30/09/2009

Dia de São Jerônimo - Tradutor da Bíblia

Deus quis manifestar a sua Pessoa aos homens

Estamos no mês da Bíblia, estabelecido neste mês justamente por causa de São Jerônimo, que, com seus estudos, traduções, interpretações, comentários e escritos nos facilitou o acesso a esse grande manancial de sabedoria transmitida pelos Livros Sagrados. A Bíblia, segundo o Magistério da Igreja, contém a revelação daquilo que Deus quis manifestar e comunicar a toda a humanidade, fazendo com que todos possam participar dos bens divinos.

O Concílio Vaticano II nos diz que “pela revelação divina quis Deus manifestar e comunicar a sua pessoa e os decretos eternos da sua vontade a respeito da salvação dos homens, para os fazer participar dos bens divinos, que superam absolutamente a capacidade da inteligência humana” (cf. “Dei verbum”, capítulo I, item 6).

Com efeito, a Bíblia significa coleção de livros, embora, costuma-se referir-se a ela como um livro único, na verdade, ela é uma coletânea de livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento, em geral escritos em hebraico para o Antigo Testamento e grego para o Novo Testamento. O hebraico era um idioma falado pelas famílias semíticas e tudo o que contém nas Sagradas Escrituras nessa língua deve-se aos chamados escribas, fruto do laborioso e lento ofício a favor do povo escolhido. Já o grego era a língua dominante na época em que houve a divulgação da doutrina e vida de Jesus Cristo; por esse fato, o Novo Testamento foi escrito nesse idioma.

Em decorrência dessas línguas, contudo, a Bíblia era inacessível aos romanos, que falavam o latim. Então, Jerônimo, educado em Roma, conhecedor do latim e grego, após uma longa doença, sentiu o chamamento de Deus para a vida religiosa e se tornou padre da Igreja Católica.

Por volta do ano 374, ele foi para a Palestina, onde estudou hebraico e a interpretação da Bíblia. Inspirado por Deus, traduziu todos os livros da Bíblia para o latim, cuja tradução denominou-se “Vulgata”, pois o latim era a língua universalmente falada na época. O trabalho executado por São Jerônimo foi imenso, pois copilou, com fidelidade e dedicação, uma infinidade de documentos no decorrer das suas longas viagens pelo Oriente, do que resultou a edição adotada oficialmente pela Igreja Católica.

A “Vulgata” foi grandemente divulgada, inicialmente por meio de manuscritos feitos pelos monges nos mosteiros e, com o advento da imprensa por Gutemberg, no século XV, teve ampla divulgação. Hoje, é o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 12 milhões de exemplares na versão integral, 13 milhões de Novos Testamentos e ainda 450 milhões de brochuras com extratos dos textos originais.

Um fato histórico trouxe um trauma enorme para os seguidores de Cristo: a chamada Reforma, dividindo protestantes e católicos. Os protestantes elegeram a Bíblia, excluídos alguns livros, como única maneira de inspiração divina. Os católicos, por sua vez, admitiram-nos juntamente com a tradição da Igreja, como formas de Deus falar aos homens, sempre com a interpretação do Magistério da Igreja.

Ainda aqui nos recorda o Concílio Vaticano II: “A Sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura relacionam-se e comunicam estritamente entre si. Com efeito, ambas derivando da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde acontece que a Igreja não tira a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas só da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual afeto e piedade” (cf. ("Dei verbum" – cap. II, item 9).

A Igreja sempre teve nos Livros Sagrados uma das fontes de inspiração e vida. Uma coisa, porém, é certa: após a invenção da imprensa, e agora com a versão da Bíblia nas línguas faladas em todo o mundo, ela é, na verdade, o livro mais divulgado e, hoje, fonte de inspiração para toda a humanidade.

E todo o manancial constituído pelas Escrituras Sagradas, portanto, devemos ao trabalho dedicado e persistente do grande exegeta, escritor e santo, São Jerônimo, o qual a Igreja o festeja no dia 30 de setembro, mês da Bíblia.

Ao concluir esta reflexão, faço-o com os versículos 103 a 105 do Salmo 119: “Como são doces ao meu paladar tuas promessas; mais que o mel para minha boca. Dos teus preceitos recebo inteligência, por isso odeio todo caminho falso. Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz no meu caminho.”

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano Rio Janeiro

29/09/2009

Dia dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael


Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate.

A palavra "Arcanjo" significa "Anjo principal". E a palavra "Anjo", por sua vez, significa "mensageiro".

São Miguel

O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: "Quem como Deus". Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também.
"Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu". (Apocalipse 12, 7-8)

São Gabriel

O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa "Força de Deus" ou "Deus é a minha proteção".

É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico:

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré... O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: 'Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus'..." a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.

São Rafael

Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit.

"Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus" (Tob 5,4). Este arcanjo de nome "Deus curou" ou "Medicina de Deus", restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante.



Roteiros Bíblicos sobre os Arcanjos:

Nós já começamos a conhecer um pouco da hierarquia dos anjos, vamos conhecer agora sobre os arcanjos. O título “Arcanjo” consta somente no Novo Testamento, em 1 Tes 4,16 e Jd 9, reportando-se a Miguel.

“Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.”

(1 Ts 4,16)

“E, no entanto, o arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo, discutindo a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a pronunciar uma sentença injuriosa contra ele, mas limitou-se a dizer: O Senhor te repreenda!”

