ao Prelado respectivo para lhe pedir que delegue um sacerdote exorcista.

28/10/2013

Orem sem Cessar!

 

 É bem verdade que um dia virá em que , não diria que não seja necessário consagrar um determinado tempo à oração, essa adesão íntima à oração do Espírito de Cristo será em nós uma realidade sempre atual, viva e ininterrupta. As nossas ocupações á não a perturbarão mais. O impulso do Espírito, então, transporta-nos e anima-nos, que estejamos a caminhar, ou a trabalhar ou a falar. Ou até mesmo a dormir: “Eu durmo mas o meu coração esta desperto” exclama a esposa do Cântico dos Cânticos. Essa é a oração contínua que Cristo recomenda aos seus discípulos: “É preciso orar sempre” (Lc 18,1); recomendação que S Paulo transmitia aos Tessalomicenses: “Andai sempre alegres, rezai sem cessar, e, em todas as circunstâncias, daí graças a Deus” (1 Tes 5,16-18) (PD 111).


Morar na oração. Viver na oração. Acolher a oração como um rio subterrâneo, cujo murmúrio aflora sem cessar a nossa consciência. Não poderemos lá chegar pelas nossas próprias forças. A oração contínua. Mas podemos desejá-la e pedi-la. E, sobretudo, preparar-lhe o terreno. Como? Exercitando-nos na oração freqüente.


Para isso, é preciso pensar em Deus durante o nosso dia. Ou, segundo a expressão dos salmos, é preciso “lembrar-nos de Deus”. Quando amamos alguém, o nosso pensamento voa muitas vezes para essa pessoa. Lembramo-nos do nosso último encontro. Esperamos o seguinte. Recordamos nós próprios as perfeições do ser amado. Procuramos o que lhe possa dar prazer… Perguntem aos apaixonados…


Melhor ainda que pensar em deus, é falar com Ele. Nessa altura, já não é para nós um “Ele”, mas torna-se um “Tu”, com quem entramos numa relação pessoal. O ser amado de quem falamos um pouco antes pode estar ausente. Deus está sempre presente em nós, “mais íntimo de nós, do que nós mesmos”, como diz Santo Agostinho. Basta entrar em nós mesmos com fé para O encontrar. E para nos tornar atentos à Sua presença, manter os nossos sentimentos por Ele, mas também dos Seus desígnios sobre o mundo, da Sua vontade sobre nós. E como o nosso Deus é um Deus vivo e em três Pessoas, podemos dirigir-nos alternadamente ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.


O Padre Caffarel cita-nos este conselho de um vigário a um jovem que queria aprender a orar: “É verdade! Queres aprender a orar? Pois bem, François, vai à capela, e lá fala com Ele”. E o rapaz comentava: O conselho do vigário só era banal em aparência. Para dizer a verdade, ele revelava-se como experiente homem de oração que, em vez de um longo discurso, se contentou em responder ao jovem desejoso de aprender a orar com estas três simples palavras: “Fala com Ele”. Ninguém conversa com uma sombra. É necessário, portanto, tomar consciência da presença de Deus para Lhe falar. E para saber o que Lhe dizer, é preciso que a fé desperte e procure. E a obrigação de formular palavras leva-nos a não nos contentar com impressões inconsistentes, obriga-nos a exprimir pensamentos, vontades, sentimentos precisos. De fato, são grandes os méritos de um tal método – se é que se pode chamar método a um conselho tão simples (PC 14).


O meio concreto de falar com Deus é utilizar a própria Palavra de Deus. Encontramos na Bíblia o suficiente para formar uma reserva de invocações que nos podem servir de “bóias”, que nos mantenham, na intimidade com Deus, acima das nossas preocupações diárias. Podemos guardar frases como: “Ó Senhor nosso Deus, como é grande o Teu nome em todo o Universo” (Sl 8,2). “A minha alma tem sede de Ti, meu Deus” (Sl 42,2). “O Senhor fez por mim maravilhas, santo é Seu nome” (Lc 1,42), etc. Estas fórmulas podem também ser cantadas interiormente, ou até mesmo em voz alta se estamos sós.


Temos ainda um outro meio: são os freqüentes “mergulhos” em nós próprios para nos aproximarmos de Deus que ali habita. Um humilde frade convertido do Séc. XVII, Laurent de la Réssurrection, que tinha atingido uma alta vida espiritual, gosava de dizer áqueles que vinham consultá-lo que não há meio mais eficaz para chegar com segurança a uma vida de oração contínua e, em seguida a uma grande santidade, do que ser fiel a essa prática. Escutemos as suas palavras: “Durante o nosso trabalho e outras ações, mesmo durante as nossas leituras e escritos, mesmo espirituais, e até mesmo durante as nossas devoções exteriores e orações vocais, devemos parar por breves momentos, o mais freqüentemente possível, para adorar Deus no fundo do nosso coração e saboreá-Lo ainda que de passagem e como que furtivamente.” (PD 13).


Uma prática muito importante no Oriente cristão, “a oração de Jesus”, pode também ajudar-nos. É uma invocação centrada no nome de Jesus e que geralmente consiste nestas palavras: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador tem piedade de mim, pecador.” Essa fórmula pode ser abreviada em “Senhor Jesus tem piedade de mim.” Os mestres espirituais orientais incitam a repeti-la sem cessar. E até mesmo seguindo o ritmo da nossa respiração. Inspirando, devemos dizer: “Senhor Jesus” e expirando: “Tem piedade de mim.” Assim estaremos associando o nosso corpo à oração, que se tornará tão natural como a respiração. A sua eficácia espiritual vem da invocação do nome de Jesus. Para os Orientais – mais próximos do que nós da tradição bíblica – o nome não é uma simples etiqueta colocada sobre o indivíduo, mas é a própria pessoa. Jesus, em hebraico, significa “Deus salva”. Invocando o nome de Jesus, estamos chamando o próprio Jesus com todo o Seu poder de salvação: “Não existe sob o céu qualquer outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Act 4,12).


Dedicando-nos à oração freqüente ao longo dos nossos dias, pode ser que cheguemos um dia, pela graça de Deus, à oração contínua. Para aqueles que chegam a essa oração interior e contínua, a oração do Espírito Santo já não é uma simples brasa sob a cinza, mas uma chama que toma conta de todo o ser. Um santo é uma oração viva (PD 112).

25/10/2013

25 de Outubro: Dia de Santa Apolônia

Santa Apolônia
Santa Apolônia, Padroeira dos dentistas e dos que sofrem dos dentes.