(Jd 1,9)

A palavra Arcanjo (grego singular Αρχάγγελος, Archángelos, grego antigo (plural) Αρχάγγελοι, Archángel[o]i, hebreu Mala’ach) significa “Príncipe-Anjo”, “chefe dos Anjos”. Assim, quem inventou o termo já pensava sobre uma hierarquia no interior do mundo angélico. Para os cristãos, os componentes dos “Sete antes o trono de Deus” costumam levar este título. Três (e apenas três) são conhecidos na Bíblia: Miguel, Gabriel e Rafael.




Miguel


aparece já no Antigo Testamento:

“Miguel, um dos primeiro príncipes, veio em meu socorro”

(Dan 10,13.21)

O nome hebraico Mi-Ka-El é uma pergunta retórica: “Quem é como Deus?” Essa pergunta tão libertadora é encontrada várias vezes na Bíblia:

“Quem é como Tu, Javé, entre os deuses?” (Ex 15,11)

“Quem é Deus senão Javé, quem é como Tu?” (Sl 18,32)

Você ainda encontra essa mesma pergunta (que é o nome de São Miguel Arcanjo) em: Dt 3,24; Sl 35,10; Sl 86,8; Sl 89,9; Is 40,18; Is 44,7; Is 46,5.


Gabriel

Significa “Força de Deus” ou “Varão de Deus” (do hebreu “Gabar’el” ). No A.T. ele apareceu duas vezes a Daniel como intérprete dos mistérios do futuro de Israel:

“Ouvi uma voz humana sobre o rio Ulai, que gritava e dizia: Gabriel, explica a este a visão!” (Dn 8,16).

“Eu estava ainda falando em oração, quando Gabriel, aquele varão que tinha visto antes, aproximou-se de mim, num vôo rápido para me falar” (Dn 9,21).

No Alcorão, Gabriel é o interlocutor de Maomé e portador da mensagem celeste. O seu nome árabe é Djibril.


Rafael

(Heb. רפאל) significa “Deus curou” ou “Cura de Deus”. O seu nome é justificado na história de Tobias (pai) e de Sara, noiva de Tobias (filho). Pai e nora suplicaram a Deus pela cura de suas moléstias e na hora da súplica, Rafael foi enviado à terra:

“Naquele instante, na Glória de Deus, foi atendida a oração de ambos; e foi destacado Rafael para curar os dois: tirar as manchas brancas dos olhos de Tobit e entregar Sara como esposa a Tobias¨ (Tb 3,16-17).

Para valer a Tobias e a Sara, Rafael demonstrou seu poder sobre o demônio Asmodeu:

“O cheiro de peixe expulsou o demônio, que fugiu pelos ares até o Egito; Rafael o perseguiu e acorrentou imediatamente” (Tb 8,3).


São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!


28/09/2009

O Espírito nos capacita à santidade

Amados irmãos, concluindo esse domingo da 26ª semana, com este acampamento de cura e libertação, a Palavra de Deus é a orientação segura para voltarmos para nossa casa. Podemos esquecer de tudo, mas não podemos nos esquecer da Palavra de Deus.

A Palavra de Deus é essa luz que você deve tomar posse para continuar na vontade de Deus, pois é ai que está a felicidade.

Em números 11, onde Moisés narra para nós a experiência de um Pentecostes no antigo testamento, antes de Jesus vir e realizar a salvação completa, antes do mistério da paixão e ressurreição e derramar sobre nós o seu Espírito. o Paráclito era privilégio de poucos, para os profetas, somente uma graça especial concedia a esses homens, porções de Seu Espírito.

Quem veio aqui neste acampamento, com o coração aberto eu tenho certeza que recebeu o Espírito Santo. Para Deus não existe espaço, tempo, pois o mais importante para Deus é seu coração, e se você estiver aberto, onde você estiver, Deus te alcançará. Se você deseja que toda a sua família seja de Deus, seja um servo de Deus, pois enquanto você cuida das coisas de Deus, Ele cuida das suas coisas. Ele atrairá os seus, um por um a seu tempo.

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Quem tem um temperamento difícil não tenha receio, pois João tinha um temperamento muito difícil, ele, o mesmo discípulo deitou no peito de Jesus, levou a Mãe para sua casa e se tornou o discipulado amado, antes de ser transformado por Jesus, tinha um temperamento horrível, proibiu um homem que expulsava demônio em nome de Jesus e não os seguia.

E Jesus disse: “Não o proíbais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor.”(Marcos 9,39-40) Jesus não prega um relativismo que todas as igrejas são boas, que todos podem expulsar demônio em seu nome, e criar outras igrejas, pois a única Igreja que Jesus disse q
ue é dEle é a Igreja católica Apostólica Romana. Seguindo o evangelho, Jesus disse:

“Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.” (Marcos 9,41-42) Jesus tão misericordioso com o que expulsam demônio e tão rigoroso com quem faz escândalos. Jesus não suporta escândalo do pecado.
Jesus não faz concessão para o pecado, com os outros misericórdia, mas comigo, preciso ser muito rigoroso, não devo pensar que posso pecar e depois me arrepender, e me confessar, pois as pessoas podem de perdoar, Deus sempre perdoa, mas a natureza nunca perdoa, por isso precisamos lutar contra o pecado.


Precisamos ser rigorosos, a verdadeira cura é a libertação do pecado, hoje o médico dos médicos quer lhe dar o Espírito Santo, Ele é muito maior que moisés, então entregue seus pecados a Ele, queira receber o Espírito Santo, não deixe os pecados reinar sobre você.

Quando Jesus diz se o teu braço te leva a pecar, corta-o, Ele não diz do braço corporal, mas sim daqueles que a gente diz, f”ulano é meu braço direto, é seu braço direito”, mas te leva ao adultério. Corta-o!


A mensagem final dos médicos dos médicos: quer permanecer curado, afaste-se do pecado e encha-se do Espírito Santo.


Faça esse propósito que será o melhor propósito da sua vida. Diga: “Os pecados não dominarão sobre mim, pois eu o corto, eu não aceito o reinado do pecado sobre mim, e me encho do Espírito Santo.” Tome a decisão: “eu não quero mais pecar, eu renuncio o pecado, o pecado não reina mais sobre mim.”

Na comunidade, vemos que quem é o maior exemplo para nós, é aqueles que são rigorosos consigo mesmo.


Quem quer ser feliz, afaste-se do pecado e encha-se do Espírito Santo. Comigo, ser rigoroso, para o outro extrema misericórdia.

Frei Josué
Comunidade Canção Nova

27/09/2009

Deus pega o fraco para confundir os fortes


"Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados.
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;

E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor."(I Coríntios 1, 26-31).

Essa Palavra é para nós músicos. Quem somos nós? Não somos nada, pouco sábios. Luiz Carvalho, que é dentista formado, deixou tudo para seguir o seu chamado. Hoje, ele é músico, porque foi dócil ao que Deus lhe pediu. "Deus pega o fraco para confundir os fortes". Ele me pegou para mostrar para as pessoas que é Ele quem faz tudo. Se você permanece, na sua essência, reconhecendo que você não é “nada”, Deus pode fazer “o tudo” em sua vida; fará canções que nem você mesmo imagina. Deus o chama a permanecer na condição de “nada”, permanecer no início do seu chamado.

Nós somos nada! Na matemática de Deus "os últimos serão os primeiros". Por isso ninguém poderá gloriar-se diante do Senhor. É necessária a unidade entre o cantor e a banda; estes precisam ser íntimos e admiradores uns dos outros. Se permanecermos em nossa essência, nós nos tornaremos sábios, santos, justos, livres. E esse é o perfil do músico! O músico que recebeu essa graça da ministração da música, aquele que foi escolhido por Deus, por mais que caia, ele levanta, luta e persevera.

Todos nós temos o direito de errar, mas não temos o direito de permanecer no erro. Somos fracos e erramos, não acertamos sempre, mas de tanto a graça de Deus passar por nós, nós a vemos agindo e até mesmo somos curados no palco, enquanto cantamos.


Deus quer nos levar a fazer coisas que humanamente nem pedimos, mas que Ele mesmo confiou a nós. Nunca deixamos a nossa essência! Animamos grandes shows, mas continuamos animando grupos de oração e eventos pequenos.

Continue fiel ao que Deus lhe pede hoje. No início, era tudo emprestado [na Comunidade Canção Nova], nada era nosso, no começo de todos nós foi assim. As pessoas que vocês hoje veem e ouvem, são pessoas que já "ralaram" muito. Nada foi fácil, sofremos, erramos, mas continuamos lutando.
As situações nos marcam. Meu pai morreu quando eu estava em missão.
Foi doloroso, porém, essas, situações me ajudam a crescer. Não somos nada! Porém, Deus nos escolheu.


Dunga
Comunidade Canção Nova

26/09/2009

Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura

“Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo antigo passou, eis que aí está uma realidade nova” (II Coríntios 5,17). É uma afirmativa, não é uma hipótese: “Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.” Não é uma suposição: “Talvez seja! Quem sabe...Pode ser!”. É uma realidade.

Esta é sua alegria e sua certeza. Queira ser essa criatura nova. A criança que está no ventre de sua mãe, em gestação, é uma nova criatura. Não está tudo pronto nem completo, mas ali existe um novo ser. Assim também é conosco: muitas vezes, olhamos para a vida e não percebemos em nós a “nova criatura”. Parece que somos os mesmos, que nada mudou, que as coisas velhas continuam: nosso temperamento... nosso caráter... Parece que os defeitos e os pecados continuam os mesmos. Então, vêm o desânimo e a prostração. Não, o Senhor quer lhe dar a certeza: a nova criatura está em você. Você é um ramo enxertado na videira, que é Jesus Cristo.

Uma maravilhosa transformação está acontecendo em você. Um homem novo, uma criatura nova já está se formando. Você já é uma nova criatura, mas ainda em gestação: ela vai se formando...

Aqui há um grito que vem do fundo d'alma: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos, deixai-vos reconciliar com Deus” (II Coríntios 5,20b). Reconciliação compreende, também, voltar para casa, fazer as pazes, voltar ao mútuo amor. Reconciliar-se compreende também perdoar, deixar todo o passado de lado. É isso que é reconciliar.

Deus nunca deixou de ser fiel a você. Justamente por causa da fidelidade do Senhor, porque Ele permanece fiel apesar de nossa infidelidade, é o momento de voltar para casa. É como no caso de um cônjuge infiel. Separou-se, foi para longe, transviou-se. O outro cônjuge, porém, permaneceu fiel. É necessário agora que aquele que se afastou volte para casa para que haja reconciliação. O mesmo acontece com você. Deus permaneceu fiel. Em nenhum momento Ele deixou de amá-lo. Pelo contrário, permaneceu de braços abertos como o Pai do filho pródigo: de braços abertos para recebê-lo. Mais ainda: o Senhor foi Bom Pastor que sempre esteve com você, seguiu suas pegadas para trazê-lo de volta.



Tenha a certeza de que em muitos e muitos acontecimentos de sua vida o Senhor estava em seu encalço, eu diria até que ela o perseguia, amorosamente, para que fosse tocado por Sua graça e voltasse para Sua casa.