 

Registros históricos

Santa Apolônia viveu no tempo do império romano por volta do ano 249. Era o tempo do imperador Felipe, que foi derrotado por Décio. Este tornou-se um dos  mais cruéis perseguidores dos cristãos. Apolônia era filha de um rico magistrado de Alexandria, cidade importante do Egito, então sob o domínio do império Romano. Apolônia teve sua história contada pelo então Bispo de Alexandria, São Dionísio, em cartas ao Bispo Fabio de Antioquia.

Perseguição

Na sétima investida do Imperador Décio contra os cristãos, ela foi capturada. Como Décio sempre fazia, Apolônia foi obrigada a renunciar a sua fé cristã pelas forças do império. Além disso, foi obrigada a prestar culto aos deuses romanos e a obedecer o Imperador. Santa Apolônia, porém, firme na fé e tomada por uma coragem impressionante, negou-se a obedecer. Por isso, ela passou a sofrer terríveis torturas em praça pública, diante de todo o povo, que se impressionava com tudo o que via.

Padroeira dos dentistas

Em meio às grandes torturas que sofreu sem negar sua fé, Santa Apolônia teve seus dentes arrancados por pedras afiadas. Mesmo sofrendo a dor lancinante de ter seus dentes quebrados, ela não renunciou à sua fé em Jesus Cristo. Ao ver sua firmeza na fé, os carrascos quebraram sua face com pancadas. Em seguida, foi condenada a morrer queimada. Depois de sua morte, seus dentes foram recolhidos e levados para vários mosteiros. Existe um dente e um pedaço de sua mandíbula no Mosteiro de Santa Apolônia em Florença, Itália.

Morte de Santa Apolônia

Depois de todos os sofrimentos pelos quais tinha passado, Santa Apolônia ainda reunia forças para mostrar a todos sua fé inabalável. Assim, mesmo amarrada, ela própria se jogou na fogueira onde morreria, dizendo que preferia a morte a renunciar sua fé em Cristo Jesus. Deus, porém, protegeu Santa Apolônia e ela escapou ilesa da fogueira. Muitos dos presentes se converteram ao presenciar este fato. Então os algozes lhe deram vários golpes de espada e lhe deceparam a cabeça. Santa Apolônia faleceu no ano de 249.

Reverência de Santo Agostinho

Mais tarde Santo Agostinho explicou que esse ato de Santa Apolônia foi inspirado pelo Espírito Santo, como um ato de coragem ao enfrentar todas as forças da época em nome de Jesus Cristo.

Canonização e festa

Santa Apolônia foi canonizada no ano 300. Seu culto é mais conhecido e divulgado na Europa, principalmente na Alemanha, França e Itália. Sua festa litúrgica é realizada no dia 9 de fevereiro. Ela é padroeira da Odontologia e dos cirurgiões-dentistas, dos que sofrem de dores na boca e problemas nos dentes.

Representação

Por ter tido os seus dentes arrancados ela é representada por uma imagem de uma senhora com vestes simples, adornada de um véu. Tem a seus pés uma palma e um fórceps na mão segurando um dente.

Oração a Santa Apolônia

"Óh bom Deus. Rogamos que a intercessão da gloriosa mártir de Alexandria, Santa Apolônia, nos livre de todas as enfermidades do rosto e da boca. Lembrai-vos principalmente das criaturas inocentes e indefesas. Afastai, se possível, a amargura das dores de dente. Iluminai, fortificai e protegei os cirurgiões-dentistas, para que sempre se dediquem ao próximo com o amor que de vós emana, e nos seja dado usufruir de vosso reino. Santa Apolônia, intercedei a Deus por nós. Amém."

Fonte: Cruz da Terra Santa

Devoção Mariana e Culto das Imagens



Depois de ter justificado doutrinalmente o culto da Bem-Aventurada Virgem, o Concílio Vaticano II exorta todos os fiéis a tornarem-se os seus promotores: ”Muito de caso pensado ensina o sagrado Concílio esta doutrina católica, e ao mesmo tempo recomenda a todos os filhos da Igreja que fomentem generosamente o culto da Santíssima Virgem, sobretudo o culto litúrgico, que tenham grande estima às práticas e exercícios de piedade para com ela, aprovados no decorrer dos séculos pelo Magistério”.

Com esta última afirmação os Padres conciliares, sem chegar a determinações particulares, queriam reafirmar a validade de algumas orações como o Rosário e o Angelus, caras à tradição do povo cristão e frequentemente encorajadas pelos Sumos Pontífices, como meios eficazes para alimentar a vida de fé e a devoção à Virgem.


O texto conciliar prossegue pedindo aos crentes que ”mantenham fielmente tudo aquilo que no passado foi decretado acerca do culto das imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos”.

Repropõe assim as decisões do II Concílio de Nicéia, que se realizou no ano 787 e confirmou a legitimidade do culto das imagens sagradas, contra quantos queriam destrui-las, considerando-as inadequadas para representar a divindade (cf. Redemptoris Mater, 33).
“Nós definimos” - declararam os Padres daquela assembleia conciliar - ”com todo o rigor e cuidado que, à semelhança da representação da cruz preciosa e vivificante, assim as venerandas e sagradas imagens pintadas quer em mosaico quer em qualquer outro material adaptado, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas alfaias sagradas, nos paramentos sagrados, nas paredes e mesas, nas casas e ruas; sejam elas a imagem do Senhor Deus e Salvador nosso, Jesus Cristo, ou a da Imaculada Senhora nossa, a Santa Mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos justos” (DS, 600).


Evocando essa definição, a Lumen Gentium quis reafirmar a legitimidade e a validade das imagens sagradas em relação a algumas tendências que têm em vista eliminá-las das igrejas e dos santuários, a fim de concentrar toda a atenção em Cristo.


O II Concílio de Nicéia não se limita a afirmar a legitimidade das imagens, mas procura ilustrar a sua utilidade para a piedade cristã: ”Com efeito, quanto mais frequentemente estas imagens forem contempladas, tanto mais os que as virem serão levados à recordação e ao desejo dos modelos originários e a tributar-lhes, beijando-as, respeito e veneração” (DS 601).

Trata-se de indicações que valem de modo particular para o culto da Virgem. As imagens, os ícones e as estátuas de Nossa Senhora, presentes nas casas, nos lugares públicos e em inúmeras igrejas e capelas, ajudam os fiéis a invocar a sua presença constante e o seu misericordioso patrocínio nas diferentes circunstâncias da vida. Ao tornarem concreta e quase visível a ternura materna da Virgem, elas convidam a dirigir-se a Ela, a suplicar-lhe com confiança e a imitá-la, acolhendo com generosidade a vontade divina.

Nenhuma das imagens conhecidas reproduz o rosto autêntico de Maria, como já reconhecia Santo Agostinho (“De Trinitate 8,7); contudo, ajudam-nos a estabelecer relações mais vivas com Ela. Deve ser encorajado, portanto, o uso de expor as imagens de Maria nos lugares de culto e noutros edifícios, para sentir a sua ajuda nas dificuldades e o apelo a uma vida cada vez mais santa e fiel a Deus.

 Para promover o correto uso das sagradas efígies, o Concílio de Nicéia recorda que ”a honra tributada à imagem, na realidade, pertence àquele que nela é representado; e quem venera a imagem, venera a realidade daquele que nela é reproduzido” (DS 601).
Assim, adorando na imagem de Cristo a Pessoa do Verbo Encarnado, os fiéis realizam um genuíno ato de culto, que nada tem em comum com a idolatria.

De maneira análoga, ao venerar as representações de Maria, o crente realiza um ato destinado em definitivo a honrar a pessoa da Mãe de Jesus.


O Vaticano II exorta, porém, os teólogos e os pregadores a evitarem tantos exageros como atitudes de demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus. E acrescenta: ”Estudando, sob a orientação do Magistério, a Sagrada Escritura, os santos Padres e Doutores, e as liturgias da Igreja, expliquem como convém as funções e os privilégios da Santíssima Virgem, os quais dizem todos respeito a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade” (LG 67).

A autêntica doutrina mariana é assegurada pela fidelidade à Escritura e à Tradição, assim como aos textos litúrgicos e ao Magistério. A sua característica imprescindível é a referência a Cristo: tudo, de fato, em Maria deriva de Cristo e para Ele está orientado.


O Concílio oferece, por fim, aos crentes alguns critérios para viverem de maneira autêntica a sua relação filial com Maria: ”E os fiéis lembrem-se de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes” (LG 67).


Autor: João Paulo II (*18/05/1920 / + 02/04/2005)

24/10/2013

A Maçonaria

 

Desde o Papa Clemente XII, com a Constituição Apostólica “In eminenti”, de 28 de abril de 1738, até nossos dias, a Igreja tem proibido aos fiéis a adesão à Maçonaria ou associações maçônicas. Após o Concílio Vaticano II, houve quem levantasse a possibilidade de o católico, conservando a sua identidade, ingressar na Maçonaria. Igualmente, se questionou a qual entidade se aplicava o interdito, pois há várias correntes: se à anglo-saxônica ou à franco-maçonaria, a atéia e a deísta, anti-clerical ou de tendência católica.
Para superar essa interrogação, o Documento da Congregação para a Doutrina da Fé, com data de 26 de novembro de 1983, e que trata da atitude oficial da Igreja frente à Maçonaria, utiliza a expressão “associações maçônicas”, sem distinguir uma das outras. É vedado a todos nós, eclesiásticos ou leigos, ingressar nessa organização e quem o fizer, está “em estado de pecado grave e não pode aproximar-se da Sagrada Comunhão”. Entretanto, quem a elas se associar de boa fé e ignorando penalidades, não pecou gravemente. Permanecer após tomar conhecimento da posição da Igreja, seria formalizar o ato de desobediência em matéria grave.


A Congregação, no mesmo Documento de 26 de novembro de 1983, declara que “não compete às autoridades eclesiásticas locais (Conferência Episcopal, Bispos, párocos, sacerdotes, religiosos) pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas, com um juízo que implique derrogação do quanto acima estabelecido”. O texto faz referência à Declaração de 17 de fevereiro de 1981, que reservava à Sé Apostólica qualquer pronunciamento que implicasse em derrogação da lei canônica em vigor. Tratava-se do cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917, que previa excomunhão “ipso facto” a quem ingressasse na Maçonaria.

Reconhecer uma incompatibilidade doutrinária não implica fomentar um clima de hostilidade. Preservar a própria identidade e defendê-la, não significa incentivar atritos. Aliás, somente o respeito à Verdade facilita a paz e a busca da concórdia entre os indivíduos. O novo Código de Direito Canônico assim se expressa: “Quem se inscreve em alguma associação que conspira contra a Igreja, seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações, seja punido com interdito” (cânon 1374). No dia seguinte à entrada em vigor do novo Código, isto é, 26 de novembro, é publicada a citada Declaração com a aprovação do Santo Padre. Diz o documento que a Maçonaria não vem expressamente citada por um critério redacional, e acrescenta: “Permanece, portanto, inalterado o parecer negativo da Igreja, a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a Doutrina da Igreja e, por isso, permanece proibida a inscrição nelas”.

Em 1997, a Livraria do Vaticano editou uma obra intitulada “A Maçonaria nas disposições do Código de Direito Canônico de 1917 e de 1983″, de autoria de Zbigniew Suchecki. O sucesso levou à tradução para o italiano de outro livro do mesmo autor. Eu fazia parte da Comissão do novo Código, na parte final da elaboração. Recordo-me bem. Houve uma emenda para fazer permanecer, de modo explícito, a condenação à Maçonaria, como foi obtido para o aborto, com excomunhão “latae sententiae”. A votação, no caso do abortamento, alcançou os dois terços requeridos e foi incluído o termo. No que se refere à Maçonaria, houve maioria em favor da explicitação da mesma associação, mas não com o índice requerido. Nos debates prévios foi alegado não ser necessário, pois o texto já continha uma proibição implícita.


Dom Boaventura Kloppenburg, em sua obra “Igreja e Maçonaria: conciliação possível?” recentemente reeditado em 4ª edição pela Vozes, trata profusamente deste assunto, no capítulo “Dos princípios do liberalismo religioso à maçonaria brasileira”. E, no capítulo XI, “O Maçom perante a Igreja católica – As razões da condenação da Maçonaria – Frontal oposição de doutrinas”. Outra obra recém-publicada pela Editora Santuário é “Maçonaria e Igreja Católica”, de Dom João Evangelista Martins Terra. Permanecendo a proibição no ensinamento da Igreja, houve nesse período pós-conciliar uma profunda modificação no relacionamento entre pessoas, entre católicos e maçons. Embora permanecendo separadas, existe um clima de respeito mútuo que permite um diálogo. O exemplo foi o aparecimento de reuniões entre católicos e maçons para estudo, como o de uma Comissão das Grandes Lojas reunidas da Alemanha e a Conferência Episcopal Alemã, de 1974 a 1980.