E o momento é agora! Você é chamado a voltar para casa do Pai. Aquele que estava longe, muito longe, mas estava afastado, é convidado agora a voltar para a casa do Pai, a permanecer na casa d'Ele e a ser o filho que vive com o Pai. Mesmo aquele que estava perto é chamado a aproximar-se ainda mais.

Tenha certeza: Deus agiu em seu coração e remexeu sua vida. Se olhar para trás, verá quantos fatos dolorosos houve em sua vida. Não é porque Deus quisesse o seu mal ou o estivesse castigando. Não! Era o Senhor em seu encalço chamando-o de volta para Sua casa. Então... não se faça de rogado. Volte o mais depressa possível.

Deixe-se tomar por Jesus, o Bom Pastor. Deixe que Ele o tome em Seus braços e o carregue carinhosamente junto a Seu peito e o leve de volta para Sua casa.



Na hora em que você deixar que o Senhor faça isso, já começará a ser uma nova criatura. “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.” Na hora em que Jesus pegar você nos braços, ou melhor, quando você permitir que Ele o pegue nos braços, você já começará a ser uma nova criatura.

Ele vai começar então a gerar em você o homem novo: a criatura nova que você precisa ser. Nesse momento já passou o que era velho, e eis que tudo se faz novo. Nesse momento o Senhor esquece o passado, como o pai daquele filho pródigo se esquece da ingratidão e das revoltas do filho, porque este estava perdido e foi reencontrado, estava morto e voltou à vida.

Você não quer dar essa alegria ao Senhor?
Ele está em seu encalço. Deixe-se tomar por Jesus!

(Trecho do livro “O Pão da Palavra – volume 1” de monsenhor Jonas Abib)

25/09/2009

Só há uma porta para se entrar no céu!


Jesus não se diz apenas o Pastor, mas se diz também a porta. “Em verdade, em verdade eu vos digo, eu sou a porta das ovelhas”. Qual é a razão de ser da porta? É dar passagem. É por ela que se passa. Naquele tempo, o aprisco, só tinha uma entrada. Feito de pedra, era um lugar bem defendido, com apenas uma porta bem embaixo, rente ao chão, por onde passavam as ovelhas, uma por uma. Por isso Jesus diz: “Eu não sou o Pastor”: mais ainda: “Eu sou a Porta”. Ou seja, é por Ele que as ovelhas entram. É por Ele que as ovelhas saem. N'Ele têm tanto defesa como liberdade.

É por Jesus que você precisa entrar. Para ser salvo precisa entrar pela porta. Não é possível entrar por outro lugar. Só existia uma porta: só há um Salvador. Só por Jesus, só por Ele você pode entrar, não há outra porta.

A ovelha não era capaz de pular a parede de pedra de seu curral, ela só podia entrar por aquela portinha, feita para isso. Só através de Jesus é possível entrar na vida, penetrar no Reino de Deus. Isso não é difícil, pelo contrário, é fácil. Você não precisa complicar as coisas. Para a ovelha era tão fácil, tão simples entrar pela porta baixa. Pular o muro, sim, era difícil. É exatamente nesse ponto que complicamos as coisas.

Você quer grandes doutrinas, altos conhecimentos. Quer transformar a si mesmo e se tornar perfeito com seu esforço, com seu próprio trabalho, achando que isso é que o levará à posse do Reino de Deus. Não é nada disso. É muito mais fácil do que você pensa. Essa porta é baixa e não há necessidade de pular nada. É só passar por Jesus. É só entrar por Ele. N'Ele você encontra salvação. N'Ele encontra vida. Através d'Ele você penetra no Reino de Deus.

Em outras palavras: é preciso da sua parte um ato de aceitação, aceitar Jesus na sua vida, ter um encontro pessoal com Ele. Todos precisamos passar por essa linda experiência. Se você ainda não teve seu encontro pessoal com Cristo, é preciso pedir e preparar-se para isso.

Isso não quer dizer que você vai vê-Lo, tocá-Lo, escutar Sua voz; não é isso. Será algo diferente, uma experiência pessoal com um Jesus vivo, com um Deus pessoal. Não basta acreditar intelectualmente em Cristo. Você precisa encontrá-Lo de maneira nova.

É como saber, por exemplo, da existência de uma pessoa: ter conhecimento dela, ter lido livros sobre ela, até, quem sabe, ter ouvido programas dela, ter visto a pessoa pela televisão... Quando se encontra com ela, pessoalmente, é totalmente diferente. Isso se chama “encontro pessoal com Jesus”, uma experiência pessoal que cada um precisa ter.


O Senhor o está esperando! Ele é porta! Ele está aí para você entrar. Basta que você dê um passo e entre por Ele. Esta expressão de Jesus tem uma conotação muito linda. O aprisco era lugar de defesa. Fora, a ovelha estava desabrigada, ao léu, presa fácil de animais e ladrões. Mas, quando entrava por aquela portinha baixa, ela estava defendida.

Jesus é sua defesa. Você precisa deixar que Ele o livre de todo orgulho, de toda ilusão, de qualquer pensamento de que você é capaz de defender a si mesmo. Não, a sua luta não é contra homens de carne e de osso, mas sim, contra os poderes do mal. Só Jesus é sua proteção, sua defesa.

É através d'Ele que você entra. Como Ele mesmo diz: “Eu sou a Porta do aprisco das ovelhas. Aquele que entrar através de mim terá defesa, terá proteção”. Entrando por essa porta, você vai diretamente ao Coração: e pode viver dentro do Coração de Jesus. Ele vai ser a sua defesa contra os ataques do inimigo.