A Declaração final do Episcopado alemão evidencia a incompatibilidade, pois a maçonaria não mudou em sua essência. A pesquisa acurada sobre rituais e os fundamentos dessa instituição demonstram a existência de doutrinas que se excluem. Entre as causas dessa separação, enumero: a ideologia dos maçons, o conceito de Verdade, de Religião, de Deus, a Revelação, sobre a tolerância, os ritos, a perfeição do homem e a espiritualidade. De outro lado, a realidade alemã vê a possibilidade de colaboração pastoral na área da Justiça Social e Direitos Humanos.


O fato de existirem eclesiásticos na maçonaria prova que há falhas na disciplina. São dadas explicações, não justificativas, baseadas em situações históricas, como no caso da Independência do Brasil. Dom Boaventura Kloppenburg em sua obra examina o assunto e o reduz a dimensões reais. O respeito mútuo e a fidelidade aos ensinamentos da Igreja nos possibilitam uma convivência pacífica com os irmãos maçons.


Autor:  D. Eugênio Sales

23/10/2013

Culto a Maria: Certo ou errado?

 

 1. Como entender o culto prestado a Maria, se em Lc 4,8 está escrito: ”Adorarás o Senhor teu Deus, e a Ele só servirás…”?


Não existe contradição nenhuma, pois aí vemos um ensino fundamental da Igreja Católica: só Deus deve ser adorado. Nunca a Igreja Católica ensinou que Maria ou os santos devam ser adorados. A Igreja nos diz que Nossa Senhora e os santos recebem veneração, isto é, respeito, amor, imitação. Como por exemplo Moisés demonstrou  respeito por José, levando os seus restos mortais para a terra prometida: Êxodo 13,19: “Moisés levou consigo os ossos de José, porque este fizera os filhos de Israel jurarem: Quando Deus vos visitar, levareis daqui os meus ossos convosco”; ou ainda como está escrito em Hb 13,7: “Lembrai-vos de vossos guias que vos pregaram a Palavra de Deus. Considerai como souberam encerrar a carreira. E imitai-lhes a fé”.


2. Existem textos bíblicos que justifiquem o culto a Maria?


Sim, examinemos estes textos:

- quando honramos com carinho a Maria estamos cumprindo a profecia de Lc 1,48: “Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações”;

- quando a saudamos com a ave-maria estamos repetindo o que está escrito em Lc 1,28: “…Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” e Lc 1,42: “…Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”.

E finalmente o texto de Lc 1,45, que revela a mais clara descrição de quem foi Maria: “Bem-aventurada és tu que creste…”

Portanto, se podemos recordar com respeito os testemunhos de Abraão, Moisés, Pedro, Paulo… como excluir aquela que esteve mais intimamente ligada a Jesus? a este respeito convém lembrar as palavras de Madre Basiléia Schlink, escritora protestante, dirigidas aos evangélicos, mas que servem de alerta para nós católicos:

“A nossa Igreja Evangélica deixou de prestar honra e louvor a Maria, receando com isto reduzir a honra devido a Jesus. Jesus espera de nós, que o honremos e amemos. É isto que nos é proposto pela Palavra de Deus e é, portanto, Sua vontade” (Maria, o caminho do Senhor; Irmandade Evangélica de Maria).

Autor: Pe. Alberto Gambarini

22/10/2013

Indulgências, o que são?



Para ter noção do que são as indulgências na Igreja, devemos aprofundar sucessivamente quatro proposições doutrinárias, a saber:

1) Todo pecado acarreta a necessidade de expiação ou reparação.
2) Em vista da reparação, existe na Igreja o tesouro infinito dos méritos de Cristo, que frutificou nos méritos da Bem-aventurada Virgem Maria e dos demais Santos.
3) Cristo confiou à sua Igreja o poder das chaves para administrar tesouro da Redenção.
4) Fazendo uso deste poder, a Igreja, em determinadas circunstâncias houve por bem aplicar os méritos de Cristo aos penitentes dispostos a expiar os pecados.


Examinemos mais profundamente estas proposições.


Necessidade de expiação:


1) 0 amor a Deus, num cristão, pode coexistir com tendências desregradas e pecados leves (ao menos, sernideliberados). Há, sim, em todo indivíduo humano um lastro inato de desordem: egoísmo, vaidade, amor próprio covardia, negligência, moleza, infidelidade… Acham-se tão intimamente arraigados no interior do homem que chegam por vezes a acompanhar as suas mais sérias tentativas de se elevar a Deus e dar a Deus o lugar primacial que lhe toca na criatura. A psicologia das profundidades sina que essas tendências nem sempre são conscientes, mas muitas vezes atuam no nosso subconsciente ou no inconsciente.


2) Mais: todo pecado (principalmente quando grave, mas também alta leve) deixa na alma resquício de si ou uma inclinação má (metaforicamente deixa uma cicatriz, deixa um pouco de ferrugem na alma, dificultando-lhe a prática do bem). Com efeito; o pecado implica sempre ia desordem. Quando, após o pecado (grave ou leve), a pessoa se arrepende e pede perdão a Deus, o Pai do céu perdoa (o Senhor nunca rejeita a contrição sincera). Mas o amor do pecador arrependido, por mais genuíno e leal que seja, pode não ser suficiente para extinguir todo resquício de amor desregrado, egoísta, existente na alma. Em conseqüência o pecador arrependido recebe o perdão do seu pecado, mas ainda deve libertar-se da desordem deixada pelo pecado em sua alma; quantas vezes se verifica que, mesmo após uma confissão sincera e contrita, o cristão recai nas faltas de que se arrependeu! Isto se deve ao fato de que ficou no seu íntimo a raiz ou o princípio do pecado.

Figuradamente, pode-se dizer que o cristão arranca a folha e o caule da tiririca, mas dificilmente arranca também o caroço ou a raiz da tiririca; esta se manifesta dentro em pouco, através de novos pecados. Para extirpar o princípio do pecado remanescente, o cristão deve excitar e exercitar mais intensamente o amor a Deus. Ora este estímulo do amor a Deus se realiza mediante a satisfação ou atos de penitência que despertem e fortaleçam o amor a Deus no íntimo do cristão.