Repito: é preciso livrar-se de todo orgulho, de toda vaidade de toda a presunção, de toda ilusão a respeito de poder defender-se a si mesmo. Você não é capaz. Jesus é o Pastor e, mais do que o Pastor, Ele é a porta por onde entra a ovelha. Entrando por Ele, ela está no aprisco, defendida, protegida. Jesus é a sua proteção.

(Trecho do livro “O Pão da palavra – volume 3” de monsenhor Jonas Abib)


Palavra do Blogueiro:

E que este video abaixo, com certeza mudará a sua vida pois há outras
ovelhas perdidas (seus próximos), que estão perdidos por aí que por um instante ou instantes de sua vida com ocupações necessárias e também desnecessárias, você os esqueceu. Resgate-os, pois pode ser muito tarde se deixar para depois.

Deus te abençõe e Nossa Senhora interceda por você hoje e sempre!





" O Céu é para quem sonha grande, pensa grande, ama grande e tem a coragem de viver pequeno, isso é o Céu."

(Pe. Léo)



24/09/2009

Família: um dom sagrado de Deus


'Sujeitai-vos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela'. (Efésios 5,21-25)

A família têm duas dimensões, a primeira é o "casal" e a segunda são os "filhos". São Paulo compara o casal, marido e mulher, a Cristo e a Igreja. Na Antiga Aliança, tínhamos o casamento entre Javé e Israel e, quando alguém se casava, era de costume comemorar durante sete dias aquele casamento. Deus ficava irado quando o seu povo [o povo de Israel] adorava outros deuses. O Senhor se sentia como um marido traído. Na Nova Aliança, o casamento é entre Cristo e a Igreja.

Deus quis que, na raíz da família, houvesse uma aliança e, por isso, os casais hoje trazem um anel em suas mãos como símbolo desta união. O Papa João Paulo II pedia: "casais cristãos, sejam para o mundo um sinal do amor de Deus"; de forma que, quando as pessoas virem um casal superando os problemas que existem no mundo, possam ver o amor de Deus.


É dogma de fé que a Igreja é santa; nunca podemos dizer que ela tem pecado, pois os pecados são dos filhos da Igreja, eles são nossos. Por que a Igreja é santa? Porque Cristo entregou-se por ela na cruz, para que ela fosse sem mácula. Desta forma São Paulo diz que os maridos devem amar as suas esposas, você está disposto a amar a sua esposa ao ponto de se entregar por ela?

A família é sagrada, ela não foi instituída por homem, por um papa, mas por Deus.

Deus quis dar uma ajuda adequada ao homem e por isso deu-lhe a mulher como vemos no livro do Gênesis. A mulher foi a última criação de Deus, foi o ápice da criação. Adão ficou feliz por receber a mulher e Deus olhou para os dois e disse aquilo que é a essência do casamento,
“por isso o homem deixa seu pai, deixa sua mãe, une-se a sua mulher e sereis uma só carne”.

O que Deus quer? Deus quer que, com o casamento, homem e mulher sejam uma só carne, um só coração, uma só alma, um só espírito, pois há pessoas que estão casados há anos, porém, ainda não parecem estar casados. Pela mentira, o demônio quer destruir os casamentos. Quando se mente para o marido ou para a esposa, você está dando ocasião para o demônio entrar na vida da sua família.

Quando o casal está unido no amor de Deus, ninguém separa. São Paulo diz que o amor é paciente, bondoso, não busca os próprios interesses, o amor não acaba nunca, só ele faz com que perdoemos uns aos outros até mesmo quando um errou com o outro. É preciso que nos alimentemos do amor de Deus. E isto vai acontecer onde? Na Igreja, na Eucaristia e na oração, pois o casal que reza junto não se separa diante das dificuldades, porque tem forças para superar todos os problemas.

Pai e mãe, vocês devem conquistar os seus filhos. Um dia, vi uma frase em um carro que dizia: "Conquiste o seu filho antes que o traficante o faça" e pensei: "Tenho cinco filhos e preciso conquistá-los". Você não conquista o seu filho pelo que você dá a ele, mas pelo que você é para ele. Se você é um pai ou uma mãe honrados, conquistará seu filho.



Que Nossa Senhora guarde nossas famílias, nossos filhos, para que possamos conduzi-los a Deus.

Trecho retirado da pregação feita pelo professor Felipe Aquino, durante o Acampamento para as Famílias, de 18 a 20 de julho de 2008.

23/09/2009

Dia de São Padre Pio de Pietrelcina


Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione. Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, que os via constantemente devido a tanta familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.

Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado Sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento. Após a Ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus em seu próprio corpo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio que era conhecido por ele como "barba azul".

Torturado, tentado e testado muitas vezes por este, sabia muito da sua astúcia no seu afã em desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que viria a ser uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadores do amor e da paz de Deus para serem instrumentos de tais virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.

Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Seria esta Missa o caminho do seu Calvário definitivo, onde entregaria a alma e o corpo ao seu grande apaixonado; a última vez que os seus filhos espirituais veriam o Padre a quem tanto amavam. Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu. Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II que, viria também a canonizar Padre Pio no dia 16 de junho de 2002.

Padre Pio que diz: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"


São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!


21/09/2009

Preocupação com a verdade histórica na vida dos santos

O trabalho desenvolvido pela Congregação das Causas dos Santos é meticuloso, profundo, de elevado nível científico; nele estão envolvidas diversas disciplinas como a teologia, a história, o direito, a medicina, a psicologia, entre outras.