Notemos bem: a satisfação assim entendida não deve ser comparada a uma multa mais ou menos arbitrária imposta por Deus ou a um castigo vingativo; é, antes, um auxílio medicinal; é também uma exigência do amor do cristão a Deus, amor que, estando debilitado, pode ser corroborado e purificado.
Exprimindo estas verdades em termos precisos, o Concílio de Trento em 1547, frente às objeções protestantes, fez importantes declarações. Rejeitou, por exemplo, a sentença segundo a qual “a todo pecador penitente que tenha recebido a graça da justificação, é de tal modo perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação de pena eterna que não lhe fica pena temporal a padecer ou neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas as portas para o reino dos céus” (Enquirídio, DS nº 1580 [8401).

0 Concílio de Trento declarou ainda: No tocante à satisfação, é de todo falso e alheio à Palavra de Deus afirmar que a culpa nunca é perdoada. Com efeito, nas Escrituras Sagradas encontram-se claros e famosos exemplos que refutam este erro com plena evidência" (DS 1689-[904])

A culpa é perdoada, sim. Mas a Escritura mostra que, mesmo depois de perdoada, o Senhor Deus exige satisfação ou reparação da ordem violada pelo pecado. Esta exigência se compreende muito bem se levamos em conta o seguinte: Quem rouba um relógio, pode pedir e receber o perdão do respectivo proprietário, mas este exigirá que a ordem seja restaurada ou que o relógio volte ao seu dono. Quem difama caluniosamente o próximo, pode pedir e receber o perdão deste, mas a pessoa difamada exigirá que se restaure a fama a que tem direito.

Também os pecados meramente internos (de pensamento e desejo) alimentam ou suscitam a desordem interna no pecador, de modo que este tem que restaurar ou introduzir a ordem em seu íntimo mediante atos de penitência ou renúncia. Tenhamos em vista os seguintes casos:

Davi, culpado de homicídio e adultério, foi agraciado ao reconhecer o delito; não obstante, teve que sofrer a pena de perder o filho do adultério (cf. 2Sm 12,13s).

Moisés e Aarão cederam a pouca fé em dados momentos da sua vida; por isto foram pelo Senhor privados de entrar na Terra Prometida, embora não haja dúvida de que a culpa lhes tenha sido perdoada (cf. Nm 20,12s;27,12-14; Dt 34,4s).


 Em outros casos, o perdão é estritamente associado a obras de expiação:

Assim o profeta Joel, com a conversão do coração, exige jejum e pranto (cf. Jl 2,12s). 0 velho Tobit ensina a seu filho que a esmola o libertará de todo pecado e da morte eterna (cf. Tb 4,11 s). Algo de semelhante é anunciado por Daniel ao rei Nabucodonosor (cf. Dn 2,24).


3) Levemos em conta também que, mesmo após haver recebido o perdão de seus pecados, o homem fica sendo responsável pela desordem que o pecado geralmente acarreta para o próximo e para o mundo. As palavras e as ações de um homem têm freqüentemente dimensões muito mais amplas do que as do momento presente; seus efeitos escapam às previsões e ao controle de quem as produz. Não é raro que no decorrer de sua peregrinação terrestre o homem deixe marcas de sua atividade que continuarão atuantes mesmo depois da morte do respectivo sujeito.


Autor: Dom Estevão Bittencourt

21/10/2013

O Dia do cristão: sábado ou domingo?




Sábado e Domingo

1. A Igreja Católica modificou os dez mandamentos, mudando o sábado para o domingo?


De fato, em Êxodo 20,8 está escrito: “Lembra-te de santificar o dia de sábado”. Temos de entender o sentido dado por Deus para a guarda do sábado A.T. Em Deuteronômio 5,15 está explicado: “Lembra-te de que foste escravo no Egito, donde a mão forte e o braço poderoso do teu Senhor te tirou. É por isso que o Senhor, teu Deus, te ordenou observasses o dia de sábado”. Vemos portanto, que o sábado foi dado por Deus, aos israelitas, para lembrarem de que haviam sido libertados da escravidão do Egito. Era um dia santificado, para meditar sobre estes feitos do passado, quando Deus fez uma aliança com o Seu povo no deserto.


2. Esta observância do sábado passou para os cristãos?

Até a sua Ressurreição, Jesus e os seus discípulos observaram o sábado e as festas judaicas. Porém, com a Sua Morte e Ressurreição, tudo mudou. Col 2,16-17: “Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécie de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo”. Em outras palavras, por causa da vida, morte e ressurreição de Jesus, as festas do A.T. já estão cumpridas, e continuar observando-as significa ainda estar na Antiga Aliança, como se Cristo não tivesse vindo.

Portanto, o que vemos no Novo Testamento é que todos os Mandamentos são mantidos, menos o que diz respeito ao sábado.

Mais de cem referências são feitas a nove dos Mandamentos, e nenhuma sobre o sábado. É preciso entender que o sábado, como dia santificado, foi um sinal entre Israel e Deus. Foi uma obrigação restrita aos judeus.


Domingo e Sábado


1. Por que guardamos o domingo?


O primeiro grande motivo é porque neste dia Jesus ressuscitou. Mc 16,9: “Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia semana…”.

Quando examinamos todos os outros textos dos evangelhos que falam das aparições de Jesus ressuscitado, vemos que Ele só apareceu aos domingos. Por exemplo: Jo 20,19: “Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles”. Foi nesta ocasião que Tomé estava ausente e duvidou que Jesus tivesse aparecido. O mesmo evangelho de São João nos diz: Jo 20,26: “Oito dias depois estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles”.

O ponto central de toda a fé cristã é a ressurreição de Jesus, portanto, não é por acaso que o domingo passou a ser o dia santificado. O domingo é o sinal da NOVA ALIANÇA, realizada por Deus de uma vez por todas.


2. Além da realidade da ressurreição, existe algum outro acontecimento importante, que reforce o domingo, como o dia do Senhor?


A vinda do Espírito Santo, em Pentecostes (50º dia após a Páscoa, era o domingo, cf. Atos 2,1ss).

Neste dia foi inaugurada a Igreja para o mundo. Portanto, fica claro que é um dia confirmado por Deus, dia da Igreja.


3. Existem textos bíblicos que nos mostram como eram as reuniões dos primeiros cristãos?


Sim. Por exemplo em Atos 20,7: “No primeiro dia da semana estando nós reunidos para partir o pão…” (partir o pão é um dos nomes dados à Ceia do Senhor). 1Cor 16,2: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha à parte o que tiver podido poupar, para que não esperem a minha chegada, para fazer as coletas”.


4. Existe algum outro meio para provar que os primeiros cristãos guardavam o domingo?


Sim. Os escritos de Santo Inácio de Antioquia, Bispo de Antioquia, que escreveu por volta do ano 100, portanto bem próximo do início da Igreja.
Carta aos Magnésios Cap. 9,1: “Assim os que andarem na velha ordem das coisas chegaram à novidade da esperança, não mais observando o sábado, mas vivendo segundo o DIA DO SENHOR”.