A preocupação com a verdade histórica sempre esteve presente no trabalho da Congregação,desde o seu início. Podemos encontrar uma elucidação concreta no decreto de Pio X, de 26 de agosto de 1913 – depois integrado ao Código de Direito Canônico de 1917 –, que estabelecia o recolhimento e o estudo de todos os documentos históricos relativos às causas. Mas a novidade fundamental foi introduzida pelo documento ‘Giá da qualche tempo’, de 6 de fevereiro de 1930, com o qual Pio XI instituiu, no seio da Congregação dos Ritos – assim era chamada a nossa Congregação – a ‘Seção Histórica,’ com a função de contribuir eficazmente para o tratamento das causas históricas, isto é, daquelas que não dispõem de testemunhas contemporâneas dis factos em questão.

O serviço prestado pela Seção Histórica, a partir de 1969, denominada Departamento Histórico-Hagiográfico, foi alargado a todas as causas, mesmo as recentes, aumentando a sensibilidade histórico-crítica em todas as fases do processo. Mais recentemente, a constituição apostólica Divinus Perfectionis Magister, de 25 de janeiro de 1983, seguida das Normae Servandae de 7 de fevereiro de 1983, estabeleceu definitivamente a contribuição determinante do método e da qualidade histórica no tratamento das causas dos santos.

A verdade histórica, tão diligentemente procurada por motivos ideológicos e pastorais, traz muitos benefícios nomeadamente à apresentação cultural dos santos. Os novos beatos e santos “saíram da sacristia” para serem estudados e apresentados também como personagens historicamente significativas, bem dentro da vida da sua Igreja, da sua sociedade, do seu tempo. Assim, já não dizem respeito apenas à Igreja e aos crentes, mas a todos aqueles que se interessam por história, cultura, vida civil, política, pedagogia entre outros. Deste modo, a missão destes extraordinários homens de Deus continua de outra maneira, e, ainda assim eficaz, para o bem de toda a sociedade. É significativo, nesse propósito, o fato de o arquivo da Congregação para as Causas dos Santos ser hoje frequentado também, além pelos responsáveis eclesiásticos, por estudiosos leigos que aí se dirigem para teses de licenciatura, para estudos de história, de pedagogia, de sociologia etc. Precisamente porque aí encontram material em abundância e historicamente fiável.


(Trecho extraído do livro “Como se faz um santo”,
página 28-29 de Cardeal Saraiva Martins)

Sobre o Cardeal

José Saraiva Martins nasceu a 6 de janeiro de 1932 em Gagos de Jarmelo, Portugal. Tendo entrado ainda jovem para a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria, foi ordenado sacerdote a 16 de março de 1975. Docente de Teologia e Reitor da Pontifícia Universidade Urbaniana, durante o período da sua atividade acadêmica publicou vasta e notória obra de Teologia. Em 1988 foi nomeado arcebispo secretário da Congregação para a Educação Católica. Foi de 30 de maio de 1998 até 9 de julho de 2008 Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Elevado a cardeal pelo Papa João Paulo II em 21 de fevereiro de 2001, foi-lhe atribuído o título da basílica de Nossa Senhora do Sagrado Coração.


Convém que Cristo cresça em nossas vidas


O mestre de nossas vocações e das nossas consagrações precisa ser a Palavra de Deus. Vamos partilhar o evangelho João 3,22-30 Não importa os motivos que as pessoas se chegam a Jesus, não importa se as pessoas O busca por causa de cura ou milagres, o mais importante é que fomos chamados a proporcionar o encontro dessas pessoas com Deus. Como São João diz: É necessário que ele cresça e que eu diminua .

Nós enfrentamos uma tentação de querer de crescer e amadurecer diante de Deus, para só depois responder ao Senhor, mas quando somos chamado a corresponder é com as nossas limitações, e talentos.
Só Deus pode mudar um coração de uma pessoa. Muitas vezes trazemos dentro de nós uma aflição, pois as pessoas que nós amamos não pode seguir na nossa caminhada. Mas Jesus nos dá a graça de seguir, o seu chamado é de amor.

Nós estamos em processo de conversão. O que é crescimento em Cristo Jesus? Jesus diz “Apendei de mim que sou manso e humilde de coração” Manso é aquele que deixa se governar pelo o Cristo. Se quisermos crescer na nossa espiritualidade é preciso se dobrar para o Espírito Santo.

Quando dizemos ao Senhor que queremos ser manso, nós pedimos para que não calejemos, não nos endurecemos. Nós entramos em uma comunidade com a idéia de uma comunidade perfeita, mas daí percebemos os limites uns dos outros, e corremos risco de embrutecer, de nos fecharmos para o amor. Quem não é manso, é embrutecido. Se você quer crescer na sua espiritualidade renuncie toda dureza de coração. Não se prenda as coisas mesquinhas. Levanta os olhos para Jesus. Tire os olhos das misérias humanas, isso é humildade.

Quando nos consagramos, nos unimos a mais irmãos que padece , e luta como nós, estamos em batalha. Só um coração manso é capaz de abrir-se para a experiência com o Espírito Santo todos dias, mesmo em meio as decepções. O nosso coração fica calejado, duro, porque nos detemos na decepção, e passamos a murmurar e assim perdemos a capacidade de amar. Um coração orgulhoso impede do Espírito Santo de trabalhar, e assim corremos o risco de perder a nossa vocação.

Paulo diz: “É Cristo que vive em mim”, esse Cristo é o crucificado. Paulo foi perseguido, correu risco, passou fome, frio. E nós quando sentimos chamados também estamos dispostos a viver tudo como São Paulo, mas por muito menos já nos endurecemos.