Primeiro citamos este texto para perceber que o DIA DO SENHOR não era o sábado. Um dos primeiros resumos da doutrina Cristã, chamado Didaqué (doutrina dos doze apóstolos), que é anterior ao próprio escrito de Sto. Inácio (portanto mais antigo), afirma: “Reunidos no DIA DO SENHOR, parti o pão e dai graças, depois de terdes confessado os vossos pecados, a fim de que o vosso sacrifício seja puro”.

Autor: Pe. Alberto Gambarini

18/10/2013

Céu, Inferno e Purgatório

 


O que é céu?


É o lugar da eterna felicidade onde habitam os justos junto de Deus. São Paulo descreve esta maravilha com palavras de forte esperança: “coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos, nem o coração imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Cor 2,9). Santo Agostinho ensina: “Descansaremos e contemplaremos e amaremos e louvaremos” (De civitate Dei, 22, 30: P.L. 41,804).


Como viveremos no céu?


A Sagrada Escritura nos dá a certeza de que o Senhor espera os salvos com uma grande festa, na qual a alegria não mais acabará: “…Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e deus, mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição” (Ap 21,3-4). Estaremos unidos aos anjos e santos glorificando e adorando a Deus: “… vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda a nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono do cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão… e todos os anjos estavam ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro animais; prostavam-se de face em terra diante do trono e adoravam a Deus” (Ap 7,.11).


Podemos negar a existência do inferno?


Não. Do mesmo modo como o céu é o destino dos justos, o inferno é a triste realidade para os que caminharam afastados de Deus pelo pecado.


Existe uma comprovação bíblica sobre o inferno?


Sim, pois trata-se de uma revelação que percorre a Escritura do Antigo ao Novo Testamento.


Como é apresentado o inferno no Antigo Testamento?


No início da revelação bíblica não era clara a distinção entre o céu e o inferno, fala-se simplesmente da habitação dos mortos: “…acendeu-se o fogo de minha cólera que arde até o mais profundo da habitação dos mortos” (Dt 32,22) (outros textos: 1Rs 2,6; Pr 9,18…). lentamente forma-se a idéia sobre a separação entre os bons e os maus, principalmente a partir dos profetas e dos salmos (cf. Is 66,24; Sl 15,10; Sl 48,16…). nos dois últimos séculos do Antigo Testamento, já é apresentada a crença da condenação dos ímpios:“Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão uns para a vida eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna” (Dn 12,2). (Outros textos: Sb 4,19-5,23; 2Mac 7,9.11.14.23.)

Em muitos outros trechos, temos dados importantes sobre os castigos do inferno: Gl 5,19-21; Ef 5,5; 1Cor 6,9ss; 2Pd 2,1.4.12; Ap 14,9-11; 21,8…


Que ensina o Novo Testamento?


No Novo Testamento temos a revelação clara do inferno. João Batista anuncia o Messias como aquele que “tem na mão a pá, limpará seu eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palas, porém, queima-las-á num fogo inestinguível” (Mt 3,12). Jesus Cristo referiu-se ao inferno como um lugar e estado de “fogo inestinguível onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga” (Mc 9,43-44). Também falou deste tema por emio de parábolas: joio e o trigo (Mt 13,24-30); rede do pescador (Mt 13,47-50); as dez virgens (Mt 25,1-12); os convidados da ceia Lc 14,16—24): o rico e Lázaro (Lc 16,19-31).


Em muitos outros trechos, temos dados importantes sobre os castigos do inferno: Gl 5,19-21; Ef 5,5; 1Cor 6,9ss; 2Pd 2,1.4.12; Ap 14,9-11; 21,8… .


Quais as principais conseqüências do inferno?

São principalmente duas: a separação eterna de Deus e o sofrimento dos sentidos, causado pelo fogo eterno: “Retirai-vos, de mim malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjo” (Mt 25,41). Este fogo será diferente do fogo da terra que, queimando, destrói. O fogo do inferno conserva os ímpios na dar infinita do remorso e na certeza de que não haverá nova oportunidade.


Não é uma contradição ao amor de Deus afirmar que alguém possa ir para o inferno?


Não, pois Deus não deseja a condenação do homem, mas a sua salvação. A Escritura é clara em afirmar que Deus providenciou o meio para o homem se salvar: “Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jô 3,17). O homem se condena quando não aceita o que lhe é oferecido em Jesus Cristo.


Que é o purgatório?


O purgatório é um estado de purificação para onde vão os que estão certos de ir para o céu, mas ainda devem se purificar de alguma falta. Não se trata de um lugar intermediário entre o céu e o inferno.


Qual o fundamento bíblico da doutrina do purgatório?

O texto mais claro é o de 2Mac 12,39-46, em que é apresentado Judas Macabeu recolhendo uma coleta para mandar celebrar uma sacrifício para o perdão dos pecados dos soldados mortos em batalha. Tal atitude revela a crença na necessidade de purificação depois da morte: “…fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil darcmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: um belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição” (2Mac 12,43).

No Novo Testamento existe alguma alusão ao purgatório?


Temos uma passagem bíblica na qual é sugerido um estado de purificação: “Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele se salvará, porém passando de alguma maneira através do fogo” (1Cor 3,15). Vemos que São Paulo nos diz que alguns nada sofrerão, mas outros, por causa das suas obras imperfeitas, passarão por uma purificação, para em seguida estar com Deus.

Autor: Pe. Alberto Gambarini

17/10/2013

Deus, fonte do bem!


 Muitas vezes, culpamos Deus pelo nosso fracasso. Nós nos perguntamos: por que nós, que temos mais dons, mais habilidades, mais talento, estamos em uma situação social e econômica inferior à do nosso colega, que é muito menos capacitado e preparado que nós? Isso não é uma injustiça de Deus?

 Se pensarmos deste jeito, estaremos agindo com uma pontinha de inveja e, pior, culpando aquele que nos ama por tudo de errado em nossa vida.

 Em Provérbios 14,30 lemos: “Um coração tranquilo é a vida do corpo, enquanto a inveja é a cárie dos ossos”.

 Que tal refletirmos sobre nossas ações antes de procurar culpados pela nossa situação? Deus não dá castigos, e sim liberdade de escolha. Tudo é dom, é graça de Deus. Se nós temos dons, que Deus seja louvado; se o outro os tem, admiremos esses dons no outro. Ao invés de falar dos outros, comecemos a agradecer, e a transformação começará a acontecer em nós. É preciso que afirmemos sempre, eu estou contigo Senhor e Tu estás comigo! Saiba meu querido e minha querida viver n a presença de Deus, desta maneira nada vos faltará!