Dentro das comunidades sempre somos visitados pela provação. Deus nos prova naquilo que nos derrete, naquilo que doí, como o ouro ´preciso passar pela prova do fogo. Todos os dias precisamos vencer o homem velho que está dentro de nós, temos que matá-lo novamente. Para que eu seja um homem do Espírito, eu tenho que manter no cabresto esse homem velho, aprender a mortificá-lo.



Tem duas maneiras de entender a palavra Vida Nova. Ela pode ser nova porque algumas coisas foram modificadas e ficaram com cara de nova, como mudar de trabalho, de casa, se casar... Mas existe aquela experiência das pessoas que fizeram a experiência de perder Deus, e ingressaram em trevas profundas e, mesmo sem morrer, experimentaram um pouco do que é o inferno, mas de repente, brilhou a Luz, que é Cristo, e entrou em suas vidas e as libertou do abismo, e agora ela pode dizer "eu tenho uma vida nova".

Quando a Palavra de Deus nos fala de vida nova, ela fala de uma "guinada" na sua vida. O Espírito Santo nos dá uma vida nova, uma vida divina, que nasceu de Jes
us Cristo, da ressurreição, e somente com essa vida nós podemos ter um progresso espiritual.

Nós entramos numa comunidade para sermos santos, porque queremos ser de Cristo, queremos que as pessoas vejam Cristo Jesus em nós e isso custa lágrimas, sofrimentos, renúncias... a vida de um consagrado, de alguém que se entregou a Cristo, não é facil, mas é maravilhosa, não tem outra melhor.


Nós estamos em uma vida onde Aquele que nos chamou constantemente se volta para nós e diz: "Se você está com sede, venha a mim e beba".
Se você não tem água para você, como vai oferecer aos outros? Se você não cresce espiritualmente como vai fazer os outros cresçam? O Espírito Santo é a água que corre do lado do Redentor, e que transforma nosso mundo. Esse mundo doente onde vivemos tem cura e a cura é Jesus Cristo. E nós cremos nisso, por isso entregamos nossa vida a Ele.

Existe um rio que jamais seca capaz de transformar a sede desse mundo. Se o seu coração está seco. existe uma água viva capaz de tornar seu coração palpitante, capaz de dar a vida.
Jesus disse "as minhas palavras são Espírito e Vida". A Palavra de Deus nos dá a vida através do seu Espírito Santo, uma vida divina.

Nossa vocação não é um estilo de vida, é uma vida nova
.

O Senhor nos inseriu numa vida divina que tem sua fonte no Pai, em Jesus Cristo, essa vida que você recebeu de Deus não se opõe a vida que você conhece, mas constrasta ao que você já viveu.
Nossa alma vive dividida entre duas coisas, é como se Deus sempre nos permitisse escolher o bem ou o mal. O que está acima ou o que está abaixo. A vida nova é uma intervenção de Deus, que arrasta o homem para o bem. Essa vida nova é uma força interior que se manifesta em nós, mas é mudança de mentalidade.

Nós jamais podemos trazer para nossa comunidade uma mentalidade mundana (um espírito do mundo que ameaça nossas comunidades - ciumes, comparação, disputas, inveja...). Nós corremos o risco de abrir mão das pessoas que Deus colocou ao nosso lado. As pessoas são a maior riqueza da comunidade, tem muita gente pecadora e santa, que merece nossa honra. Só pelo fato dessa pessoa ter entregado sua vida junto com você ela merece seu respeito e sua honra.


E honrar é falar bem dela, promovê-la, dar espaço pra ela... e essa não é a mentalidade do mundo. Quando vo
cê assumiu a vida nova, você se despediu do homem velho. O Senhor te fez e você escolheu ser uma nova criatura, deixa passar as coisas de outrora. Uma das tentações que o diabo coloca no coração das pessoas que se consagram, é que elas não se desapeguem ao passado que não existe mais. Ficamos com saudade da vida velha.

Aí, se por algum motivo, vamos passar um tempo em casa, percebemos que era verdade, que aquela vida velha já não existe mais, realmente já passou. Os amigos se foram, a rua mudou, até o próprio quarto é diferente, as coisas de outrora já não te satisfazem... mas eu pergunto, porque
ainda insistimos em ficar apegados as mesmas coisas? Se você não caminha para cima, no meio você não fica, mas se volta para as coisas mais baixas e inferiores.



Nós não matamos o nosso corpo, mas o mortificamos. Jesus entregou sua vida porque tinha um sentido, Ele não era louco. Ele nunca fez nada sem sentido. Nós mortificamos nossa vida para dá-la. Nós morremos para que os outros vivam.

E se na sua comunidade não se morre para que os outros vivam, sua comunidade não vale a pena. O que faz valer a pena é nos unirmos a Cristo e gastar a nossa vida para que os outros vivam. É no gastar a vida que o Espírito Santo libera todo o Seu poder.

Vale a pena você se mortificar, se sujeitar a uma autoridade, ter que perdoar, depois de ter tido de largar tudo, recomeçar...porque sua vida está salvando muitos mesmo que você não saiba.

Assim como o escultor pega o pedaço de madeira e vê a figura que precisa tirar de dentro dela. Deus olha para nós e vê seu Filho Jesus dentro de nós. Então pega o martelo da cruz, para nos esculpir e tirar as lascas, para que seu Filho apareça. Quando começar a cair suas lascas não pergunte "porque comigo?", mas levante seus braços e diga: "Deus me ama e quer tirar de dentro de mim seu Filho Jesus, para que Ele apareça".

O nosso sim é feito de muitos "sins". E só cresce quem é capaz de renovar seu sim a cada dia. Uma história de sofrimentos é sempre uma história muito bela, é sempre uma história pra contar... Quanta história Deus já escreveu com a sua vida.