Fonte: Padre Alberto Gambarini

16/10/2013

Fé e confiança em Deus




A confiança em Deus, a fé de que Ele é o nosso Pai, que ele nos ama e tudo faz para a nossa felicidade é um dos mais importantes componentes em qualquer processo de cura.

Em João 16,33 lemos: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” Veja, é sinal de fé, de amor e de sabedoria aceitar o reinado de Jesus, que se traduz em paz e bênçãos para aqueles que dele se aproxima.

Deus não é só nosso criador, ele é nosso pai, protetor, advogado, irmão, amigo. Pensar no êxito dos nossos objetivos que todos os dias devem ser buscados e reiniciados com novas forças e novas energias faz bem, mas acima de tudo, devemos ter muita fé e confiança nos planos de Deus.
 Se, na simplicidade do nosso coração, acreditamos nas promessas do Pai, nada nos será impossível. Temos tudo para sermos felizes! Quando experimentamos esta coragem de Jesus em nossa vida, e deixamos que Ele nos inspire e conduza em todos os momento, conseguimos sentir a presença maravilhosa do seu Santo Espírito, que nos acalenta, nos dá sabedoria, discernimento e forças nos momentos difíceis.

 Por isto, convido você a louvar e amar profundamente o Deus todo poderoso, que é Pai e está te chamando para uma vida em abundância, com um coração restaurado pelo poder do Santo Espírito.

Fonte: Padre Alberto Gambarini

15/10/2013

“Comungar é tornar-se um perigo”



“É Jesus este pão de igualdade, viemos pra comungar. Com a luta sofrida do povo que quer ter voz, ter vez, lugar. Comungar é tornar-se um perigo, viemos pra incomodar, com a fé e união, nossos passos um dia vão chegar”.

Não era a primeira vez que ouvia essa música, mas fiquei o dia inteiro com a letra na cabeça: “Comungar é tornar-se um perigo”.

Que Pão é esse que nos torna um perigo?
Nessa mesma manhã fui à 83. No momento que estávamos comendo o cuscuz, vi que cada de nós pegava a sua parte e comia. Percebi que aquela, como qualquer outra alimentação, era necessária para que pudéssemos manter as funções vitais do nosso organismo, o qual precisava obter e assimilar alimentos.

Esse alimento corporal, diferente do Pão Eucarístico, era assimilado por nosso organismo e cada um de nós, naquela mesa, absorvia o mesmo alimento sem perder a sua individualidade.

Na Eucaristia não é o nosso organismo que assimila o pão partido e o sangue derramado oferecido por Jesus Cristo, mas é Ele que nos assimila a si. Assim sendo, nós passamos a fazer parte do Seu corpo, membros do Seu corpo.

E isso faz toda diferença, trazendo sérias consequências.
Primeiramente, com Pão Eucarístico já não mais estamos divididos, pois somos um só Nele.
Sendo um só Nele, leva-nos a outra implicação: somos unidos um ao outro, unidos àqueles que fazem parte do nosso círculo de amizade e também àquelas pessoas com quem não temos um bom relacionamento.

Nisso, nós nos comprometemos quando, na oração eucarística, respondemos: “Fazei de nós um só corpo e um só espírito!” Essa afirmação somente é feita porque acreditamos na única comunhão que se transmite na sagrada Eucaristia.

Com efeito, ao reconhecermos Jesus Cristo na Hóstia sagrada, reconhecemos Cristo no irmão que sofre e tem fome, no irmão doente e prisioneiro, enfim, em todo irmão que se encontra em situação de necessidade.

Então, é arriscado para nós ficarmos indiferentes à essa situação de iniquidade face ao nosso compromisso ou é um perigo àqueles que cometem injustiças e provocam desigualdades se caminharmos juntos e tivermos a certeza que “nossos passos um dia vão chegar”.



Fonte: Vozes da Rua

14/10/2013

Por que não consigo um(a) namorado(a)?

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Não deixe a desesperança invadir seu coração
Muitas pessoas, nos dias de hoje, desejam assumir um compromisso de namoro, mas não é tão fácil conseguir um par, porque até mesmo no meio católico, entre pessoas que seguem uma vivência de conversão, existem ideias mundanas a respeito da afetividade, que privilegiam o egoísmo e a falta de compromisso. As pessoas se permitem ir “ficando”, estar com o outro só para preencher suas próprias carências, se ocupam antes com seus desejos imediatos sem primeiro conhecer a fundo a pessoa e o coração do outro. Muitos até julgam que a vida a dois lhes trará limitações pelas quais não estão dispostos a passar. E isso acontece também com nossos jovens inseridos em pastorais ou dentro de grupos de oração.

Por isso, quero dar uma palavra de incentivo a você que não está namorando, mas que busca uma pessoa de Deus para amar e ser amado(a). Respire fundo e não deixe a desesperança invadir seu coração! Deus o está amparando. Se Ele o fez para um casamento, Ele tem alguém para você! Não é hora de você ficar “pra baixo”, e sim, de pensar, de sua parte, o que pode estar acontecendo que ainda não encaminhou alguém rumo ao seu coração e vice-versa. Então, quero ajudá-lo levantando perguntas e dicas que você pode responder para si mesmo, ajudando numa revisão de vida e vocação.

- Você está realmente decidido a namorar sério? Ou ainda se deixa levar por um 'ficar aqui, ficar ali' para resolver a carência de momento? Saiba que, ao agir dessa forma, você será visto como alguém que não gosta de compromisso.

- Está procurando no lugar certo? Ou melhor dizendo, com relação às amizades e pessoas que passam por você, você se atenta ao coração delas ou a estereótipos externos? Baladas geralmente não são ambientes em que encontramos pessoas que querem compromisso. Isso não significa que você só encontrará uma boa pessoa na igreja e no grupo de oração, mas olhe com carinho para as pessoas em seu ambiente de trabalho, na faculdade, no clube. Seja atento às pessoas e ao que elas portam.

- Antes de ir buscar um(a) namorado(a), prefira amizades. Delas é que nascerão sentimentos alicerçados no conhecimento do coração do outro, na essência da pessoa.

- Invista em você! Quando falamos em investimento na pessoa, a primeira ideia que nos vem à cabeça é academia e banho de loja. Mas, me refiro à alegria de vida e conteúdo. Uma pessoa que transborda felicidade, dentro dos padrões da sociabilidade, é agradável em qualquer ocasião. Tenha conteúdo, preencha-se de coisas que fazem bem. Essas atitudes devem estar de acordo com a sua identidade, não precisa vestir um personagem nem cometer excessos. Se você é tímido, pode continuar sendo do seu jeito, apenas dê um passo a mais em direção às outras pessoas. A partir daí, se quiser cuidar da sua saúde e se vestir um pouco melhor também pode.

- Qual o seu foco? Será que você não está muito dentro do trabalho ou do seu hobby? Imagine o rapaz que só fala em planilhas, números e processos de produção com as moças! Ou a menina que se aproxima do cara e especifica os passos aprendidos no balé!

- E por último, será que você não tem uma visão distorcida de si? Talvez para mais do que se é, ou em se menosprezar. Muita gente acha que é elegante e não o é; acha que é superinteressante, mas acaba sendo chata; pensa que é convicta em alguns assuntos, mas, na verdade, é teimosa. Outros tendem a se recolher dentro da sua ostra e esquecem que são pérolas. Pergunte a um amigo seu, mas aquele amigo em que você confia verdadeiramente: “O que você acha verdadeiramente de mim?” Em todos os aspectos. E tenha o propósito de correr atrás do que precisa.

É claro que só estes pontos não são a totalidade do que envolve o problema de não arrumar um(a) namorado(a), mas são um bom começo. Se você está de bem com todas essas dicas, penso que você está no caminho certo, então, será questão de tempo para começar a namorar.

A esperança é o que impulsiona o ser humano. Esperança é o movimento da alma que acredita que a graça de Deus já foi alcançada, embora ainda não a veja. Por isso, se prepara, com alegria, para o que o Senhor tem de melhor. Prepare-se! Seja melhor para Deus, para si mesmo, então assim você será também para ele(a).

O tempo de Deus não é medido em horas, dias, mas em estarmos prontos, amadurecidos e responsáveis para com a bênção que Ele tem para nós.

Deus o abençoe!
Sandro Ap. Arquejada
Fonte: Canção Nova

12/10/2013

12 de Outubro: Dia de Nossa Senhora Aparecida


 A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem início em meados de 1717. Tudo começou com a visita de Dom Pedro de Almeida e Portugal, governador da província de São Paulo e Minas Gerais, à Vila de Guaratinguetá, caminho de Vila Rica, hoje, cidade de Ouro Preto (MG).

Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba do Sul. Desceram o rio, mas nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu. João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo da imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante, os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo em meio ao povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo se tornou pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas. A 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por Dom José Camargo Barros. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor.

Vinte anos depois, no dia 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja, no alto do Morro dos Coqueiros, tornou-se município. E, em 1929, Nossa Senhora foi proclamada "Rainha do Brasil e sua padroeira oficial" por determinação do Papa Pio XI. Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena.

Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários redentoristas e dos bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo II e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, "maior Santuário Mariano do mundo".

Fonte: Canção Nova

11/10/2013

Jesus teve mais irmãos?

Jesus teve mais irmãos?

Diante das controvérsias se Jesus tinha irmãos ou não, sem entrar em polêmicas, quero ajudar o católico a entender o ensino da Igreja sobre este tema.


l.° — Entre o Povo Judeu, a palavra «irmão» era   usada   para.  designar,   também,   os   parentes próximos, como sobrinhos, primos, etc. Já no Antigo Testamento, o tio e o sobrinho são chamados «irmãos». Como vemos, por exemplo no diálogo entre Abraão e Lot em Gn 13,8 ( Abraão era tio de Lot) “Abrão disse a Lot: “Rogo-te que não haja discórdia entre mim e ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmãos.”  O mesmo sucede com Jacó e Labão (cf. Génesis 29,10 com 29,15).


Também primos também são chamados «irmãos», como lemos em 1Cro 23,22 (Bíblia de Jerusalém): “Eleazar morreu sem ter filhos, mas teve filhas que foram desposadas pelos filhos de Cis, seus irmãos.” Eleazar e Cis eram irmãos, logo as filhas do primeiro eram primas dos filhos de Cis. Ainda hoje, em muitos povos, a palavra «irmão» é usada para designar os primos e qualquer parente.


2.° — Na Bíblia, são indicados como «irmãos» de Jesus, Tiago, José, Judas, Simão (cf. Marcos 6,3). Mas nós sabemos, pelo Evangelho de S. João, que a Mãe de Jesus tinha uma irmã (ou prima) também chamada Maria e que era mulher da Cléofas, João 19,25  lemos claramente: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.”  Sabemos, também, que Maria, mãe de Tiago, o menor ,e de José, não é a Mãe de Jesus (cf. Marcos 15,40; Mateus 27,56). A mãe de Tiago e de José é «outra Maria», irmã ou prima da Mãe de Jesus. Foi esta «outra Maria», que, no «primeiro dia da semana», logo de manhã cedo, foi visitar o sepulcro de Jesus, como lemos em Mateus 28,1: “Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo.” S. Marcos confirma que esta «outra Maria» é, de fato, a mãe de Tiago (Marcos 16,1). S. Lucas diz o mesmo (Lucas 24,10). Portanto, S. Tiago, que foi Bispo de Jerusalém e é chamado o «irmão do Senhor» (cf Gálatas 1,19), não é realmente irmão de Jesus, mas primo. O outro Tiago, de que fala o Novo Testamento, é irmão de João e filho de Zebedeu (Mateus 4,21). Por seu lado, Judas (o santo) apresenta-se como irmão de Tiago (Judas 1,1).


Conclusão: Os «irmãos» e «irmãs» de Jesus, de que fala o Novo Testamento, não são irmãos no sentido verdadeiro, mas primos.


3.° — A Família de Nazaré aparece sempre com 3 pessoas: Jesus, Maria, José, Quando, aos 12 anos, Jesus vai a Jerusalém com Maria e José, para a festa da Páscoa, só aparece Jesus como único filho  de Maria   (cf  Lucas 2,41-52).


4.° — Se Maria tivesse mais filhos, não se compreenderia como é que Jesus, ao morrer, deu ao Apóstolo João, como filho, a Maria, para que cui-dasse d’Ela (cf João 19,26-27). E o Apóstolo João era da família de Zebedeu (cf. Mateus 4,21; 10,3; 27,56; etc). Nem sequer era parente de Jesus. Por certo, Jesus não entregaria a sua Mãe a um estranho, se Ela tivesse outros filhos.


Padre Alberto Gambarini