Márcio Mendes

Comunidade Canção Nova

20/09/2009

Missa não é show



“O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembléia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1157).

Não pretendo fazer aqui um tratado de liturgia, apenas darei algumas dicas sobre a postura do ministério de música em animações litúrgicas, especialmente nas Celebrações Eucarísticas. Na Santa Missa, o presidente é o sacerdote; portanto, antes de toda e qualquer celebração, converse com o padre e exponha o que o ministério preparou em unidade com a equipe de liturgia. Sei de toda a complexidade e até das diferentes interpretações sobre a liturgia que alguns padres dão; em todo o caso, vale a máxima: “Quem obedece não peca”. Portanto, consulte-o e obedeça-lhe. Se você tiver conhecimento o bastante sobre o assunto e abertura com o sacerdote, poderá defender sua opinião; o diálogo nos faz crescer. Mas converse em outro momento, não poucos minutos antes do início da celebração.

Na Celebração Eucarística, a música deve contribuir para o engrandecimento e a profundidade dos momentos litúrgicos; por isso, cada canção precisa se encaixar com o momento certo e acompanhar os tempos litúrgicos.

Santa Missa não é show! Não chame a atenção do povo para si ou para seu grupo musical. Na Eucaristia, Jesus é o centro.


Não desvie a atenção das pessoas com “caras e bocas” durante a interpretação de uma música, nem na execução de um solo instrumental. Tampouco converse durante a Celebração Eucarística, escolha antecipadamente as músicas e seus respectivos tons. Se houver extrema necessidade de algum diálogo, faça-o da forma mais discreta possível. Nada mais desagradável do que um ministério se entreolhando com ar desesperado, de: “Qual a próxima música?” ou “Qual o tom?”.


Não use, durante a Missa, roupas com cores fortes ou estampadas, a não ser que você seja convocado de surpresa e não tenha condições de se trocar. Também não use, de jeito nenhum, roupas sem mangas, decotadas, transparentes ou bermudas durante a Celebração Eucarística. Escolha os cânticos de acordo com as leituras e o tempo litúrgico.

Não se pode cantar os “hits”, a não ser que se encaixem com o tema da celebração. Peça aos músicos que toquem de forma harmônica e com um volume que favoreça a oração. Já vi muitas vezes sacerdotes e ate bispos serem “martirizados” pelo alto volume dos instrumentos, inclusive da bateria, montados a menos de um metro de seus ouvidos, em palcos pequenos.


Não use a harmonia mais complicada que você sabe tocar. Nas celebrações, precisamos ajudar o povo a rezar as canções. Acordes muito dissonantes não são os mais indicados nessas ocasiões. Cuidado para não fazer das Missas uma “válvula de escape” para seu desejo de tocar no “Free Jazz Festival” ou no barzinho mais “out” de sua cidade. Ensaie com os fiéis antes da Missa. Ensine-lhes os cânticos novos e motive-os a rezar com eles.

Algumas fórmulas da Santa Missa, como o “Cordeiro de Deus”, não podem ser modificadas. Estude liturgia! Em liturgia não dá para improvisar.


Não queira ser um ministro de música “garçom”, que apenas serve aos outros o banquete. Participe ativamente de cada momento da Celebração, sente-se à mesa. Você também é um “feliz convidado para a Ceia do Senhor”.


Se você é animador de música na liturgia, não multiplique as palavras. Não queira fazer uma homilia a cada música, nem queira roubar o papel do comentarista.

19/09/2009

Tua Palavra é vida

"É preciso colocarmos a Palavra de Deus em primeiro lugar na nossa vida, o Evangelho nos diz: “Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática é um homem sensato, que construiu sua casa sobre a rocha”. (Mateus 7,24)

Baixe e ouça essa pregação

Ouvir a Palavra de Deus e colocá-la em prática é como construir a vida como se constrói a casa sobre a rocha. Pode vir o que vier nada derruba a vida da gente. Quanta gente com a vida desmoronada, quanta gente afogada na bebida, dizendo que é por causa dos problemas (coitado desse homem, dessa mulher, desse jovem!). Quanta gente com a vida destruída por causa das drogas, mas não somente das drogas, quanta gente com a vida no chão, não bebe, não se droga, mas a vida é um problema só. E por que isso? Porque está faltando alguma coisa.

Problemas sempre teremos, os problemas não são desculpas para destruirmos nossa vida, pois problemas nós teremos. Problema não é desculpa para termos a vida destruída; assim como Jesus disse: “Pobres sempre os tereis”, Ele poderia ter dito: “problemas sempre os tereis”. Problemas pessoais, familiares, econômicos.

E eles não são motivos para termos uma vida destruída, não há razão para que nossa vida seja arruinada por conta das dificuldades. Pelo contrário, exatamente por causa dos problemas é que devemos ir à luta, enchendo-nos de força para que os superemos. Assim, nós nos alegramos quando eles são superados; não existe vida mole para quem quer vencer na vida. Se há vitória é porque houve luta! Vencer na vida é enfrentar problemas.

É a Palavra de Deus que nos dá vida, que nos sustenta; uma pessoa que não a vive é sem vida e vai tendendo para a destruição; acontecendo todos os problemas que foram citados anteriormente. Mas ninguém de nós precisa viver assim."


Trecho da Pregação


Nesta pregação “Tua Palavra é vida”, monsenhor Jonas Abib nos mostra como devemos reagir diante dos problemas, tendo a Palavra de Deus como força para superá-los. Não há espaço para os dois em nossa vida: quando a Palavra de Deus entra, os problemas saem.